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CAPÍTULO 52: “Quão Formosos São, Sobre os Montes, os Pés Do Que Anuncia as Boas Novas”

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Os temas principais do capítulo 52 são a restauração e a coligação. Nos últimos dias, Sião será estabelecida e Israel será coligada e redimida, quando o povo aceitar Jesus Cristo como seu Salvador e ser purificado de seus pecados. O Senhor fará com que os que perseguem Jerusalém sofram tanto quanto Jerusalém sofreu. O Senhor, juntamente com Seus servos que levam o evangelho aos dispersos de Israel em vários países para onde foram dispersos, serão amados por aqueles que receberem a mensagem. Quando o Senhor Jesus Cristo aparecer—e como um protótipo, o profeta da restauração, antes da Segunda Vinda do Senhor—assombrará reis e nações com as coisas que lhe disser.

O capítulos 48 até 54 são citados e explicados no Livro de Mórmon.[1] Jacó, o irmão de Néfi no Livro de Mórmon, incluiu os primeiros dois versículos do capítulo 52 como os últimos dois versículos ao citar o capítulo 51, com pequenas variações.[2] O profeta Abinádi citou os versículos 7 até 10 sem nenhuma variação.[3] O Senhor, Jesus Cristo, ressuscitado—quando apareceu aos nefitas, conforme se acha registrado no Livro de Mórmon—citou partes do capítulo 52 com explicações e pequenas modificações. Em Sua primeira visita,[4] o Senhor citou os versículos 8 até 10 conforme se acham registrados na versão de João Ferreira de Almeida;[5] depois, na Sua Segunda visita,[6] o Senhor explicou e parafraseou os versículos 8 até 10;[7] e logo os versículos 1 até 3;[8] e depois os versículos 6 e 7;[9] e finalmente os versículos 11 até 15,[10] com uma explicação depois do versículo 15.[11] As mudanças das palavras na narração do Senhor durante Sua segunda visita, juntamente com Suas explicações, são apresentadas em itálico. O Senhor omitiu os versículos 4 e 5 em Seu segundo discurso aos nefitas.

No versículo 1, Isaías exorta: “Desperta, desperta, veste-te da tua fortaleza, ó Sião; veste-te das tuas roupas formosas, ó Jerusalém, cidade santa, porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo”. Em 3 Néfi o Senhor começa este versículo com: “E então acontecerá o que está escrito”,[12] mostrando que o cumprimento desta profecia acontecerá nos últimos dias. Morôni também parafraseou este versículo.[13] “Nem incircunciso nem imundo” significa, figurativamente, aqueles que não honram as ordenanças do Senhor nem se purificam de seus pecados. A circuncisão, uma prática do Convênio Abraâmico, simbolizava aspectos do merecimento pessoal, inclusive a dedicação a Deus, separação do mundo e rejeição ao pecado.[14] Com o sacrifício de Jesus Cristo, os primeiros Cristãos consideraram cumprida esta parte da lei de Moisés, e portanto, a circuncisão não era mais necessária para que um homem fosse completamente aceito por Deus.[15] Apesar da Lei de Moisés ter sido cumprida, as virtudes de dedicação a Deus, a separação do mundo e a rejeição ao pecado continuam sendo doutrinas fundamentais dadas pelo Senhor em todas as eras. Portanto, o cumprimento desta profecia de Isaías nos últimos dias pode não envolver necessariamente o cumprimento literal desta prática antiga, mas envolve as virtudes que eram símbolos desta prática. “Sião” foi usado aqui com duplo sentido—um lugar de coligação espiritual nos últimos dias, bem como a Jerusalém dos últimos dias, vestida de retidão.[16]

Em Doutrina e Convênios, o Profeta Joseph Smith respondeu à pergunta concernente a este versículo: “Qual o significado da ordem dada no primeiro versículo do capítulo 52 de Isaías, que diz: Veste-te da tua fortaleza, ó Sião—e a que povo se referia Isaías?”

O Profeta Joseph responde:

“Referia-se àqueles a quem Deus chamaria nos últimos dias, que possuiriam o poder do sacerdócio para fazer Sião voltar e efetuar a redenção de Israel; e vestir a sua fortaleza é vestir-se da autoridade do sacerdócio, à qual ela, Sião, tem direito por linhagem; também, para voltar ao poder que perdera”.[17]

A compreensão de Joseph Smith desta passagem é consistente com a profecia anterior de Isaías sobre a Sião dos últimos dias sendo estabelecida no deserto, bênçãos espirituais sendo derramadas e o deserto florescendo como a rosa.[18] Joseph Smith entendeu que o estabelecimento de Sião e a redenção de Israel pelo poder do sacerdócio são dois dos objectivos mais importantes d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.[19]

O Senhor enfatizou estes assuntos em uma revelação ao Profeta Joseph Smith: “Pois Sião deve crescer em beleza e em santidade; suas fronteiras devem ser expandidas; suas estacas devem ser fortalecidas; sim, em verdade vos digo: Sião deve erguer-se e vestir suas formosas vestes”.[20]

O versículo 2 continua a exortação de Isaías à Sião e Jerusalém: “Sacode o pó,[21] levanta-te, e assenta-te, ó Jerusalém: solta-te das cadeias de teu pescoço, ó cativa filha de Sião”.[22] O Senhor ressuscitado citou este versículo aos nefitas.[23] Jacó, o irmão de Néfi, apresenta este versículo da mesma maneira que o Senhor.[24] “Levanta-te”, seguido por “assenta-te”, parece contraditório à primeira vista. “Levanta-te” é uma exortação para Jerusalém acordar e ver seu verdadeiro potencial como uma das duas capitais eclesiásticas do mundo durante o milênio, enquanto que “assenta-te” admoesta-lhe a ocupar, figurativamente, o trono de sua posição de dignidade e honra prevista. Então, a contradição aparente dá maiores informações acerca dos acontecimentos preditos. O termo “Filha de Sião” é usado aqui como um sinônimo para a Jerusalém oprimida; note que este significado contrasta-se com o de “Sião” no versículo anterior.[25]

O Profeta Joseph Smith, continua sua explicação dos primeiros dois versículos do capítulo 52, respondendo à pergunta concernente a este versículo: “O que devemos entender por Sião soltando-se das cadeias de seu pescoço, no versículo 2?”

Joseph responde:

“Devemos entender que os remanescentes dispersos são exortados a regressar ao Senhor, de quem se afastaram; se o fizerem, o Senhor promete que lhes falará ou lhes dará revelações. Ver os versículos 6, 7 e 8. As cadeias de seu pescoço são as maldições de Deus sobre ela, ou seja, os remanescentes de Israel em sua dispersão entre os gentios”.[26]

Os versículos 1 e 2 contêm um quiasma:

(1) E então acontecerá o que está escrito:
A: Desperta, desperta, veste-te da tua fortaleza, ó Sião;
B: veste-te das tuas roupas formosas, ó Jerusalém, cidade santa,
C: porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso
C: nem imundo.
B: (2) Sacode o pó, levanta-te, e assenta-te, ó Jerusalém:
A: solta-te das cadeias de teu pescoço, ó cativa filha de Sião.

“Desperta, desperta, veste-te da tua fortaleza, ó Sião” contrasta-se com “solta-te das cadeias de teu pescoço, ó cativa filha de Sião”. “Sião” refere-se ao lugar de coligação espiritual nos últimos dias, enquanto que “ó cativa filha de Sião” refere-se à Jerusalém em seu estado iníquo. A mensagem deste quiasma é que Jerusalém deve seguir o mesmo caminho da Sião dos últimos dias para purificar-se, sobrepujar as maldições e reconhecer seu potencial.

No versículo 3, a narração muda para a voz do Senhor: “Porque assim diz o Senhor: Por nada fostes vendidos; também sem dinheiro sereis resgatados”. O Senhor apresenta este versículo da mesma forma que apresentou aos nefitas.[27] A causa da situação de Israel é apresentada aqui—eles venderam a primogenitura,[28] venderam a si mesmo à escravidão do pecado e apostasia. Anteriormente, no capítulo 50, Isaías declarou: “Eis que por vossas maldades fostes vendidos, e por vossas transgressões vossa mãe foi repudiada”.[29] Mas aqui, o Senhor declara que a redenção da penitente Israel da escravidão espiritual virá sem câmbio monetário: através da Expiação, o preço dos pecados foi pago pelo Senhor Jesus Cristo para todos os que se arrependem.

No versículo 4, o Senhor continua a falar: “Porque assim diz o Senhor DEUS: O meu povo em tempos passados desceu ao Egito, para peregrinar lá, e a Assíria sem razão o oprimiu”. O termo “o Senhor DEUS” é traduzido do hebraico Yahweh (Jeová).[30] A opressão do povo do Senhor—primeiro pelo Egito e depois pela Assíria e Babilônia—não foi provocada pelos descendentes de Israel, mesmo que esta tribulação tenha vindo por causa deles haverem se desviado do caminho verdadeiro, corrompendo-se em pecados. Os versículos 4 e 5 não foram citados pelo Senhor em seu discurso aos nefitas.

No versículo 5, o Senhor fica insultado com as injustiças feitas contra Seu povo do convênio, mesmo que ele tenha se desviado: “E agora, que tenho eu que fazer aqui, diz o Senhor, pois o meu povo foi tomado sem nenhuma razão? Os que dominam sobre ele dão uivos, diz o Senhor; e o meu nome é blasfemado incessantemente o dia todo”.[31] O Senhor tem como responsáveis pela miséria e apostasia de Seu povo, os conquistadores, bem como pela blasfêmia contra seu nome. “Tomado sem nenhuma razão” significa que o cativeiro de Israel foi ilegal—eles não foram vendidos; portanto, sua redenção não deveria implicar pagamento em dinheiro.[32] “Os que dominam sobre ele” incluem a condenação de quaisquer governantes do povo que governaram injustamente, sejam eles conquistadores ou líderes dentre o povo do convênio. O versículo 5, juntamente com o versículo 4, são citados pelo Senhor em Seu discurso aos nefitas.

O versículo 5 é citado por Paulo no Novo Testamento: “Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós”.[33] Paulo explica que aqueles que afirmam viver sob a lei—isto é, a antiga Lei de Moisés ou a lei do evangelho da era Cristã—blasfemam contra o nome de Deus quando quebram Seus mandamentos.

Em Doutrina e Convênios o Senhor usa linguagem semelhante ao dizer:

“Eis que a vingança cairá rapidamente sobre os habitantes da Terra, um dia de ira, um dia de queima, um dia de desolação, de pranto, de luto e de lamentação; e, como uma tormenta, cairá sobre toda a face da Terra, diz o Senhor.
“E sobre minha casa principiará e de minha casa espalhar-se-á, diz o Senhor;
‘Primeiro entre os de vós, diz o Senhor, que professaram conhecer meu nome e não me conheceram; e blasfemaram contra mim no meio da minha casa, diz o Senhor” (ênfases adicionadas).[34]

Pode-se dizer que o tornado que atingiu Salt Lake City (a Cidade do Lago Salgado) no dia 11 de agosto de 1999[35] foi um cumprimento desta profecia moderna e um precursor de maiores destruições. O tornado primeiramente danificou um bar, depois passou entre a Praça do Templo e o Centro de Conferências, que na época estava sendo construído—infligindo pequenos danos no Centro de Visitantes do Norte e causando a queda de um guindaste de construção no Centro de Conferências, quebrando um piso de concreto. O tornado destruiu algumas árvores na área do Memory Grove (Bosque da Recordação) e, logo, moveu-se para a área residencial da cidade, as Avenidas. Este evento deve servir como advertência de iminentes destruições mundiais.

No versículo 6, o Senhor proclama: “Portanto o meu povo saberá o meu nome; pois, naquele dia, saberá que sou eu mesmo o que falo: Eis-me aqui”. O Senhor, no Livro de Mórmon, apresenta: “Em verdade, em verdade vos digo que meu povo conhecerá meu nome; sim, naquele dia saberão que eu sou o que fala”. O Senhor aqui omite “Eis-me aqui”.[36] Na época da restauração e redenção, o povo do convênio do Senhor saberá que seu Redentor é o Senhor Jesus Cristo, que também é Jeová, o Deus do Velho Testamento e o Criador.[37]

O versículo 6, como foi apresentado pelo Senhor em 3 Néfi, contém um quiasma, enquanto que versículo 6 na versão de João Ferreira de Almeida contém declarações paralelas:

A: (6) Em verdade, em verdade vos digo que
B: o meu povo saberá o meu nome;
B: sim, naquele dia saberão
A: que sou eu mesmo o que falo: Eis-me aqui.

O povo do Senhor saberá quem Ele é, ele reconhecerá Sua verdadeira identidade.

O profeta Abinádi, no Livro de Mórmon, citou os versículos 7 até 10 sem variar das palavras usadas na versão de João Ferreira de Almeida.[38] O Senhor, ao citar estes versículos aos nefitas, fez algumas mudanças nas palavras, que fornecem esclarecimento e fortalecem a estrutura do quiasma.[39] As mudanças apresentadas pelo Senhor provavelmente não representam o texto original de Isaías usado pelos nefitas, porém representam esclarecimentos que o Senhor escolheu fazer na época.

No versículo 7, Isaías exclamou: “Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina!” O Senhor ressuscitado citou este versículo com algumas variações: “E aí eles dirão: Quão belos são sobre os montes os pés do que anuncia boas novas, que proclama a paz, que anuncia o bem, que proclama a salvação; que diz a Sião: O teu Deus reina!”[40] A frase introdutória do Senhor “E aí eles dirão” define o intervalo de tempo como sendo após a restauração e coligação de Israel ter começado. A palavra “Montes” significa “nações”,[41] e o termo “as boas novas” significa “o evangelho”, a palavra equivalente usada no Novo Testamento.[42] “Sião”, aqui, significa um lugar de coligação espiritual nos últimos dias, onde Deus reinará.[43] Aqueles que levarem o evangelho aos dispersos de Israel, em diversos países para onde foram dispersos, serão amados pelos que receberem a mensagem.

O uso da palavra “pés” no versículo 7 é único nas escrituras; em nenhum outro lugar é usado com o mesmo significado, exceto onde esta passagem está sendo citada ou explicada. Em vários casos a palavra “pés” é usada no contexto de seguir um caminho, Por exemplo, Ana, a mãe de Samuel, louvou ao Senhor: “Os pés dos seus santos guardará, porém os ímpios ficarão mudos nas trevas; porque o homem não prevalecerá pela força” (ênfase adicionada).[44]

O significado intencionado por Isaías no versículo 7 parece ser relacionado a este uso, porém com ênfases naqueles que seguem o caminho espiritual. A descrição da beleza dos pés é uma expressão de emoção subjetiva e afeição pelos que proclamam a salvação e paz, e por trazerem as boas novas do evangelho e mostrarem o caminho que devem seguir.

O versículo 7 foi citado por Paulo no Novo Testamento: “E como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas”.[45]

O versículo 7 foi citado e explicado por Abinádi no Livro de Mórmon, onde ele deixa claro que a intenção de Isaías desta passagem aplica-se, igualmente, ao Senhor Jesus Cristo e aos Seus servos que levam o evangelho aos dispersos de Israel nos diversos países para onde foram dispersos:

“Estes são os que proclamaram a paz, que anunciaram o bem, que proclamaram a salvação e que disseram a Sião: O teu Deus reina!
“E oh! quão belos foram os seus pés sobre os montes!
“E novamente, quão belos são sobre os montes os pés dos que ainda estão proclamando a paz!
“E novamente, quão belos são sobre os montes os pés dos que, daqui em diante, proclamarão a paz, sim, de agora em diante e para sempre!
“E eis que vos digo que isto não é tudo. Pois, oh! quão belos são sobre os montes os pés do que anuncia boas novas, que é o fundador da paz, sim, o Senhor que redimiu seu povo; sim, aquele que concedeu salvação a seu povo!”[46]

A declaração de Abinádi que os pés do Senhor seriam vistos “sobre os montes”, ou nações, prevê a visita do Senhor depois de Sua crucificação e ressurreição às outras nações da Terra, além de Sua terra natal. Estas nações incluem o Continente Americano onde Ele apareceu aos nefitas,[47] e a outros povos em outros lugares não revelados.[48]

Néfi, no começo de seu registro, parafraseou o versículo 7, refletindo seu amor pelas palavras de Isaías.[49]

O nome Nauvoo, dado pelo Profeta Joseph Smith à cidade que ele fundou às margens do rio Mississippi, significa “formosa” ou “deleitável” em hebraico, como foi usado aqui no versículo 7.[50]

O versículo 7, como foi apresentado pelo Senhor em Terceiro Néfi, contém um quiasma; enquanto que o versículo 7 na versão de João Ferreira de Almeida contém uma série de declarações paralelas:

A: (7) E aí eles dirão
B: Quão formosos são, sobre os montes, os pés
C: do que anuncia as boas novas,
D: que faz ouvir a paz,
C: do que anuncia o bem,
B: que faz ouvir a salvação,
A: do que diz a Sião: O teu Deus reina!

E aí eles dirão” complementa “do que diz a Sião: O teu Deus reina”, para estabelecer o tempo nos últimos dias para o reino de Deus em Sião. O uso perito de quiasma pelo Senhor, mesmo que pareça improvisado, indica que Sua habilidade com a língua ultrapassa a de qualquer homem mortal.

Nos versículos 8 até 10, Isaías fala aos dispersos de Israel, predizendo a coligação e restauração do verdadeiro evangelho. O Senhor ressuscitado, ao dirigir-Se às congregações nefitas, citou os versículos 8 até 10 duas vezes, primeiro como está escrito na versão de João Ferreira de Almeida e segundo com modificações. O versículo 8 começa: “Eis a voz dos teus atalaias! Eles alçam a voz, juntamente exultam; porque olho a olho verão, quando o Senhor fizer Sião voltar”. No discurso do Senhor ressuscitado aos nefitas, o versículo 8 foi precedido por esta explicação:

“E eis que chegará o dia em que a plenitude do meu evangelho lhes [os dispersos de Israel] será pregada.
“E crerão em mim, que eu sou Jesus Cristo, o Filho de Deus; e orarão ao Pai em meu nome”
.[51]

O Senhor, então, apresenta as palavras do versículo 8 com modificações: “Então suas sentinelas alçarão a voz e juntamente cantarão; porque verão olho a olho”. A última frase é omitida, “quando o Senhor fizer Sião voltar”.[52] A frase “verão olho a olho” significa “estar completamente de acordo”, referindo-se, aqui, à crença mútua na doutrina verdadeira do Senhor. “Sentinelas” significa um líder eclesiástico—aqueles que têm a responsabilidade de cuidar dos assuntos espirituais. Isaías apresentou a símile de “atalaias” ou sentinelas, anteriormente, no capítulo 21.[53] Novamente, “Sião” significa um lugar de coligação espiritual nos últimos dias, igual ao versículo anterior.[54]

Em Doutrina e Convênios, o Senhor deu uma maior explicação:

“E surgirão pragas e não serão tiradas da Terra até que eu tenha completado minha obra, que se abreviará em justiça—
“Até que todos os que restarem me conheçam, sim, do menor até ao maior; e encham-se do conhecimento do Senhor e vejam olho a olho e ergam suas vozes e juntos cantem este novo cântico …”.[55]

Aqui, o Senhor indica que aqueles que O conhecerem e verem olho a olho com Ele naquele tempo, serão os que sobreviverão as grandes pragas e destruições dos iníquos nos últimos dias.

O versículo 9 descreve o grande gozo que sentirão os dispersos de Israel, quando forem coligados em Jerusalém: “Clamai cantando, exultai juntamente, desertos de Jerusalém; porque o Senhor consolou o seu povo, remiu a Jerusalém”. No Livro de Mórmon este versículo é precedido por uma explicação dada pelo Senhor ressuscitado: “Então o Pai os reunirá novamente e dar-lhes-á Jerusalém como terra de sua herança”.[56] Depois o Senhor cita as palavras deste versículo de uma outra maneira: “Aí, rejubilar-se-ão—Cantai juntamente, lugares desolados de Jerusalém; porque o Pai consolou o seu povo, remiu a Jerusalém!”.[57] O Senhor ressuscitado esclarece que a coligação será feita sob a direção de Deus, o Pai. O uso de Isaías do termo “o Senhor” nesta passagem—traduzido do hebraico “Jeová”—não é contraditório com o significado, pois o Senhor Jesus Cristo, que é Jeová no Velho Testamento, testifica durante Seu ministério mortal que tudo que fez foi em cumprimento dos mandamentos que Lhe foi dado por Seu Pai.[58]

No versículo 10, Isaías descreve as ações que serão tomadas pelo Senhor nos últimos dias que serão visíveis a todos: “O Senhor desnudou o seu santo braço perante os olhos de todas as nações; e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus”. Em 3 Néfi o Senhor cita este versículo de uma maneira diferente: “O Pai desnudou seu santo braço perante os olhos de todas as nações; e todos os confins da Terra verão a salvação do Pai; e o Pai e eu somos um”.[59] “Todos os confins da terra” significam todos os povos da Terra, mesmo os que vivem nos lugares mais remotos.[60] Novamente, o termo “o Pai” não é contraditório em comparação com o usado por Isaías do hebraico “Jeová”, devido o papel do Senhor como presidente. Na frase final, o Senhor atesta Ele e o Pai são um em propósito. “Desnudar o braço” implica o Senhor preparando-se para a batalha, removendo Sua capa de Seu braço batalhador.[61]

Os versículos 8 até 10 também foram citados por Abinádi, no final de seu discurso ao rei Noé e seus sacerdotes.[62] Néfi citou e explicou o versículo 10, descrevendo o tempo em que seria cumprido nos últimos dias, quando Israel fosse reunida.[63]

O versículo 10 foi parafraseado em Doutrina e Convênios:

“Pois ele desnudará o santo braço aos olhos de todas as nações e todos os confins da Terra verão a salvação de seu Deus.
“Portanto preparai-vos, preparai-vos, ó meu povo; santificai-vos; reuni-vos, ó povo da minha igreja, na terra de Sião …”.[64]

O papel do povo do Senhor nestes acontecimentos preditos é explicado aqui—para tornar-se um povo santificado preparado para receber os dispersos de Israel, quem o Senhor juntaria dentre todas as nações da Terra.

No versículo 11, o Senhor—através de Seus servos nos últimos dias—adverte aos dispersos de Israel a que se retirem do meio dos iníquos: “Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda; saí do meio dela, purificai-vos, os que levais os vasos do Senhor”. O Senhor, no Livro de Mórmon, apresenta: “E então um grito soará: Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis em coisa imunda; saí do meio dela ”.[65] “Não toqueis coisa imunda” significa evitar o pecado, aqui, metaforicamente, relacionado às provisões nos termos da Lei de Moisés de evitar tocar o cadáver do animal que não era aprovado para ser usado como alimento.[66]

O Senhor reitera este mandamento em Doutrina e Convênios: “Deixai Babilônia. Sede puros, vós que portais os vasos do Senhor”.[67] Isaías quis dizer, “Deixai Babilônia”, é esclarecido—aqueles a serem reunidos sairão da Babilônia, ou seja, do meio dos iníquos. Eles que portam os vasos do Senhor referem-se aos antigos levitas, cuja responsabilidade era de administrar ritos do templo sob a autoridade do sacerdócio—inclusive levar os vasos sagrados[68] de ouro e bronze—e seus equivalentes modernos, que cuidam dos assuntos eclesiásticos pelo poder do sacerdócio. O Senhor admoesta-os a serem puros, ou seja, a evitarem o pecado.

N. Eldon Tanner não deixou nenhuma dúvida acerca do significado intencionado desta passagem:

“Para que a posição da Igreja a respeito da moralidade seja compreendida, declaramos firme e irrevogavelmente que esta não é uma peça de roupa desgastada, desbotada, antiquada e surrada. Deus é o mesmo ontem, hoje e para sempre, e Seus convênios e doutrinas não mudam: Virtudes antigas são apoiadas pela Igreja, não porque são antigas, mas porque ao longo dos anos elas se provaram corretas.
“… Nossas palavras finais se encontram nas pronunciadas pelo profeta Isaías: ‘Sede puros, vós que portais os vasos do Senhor’”.[69]

Os versículos 8 até 11 contêm um quiasma:

A: (8) Então suas sentinelas alçarão a voz e juntamente cantarão;
B: porque verão olho a olho, (quando o Senhor fizer Sião voltar.)
C: (9) Aí, rejubilar-se-ãoCantai juntamente, lugares desolados de Jerusalém;
D: porque o Pai consolou o seu povo, remiu a Jerusalém!
D: (10) O Pai desnudou seu santo braço perante os olhos de todas as nações;
C: e todos os confins da Terra
B: verão a salvação do Pai; e o Pai e eu somos um
A: (11) E então um grito soará: Retirai-vos, retirai-vos ….

Este quiasma funciona bem tanto na versão de João Ferreira de Almeida quanto na versão de 3 Néfi, mas a frase adicional “e então um grito soará” no começo do versículo 11 provê uma equivalência adicional, ainda que o versículo 11 não siga o versículo 10 na apresentação do Senhor aos nefitas. “Então suas sentinelas alçarão a voz” é equivalente à oração “e então um grito soará”; as sentinelas—ou autoridades eclesiásticas—são os que alçarão as vozes. “Porque verão olho a olho” combina-se com “verão a salvação do Pai; o significado de “verão olho a olho” é que todos “verão a salvação do Pai”, não deixando espaço para a discordância quanto aos pontos doutrinais. “Aí, rejubilar-se-ão—Cantai juntamente, lugares desolados de Jerusalém” complementa “todos os confins da Terra”, indicando que o cântico dos lugares desolados de Jerusalém espalhar-se-á pelos confins da Terra. “O Pai consolou o seu povo, remiu a Jerusalém!” é equivalente à frase “O Pai desnudou seu santo braço perante os olhos de todas as nações”, o qual forma o enfoque deste quiasma. As sentinelas de Sião estão alçando suas vozes para advertir ao povo para que se purifiquem dos seus pecado. Então a salvação do Pai seria manifestada, fazendo o povo de Sião—e eventualmente toda a Terra—rejubilar-se.

O versículo 12 descreve a coligação de Israel: “Porque vós não saireis apressadamente, nem ireis fugindo; porque o Senhor irá diante de vós, e o Deus de Israel será a vossa retaguarda”. Em contraste com os israelitas fugindo às pressas na época que foram livrados do Egito,[70] na coligação nos últimos dias não sairão apressadamente, nem sairão fugindo, o Senhor irá diante deles e será sua retaguarda, bem como o fez com o antiga Israel.[71]

O Senhor instruiu Seus discípulos dos últimos dias usando semelhantes palavras:

“Saí dentre as nações, sim, de Babilônia, do meio da iniquidade, que é a Babilônia espiritual.
“Mas em verdade assim diz o Senhor: Que vossa fuga não seja às pressas, mas que se preparem todas as coisas com antecedência; e o que for não olhe para trás, para que não lhe sobrevenha uma destruição repentina”.[72]

O Senhor promete proteção aos Seus discípulos dos últimos dias: “Eis que eu irei adiante de vós e serei vossa retaguarda; e estarei no meio de vós e não sereis confundidos”.[73]

Os versículos 11 e 12 contêm um quiasma:

A: (11) “E então um grito soará: Retirai-vos, retirai-vos,
B: saí daí,
C: não toqueis coisa imunda;
D: saí do meio dela,
C: purificai-vos, os que levais os vasos do Senhor.
B: (12) Porque vós não saireis apressadamente,
A: nem ireis fugindo; porque o Senhor irá diante de vós, e o Deus de Israel será a vossa retaguarda.

“Retirai-vos, retirai-vos” é complementado por “nem ireis fugindo; porque o Senhor irá diante de vós”; o segundo elemento fornece informações essenciais em como retirar-se. “Saí daí” complementa “porque vós não saireis apressadamente”, reforçando a mensagem do primeiro par de elementos combinados. “Não toqueis coisa imunda” é o mesmo que “purificai-vos, os que levais os vasos do Senhor”. Como devem purificar-se? A resposta de Isaías é dada quiasmaticamente: ao não tocar coisa imunda, ou cometer pecados. Retirar-se da Babilônia espiritual, ou resistir tentações, é a melhor maneira de evitar enredar-se no pecado.

Os versículos 13 até 15 contém os primeiros três versículos de um salmo de servo, o qual também inclui os doze versículos do capítulo 53. Este salmo de servo é o último de quatro salmos reconhecidos na obra de Isaías.[74] Em um salmo de servo, características de um servo do Senhor são apresentadas em forma de um salmo ou cântico. Como apresentado por Isaías nos quatro salmos de servo, Cristo é o melhor exemplo de um servo, fielmente servindo Seu Pai e obedecendo-Lhe em todas as coisas.[75] Vários profetas, inclusive Isaías,[76] também preencheram os critérios de um servo do Senhor.[77] Outros que apresentam qualidades como as de Cristo como servo incluem Joseph Smith, o profeta da restauração;[78] os santos dos últimos dias,[79] a casa de Israel quando digna;[80] e possivelmente outros. Neste salmo de servo, Isaías simultaneamente descreve o Senhor Jesus Cristo, o Profeta Joseph Smith e possivelmente a si mesmo, como servos.

Os versículos 13 até 15 descreve o reinado Milenar do Senhor Jesus Cristo, pronunciado por Deus, o Pai, que se referiu ao Seu Filho como “meu servo”, porque Ele serviu o Pai fiel e obedientemente em todas as coisas.[81] O versículo 13 começa: “Eis que o meu servo procederá com prudência; será exaltado, e elevado, e mui sublime”. Este versículo é apresentado da mesma forma no Livro de Mórmon pelo Senhor.[82] O servo é o Messias, que procederá com prudência e será exaltado.[83] Outra interpretação é que o servo é Joseph Smith, o grande profeta e vidente da Restauração, que “com exceção apenas de Jesus, fez mais pela salvação dos homens neste mundo do que qualquer outro homem que jamais viveu nele”.[84]

O versículo 14 continua: “Como pasmaram muitos à vista dele, pois o seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua figura mais do que a dos outros filhos dos homens”.

Por que o rosto do Senhor estaria desfigurado em Sua Segunda Vinda? O propósito de Isaías é de fazer um contraste literário—contrastando a agonia espiritual e emocional que o Senhor sofreu no Jardim do Getsêmani[85] com a alegria e glória de Sua Segunda Vinda, para aprofundar nosso entendimento de ambos acontecimentos. O contraste faz-nos lembrar o grande amor que o Senhor tem por cada um de nós, “… [que] proporciona aos homens meios para que tenham fé para o arrependimento”.[86] O sentido que Isaías dá é mais figurativo que literal, com a desfiguração física representando a intensa e insuportável angústia espiritual e emocional do Senhor—sofrendo mais intensamente do que é possível para qualquer ser humano sofrer[87]—quando Ele sofreu pelos pecados de todos que já viveram e que viveriam, que se arrependessem de seus pecados.

Quão inesquecíveis devem ter sido as cenas daquela noite no Jardim do Getsêmani para os Seus apóstolos—o rosto de seu amado Mestre inexplicavelmente contraído com dores insuportáveis, manchado com sangue e lágrimas, e Seu manto encharcado de sangue e suor!

Seguindo o significado encoberto apresentado por Isaías, o profeta Joseph Smith suportou grandes perseguições durante toda sua vida adulta—muitas vezes sendo encarcerado sob acusações falsas, maltratado, atacado selvagemente, coberto com alcatrão e penas, e finalmente martirizado.[88] Em uma ocasião, um dos agressores cortou o rosto do profeta com as unhas, depois disto Joseph passou a pentear seu cabelo para frente sobre sua testa, a fim de cobrir as cicatrizes.[89] Semelhantemente, o profeta Isaías suportou grandes perseguições e dificuldades.[90]

O versículo 15 conclui: “Assim borrifará muitas nações, e os reis fecharão as suas bocas por causa dele; porque aquilo que não lhes foi anunciado verão, e aquilo que eles não ouviram entenderão”. Este versículo é apresentado quase da mesma maneira no Livro de Mórmon pelo Senhor.[91] A palavra hebraica nazah, traduzida como “borrifará”, tem dois significados—“respingar” ou “salpicar”, como foi apresentada pelos tradutores da versão da Bíblia de João Ferreira de Almeida —ou “pasmar” ou “assombrar”.[92] Visto que esta frase é equivalente, quiasmaticamente, na primeira parte do versículo 14, “Como pasmaram muitos à vista dele”, a segunda definição, “pasmar” ou “assombrar”, é mais válida: o Senhor assombraria muitas nações com Sua aparência e com as coisas que falaria. A Tradução de Joseph Smith apresenta como “recolher”.[93]

O versículo 15 foi citado por Paulo no Novo Testamento: “Antes, como está escrito: Aqueles a quem não foi anunciado, o verão, E os que não ouviram o entenderão”.[94]

Em Doutrina e Convênios o Senhor descreve estes mesmos acontecimentos, esclarecendo o significado:

“Pois quando o Senhor aparecer, será tão terrível para eles que serão tomados de temor e permanecerão afastados e estremecerão.
“E todas as nações temerão por causa do terror do Senhor e do poder de sua força …”.[95]

O Senhor ressuscitado, ao falar aos nefitas, deu uma maior explicação, revelando os diferentes significados intencionados por Isaías. Ele descreve o profeta da restauração nos últimos dias sendo desfigurado, e logo curado:

“E quando esse dia chegar, acontecerá que reis fecharão a boca, pois verão o que não lhes fora contado e considerarão o que não tinham ouvido.
“Porque naquele dia, por amor a mim, fará o Pai uma obra que será grande e maravilhosa no meio deles; e haverá entre eles quem nela não creia, embora um homem lha declare.
“Mas eis que a vida do meu servo [o profeta] estará em minha mão; portanto não lhe farão mal, ainda que seja desfigurado por causa deles. Não obstante, curá-lo-ei, pois mostrar-lhes-ei que minha sabedoria é maior que a astúcia do diabo.
“Portanto acontecerá que todo aquele que não crer em minhas palavras—eu que sou Jesus Cristo—as quais o Pai fará com que ele [o profeta] leve aos gentios e dar-lhe-á poder para levá-las aos gentios (o que será feito segundo o que disse Moisés), será afastado do seio de meu povo, que é do convênio”.[96]

Os versículos 14 e 15 contêm um quiasma:

A: (14) Como pasmaram muitos à vista dele,
B: pois o seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer,
B: e a sua figura mais do que a dos outros filhos dos homens.
A: (15) Assim borrifará muitas nações ….

“Como pasmaram muitos à vista dele” complementa “Assim borrifará (assombrará) muitas nações”. Este relacionamento restringe a escolha de significado para a palavra hebraica apresentada como “borrifará”.

Depois de Sua apresentação do versículo 15 aos nefitas, o Senhor deu um versículo adicional para explicação:

“Em verdade, em verdade vos digo que todas essas coisas seguramente hão de acontecer, assim como o Pai me ordenou. Então este convênio que o Pai fez com seu povo será cumprido; e então Jerusalém será novamente habitada por meu povo e será a terra de sua herança”.[97]

O cumprimento das profecias de Isaías nos últimos dias culminar-se-á na restauração de Israel e na Segunda Vinda do Senhor Jesus Cristo.
NOTAS

[1]. Isaías 48 e 49 são citados em 1 Néfi 20 e 21; Isaías 50 e 51 são citados em 2 Néfi 7 e 8; Isaías 52:1-2 é citado em 2 Néfi 8:24-25; Isaías 52:1-3 é citado em 3 Néfi 20:36-38; Isaías 52:6-7 é citado em 3 Néfi 20:39-40; Isaías 52:7-10 é citado em Mosias 12:21-24; Isaías 52:8-10 é citado em 3 Néfi 20:32-35; Isaías 52:11-15 é citado em 3 Néfi 20:41-45; Isaías 53 é citado em Mosias 14; e Isaías 54 é citado em 3 Néfi 22.
[2]. 2 Néfi 8:24-25.
[3]. Mosias 12:21-24.
[4]. A primeira visita do Senhor está registrada em 3 Néfi capítulos 11 até 18.
[5]. A segunda visita do Senhor está registrada em 3 Néfi 16:17-20.
[6]. 3 Néfi capítulos 19 até 26.
[7]. 3 Néfi 20:32-35.
[8]. 3 Néfi 20:36-38.
[9]. 3 Néfi 20:39-40.
[10]. 3 Néfi 20:41-45.
[11]. 3 Néfi 20:46.
[12]. 3 Néfi 20:36.
[13]. Morôni 10:31.
[14]. Dicionário Bíblico—Circuncisão.
[15]. Ver Atos 15:1-31.
[16]. Ver Isaías 3:16; 49:14; 51:3, 11; 60:14; 61:3; 66:8.
[17]. Doutrina e Convênios 113:7-8.
[18]. Ver Isaías 35:1-2, 6-10 e comentário pertinente.
[19]. Ver Regras de Fé 10.
[20]. D&C 82:14.
[21]. A Bíblia Sagrada, Traduzida por João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Corrigida, Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.
[22]. Isaías usa “a filha de Sião” como sinônimo para “Jerusalém” em diversas partes da sua obra. Ver Isaías 1:8; 10:32; 16:1; 37:22; 62:11.
[23]. 3 Néfi 20:37.
[24]. 2 Néfi 8:25.
[25]. Ver 2 Reis 19:21, 31; Salmos 9:14; 51:18; Isaías 10:32; 16:1; 37:22; 62:11.
[26]. D&C. 113:9-10.
[27]. 3 Néfi 20:38.
[28]. Ver Gênesis 25:29-34.
[29]. Isaías 50:1.
[30]. F. Brown, S. Driver, e C. Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon [Léxico Hebraico e Inglês de Brown-Driver-Briggs]: Hendrickson Publishers, Peabody, MA, 01961-3473, 1996, Número de Strong 3069, p. 217.
[31]. Os versículos 3 até 5 contém um quiasma: Diz o Senhor/Por nada fostes vendidos/diz o Senhor DEUS/Egito//Assíria/diz o Senhor/o meu povo foi tomado sem nenhuma razão/diz o Senhor.
[32]. Donald W. Parry, Jay A. Parry e Tina M. Peterson, Understanding Isaiah [Compreendendo Isaías]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1998, p. 464.
[33]. Romanos 2:24.
[34]. D&C 112:24-26.
[35]. Tim Korte, “Tornado tears through downtown Salt Lake; at least one dead, 100 injured [Tornado passa pelo centro de Salt Lake City, deixando pelo menos um morto e 100 feridos]:” Associated Press, 11 de Agosto de 1999.
[36]. 3 Néfi 20:39.
[37]. Ver João 1:1-5; Éter 3:6-16; Êxodo 3:14.
[38]. Compare Mosias 12:21-24.
[39]. 3 Néfi 20:32-35, 40.
[40]. 3 Néfi 20:40.
[41]. Ver Isaías 2:2, 14 e 2 Néfi 12:2, 14; Isaías 11:9; 13:2, 4; 30:25 e comentário pertinente.
[42]. Ver Isaías 61:1 e comentário pertinente.
[43]. Ver Isaías 1:8 e comentário pertinente. Ver também Salmos 102:13, 16; 129:5; 132:13; Isaías 1:27; 2:3; 4:5; 14:32; 24:23; 28:16; 31:9; 35:10; 46:13; 51:16; 52:8; 59:20.
[44]. 1 Samuel 2:9.
[45]. Romanos 10:15.
[46]. Mosias 15:14-18.
[47]. Ver 3 Néfi 11:8-11; 15:16-19.
[48]. Ver 3 Néfi 16:1-3.
[49]. Ver 1 Néfi 13:37.
[50]. D&C 124:60, nota de rodapé 60a.
[51]. 3 Néfi 20:30-31.
[52]. 3 Néfi 20:32.
[53]. Ver Isaías 21:6; 56:10; 62:6 e comentário pertinente.
[54]. Ver Isaías 1:8 e comentário pertinente. Ver também Salmos 102:13, 16; 129:5; 132:13; Isaías 1:27; 2:3; 4:5; 14:32; 24:23; 28:16; 31:9; 35:10; 46:13; 51:16; 52:7; 59:20.
[55]. D&C 84:97-98.
[56]. 3 Néfi 20:33.
[57]. 3 Néfi 20:34.
[58]. Ver João 8:28-29.
[59]. 3 Néfi 20:35.
[60]. Ver Isaías 42:10; 43:6; 45:22.
[61]. Parry et al., 1998, p. 466.
[62]. Mosias 15:29-31.
[63]. Ver 1 Néfi 22:10-11.
[64]. D&C 133:3-4.
[65]. 3 Néfi 20:41.
[66]. Ver Levítico 5:2; 7:21; 11:8, 31.
[67]. D& C 133:5; Ver também D&C 38:42.
[68]. Ver Êxodo 25:39; 27:3, 19; 30:27-28; 35:13, 16; 37:16.
[69]. N. Eldon Tanner, “The Purpose of Conferences” [“O Propósito das Conferências”], Ensign, Nov. 1976, p. 80.
[70]. Ver Êxodo 12:11.
[71]. Ver Êxodo 13:21-22; 14:19-20.
[72]. D&C 133:14-15.
[73]. D&C 49:27.
[74]. Victor L. Ludlow, Isaiah: Prophet, Seer, and Poet [Isaías: Profeta, Vidente e Poeta]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1982, p. 358-360. Os quatro salmos de servo estão em Isaías 42:1-4, 49:1-6; 50:4-9 e 52:13 até 53:12.
[75]. Ver João 6:38.
[76]. Ver Isaías 49:5; Amós 3:7; Apocalipse 10:7.
[77]. Ludlow, 1982, p. 358-360.
[78]. Ver D&C 1:17, 29; 19:13; 28:2; 35:17-18.
[79]. Ver D&C 1:6; 42:63; 44:1; 68:5-6; 133:30, 32.
[80]. Ver Isaías 41:8-10 e comentário pertinente.
[81]. Ver Isaías 42:1 e comentário pertinente.
[82]. 3 Néfi 20:43.
[83]. Bruce R. McConkie, Ten keys to Understanding Isaiah [Dez Chaves para Compreender Isaías]: Ensign, Oct. 1973, p. 78.
[84]. D&C 135:3.
[85]. Ver D&C 19:15; Lucas 22:41-44; Mateus 26:36-39.
[86]. Alma 34:15.
[87]. Ver James E. Talmage, Jesus the Christ [Jesus o Cristo]: Deseret Book Co., Salt Lake City, UT 1915, p. 613.
[88]. D&C 135:1.
[89]. “History of Lucas S. Johnson” (Manuscript) [“História de Lucas S. Johnson” ( manuscrito)] , v. 27, p. 835.
[90]. Ludlow, 1982, p. 2.
[91]. 3 Néfi 20:45.
[92]. Brown et al., 1996, Número de Strong 5137, p. 633.
[93]. Isaías 52:15, nota de rodapé 15a.
[94]. Romanos 15:21.
[95]. D&C 45:74-75.
[96]. 3 Néfi 21:8-11.
[97]. 3 Néfi 20:46.

INTRODUÇÃO 3: Recursos Literários Usados Por Isaías

Para ver os comentários de cada capítulo de Isaías, bem como cada introdução, desça até encontrar, à direita, uma lista de todos os capítulos sob a seção “Categorias”. Clique no capítulo que deseja ler. ===>

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As palavras de Isaías são poéticas porque são belas. Sua eloquência, sua habilidade de incorporar tantos significados em poucas palavras, e o uso extensivo de recursos literários e estruturais para alcançar os seus propósitos literários revelam uma perícia literária que requereriam muitos anos para desenvolver. Na verdade, o nível de perícia literária de Isaías é inalcançável exceto por poucos que já viveram sobre a Terra.

O que é poesia? Poesia não é simplesmente uma forma literária caracterizada por ritmo e rima, é uma forma artística complexa na qual beleza é um objetivo importante intencionado pelo escritor. Toda arte, seja música, pintura, dança, desenho, escultura, drama, poesia e prosa, tem elementos em comum que consideramos beleza. Estes elementos incluem ritmo, cores, humor, variedade dentro da unidade, padrão, repetição, contraste e movimento ou ação, os quais influenciam emoções humanas. As escrituras de Isaías são poesias e são belas porque elas causam um profundo impacto emocional, dado aos leitores através do uso perito desses elementos.

Surpreendentemente, os ritmos e padrões de Isaías são de ideias, ao invés de sons das palavras ou rimas. Portanto, sua expressão poética geralmente não se perde quando traduzida; a beleza das palavras de Isaías está presente em qualquer língua.

O aspecto espiritual das palavras de Isaías é perfeitamente unido com sua extraordinária expressão artística. O impacto emocional transmitido pela sua perícia artística é amplificado por sua percepção espiritual inabalável e discernimento profético do passado, presente e futuro. O leitor, quando guiado pelo Espírito Santo, compreende coisas espiritualmente como também responde emocionalmente. Assim, a pura luz da revelação é manifesta nas palavras de Isaías de uma forma extraordinária.

As chaves dadas por Bruce R. McConkie para compreender as palavras de Isaías,[1] apresentadas no capítulo anterior, são as mesmas usadas por Néfi no Livro de Mórmon. O resultado é uma interpretação geral, descrevendo claramente os significados das palavras de Isaías, porém não interpretando palavra-por-palavra nem sentença-por-sentença. A oitava chave apresentada por McConkie, “Aprenda a maneira de profetizar usada entre os Judeus no tempo de Isaías”, tem sido um obstáculo para os Santos dos Últimos Dias por gerações.  A falta de conhecimento faz com que os leitores pulem a parte de Isaías do Livro de Mórmon—tão rica em beleza e significados! Néfi explicou suas razões:

“Agora eu, Néfi, digo algo sobre as palavras que escrevi, que foram proferidas pela boca de Isaías. Pois eis que Isaías disse muitas coisas que, para muitos de meu povo, eram de difícil compreensão; porque não conhecem o modo de profetizar dos judeus.
“Porque eu, Néfi, não lhes ensinei muitas coisas sobre os costumes dos judeus; porque suas obras eram obras de trevas e seus feitos eram abominações.”[2]

Não precisamos temer que ao aprender tais métodos seremos levados às mesmas abominações dos Judeus antigos; ao contrário, os Judeus que Néfi se referiu não tinha o espírito de profecia, talvez mais automaticamente, eles se concentravam nos aspectos mecânicos das palavras de Isaías. Néfi já foi ao outro extremo, se concentrando no contexto espiritual e ignorando o mecânico. Podemos evitar esta dificuldade enfrentada pelos Judeus antigos aplicando as dez chaves apresentadas por McConkie, especialmente a nona: “Tenha o espírito de profecia”.

Na época que McConkie escreveu seu livro não havia muita informação ou orientação disponível sobre a maneira de profetizar entre os Judeus. Quinze anos depois, em 1988, um trabalho seminal por Avraham Gileadi apresentou chaves interpretativas muito úteis.[3]

De acordo com Gileadi, a maneira de aprender entre os Judeus não mudou desde o tempo dos profetas. Nas escolas rabínicas de hoje,

“Os Judeus dependem de recursos interpretativos como símbolos e figuras, linguagem alegórica, padrão literário, estruturas básicas, paralelismos, significado duplo, palavras chaves, codinomes, e outros instrumentos mecânicos…. Sua abordagem é completamente mecânica. Em seus enormes livros, um pequeno quadrado no centro de cada página contém o versículo ou passagem que está sendo estudado…. Lembro levando um mês inteiro da minha vida na escola rabínica discutindo só um versículo, explorando-o por todos os ângulos…. Os Judeus, exclusivamente, usam este método.”[4]

Mesmo as análises simples apresentadas neste comentário se diferem grandemente da abordagem dogmática predominante nas religiões de hoje, onde a passagem tem somente uma interpretação que é aceita. Uma abordagem superficial dogmática elimina a possibilidade de vários níveis de interpretações intencionadas, o que é uma característica importante nas escrituras de Isaías.

Gileadi apresenta uma variedade de recursos literários usados por Isaías, alguns dos mais usados estão resumidos aqui.[5]

Formas de Linguagem

Isaías utiliza muitos pequenos padrões literário, chamados por Gileadi[6] de “formas de linguagem”. Incluindo os seguintes:

Litígio.—Uma só passagem que pode incluir vários versículos de escrituras na qual o Senhor acusa Israel como se estivera numa corte. A sentença é geralmente condicional, concedendo um período de tempo para um possível arrependimento.

Discurso por um Mensageiro.—Aqui o profeta funciona como emissário do Senhor. Ele transmite a mensagem do Senhor para o povo ou seu rei, descrevendo como ele foi chamado e enviado pelo Senhor, apresenta uma lista de pecados cometidos pelo povo e anuncia o subsequente castigo.

Oráculo de Pesar.—Uma série de maldições que o Senhor profere sobre Israel por haver quebrado o convênio. Tomando um formato específico, estes sempre incluem citações de específicas transgressões, estabelecendo, assim, causa e consequências.

Lamento Profético.—Lamentando uma calamidade ou uma desgraça, um lamento profético começa com a palavra “Como” e expressa o pesar pelo estado decaído do povo.

Sermão Sacerdotal.—o profeta assume o papel de sacerdote ou mestre explicando doutrinas, instando o arrependimento e exortando o povo a seguir o caminho correto.

Parábolas.—Uma história na qual uma coisa é comparada à outra alegoricamente, para retratar uma sequência de causas e consequências.

Cânticos da Salvação.—Israel, ou seu porta-voz profético, canta louvores ao Senhor reconhecendo Sua intervenção que resultou em seu resgate.

Metáforas

Gileadi[7] mostra que Isaías usa “mar” e “rio” como metáforas para o rei da Assíria e seus exércitos invasores. O rei da Assíria representa poderes do mal e caos em qualquer tempo e lugar da história humana.

Há vários outros termos metafóricos usados por Isaías que, se soubermos que são metáforas, enriquecerão a nossa compreensão. Considere a seguinte passagem em Isaías 30, que contém várias metáforas: “E em todo o monte alto, e em todo o outeiro levantado, haverá ribeiros e correntes de águas, no dia da grande matança, quando caírem as torres”.[8]

“Água”, como se usa aqui, é uma metáfora que significa inspiração e bênçãos dos céus,[9] enquanto que “monte” e “outeiro” são metáforas que significam nações da Terra, tanto grande quanto pequena.[10]  Esta profecia foi em parte cumprida com a grande matança de milhares de pessoas que morreram em um dia, quando as Torres Gêmeas do Centro Mundial de Comércio em Nova Iorque caíram sobre ataque terrorista no dia 11 de setembro de 2011. De alguma maneira, este acontecimento terrível dará lugar para que as bênçãos e inspirações dos céus se tornarem disponíveis para muitas nações da Terra.[11]

O próximo versículo descreve, usando uma metáfora diferente, uma abundância de inspiração e revelação de Deus que se tornaria disponível para as nações da Terra naquele dia: “E a luz da lua será como a luz do sol, e a luz do sol sete vezes maior, como a luz de sete dias…”.[12] A luz da lua e do sol, ampliada como foi descrita, é uma metáfora muito conhecida que significa inspiração e revelação.

A primeira parte deste versículo é equivalente quiasmaticamente à primeira parte do versículo anterior, de modo que o significado idêntico das duas metáforas seja claro. Além disso, o enfoque da estrutura dos dois versículos é “no dia da grande matança, quando caírem as torres”. O significado é que este traumatizante, catastrófico acontecimento e o subsequente conflito é o ponto culminante para o surgimento das maiores inspirações e bênçãos espirituais que serão derramadas sobre as nações da Terra. Mais a respeito de quiasmas e outras estruturas poéticas serão apresentadas em maiores detalhes no próximo capítulo introdutório.

A frase final do versículo é “…no dia em que o Senhor ligar a quebradura do seu povo, e curar a chaga da sua ferida”.[13] Isto significa que a grande orientação e inspiração descritas resultarão numa cura para a aflição do povo e conforto para os que sofreram grande perda.

O Hebraico

Como em outras línguas, é difícil traduzir do Hebraico e transmitir com precisão a mesma coisa. Isto acontece especialmente em casos de palavras com definições duplas. Gileadi[14] cita caso do chamado profético de Isaías, descrito em Isaías 6:

“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e a cauda do seu manto enchia o templo.
“Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam.”[15]

Gileadi explica:

“Em Hebraico, a palavra serafim literalmente significa ‘um ser ardente ou abrasador…’.  O uso de ‘ser ardente’ por Isaías para descrever anjos que rodeiam o Senhor, ao invés de usar o termo comum para anjos (‘mensageiros’) enfatizam a natureza da visão de Isaías—aqui os anjos não servem como mensageiros, mas exemplificam um estado de purificação.”

Cada serafim possui seis asas. O termo “asas” em hebraico…também significa “véus”.

Assim traduz Gileadi: “Com duas podiam ocultar sua presença, com duas esconder sua localização, e com as outras duas voarem”.  Então, ao invés de descreverem características físicas, estas descrições são das capacidades ou qualidades dos serafins. Um conhecimento do Hebraico auxilia grandemente na compreensão do significado desta passagem.

Uma fonte valiosa de significados hebraicos se encontra nas notas de rodapé da edição SUD da Bíblia Sagrada em Inglês (1979 versão de King James) e também em Espanhol (2009 versão Reina-Valera), publicadas pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Esses significados nos fornecem mais discernimentos e mostram onde essas traduções modernas diferenciam do original em hebraico. E ainda, os léxicos estão disponíveis para auxiliarem na compreensão mais precisa de palavras específicas baseando-se nos seus significados e contexto hebraicos.[16]

Símbolos

Ao admoestar os nefitas para que buscassem diligentemente as palavras de Isaías, o ressuscitado Senhor Jesus Cristo disse “…grandes são as palavras de Isaías. Porque ele certamente falou sobre todas as coisas relativas a meu povo, que é da casa de Israel; portanto é preciso que ele fale também aos gentios. E todas as coisas que ele disse foram e serão cumpridas de acordo com as palavras que ele disse” (ênfases adicionadas).[17]

Como que algo dito por Isaías possa se referir eficazmente ao future e ao presente ao mesmo tempo? Simplesmente falando, Isaías usa eventos antigos como modelos ou símbolos do que acontecerá. Gileadi[18] relata que mais de 30 acontecimentos aparecem no livro de Isaías, os quais estabelecem um precedente antigo e anunciam uma série de acontecimentos para os últimos dias. Isaías não era um historiador; ele nunca mencionou a dispersão das Dez Tribos, o que foi um evento histórico de suma importância que aconteceu em seu tempo, apesar de haver profetizado que este evento iria acontecer. Portanto, referências a acontecimentos históricos não são com propósitos simplesmente históricos. Suas profecias englobam o passado, presente e future, com cumprimento recorrente em diferente dispensação. Assíria e Egito, as superpotências dos tempos de Isaías, são codinomes para superpotências semelhantes nos últimos dias. Nossa dificuldade e desafio são o de reconhecer os atores de hoje no palco de Isaías.

 Significados Múltiplos de Palavras

Algumas das palavras chaves usadas nas escrituras têm diferentes significados. Ao entender qual significado está implícito numa determinada passagem nos levará a entender o significado intencionado pelo autor. Quando múltiplos significados são intencionados, cada um representa uma distinta camada de significado para a passagem.  Por exemplo, a palavra hebraica “Sião” significa, literalmente, “lugar seco”.[19] Durante a época de Davi era o nome de um forte perto de Jerusalém;[20] a Arca do Convênio foi trazida de lá para o templo em Jerusalém por Salomão.[21] O monte onde fica o templo em Jerusalém era conhecido também como Monte de Sião,[22] enquanto que Sião, ou filha de Sião, é usado por muitos escritores bíblicos como um sinônimo poético para Jerusalém.[23] Sião também se refere a coligação espiritual nos últimos dias— a restauração da plenitude do evangelho e estabelecimento de um povo que iria respeitar seus princípios.[24] Sião, então, é um grupo dos justos—os puros de coração—vivendo em paz e harmonia, independentemente de onde se encontrem.[25] Em algumas passagens espirituais Sião tem duplo significados—a coligação espiritual dos últimos dias, como também funciona como um sinônimo para a antiga ou Jerusalém dos últimos dias, o lugar para a coligação física.[26] Jerusalém é designada como um lugar de coligação das tribos de Israel retornadas, seja no local original de Jerusalém ou em outro lugar.[27] Uma “Nova Jerusalém” para a coligação de certas das tribos perdidas seria estabelecida no continente Americano.[28]

Considere esta afirmação de Isaías “porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor”.[29] “Sião” neste caso significa o povo ou um lugar que seria estabelecido nos últimos dias para a coligação espiritual do povo do convênio do Senhor.[30] Se “Jerusalém” for considerada a cidade antiga, o significado da passagem é que, tal como a antiga Jerusalém, haveria profetas na Sião moderna de onde a palavra do Senhor sairia. Se, por outro lado “Jerusalém” for considerada a coligação moderna dos descendentes justos de Israel, a passagem significa que haveria dois lugares de onde a palavra inspirada do Senhor emanaria pelo mundo inteiro, tanto de Jerusalém como de Sião.  É possível que Isaías intencionou ambos significados.

Sinônimos para Jesus Cristo

Isaías usa diversos sinônimos para o Senhor Jesus Cristo. Cada um tem seu propósito específico, enfatizando um aspecto específico da missão ou papel do Senhor. A incapacidade de reconhecer os títulos do Senhor pode causar má interpretação do significado das palavras de Isaías. Quarenta e três títulos são estudados neste comentário.[31] Eles são, em ordem alfabética: A Rocha de Israel;[32]  Conselheiro;[33] Criador;[34] Criador de Israel;[35] Criador dos fins da terra;[36] Deus de toda a terra;[37] Deus da tua salvação;[38] Deus da verdade;[39] Deus de Davi;[40] Deus de Israel;[41] Deus de Jacó;[42] Deus Forte;[43] Deus, o Senhor;[44] Emanuel;[45] eterno Deus;[46] Excelso;[47] Maravilhoso;[48] o Alto;[49] o Deus vivo;[50] o eterno Deus;[51] o Forte de Israel;[52] o Forte de Jacó;[53] o primeiro…o último;[54] o Rei;[55] o Rei de Jacó;[56] o Sublime;[57] o teu Redentor;[58] o teu Salvador;[59] Pai da Eternidade;[60] Poderoso de Jacó;[61] Príncipe da Paz;[62] Redentor;[63] Redentor de Israel;[64] Rei de Israel;[65] Rei de Jacó;[66] Salvador;[67] Santo;[68] Santo de Israel;[69] Santo de Jacó;[70] Senhor Deus;[71] Senhor Deus de Israel;[72] Senhor Deus dos Exércitos;[73] Senhor Deus nosso;[74] Senhor dos Exércitos;[75] Senhor teu Deus;[76] seu Santo;[77] Siloé;[78] tronco de Jessé;[79] vosso Rei;[80] vosso Santo.[81]


Notas

[1]. Bruce R. McConkie, Ten keys to Understanding Isaiah [Dez Chavez para Compreender Isaías]: Ensign, Oct. 1973, p. 78.
[2]. 2 Néfi 25:1-2.
[3]. Avraham Gileadi, The Book of Isaiah: A new translation with interpretive keys from The Book of Mormon:[O Livro de Isaías: Uma nova tradução com chaves interpretativas do Livro de Mórmon] Deseret Book Company, P.O. Box 30178, Salt Lake City, Utah 84130, 1988, 250 p.
[4]. Gileadi, 1988, p. 4‑5.
[5]. Gileadi, 1988, p. 1-90.
[6]. Gileadi, 1988, p. 18-20.
[7]. Gileadi, 1988, p. 23.
[8]. Isaías 30:25.
[9]. Ver Isaías 12:3; 35:6-7; 55:11; 58:11.
[10]. Ver Isaías 2:2, 14 e 2 Néfi 12:2, 14; Isaías 11:9; 13:2, 4; 30:17, 25-26; 34:3 e comentário pertinente.
[11]. Ver Isaías 30:25 e comentário pertinente.
[12]. Isaías 30:26.
[13]. Isaías 30:26.
[14]. Gileadi, 1988, p. 35.
[15]. Isaías 6:1-2.
[16]. Ver F. Brown, S. Driver e C. Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon [O Léxico Hebraico e Inglês de Brown-Driver-Briggs]: Hendrickson Publishers, Peabody, MA, 01961-3473, 1996, 1185 p.
[17]. 3 Néfi 23:1‑3.
[18]. Gileadi, 1988, p. 69‑70.
[19]. Brown et al., 1996, Strong- Número 6726; p. 851.
[20]. Ver 2 Samuel 5:7; 2 Crônicas 5:2.
[21]. Ver 1 Reis 8:1.
[22]. Ver Salmos 9:11; 14:7; 74:2; 78:68-69; Isaías 4:3-4; 10:12, 32; 16:1; 18:7; 30:19; 31:4; 34:8; 37:22, 32; Doutrina e Convênios  133:18, 56.
[23]. Ver 2 Reis 19:21, 31; Salmos 9:14; 51:18; Isaías 1:8; 10:32; 16:1; 37:22; 52:2; 62:11; 64:10.
[24]. Ver Salmos 102:13, 16; 129:5; 132:13; Isaías 2:3; 4:5; 14:32; 46:13; 51:16; 52:7-8; 59:20.
[25]. Ver D. e C. 97:21.
[26]. Ver Isaías 1:27; 3:16-17; 4:3-4; 8:18; 10:12, 24; 12:6; 18:7; 24:23; 28:16; 29:8; 30:19; 31:4, 9; 33:5, 14, 20; 34: 8; 37:32; 40:9; 41:27; 49:14; 51:3, 11; 52:1; 60:14; 61:3; 66:8.
[27]. Ver Isaías 2:3; 4:3; 24:23; 27:13; 30:19; 31:5, 9; 33:20; 40:2, 9; 41:27; 52:1-2, 9; 62:6-7; 65:18-19; 66:10, 13, 20.
[28]. Ver 3 Néfi 20:22; Éter 13:3-6, 10; D. e C. 84:2-4; Apocalipse 3:12; 21:2; 3 Néfi 21:23-24; D. e C. 42:9, 35, 62, 67; 45:66; 133:56; Moisés 7:62; Regras de Fé 1:10.
[29]. Isaías 2:3.
[30]. Ver Salmos 102:13, 16; 129:5; 132:13; Isaías 4:5; 14:32; 46:13; 51:16; 52:7-8; 59:20.
[31]. Gary W. Hamon, Strathmore, Alberta, Canada; comunicação pessoal, 2003.
[32]. Isaías 30:29.
[33]. Isaías 9:6.
[34]. Isaías 17:7; 40:28; 45:9; 54:5.
[35]. Isaías 43:15.
[36]. Isaías 40:28.
[37]. Isaías 54:5.
[38]. Isaías 17:10.
[39]. Isaías 65:16.
[40]. Isaías 38:5.
[41]. Isaías 17:6; 21:10, 17; 24:15; 29:23; 37:16, 21; 41:17; 45:3, 15; 48:1, 2; 52:12.
[42]. Isaías 2:3.
[43]. Isaías 9:6; 10:21.
[44]. Isaías 40:28; 42:5.
[45]. Isaías 7:14; 8:8.
[46]. Isaías 40:28.
[47]. Isaías 12:4.
[48]. Isaías 9:6.
[49]. Isaías 57:15.
[50]. Isaías 37:4, 17.
[51]. Isaías 40:28.
[52]. Isaías 1:24.
[53]. Isaías 49:26.
[54]. Isaías 44:6; 48:12.
[55]. Isaías 6:5; 33:17, 22.
[56]. Isaías 41:21.
[57]. Isaías 57:15.
[58]. Isaías 41:14; 48:17; 49:26; 54:5, 8; 60:16.
[59]. Isaías 43:3; 49:26; 60:16.
[60]. Isaías 9:6.
[61]. Isaías 60:16.
[62]. Isaías 9:6.
[63]. Isaías 43:14; 44:16, 24; 47:4; 59:20; 63:16.
[64]. Isaías 49:7.
[65]. Isaías 44:6.
[66]. Isaías 41:21.
[67]. Isaías 45:15, 21; 63:8.
[68]. Isaías 5:16; 6:3; 10:17; 40:25; 43:15; 49:7; 57:15.
[69]. Isaías 1:4; 5:19, 24; 10:20; 12:6; 17:7; 29:19; 30:11, 12, 15; 31:1; 37:23; 41:14, 16, 20; 43:3, 14; 45:11; 47:4; 48:17; 49:7; 54:5; 55:5; 60:9, 14.
[70]. Isaías 29:23.
[71]. Isaías 7:7; 12:2; 25:8; 26:4, 13; 28:16; 30:15; 40:10; 48:16; 49:22; 50:4, 5, 7, 9; 52:4; 56:8; 61:1, 11; 65:13, 15.
[72]. Isaías 17:6; 21:17; 24:15; 37:21.
[73]. Isaías 3:15; 10:23, 24; 22:5, 12, 14, 15; 28:22.
[74]. Isaías 26:13.
[75]. Isaías 1:9, 24; 2:12; 3:1; 5:7, 9, 15, 24; 6:3, 5; 8:13, 18; 9:7, 19; 10:16, 26, 33; 13:4, 13; 14:22, 23, 24, 27; 17:3; 18:7; 19:4, 12, 16, 17, 18, 20, 25; 21:10; 22:14, 25; 23:9; 24:23; 25:6; 28:5, 29; 29:6; 31:4, 5; 37:16, 32; 39:5; 44:6; 45:13; 47:4; 48:2; 51:15; 54:5.
[76]. Isaías 7:10; 37:4; 41:13; 43:3; 48:17; 51:15; 55:5; 60:9.
[77]. Isaías 10:17; 49:7.
[78]. Isaías 8:6.
[79]. Isaías 11:1.
[80]. Isaías 43:15.
[81]. Isaías 43:15.

INTRODUÇÃO 2: Dicas Para Entender as Palavras de Isaías

Para ver os comentários de cada capítulo de Isaías, bem como cada introdução, desça até encontrar, à direita, uma lista de todos os capítulos sob a seção “Categorias”. Clique no capítulo que deseja ler. ===>

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As escrituras de Isaías contêm profecias e instruções que são de importâncias vitais para nós nos últimos dias. Porém, por causa do estilo artístico da escrita de Isaías muitas das informações estão escondidas. De todos os escritores que já existiram, Isaías é o mestre no estilo, forma poética, e no uso de meios literários para comunicar muito mais instruções e ideias proféticas do que estão aparentes à primeira vista.

Bruce R. McConkie apresenta dez pontos chaves para entender as escrituras de Isaías.[1] Eles são:

• Busque conhecimento sobre o Plano de Salvação e de como Deus lida com Seus filhos.
• Aprenda sobre a posição e destino da Casa de Israel no eterno plano do Senhor.
• Se familiarize com as doutrinas principais enfatizadas nas escrituras de Isaías.
• Use O Livro de Mórmon.
• Use as revelações dos últimos dias.
• Aprenda como o Novo Testamento interpreta Isaías.
• Estude Isaías no contexto do Velho Testamento.
• Aprenda a maneira de profetizar usada entre os Judeus nos tempos de Isaías.
• Tenha o Espírito de profecia.
• Devote-se ao estudo diligente e consciente.

Esses pontos chaves são elementos essenciais em qualquer estudo sério das escrituras de Isaías e são a base para este comentário. Alguns são mais fáceis do que outros para aplicar ou dominar, mas nenhum deve ser ignorado. Cada ponto chave é explicado brevemente nos parágrafos abaixo.

1. Busque Conhecimento Sobre o Plano de Salvação e de Como Deus Lida com Seus Filhos.

O propósito das escrituras de Isaías não foi o de explicar a doutrina de salvação. Ele escreveu para pessoas que presumidamente já entendiam muito bem a respeito dos princípios do evangelho, inclusive a realidade de que Jesus Cristo é o Messias prometido que expiou por nós ao dar Sua própria vida. Uma compreensão destas verdades é pré-requisito para receber uma compreensão das profecias de Isaías.

Por causa da incomparável dádiva de Cristo, duas coisas acontecem conosco que não aconteceriam se não fosse por isso. Primeiro, todos nós vamos ressuscitar. Não importa se fomos bons ou maus, ou sequer ouvimos a respeito de Jesus Cristo durante nossas vidas. Todos nós seremos ressuscitados por causa da crucificação e ressurreição de Jesus Cristo.[2] O título “Salvador” usado pelo Senhor reflete esta grande dádiva, dada grátis a todos através da graça divina.[3] Paulo sumarizou: “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (ênfase adicionada).[4] O efeito negativo da queda de Adão foi sobrepujado através do sacrifício expiatório de Cristo. E assim foi predito por Isaías: “Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor DEUS as lágrimas de todos os rostos..”.[5] Paulo recapitula: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?”[6]

Segundo, aqueles de nós que nos arrependermos e guardarmos os mandamentos de Deus seremos perdoados de nossos pecados. Esta não é uma dádiva grátis, como a primeira; esta é condicional, é baseada no arrependimento de nossos pecados e em nossa determinação de seguir os mandamentos do Senhor.[7]  O título “Redentor” usado pelo Senhor reflete Seu papel em prover os meios para nós sermos perdoados de nossos pecados.

Apesar da redenção não ser grátis, pois há coisas que temos que fazer para obtê-la, a possibilidade e oportunidade de se arrepender de nossos pecados ainda é parte da maior dádiva de todas oferecida pelo nosso Senhor Jesus Cristo.[8] Se o Salvador não tivesse tomado sobre si os pecados do mundo no Jardim do Getsêmani e depois levado nossos pecados para a cruz onde Ele morreu, não haveria meio para retornarmos ao nosso lar celestial. Ele pagou o preço dos nossos pecados se nos arrependermos, tornando-se assim o grande Intercessor.[9] Isto o capacitou a estender misericórdia ao penitente ao mesmo tempo satisfazendo as demandas da justiça.[10] Esta parte da Expiação—exaltação no reino dos céus—inclui o privilégio de viver para sempre na presença de Deus.[11]

O Senhor Ressuscitado explicou:

E oferecer-me-eis como sacrifício um coração quebrantado e um espírito contrito. E todo aquele que a mim vier com um coração quebrantado e um espírito contrito, eu batizarei com fogo e com o Espírito Santo, como os lamanitas que, por causa de sua fé em mim na época de sua conversão, foram batizados com fogo e com o Espírito Santo e não o souberam.

Eis que vim ao mundo para trazer redenção ao mundo e salvar o mundo do pecado.

Portanto, todos aqueles que se arrependerem e vierem a mim como criancinhas, eu os receberei, pois deles é o reino de Deus. Eis que por eles dei a vida e tornei a tomá-la; portanto, arrependei-vos e vinde a mim, ó vós, confins da Terra, e salvai-vos.[12]

LeGrande Richards ensinou: “Veja que [a salvação] não vem somente por confessar que cremos em Jesus Cristo. Temos que trabalhar e sermos julgados conforme nossas obras”.[13]

Nossa parte na Expiação inclui termos fé no Senhor Jesus Cristo, arrependermos de nossos pecados, sermos batizados por imersão para remissão de nossos pecados, e recebermos o dom do Espírito Santo por imposição das mãos. Esses princípios e ordenanças são apresentados na Quarta Regra de Fé.[14] Além desses requisitos, nós devemos usar nossas vidas para servirmos a Deus e nosso próximo.  Afim de obter exaltação, o maior grau de salvação, devemos obter outras ordenanças e obedecer outras leis eternas e mandamentos de Deus.

Em determinados tempos na história do mundo, Deus enviou profetas para declarar as boas novas do evangelho aos habitantes da Terra. Há pelo menos sete destes eventos, que chamamos “dispensações”, quando estas coisas foram manifestadas através de revelações divinas. Dispensações antigas são identificadas de acordo com os profetas que as lideraram incluindo Adão, Enoque, Noé, Abraão, Moisés, e Jesus Cristo. Depois de cada dispensação houve uma queda—uma apostasia[15]—na qual as verdades reveladas trazidas à Terra por mensageiros divinos ou pelo Espírito Santo aos profetas foram gradualmente abandonadas ou esquecidas.

Paulo escreveu sobre isso “a dispensação da plenitude dos tempos” na qual o Senhor iria “tornar a congregar em Cristo todas as coisas…tanto as que estão nos céus como as que estão na terra”.[16] A dispensação da plenitude dos tempos é o ponto culminante, que inaugurará a gloriosa Segunda Vinda do Senhor. Joseph Smith foi o profeta que iniciou esta dispensação.[17] Ele nasceu em 1805,[18] traduziu O Livro de Mórmon, publicando-o em 1829,[19] e organizando a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em 1830.[20] Desde este tempo, a Igreja tem sido liderada por uma sequência intacta de profetas inspirados. Muitas das escrituras de Isaías falam a respeito da dispensação da plenitude dos tempos, levando à Segunda Vinda de Jesus Cristo. Seríamos prudentes, portanto, entender e prestar atenção nas palavras de Isaías.

2. Aprenda Sobre a Posição e Destino da Casa de Israel no Eterno Plano do Senhor.

Como parte de uma dispensação antiga, Deus fez convênios sagrados com o profeta Abraão. Ele falou a Abraão:

“Por mim mesmo jurei, diz o Senhor, porquanto fizeste isto, e não me negaste teu filho, o teu único filho,
que deveras te abençoarei, e grandemente multiplicarei a tua descendência, como as estrelas do céu e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos;
“e em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz”.[21]

Por causa desta obediência, foi prometido a Abraão que sua posteridade seria numerosa, incontável e que todas as nações da Terra seriam abençoadas por causa deles. O convênio Abraâmico se aplica aos seus descendentes através de seu filho Isaque,[22] e de seu neto, Jacó[23]—que depois ficou conhecido como Israel[24]—até o dia de hoje.

O interesse maior de Isaías está centralizado na posteridade de Jacó. As suas profecias mais detalhadas descrevem o que aconteceria com o povo do convênio Abraâmico durante o período subsequente de apostasia e restauração. O papel dos descendentes de Jacó na dispensação da plenitude dos tempos—a restauração do evangelho, como também a restauração dos convênios das dispensações antigas em preparação para a Segunda Vinda do Senhor Jesus Cristo— é de grande interesse para cada um de nós porque nós vivemos nos tempos das profecias cumpridas. Isaías é, principalmente para nós, o profeta que profetizou sobre a restauração.

Pedro também profetizou sobre esta restauração. Ele declarou que Cristo deve ser recebido nos céus “até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio”.[25]  Esta restauração abrangeria “toda verdade, doutrina, poder, sacerdócio, dom, graça, milagre, ordenança e obra maravilhosa possuídos ou realizados em qualquer tempo de fé”.[26] Bem como as profecias de Isaías atestam, esta restauração se culminaria na gloriosa Segunda Vinda do Senhor à Terra, onde Ele vencerá todos os Seus inimigos e reinará com triunfo benevolente por mil anos.[27]

3. Se Familiarize Com as Doutrinas Principais Enfatizadas nas Escrituras de Isaías.

Apesar de Isaías não haver enunciado e explicado as doutrinas de salvação, já que os leitores a quem se dirigia acreditavam e conheciam bem essas doutrinas, ele escreveu a respeito de certos assuntos que teriam uma relação significante com os acontecimentos no futuro. Seus principais pontos doutrinais se classificam em sete categorias:[28]

• Restauração do evangelho nos últimos dias através de Joseph Smith
• Coligação de Israel nos últimos dias e seu triunfo e glória
• O Livro de Mórmon como uma nova testemunha de Cristo e a total revolução que eventualmente traria na compreensão doutrinal dos homens
• Condições apostatas das nações do mundo nos últimos dias
• Profecias Messiânicas relativas à Primeira Vinda do nosso Senhor
• A Segunda Vinda de Cristo e o reino milenar
• Dados históricos e expressões de sua própria época, que podem server de símbolos para os acontecimentos que ocorrerão durante os últimos dias.

A ênfase de Isaías está na coligação de Israel, na dispensação da plenitude dos tempos e da restauração de todas as coisas. Apesar da maioria das restaurações das doutrinas, chaves do sacerdócio, organização da Igreja, ordenanças sagradas e escrituras antigas já terem acontecido, e as escrituras modernas estarem ao nosso alcance, ainda há muitas das profecias de Isaías que ainda virão a se cumprir no nosso tempo, como parte da dispensação da plenitude dos tempos, preparatório para a Segunda Vinda de Cristo.

McConkie disse:

“A restauração das maravilhosas verdades conhecidas por Adão, Enoque, Noé e Abraão apenas começaram. A parte selada do Livro de Mórmon ainda não foi traduzida…. A magnitude da era da restauração ainda está por vir. E quanto a Israel, seu destino é milenar; o glorioso dia quando “a soberania, o poder e a grandeza dos reinos que há debaixo de todo o céu serão entregues nas mãos dos santos, o povo do Altíssimo”28 ainda está por vir. Estamos agora começando, mas as glórias transcendentes e maravilhas que ainda serão reveladas são para o futuro. Muitas das coisas que Isaías—o profeta da restauração—tem para dizer ainda serão cumpridas”.[29]

Se não podemos entender facilmente as declarações de Isaías a respeito do future, podemos começar revisando as profecias que já se cumpriram, inclusive a primeira vinda do nosso Senhor. Podemos aproveitar as habilidades incomparáveis de Isaías e estilo literário, reconhecendo que algumas coisas já se cumpriram e obtendo assim a fé para compreender a natureza das coisas profetizada que ainda deverão ser cumpridas. Isaías é realmente o profeta mais destacado da restauração dos últimos dias.

4. Use O Livro de Mórmon.

O Livro de Mórmon é, de fato, uma chave importante para compreender as palavras de Isaías. Aproximadamente um terço das escrituras de Isaías são citadas ou parafraseadas no Livro de Mórmon, colocadas lá por profetas antigos do continente Americano cujas escrituras formam o Livro de Mórmon. Néfi, que veio originalmente de Jerusalém, falou:

“…para melhor persuadi-los a acreditar no Senhor, seu Redentor, eu li o que foi escrito pelo profeta Isaías, pois apliquei todas as escrituras a nós, para nosso proveito e instrução.
“Falei-lhes, portanto, dizendo: Escutai as palavras do profeta, vós, que sois um remanescente da casa de Israel, um ramo que foi arrancado; escutai as palavras do profeta, que foram escritas para toda a casa de Israel, e aplicai-as a vós mesmos, para que tenhais esperança, assim como vossos irmãos, de quem fostes separados; e assim escreveu o profeta”.[30]

Tal como Néfi fez por seus irmãos, ele e outros profetas do Livro de Mórmon fazem por nós, seus leitores dos últimos dias: Eles interpretam de forma profética as passagens que eles citam. O resultado, O Livro de Mórmon é o melhor comentário das escrituras de Isaías, e verdadeiramente uma testemunha autorizada das verdades contidas nelas.

Néfi, Jacó, e Abinádi citaram extensamente as escrituras de Isaías quando estavam ensinando. O Senhor Jesus Cristo ressuscitado citou e interpretou passagens em Isaías 5:29,[31] Isaías 52:8-10,[32] 11,[33] e 15;[34] e Isaías 54,[35] juntamente com passagens de outros profetas do Velho Testamento, durante Seu ministério entre os nefitas. Sua aprovação das palavras de Isaías é especialmente notável:

“E agora eis que vos digo que deveis examinar estas coisas. Sim, ordeno-vos que examineis estas coisas diligentemente, porque grandes são as palavras de Isaías.
“Porque ele certamente falou sobre todas as coisas relativas a meu povo, que é da casa de Israel; portanto é preciso que ele fale também aos gentios.
“E todas as coisas que ele disse foram e serão cumpridas de acordo com as palavras que ele disse”.[36]

O propósito dessas citações no Livro de Mórmon é para enfatizar os ensinamentos de Isaías sobre o arrependimento e os julgamentos de Deus; os convênios e promessas de Deus à casa de Israel; profecias concernentes ao Messias; e profecias concernentes aos últimos dias.[37]

McConkie disse: “Deixe-me ser sincero e direto ao afirmar que ninguém…nesta época e nesta dispensação…pode compreender as palavras de Isaías até que ele primeiramente aprenda e creia no que Deus revelou pela boca de suas testemunhas nefitas, cujas verdades se encontram n[O Livro de Mórmon]”.[38]

5. Use as Revelações dos Últimos Dias

Em nosso tempo, os céus não estão mas selados. Profetas e apóstolos devidamente chamados e ordenados que vivem sobre a Terra estão recebendo revelações de Deus desde o começo desta dispensação.[39] Moroni, o último antigo profeta nefita, apareceu como um anjo a Joseph Smith no dia 21 de setembro de1823. Como parte de suas instruções para o jovem profeta concernente ao surgimento do Livro de Mórmon, ele “…citou o capítulo onze de Isaías, dizendo que estava prestes a ser cumprido”.[40]

Doutrina e Convênios, uma compilação de revelações do Senhor recebidas pelo Profeta Joseph Smith e outros durante a restauração, é aceita como escrituras sagradas pelos membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, este livro é muito rico em citações e explicações das profecias de Isaías. Seção113 contém uma série de perguntas a respeito de passagens em Isaías, respondidas por revelações pelo profeta Joseph Smith. Passagens assim explicadas incluindo Isaías 11:1-4; 11:10; 52:1-2; e 52:6-8.

McConkie disse: “Ao referir-se as notas de rodapé em Doutrina e Convênios notará que, há por volta de cem casos em que revelações modernas especificamente citam, parafraseiam ou interpretam linguagem usadas por Isaías para comunicar aquelas impressões do Espírito Santo dadas à alma de [Isaías] uns 2,500 anos atrás”.[41] A edição presente (1981) de Doutrina e Convênios contém mais de 275 notas de rodapé se referindo às passagens em Isaías.

Nos discursos de conferências e outras mensagens inspiradas, profetas e apóstolos moderno em certas ocasiões mencionaram ou explicaram as palavras de Isaías, revelando a todos nós o significado e intenção verdadeiros da passagem. Nossos esforços para compreender os significados das palavras de Isaías devem incluir estas obras modernas. Um site na internet, http://scriptures.byu.edu, fornece um meio fácil para se encontrar passagens das quatro escrituras canônicas que já foram citadas ou explicadas em discursos de conferências por Autoridades Gerais SUD e publicadas nas edições das Conferências Gerais na revista Liahona.

6. Aprenda como o Novo Testamento Interpreta Isaías

Isaías é citado pelo menos 74 vezes no Novo Testamento,[42] normalmente para esclarecer ou testificar do cumprimento de uma profecia. A maior parte destas citações se encontram nas escrituras de Paulo, onde as citações ou paráfrases de Isaías ocorrem pelo menos 28 vezes nas Epístolas. Mateus cita passagens de Isaías nove vezes, e Lucas também cita Isaías nove vezes. Pedro e João citam Isaías sete vezes cada um, Marcos tem seis citações e Tiago parafraseia Isaías pelo menos uma vez. Todas estas citações ajudam a estabelecer os significados das palavras de Isaías.

7. Estude Isaías no Contexto do Velho Testamento

Isaías não era o único profeta ensinando e profetizando na antiga Israel. Outros profetas do Velho Testamento, que se encontravam na mesma situação que Isaías, tinham muito há dizer a respeito de muitos dos mesmos temas, porém usaram diferentes estilos literários. Tais correlações são de incalculável auxílio para se entender Isaías. Notas de rodapé e referências cruzadas, abundante em Isaías—e, na realidade, em todas as escrituras—são as maneiras mais fácies de estudar os significados das palavras de Isaías.

8. Aprenda a Maneira de Profetizar Usada entre os Judeus nos Tempos de Isaías

Isaías viveu em tempos de grande iniquidade, onde as pessoas encarregadas em cuidar da espiritualidade do povo estavam envolvidas em subverter os caminhos do Senhor. Não só eles desviavam as pessoas; eles alteravam as escrituras e seus significados.[43] Isaías escreveu usando um estilo que era deliberadamente difícil de compreender. Ele codificou suas profecias em símbolos e figuras, usou recursos estruturais para esconder significados profundos e colocou artifícios estruturais que parecem não ter nenhuma relação com o tema, fazendo com que suas escrituras pareçam, ao leitor inexperiente, uma mistura, uma “colcha de retalhos”.

O resultado destes esforços impediu os indignos de receberem mais da verdade do que eles podiam tolerar, o que os subjugariam a uma “maior condenação”.[44] Além disso, este estilo protegeu a integridade das palavras de Isaías até certo ponto. Devido a falta do Espírito Santo, e com isso a capacidade de entender os significados mais profundos das palavras de Isaías, os que intencionavam subverter a verdade foram impedidos pela inabilidade de reconhecê-la. A extensão dos danos causados por esses vândalos bíblicos, como apresentados por cuidadosas comparações dos textos de Isaías na Bíblia e os no Livro de Mórmon, foi o de apagar palavras e frases significantes. Isto foi previsto por Néfi que profetizou que “…foram suprimidas muitas coisas claras e preciosas do livro…do Cordeiro de Deus”.[45] Algumas dessas eliminações interferem com a estrutura do quiasma encontrados em grande quantidade nas obras de Isaías, porém foram preservadas em passagens no Livro de Mórmon. A presença destas estruturas quiasmáticas preservadas no Livro de Mórmon, mas interrompidas por eliminações de palavras e frases do texto em Hebraico de onde a Bíblia foi traduzida, mostra muito bem a autenticidade da missão profética e trabalho de Joseph Smith.

Eruditos modernos tem feito estudos cuidadosos dos métodos literários e  do estilo de Isaías incluindo estrutura governante, formas retóricas, paralelismo, quiasma, metáforas e significados inerentes na versão original, o Hebraico, porém um pouco menos aparente nas traduções nos idiomas modernos como o inglês ou  o português. [46]Estudos do estilo literário de Isaías proporcionam incalculável ajuda para se entender a maneira de escrever e profetizar do profeta, e será discutido no Capítulo 3: Técnicas Literárias Usadas por Isaías.

9. Tenha o Espírito de Profecia.

“As palavras de Isaías”, Néfi disse, “…são, não obstante, claras a todos os que estão cheios do espírito de profecia”.[47] O apóstolo Pedro proclamou que ter a orientação do Espírito Santo é essencial: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”.[48]

Interpretação de profecia, então, não é um exercício em suposições ou especulações. Não somente a profecia veio por meio do espírito de profecia; sua interpretação, compreensão e aplicação na vida de uma pessoa também devem ser feitas pelo espírito de profecia, que é o Espírito Santo.

Neste comentário, foi usado os pronunciamentos dos inspirados profetas para interpretar as palavras de Isaías. O propósito deste esforço é o de juntar o que já foi dito a respeito das palavras de Isaías e das aplicações das chaves para compreender o que nos foi proporcionado, ao invés de criar novos caminhos de interpretações. Contudo, uma vez que uma compreensão da intensão e método de Isaías tenha sido desenvolvido, é incrível o discernimento que podemos obter quando estamos sendo guiados pelo Espírito Santo.

McConkie resumiu:

“Na análise final não haverá maneira, absolutamente nenhuma, de se compreender qualquer escritura a não ser pelo mesmo espírito de profecia que repousou naquele que pronunciou a verdade na sua forma original. As escrituras vêm de Deus pelo poder do Espírito Santo, elas não provêm do homem. Significa somente aquilo que o Espírito Santo [deseja que] signifique. Para interpretá-las, temos que ser inspirados pelo poder do Espírito Santo. Se requer um profeta para entender outro, e todo membro fiel da Igreja deve ter ‘o testemunho de Jesus’ que ‘é o espírito de profecia’.[49] Este é o ponto principal do assunto e do final de toda controvérsia concernente a vontade e desejo do Senhor”.[50]

10. Devote-se ao Estudo Diligente e Consciente.

Empreender um estudo detalhado de Isaías é sem dúvida uma tarefa intimidante. Juntar tudo o que já foi dito, combinado com o uso das chaves interpretativas proporcionadas, requer um estudo diligente e mais do que um pouco de determinação e perseverança. Orar, ler, ponderar, analisar, cruzar referências e finalmente entender as palavras de Isaías— “versículo por versículo, ideia por ideia, passagem por passagem, capítulo por capítulo” são os requisitos necessários para ganhar uma compreensão maior de sua obra.


Notas

[1]. Bruce R. McConkie, Ten keys to Understanding Isaiah [Dez chaves para a compreensão Isaías]: Ensign, Oct. 1973, p. 78. Bruce R. McConkie serviu como membro do Conselho dos Doze Apóstolos dA Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Quando escreveu este artigo ele estava preparando a edição SUD da Bíblia Sagrada que inclui notas de rodapé e cabeçalho para cada capítulo.
[2]. Ver Isaías 25:8-9.
[3]. Ver 2 Néfi 2:4.
[4]. 1 Coríntios 15:22.
[5]. Isaías 25:8.
[6]. 1 Coríntios 15:55.
[7]. Ver Hebreos 5:9; Ver também Regras de Fé 3.
[8]. Ver 2 Néfi 25:23.
[9]. Ver Isaías 53:12.
[10]. Ver Mosias 15:9.
[11]. Ver 2 Néfi 2:8; Alma 42:23-25; Mórmon 7:7; D. e C. 76:50-62.
[12]. 3 Néfi 9:20-22.
[13]. LeGrande Richards, “Strange Creeds of Christendom” [Estranhos Credos da Cristandade], Ensign, Jan. 1973, p. 109.
[14]. Regras de Fé 4.
[15]. A palavra “apostasia” vem do Grego, e significa literalmente  “estar longe de” ou se afastar dos princípios do evangelho. Em contraste, a palavra “apóstolo” significa “aquele que é escolhido, designado” ou que foi dado autoridade divina por uma ordenança do sacerdócio (Ver Ernest Klein, A Comprehensive Etymological Dictionary of the English Language:  Elsevier Publishing Company, New York, 1971, p. 43). [ Um Dicionário Etimológico Compreensivo do Inglês]
[16]. Ver Efésios 1:10.
[17]. Ver Doutrina e Convênios (D. e C.) 20:1-2; 1:4-7; 135:3.
[18]. Ver Joseph Smith—História 1:3.
[19]. Ver Joseph Smith—História 1:66-67; D. e C. 1:29; 19:26-27; 20:8.
[20]. Ver Doutrina e Convênios 20:1-2.
[21]. Gênesis 22:16-18.
[22]. Ver Gênesis 17:19-21.
[23]. Ver Gênesis 28:10-16.
[24]. Ver Gênesis 32:27-28.
[25]. Ver Atos 3:21.
[26]. McConkie.
[27]. Ver Apocalipse 20:2-4.
[28]. McConkie.
[29]. McConkie.
[30]. 1 Néfi 19:23-24.
[31]. 3 Néfi 21:12.
[32]. 3 Néfi 16:18-20.
[33]. 3 Néfi 20:32.
[34]. 3 Néfi 21:8.
[35]. 3 Néfi 22.
[36]. 3 Néfi 23:1-3.
[37]. Victor L. Ludlow, “Isaiah, purposes for quoting”, Book of Mormon Reference Companion, Dennis L. Largey, ed., Deseret Book Company, Salt Lake City, UT, 2003, p. 341-342. [“Isaías, propósitos para citar”, Companheiro Referencial do Livro de Mórmon]
[38]. McConkie.
[39]. Ver D. e C. 128:19-21.
[40]. Joseph Smith – História 1:40.
[41]. McConkie.
[42]. Ver Dicionário Bíblico—Quotes [Dicionário Bíblico- Citações]
[43]. Ver 1 Néfi 13:24-28.
[44]. Ver D. e C. 82:3 e Lucas 12:48.
[45]. 1 Néfi 13:28.
[46]. Avraham Gileadi, The Book of Isaiah: A new translation with interpretive keys from The Book of Mormon:[O Livro de Isaías: Uma nova tradução com chaves interpretativas do Livro de Mórmon]  Deseret Book Company, P.O. Box 30178, Salt Lake City, Utah 84130, 1988, p. 1-90.
[47]. 2 Néfi 25:4.
[48]. 2 Pedro 1:20-21.
[49]. Apocalipse 19:10.
[50]. McConkie.