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CAPÍTULO 27: “E Florescerá E Brotará Israel, E Encherão De Fruto A Face Do Mundo”

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O capítulo 27 começa com a descrição da conquista do Senhor sobre o mal usando uma criatura mitológica, o leviatã, que representa as forças caóticas que se opuseram à criação, que personifica o mal. Depois da coligação, Israel florescerá e brotará, e encherá a face da Terra com as bênçãos do evangelho. Israel será coligada um por um, e a influência do Espirito Santo estará sobre cada indivíduo.

A derrota do leviatã pelo Senhor virá depois do aviso da Páscoa, predito no capítulo anterior, “Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira”.[1]

No versículo 1, o profeta prediz o triunfo do Senhor sobre o mal: “Naquele dia o SENHOR castigará com a sua dura espada, grande e forte, o leviatã, serpente veloz, e o leviatã, a serpente tortuosa, e matará o dragão, que está no mar”. A “dura espada, grande e forte” do Senhor representa Sua onipotência e Seu grande poder sobre Satanás. O significado original em hebraico para a palavra “dura” é “grave” ou “aguda”.[2] “Serpente veloz” significa que Satanás fugirá do poderoso ataque do Senhor. “Leviatã” vem do hebraico livyathan, que significa “monstro marinho” ou “dragão”;[3] A repetição de Isaías de “leviatã, serpente veloz” e de “leviatã, a serpente tortuosa” nas frases paralelas serve para dar ênfases, para aumentar o impacto emocional.

Satanás, a personificação do mal, é caracterizado por todas as escrituras como serpente ou dragão. Compare esta descrição de acontecimentos no Jardim do Éden:

“Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?…
“Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.
Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” (ênfases adicionadas).[4]

“O leviatã, serpente veloz” e o “leviatã, a serpente tortuosa” podem também estar se referindo à Assíria e à Babilônia, respectivamente, como é típico de Isaías de dar múltiplos significados. “O dragão, que está no mar” pode estar representando a maldição sobre as águas nos últimos dias.[5]

Os versículos 2 até 6 formam um salmo, ou uma canção da vinha do Senhor. O salmo fala a respeito de Israel, predizendo o cumprimento final de seu destino depois da derrota do mal. No versículo 2, o Senhor invoca: “Naquele dia haverá uma vinha de vinho tinto; cantai-lhe”. A vinha é o mundo; o vinho da “vinha de vinho tinto” representa as bênçãos da salvação que encherá a Terra com o comprimento do destino de Israel; compare com o simbolismo do vinho sacramental.[6] “Naquele dia” significa os últimos dias—o tempo em que a profecia seria cumprida.[7]

No versículo 3, o Senhor continua: “Eu, o Senhor, a guardo, e cada momento a regarei; para que ninguém lhe faça dano, de noite e de dia a guardarei”. O Senhor em Sua benevolência protegerá e cuidará de Sua vinha continuamente. “A cada momento a regarei” significa que Ele proverá ao seu povo inspiração e revelação, continuamente.[8]

No versículo 4, o Senhor atesta: “Não há indignação em mim. Quem me poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria”. Aqui, como em outras partes em Isaías, “sarças e espinheiros” representam as doutrinas falsas que apareceriam na vinha do Senhor, ou no mundo.[9] O Senhor aplacaria Sua ira contra Israel na época prevista da coligação e queimaria e destruiria as doutrinas falsas, juntamente com aqueles que as propagaram. A batalha descrita aqui seria entre o bem e o mal, como já foi estabelecido no versículo 1.

O versículo 5 continua o discurso do Senhor: “Ou que se apodere da minha força, e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo”.[10] O malvado é dirigido pelo Senhor a fazer paz―o mesmo que mandaria as “sarças e espinheiros” contra o Senhor no versículo 4. O malvado, se tivesse sabedoria, faria as pazes com o Senhor, devido Sua força e poder.

O versículo 6 conclui o salmo, com o profeta falando desta vez: “Dias virão em que Jacó lançará raízes, e florescerá e brotará Israel, e encherão de fruto a face do mundo”. Este versículo é traduzido na versão Reina-Valera 2009 em espanhol e na versão King James em Inglês como: “Ele fará com que quem vem de Jacó lançará raízes…”. O fruto representa as bênçãos do evangelho, levadas ao mundo pelos servos do Senhor.

Elder Bruce R. McConkie proclamou o seguinte aos membros da Igreja no Peru acerca da coligação de Sião:

“Isaías profetizou que o Senhor fará com que ‘[quem vem de] Jacó lançará raízes, e florescerá e brotará Israel, e encherão de fruto a face do mundo’. A promessa do Senhor é: ‘e vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a um’.[11]
“Isto é—Israel será reunida um por um, família por família, nas estacas de Sião estabelecidas em todas as partes do mundo, para que toda a Terra seja abençoada com os frutos do evangelho.
“Portanto, este é o conselho das autoridades gerais: Edifique Sião, mas edifique no lugar onde Deus te deixou nascer e que é o lugar de tua nacionalidade. Edifique-a onde Ele te deu cidadania, família e amigos. Sião é aqui na América do Sul e os santos, que compõem esta parte de Sião, são e devem ser uma influência para o bem em todas as nações. E saiba que: Deus abençoará a nação, que conduz suas vidas de maneira a levar avante Sua obra.”[12]

Os versículos 2 até 6 contêm um quiasma:

A: (2) Naquele dia haverá uma vinha de vinho tinto; cantai-lhe.
B: (3) Eu, o Senhor, a guardo, e cada momento a regarei; para que ninguém lhe faça dano, de noite e de dia a guardarei.
C: (4) Não há indignação em mim.
D: Quem me poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra?
E: Eu iria contra eles
E: e juntamente os queimaria.
D: (5) Ou que se apodere da minha força, e faça paz comigo;
C: sim, que faça paz comigo.
B: (6) Ele fará com que quem vem de Jacó lançará raízes, e florescerá e brotará Israel,
A: e encherão de fruto a face do mundo.

Este quiasma ensina que o Senhor protegerá Seus seguidores, proverá inspiração, encherá o mundo com as bênçãos do evangelho e removerá as falsas doutrinas. “Uma vinha de vinho tinto” é equivalente a “encherão de fruto a face do mundo”. Estas frases correspondentes proveem a interpretação da metáfora da vinha do Senhor, que representa o mundo. “Eu, o Senhor, a guardo” equivale à frase “Ele fará com que quem vem de Jacó lançará raízes, e florescerá e brotará Israel”; o cuidado do Senhor faz com que Israel floresça. “Quem me poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra?” complementa “ou que se apodere da minha força, e faça paz comigo”, significa que quem experenciar a força militar do Senhor ficará motivado a fazer as pazes; e “eu iria contra eles” é equivalente à “e juntamente os queimaria”, que quer dizer que o Senhor destruirá as doutrinas falsas.

O versículo 7 começa: “Feriu-o como feriu aos que o feriram? Ou matou-o, assim como matou aos que foram mortos por ele?” Estas duas perguntas retóricas têm significados paralelos, descrevendo o grande poder do Senhor de ferir e abater os inimigos de Israel, mas refreia-se de usar este poder contra Israel durante o predito tempo da coligação.

O versículo 8 continua: “Com medida contendeste com ela, quando a rejeitaste, quando a tirou com o seu vento forte, no tempo do vento leste”. O Senhor permitirá que Satanás e seus anjos perturbem aqueles que aceitarem o evangelho; entretanto, o Senhor controlará “o vento leste” para o benefício destes “brotos tenros”, até que fiquem fortes suficientes para resistir por si mesmos. Na Palestina o vento do leste é quente e seco, vindo das terras desertas do leste, o que causa rapidamente a seca das colheitas, o que traz a fome e a necessidade.[13]

O versículo 9 declara: “Por isso se expiará a iniquidade de Jacó, e este será todo o fruto de se haver tirado seu pecado; quando ele fizer a todas as pedras do altar como pedras de cal feitas em pedaços, então os bosques e as imagens não poderão ficar em pé”. O fruto, ou bênçãos do evangelho, removerá os pecados de Jacó ao superar a iniquidade—os pecados são representados aqui pelos bosques e as imagens. As pedras do altar, fracas como as pedras de cal, que rapidamente se deterioram, e os bosques e as imagens não poderão ficar em pé, simbolizando o desaparecimento da idolatria através da propagação da verdade e a pregação do evangelho por todo o mundo. Compare com a declaração de Isaías feita anteriormente, no capítulo 1: “Porque vos envergonhareis pelos carvalhos que cobiçastes, e sereis confundidos pelos jardins que escolhestes”.[14] “Os jardins” é um eufemismo bíblico que descreve as práticas idólatras de cerimoniais de sexo ilícito.[15] Estes eram jardins com árvores de sombras, preparados como um ambiente agradável para os atos carnais. As referências feitas neste versículo são ligadas ao pecado sexual, sendo ou não partes de cerimoniais idólatras.

O versículo 9 foi parafraseado por Paulo no Novo Testamento: “E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, E desviará de Jacó as impiedades” (ênfases adicionadas).[16] Esta paráfrase de Paulo esclarece o significado de Isaías.

O versículo 10 descreve a destruição trazida pelo Senhor contra os membros da casa de Israel que se recusarem a ser reunidos: “Porque a cidade fortificada ficará solitária, será uma habitação rejeitada e abandonada como um deserto; ali pastarão os bezerros, e ali se deitarão, e devorarão os seus ramos”. A fortaleza, ou cidade fortificada, proveria pouca resistência contra o Senhor, que deixaria a cidade desolada, sem habitantes, como um deserto. Portanto, só seria adequado para pastagens.

O versículo 11 descreve o processo de amadurecimento da iniquidade entre o povo de Israel que rejeitaria o evangelho: “Quando os seus ramos se secarem, serão quebrados, e vindo as mulheres, os acenderão, porque este povo não é povo de entendimento, assim aquele que o fez não se compadecerá dele, e aquele que o formou não lhe mostrará nenhum favor”.[17] , [18] Como os ramos da árvore, amadurecidos em iniquidade, eles murcharão e secarão; e então serão cortados e lançados no fogo.[19] Apesar de haver sido o povo do convênio, o Senhor não terá misericórdia sobre ele, porque o povo pecou contra um maior conhecimento da verdade.

Os versículos 12 e 13 descrevem a coligação de Israel nos últimos dias. O versículo 12 prediz: “E será naquele dia que o Senhor debulhará seus cereais desde as correntes do rio, até ao rio do Egito; e vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a um”. “As correntes do rio” referem-se à Assíria, e o rio é o Eufrates.[20] Israel será reunida da Assíria ao Egito, ou de todas as terras para onde foi dispersa. A frase “o Senhor debulhará seus cereais desde as correntes do rio, até ao rio do Egito” refere-se ao processo da colheita. Um maço ou feixe de trigo é batido no solo ou outra superfície dura para separar o trigo da palha. Porém a colheita não será feita precipitadamente—o trabalho dos missionários e o testemunho do Espirito Santo trarão cada pessoa, uma por uma,  à conversão. Cada pessoa precisa saber por si mesmo.

Os filhos dispersos de Israel estão perdidos em duas maneiras diferentes: Em primeiro lugar, o mundo em geral não os podem identificar; e em segundo, eles mesmos não sabem quem são. O processo da coligação, que acontecerá individualmente, consiste em suas conversões ao verdadeiro evangelho e na revelação de suas linhagens através de bênçãos patriarcais. Compare uma declaração anterior de Isaías, no capítulo 18:

“Naquele tempo trará um presente ao Senhor dos Exércitos um povo de elevada estatura e de pele lisa, e um povo terrível desde o seu princípio; uma nação forte e esmagadora, cuja terra os rios dividem; ao lugar do nome do Senhor dos Exércitos, ao monte Sião”.[21]

Israel será reunida em Sião, o fruto do trabalho dos mensageiros que saíram para agregá-la.

O versículo 13 descreve o acontecimento culminante, a coligação de Israel: “E será naquele dia que se tocará uma grande trombeta, e os que andavam perdidos pela terra da Assíria, e os que foram desterrados para a terra do Egito, tornarão a vir, e adorarão ao Senhor no monte santo em Jerusalém”. “Egito” e “Assíria” são codinomes para as duas superpotências nos últimos dias.[22] “Uma grande trombeta” vem do hebraico showphar, que é um chifre de carneiro usado como trombeta cerimonial.[23] “O monte santo” em Jerusalém é um templo, onde os agregados adorariam ao Senhor e fariam convênios sagrados.

Os versículos 12 e 13 contêm um quiasma:

A: (12) E será naquele dia que o Senhor
B: debulhará seus cereais desde as correntes do rio, até ao rio do Egito;
C: e vós, ó filhos de Israel,
C: sereis colhidos um a um. (13) E será naquele dia que se tocará uma grande trombeta,
B: e os que andavam perdidos pela terra da Assíria, e os que foram desterrados para a terra do Egito,
A: tornarão a vir, e adorarão ao Senhor no monte santo em Jerusalém.

“Debulhará seus cereais desde as correntes do rio, até ao rio do Egito” é o mesmo que “os que andavam perdidos pela terra da Assíria, e os que foram desterrados para a terra do Egito”; e a frase “correntes do Rio” equivale à “terra da Assíria”. Estas duas frases descrevem o processo de recolher e coligar do Senhor. “Vós, ó filhos de Israel” é complementado por “sereis colhidos um a um”. O processo de coligação será feito de um a um, como os feixes são batidos no solo para soltarem os grãos do trigo. Todos os que estiverem reunidos receberão as bênçãos do evangelho, inclusive as bênçãos do templo.

NOTAS

[1]. Isaías 26:20.
[2]. F. Brown, S. Driver, e C. Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon [Léxico Hebraico e Inglês de Brown-Driver-Briggs]: Hendrickson Publishers, Peabody, MA, 01961-3473, 1996, Número de Strong 2389, p. 305.
[3]. Brown et al., 1996, Número de Strong 3882, p. 531.
[4]. Gênesis 3:1, 4-5. Ver também Gênesis 3:13-14; Jó 26:13; Isaías 51:9 (2 Néfi 8:9); Apocalipse 12:3-4, 7-9; 13:2-4; 20:2; 2 Néfi 2:18; Mosias 16:3; D&C 76:28; 88:110; Moisés 4:5-10, 19-20.
[5]. Ver Doutrina e Convênios 61: Introdução; 4-5.
[6]. Ver Mateus 26:27-28; Marcos 14:23-24.
[7]. Compare Isaías 11:10-11.
[8]. Ver Isaías 12:3; 35:6-7; 55:11; 58:11.
[9]. Ver Isaías 55:13; 5:6; 9:18; 10:17; 32:13 e comentário pertinente.
[10]. O versículo 5 contém um quiasma reconhecido no hebraico original: Comigo/faça/paz/paz/faça/comigo. Em Donald W. Parry,  Harmonizing Isaiah: Foundation for Ancient Research e Mormon Studies (FARMS) at Brigham Young University [A Harmonização de Isaías: Fundação de Pesquisas Antigas e Estudos Mórmons na Universidade Brigham Young], Provo, Utah, 2001, p. 260.
[11]. Isaías 27:6, 12.
[12]. Bruce R. McConkie, “Come: Let Israel Build Zion” [Venha: Deixai Israel Construir Sião], Ensign, Maio 1977, p. 115.
[13]. Ver Ezequiel  17:10.
[14]. Isaías 1:29; Ver também Isaías 57:5 e comentário pertinente.
[15]. Ver Êxodo 34:13; Deuteronômio 7:5; 12:3; Juízes 3:7; 1 Reis 14:15, 23; 2 Reis 17:10-11; 18:4; 23:14; 2 Crônicas14:3; 17:6; 19:3; 24:18; 31:1; 33:3, 19; 34:3-4, 7; Jeremias 17:2; Miquéias 5:14.
[16]. Romanos 11:26.
[17]. Versículos 7 até 11 contêm um quiasma: Feriu-o/feriu aos que o feriram/matou-o, assim como matou/que foram mortos/quando a tirou com o seu vento forte//no tempo do vento leste//se expiará a iniquidade de Jacó/se haver tirado seu pecado/os bosques e as imagens não poderão ficar em pé/os acenderão/aquele…não lhe mostrará nenhum favor.
[18]. O versículo 11 contém um quiasma reconhecido no hebraico original: Não se compadecerá dele/aquele que o fez//aquele que o formou/não lhe mostrará nenhum favor. Em Parry,  Harmonizing Isaiah [Harmonizando Isaías], 2001, p. 260.
[19]. Ver Jacó 5:9; Ver também Isaías 1:7, 28; 30:27, 30, 33; 33:11-12 e comentário pertinente.
[20]. Brown et al., 1996, Número de Strong 5104, p. 625.
[21]. Isaías 18:7.
[22]. Ver Gileadi, pp. 72-73.
[23]. Brown et al., 1996, Número de Strong 7782, p. 1051.

INTRODUÇÃO 3: Recursos Literários Usados Por Isaías

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As palavras de Isaías são poéticas porque são belas. Sua eloquência, sua habilidade de incorporar tantos significados em poucas palavras, e o uso extensivo de recursos literários e estruturais para alcançar os seus propósitos literários revelam uma perícia literária que requereriam muitos anos para desenvolver. Na verdade, o nível de perícia literária de Isaías é inalcançável exceto por poucos que já viveram sobre a Terra.

O que é poesia? Poesia não é simplesmente uma forma literária caracterizada por ritmo e rima, é uma forma artística complexa na qual beleza é um objetivo importante intencionado pelo escritor. Toda arte, seja música, pintura, dança, desenho, escultura, drama, poesia e prosa, tem elementos em comum que consideramos beleza. Estes elementos incluem ritmo, cores, humor, variedade dentro da unidade, padrão, repetição, contraste e movimento ou ação, os quais influenciam emoções humanas. As escrituras de Isaías são poesias e são belas porque elas causam um profundo impacto emocional, dado aos leitores através do uso perito desses elementos.

Surpreendentemente, os ritmos e padrões de Isaías são de ideias, ao invés de sons das palavras ou rimas. Portanto, sua expressão poética geralmente não se perde quando traduzida; a beleza das palavras de Isaías está presente em qualquer língua.

O aspecto espiritual das palavras de Isaías é perfeitamente unido com sua extraordinária expressão artística. O impacto emocional transmitido pela sua perícia artística é amplificado por sua percepção espiritual inabalável e discernimento profético do passado, presente e futuro. O leitor, quando guiado pelo Espírito Santo, compreende coisas espiritualmente como também responde emocionalmente. Assim, a pura luz da revelação é manifesta nas palavras de Isaías de uma forma extraordinária.

As chaves dadas por Bruce R. McConkie para compreender as palavras de Isaías,[1] apresentadas no capítulo anterior, são as mesmas usadas por Néfi no Livro de Mórmon. O resultado é uma interpretação geral, descrevendo claramente os significados das palavras de Isaías, porém não interpretando palavra-por-palavra nem sentença-por-sentença. A oitava chave apresentada por McConkie, “Aprenda a maneira de profetizar usada entre os Judeus no tempo de Isaías”, tem sido um obstáculo para os Santos dos Últimos Dias por gerações.  A falta de conhecimento faz com que os leitores pulem a parte de Isaías do Livro de Mórmon—tão rica em beleza e significados! Néfi explicou suas razões:

“Agora eu, Néfi, digo algo sobre as palavras que escrevi, que foram proferidas pela boca de Isaías. Pois eis que Isaías disse muitas coisas que, para muitos de meu povo, eram de difícil compreensão; porque não conhecem o modo de profetizar dos judeus.
“Porque eu, Néfi, não lhes ensinei muitas coisas sobre os costumes dos judeus; porque suas obras eram obras de trevas e seus feitos eram abominações.”[2]

Não precisamos temer que ao aprender tais métodos seremos levados às mesmas abominações dos Judeus antigos; ao contrário, os Judeus que Néfi se referiu não tinha o espírito de profecia, talvez mais automaticamente, eles se concentravam nos aspectos mecânicos das palavras de Isaías. Néfi já foi ao outro extremo, se concentrando no contexto espiritual e ignorando o mecânico. Podemos evitar esta dificuldade enfrentada pelos Judeus antigos aplicando as dez chaves apresentadas por McConkie, especialmente a nona: “Tenha o espírito de profecia”.

Na época que McConkie escreveu seu livro não havia muita informação ou orientação disponível sobre a maneira de profetizar entre os Judeus. Quinze anos depois, em 1988, um trabalho seminal por Avraham Gileadi apresentou chaves interpretativas muito úteis.[3]

De acordo com Gileadi, a maneira de aprender entre os Judeus não mudou desde o tempo dos profetas. Nas escolas rabínicas de hoje,

“Os Judeus dependem de recursos interpretativos como símbolos e figuras, linguagem alegórica, padrão literário, estruturas básicas, paralelismos, significado duplo, palavras chaves, codinomes, e outros instrumentos mecânicos…. Sua abordagem é completamente mecânica. Em seus enormes livros, um pequeno quadrado no centro de cada página contém o versículo ou passagem que está sendo estudado…. Lembro levando um mês inteiro da minha vida na escola rabínica discutindo só um versículo, explorando-o por todos os ângulos…. Os Judeus, exclusivamente, usam este método.”[4]

Mesmo as análises simples apresentadas neste comentário se diferem grandemente da abordagem dogmática predominante nas religiões de hoje, onde a passagem tem somente uma interpretação que é aceita. Uma abordagem superficial dogmática elimina a possibilidade de vários níveis de interpretações intencionadas, o que é uma característica importante nas escrituras de Isaías.

Gileadi apresenta uma variedade de recursos literários usados por Isaías, alguns dos mais usados estão resumidos aqui.[5]

Formas de Linguagem

Isaías utiliza muitos pequenos padrões literário, chamados por Gileadi[6] de “formas de linguagem”. Incluindo os seguintes:

Litígio.—Uma só passagem que pode incluir vários versículos de escrituras na qual o Senhor acusa Israel como se estivera numa corte. A sentença é geralmente condicional, concedendo um período de tempo para um possível arrependimento.

Discurso por um Mensageiro.—Aqui o profeta funciona como emissário do Senhor. Ele transmite a mensagem do Senhor para o povo ou seu rei, descrevendo como ele foi chamado e enviado pelo Senhor, apresenta uma lista de pecados cometidos pelo povo e anuncia o subsequente castigo.

Oráculo de Pesar.—Uma série de maldições que o Senhor profere sobre Israel por haver quebrado o convênio. Tomando um formato específico, estes sempre incluem citações de específicas transgressões, estabelecendo, assim, causa e consequências.

Lamento Profético.—Lamentando uma calamidade ou uma desgraça, um lamento profético começa com a palavra “Como” e expressa o pesar pelo estado decaído do povo.

Sermão Sacerdotal.—o profeta assume o papel de sacerdote ou mestre explicando doutrinas, instando o arrependimento e exortando o povo a seguir o caminho correto.

Parábolas.—Uma história na qual uma coisa é comparada à outra alegoricamente, para retratar uma sequência de causas e consequências.

Cânticos da Salvação.—Israel, ou seu porta-voz profético, canta louvores ao Senhor reconhecendo Sua intervenção que resultou em seu resgate.

Metáforas

Gileadi[7] mostra que Isaías usa “mar” e “rio” como metáforas para o rei da Assíria e seus exércitos invasores. O rei da Assíria representa poderes do mal e caos em qualquer tempo e lugar da história humana.

Há vários outros termos metafóricos usados por Isaías que, se soubermos que são metáforas, enriquecerão a nossa compreensão. Considere a seguinte passagem em Isaías 30, que contém várias metáforas: “E em todo o monte alto, e em todo o outeiro levantado, haverá ribeiros e correntes de águas, no dia da grande matança, quando caírem as torres”.[8]

“Água”, como se usa aqui, é uma metáfora que significa inspiração e bênçãos dos céus,[9] enquanto que “monte” e “outeiro” são metáforas que significam nações da Terra, tanto grande quanto pequena.[10]  Esta profecia foi em parte cumprida com a grande matança de milhares de pessoas que morreram em um dia, quando as Torres Gêmeas do Centro Mundial de Comércio em Nova Iorque caíram sobre ataque terrorista no dia 11 de setembro de 2011. De alguma maneira, este acontecimento terrível dará lugar para que as bênçãos e inspirações dos céus se tornarem disponíveis para muitas nações da Terra.[11]

O próximo versículo descreve, usando uma metáfora diferente, uma abundância de inspiração e revelação de Deus que se tornaria disponível para as nações da Terra naquele dia: “E a luz da lua será como a luz do sol, e a luz do sol sete vezes maior, como a luz de sete dias…”.[12] A luz da lua e do sol, ampliada como foi descrita, é uma metáfora muito conhecida que significa inspiração e revelação.

A primeira parte deste versículo é equivalente quiasmaticamente à primeira parte do versículo anterior, de modo que o significado idêntico das duas metáforas seja claro. Além disso, o enfoque da estrutura dos dois versículos é “no dia da grande matança, quando caírem as torres”. O significado é que este traumatizante, catastrófico acontecimento e o subsequente conflito é o ponto culminante para o surgimento das maiores inspirações e bênçãos espirituais que serão derramadas sobre as nações da Terra. Mais a respeito de quiasmas e outras estruturas poéticas serão apresentadas em maiores detalhes no próximo capítulo introdutório.

A frase final do versículo é “…no dia em que o Senhor ligar a quebradura do seu povo, e curar a chaga da sua ferida”.[13] Isto significa que a grande orientação e inspiração descritas resultarão numa cura para a aflição do povo e conforto para os que sofreram grande perda.

O Hebraico

Como em outras línguas, é difícil traduzir do Hebraico e transmitir com precisão a mesma coisa. Isto acontece especialmente em casos de palavras com definições duplas. Gileadi[14] cita caso do chamado profético de Isaías, descrito em Isaías 6:

“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e a cauda do seu manto enchia o templo.
“Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam.”[15]

Gileadi explica:

“Em Hebraico, a palavra serafim literalmente significa ‘um ser ardente ou abrasador…’.  O uso de ‘ser ardente’ por Isaías para descrever anjos que rodeiam o Senhor, ao invés de usar o termo comum para anjos (‘mensageiros’) enfatizam a natureza da visão de Isaías—aqui os anjos não servem como mensageiros, mas exemplificam um estado de purificação.”

Cada serafim possui seis asas. O termo “asas” em hebraico…também significa “véus”.

Assim traduz Gileadi: “Com duas podiam ocultar sua presença, com duas esconder sua localização, e com as outras duas voarem”.  Então, ao invés de descreverem características físicas, estas descrições são das capacidades ou qualidades dos serafins. Um conhecimento do Hebraico auxilia grandemente na compreensão do significado desta passagem.

Uma fonte valiosa de significados hebraicos se encontra nas notas de rodapé da edição SUD da Bíblia Sagrada em Inglês (1979 versão de King James) e também em Espanhol (2009 versão Reina-Valera), publicadas pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Esses significados nos fornecem mais discernimentos e mostram onde essas traduções modernas diferenciam do original em hebraico. E ainda, os léxicos estão disponíveis para auxiliarem na compreensão mais precisa de palavras específicas baseando-se nos seus significados e contexto hebraicos.[16]

Símbolos

Ao admoestar os nefitas para que buscassem diligentemente as palavras de Isaías, o ressuscitado Senhor Jesus Cristo disse “…grandes são as palavras de Isaías. Porque ele certamente falou sobre todas as coisas relativas a meu povo, que é da casa de Israel; portanto é preciso que ele fale também aos gentios. E todas as coisas que ele disse foram e serão cumpridas de acordo com as palavras que ele disse” (ênfases adicionadas).[17]

Como que algo dito por Isaías possa se referir eficazmente ao future e ao presente ao mesmo tempo? Simplesmente falando, Isaías usa eventos antigos como modelos ou símbolos do que acontecerá. Gileadi[18] relata que mais de 30 acontecimentos aparecem no livro de Isaías, os quais estabelecem um precedente antigo e anunciam uma série de acontecimentos para os últimos dias. Isaías não era um historiador; ele nunca mencionou a dispersão das Dez Tribos, o que foi um evento histórico de suma importância que aconteceu em seu tempo, apesar de haver profetizado que este evento iria acontecer. Portanto, referências a acontecimentos históricos não são com propósitos simplesmente históricos. Suas profecias englobam o passado, presente e future, com cumprimento recorrente em diferente dispensação. Assíria e Egito, as superpotências dos tempos de Isaías, são codinomes para superpotências semelhantes nos últimos dias. Nossa dificuldade e desafio são o de reconhecer os atores de hoje no palco de Isaías.

 Significados Múltiplos de Palavras

Algumas das palavras chaves usadas nas escrituras têm diferentes significados. Ao entender qual significado está implícito numa determinada passagem nos levará a entender o significado intencionado pelo autor. Quando múltiplos significados são intencionados, cada um representa uma distinta camada de significado para a passagem.  Por exemplo, a palavra hebraica “Sião” significa, literalmente, “lugar seco”.[19] Durante a época de Davi era o nome de um forte perto de Jerusalém;[20] a Arca do Convênio foi trazida de lá para o templo em Jerusalém por Salomão.[21] O monte onde fica o templo em Jerusalém era conhecido também como Monte de Sião,[22] enquanto que Sião, ou filha de Sião, é usado por muitos escritores bíblicos como um sinônimo poético para Jerusalém.[23] Sião também se refere a coligação espiritual nos últimos dias— a restauração da plenitude do evangelho e estabelecimento de um povo que iria respeitar seus princípios.[24] Sião, então, é um grupo dos justos—os puros de coração—vivendo em paz e harmonia, independentemente de onde se encontrem.[25] Em algumas passagens espirituais Sião tem duplo significados—a coligação espiritual dos últimos dias, como também funciona como um sinônimo para a antiga ou Jerusalém dos últimos dias, o lugar para a coligação física.[26] Jerusalém é designada como um lugar de coligação das tribos de Israel retornadas, seja no local original de Jerusalém ou em outro lugar.[27] Uma “Nova Jerusalém” para a coligação de certas das tribos perdidas seria estabelecida no continente Americano.[28]

Considere esta afirmação de Isaías “porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor”.[29] “Sião” neste caso significa o povo ou um lugar que seria estabelecido nos últimos dias para a coligação espiritual do povo do convênio do Senhor.[30] Se “Jerusalém” for considerada a cidade antiga, o significado da passagem é que, tal como a antiga Jerusalém, haveria profetas na Sião moderna de onde a palavra do Senhor sairia. Se, por outro lado “Jerusalém” for considerada a coligação moderna dos descendentes justos de Israel, a passagem significa que haveria dois lugares de onde a palavra inspirada do Senhor emanaria pelo mundo inteiro, tanto de Jerusalém como de Sião.  É possível que Isaías intencionou ambos significados.

Sinônimos para Jesus Cristo

Isaías usa diversos sinônimos para o Senhor Jesus Cristo. Cada um tem seu propósito específico, enfatizando um aspecto específico da missão ou papel do Senhor. A incapacidade de reconhecer os títulos do Senhor pode causar má interpretação do significado das palavras de Isaías. Quarenta e três títulos são estudados neste comentário.[31] Eles são, em ordem alfabética: A Rocha de Israel;[32]  Conselheiro;[33] Criador;[34] Criador de Israel;[35] Criador dos fins da terra;[36] Deus de toda a terra;[37] Deus da tua salvação;[38] Deus da verdade;[39] Deus de Davi;[40] Deus de Israel;[41] Deus de Jacó;[42] Deus Forte;[43] Deus, o Senhor;[44] Emanuel;[45] eterno Deus;[46] Excelso;[47] Maravilhoso;[48] o Alto;[49] o Deus vivo;[50] o eterno Deus;[51] o Forte de Israel;[52] o Forte de Jacó;[53] o primeiro…o último;[54] o Rei;[55] o Rei de Jacó;[56] o Sublime;[57] o teu Redentor;[58] o teu Salvador;[59] Pai da Eternidade;[60] Poderoso de Jacó;[61] Príncipe da Paz;[62] Redentor;[63] Redentor de Israel;[64] Rei de Israel;[65] Rei de Jacó;[66] Salvador;[67] Santo;[68] Santo de Israel;[69] Santo de Jacó;[70] Senhor Deus;[71] Senhor Deus de Israel;[72] Senhor Deus dos Exércitos;[73] Senhor Deus nosso;[74] Senhor dos Exércitos;[75] Senhor teu Deus;[76] seu Santo;[77] Siloé;[78] tronco de Jessé;[79] vosso Rei;[80] vosso Santo.[81]


Notas

[1]. Bruce R. McConkie, Ten keys to Understanding Isaiah [Dez Chavez para Compreender Isaías]: Ensign, Oct. 1973, p. 78.
[2]. 2 Néfi 25:1-2.
[3]. Avraham Gileadi, The Book of Isaiah: A new translation with interpretive keys from The Book of Mormon:[O Livro de Isaías: Uma nova tradução com chaves interpretativas do Livro de Mórmon] Deseret Book Company, P.O. Box 30178, Salt Lake City, Utah 84130, 1988, 250 p.
[4]. Gileadi, 1988, p. 4‑5.
[5]. Gileadi, 1988, p. 1-90.
[6]. Gileadi, 1988, p. 18-20.
[7]. Gileadi, 1988, p. 23.
[8]. Isaías 30:25.
[9]. Ver Isaías 12:3; 35:6-7; 55:11; 58:11.
[10]. Ver Isaías 2:2, 14 e 2 Néfi 12:2, 14; Isaías 11:9; 13:2, 4; 30:17, 25-26; 34:3 e comentário pertinente.
[11]. Ver Isaías 30:25 e comentário pertinente.
[12]. Isaías 30:26.
[13]. Isaías 30:26.
[14]. Gileadi, 1988, p. 35.
[15]. Isaías 6:1-2.
[16]. Ver F. Brown, S. Driver e C. Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon [O Léxico Hebraico e Inglês de Brown-Driver-Briggs]: Hendrickson Publishers, Peabody, MA, 01961-3473, 1996, 1185 p.
[17]. 3 Néfi 23:1‑3.
[18]. Gileadi, 1988, p. 69‑70.
[19]. Brown et al., 1996, Strong- Número 6726; p. 851.
[20]. Ver 2 Samuel 5:7; 2 Crônicas 5:2.
[21]. Ver 1 Reis 8:1.
[22]. Ver Salmos 9:11; 14:7; 74:2; 78:68-69; Isaías 4:3-4; 10:12, 32; 16:1; 18:7; 30:19; 31:4; 34:8; 37:22, 32; Doutrina e Convênios  133:18, 56.
[23]. Ver 2 Reis 19:21, 31; Salmos 9:14; 51:18; Isaías 1:8; 10:32; 16:1; 37:22; 52:2; 62:11; 64:10.
[24]. Ver Salmos 102:13, 16; 129:5; 132:13; Isaías 2:3; 4:5; 14:32; 46:13; 51:16; 52:7-8; 59:20.
[25]. Ver D. e C. 97:21.
[26]. Ver Isaías 1:27; 3:16-17; 4:3-4; 8:18; 10:12, 24; 12:6; 18:7; 24:23; 28:16; 29:8; 30:19; 31:4, 9; 33:5, 14, 20; 34: 8; 37:32; 40:9; 41:27; 49:14; 51:3, 11; 52:1; 60:14; 61:3; 66:8.
[27]. Ver Isaías 2:3; 4:3; 24:23; 27:13; 30:19; 31:5, 9; 33:20; 40:2, 9; 41:27; 52:1-2, 9; 62:6-7; 65:18-19; 66:10, 13, 20.
[28]. Ver 3 Néfi 20:22; Éter 13:3-6, 10; D. e C. 84:2-4; Apocalipse 3:12; 21:2; 3 Néfi 21:23-24; D. e C. 42:9, 35, 62, 67; 45:66; 133:56; Moisés 7:62; Regras de Fé 1:10.
[29]. Isaías 2:3.
[30]. Ver Salmos 102:13, 16; 129:5; 132:13; Isaías 4:5; 14:32; 46:13; 51:16; 52:7-8; 59:20.
[31]. Gary W. Hamon, Strathmore, Alberta, Canada; comunicação pessoal, 2003.
[32]. Isaías 30:29.
[33]. Isaías 9:6.
[34]. Isaías 17:7; 40:28; 45:9; 54:5.
[35]. Isaías 43:15.
[36]. Isaías 40:28.
[37]. Isaías 54:5.
[38]. Isaías 17:10.
[39]. Isaías 65:16.
[40]. Isaías 38:5.
[41]. Isaías 17:6; 21:10, 17; 24:15; 29:23; 37:16, 21; 41:17; 45:3, 15; 48:1, 2; 52:12.
[42]. Isaías 2:3.
[43]. Isaías 9:6; 10:21.
[44]. Isaías 40:28; 42:5.
[45]. Isaías 7:14; 8:8.
[46]. Isaías 40:28.
[47]. Isaías 12:4.
[48]. Isaías 9:6.
[49]. Isaías 57:15.
[50]. Isaías 37:4, 17.
[51]. Isaías 40:28.
[52]. Isaías 1:24.
[53]. Isaías 49:26.
[54]. Isaías 44:6; 48:12.
[55]. Isaías 6:5; 33:17, 22.
[56]. Isaías 41:21.
[57]. Isaías 57:15.
[58]. Isaías 41:14; 48:17; 49:26; 54:5, 8; 60:16.
[59]. Isaías 43:3; 49:26; 60:16.
[60]. Isaías 9:6.
[61]. Isaías 60:16.
[62]. Isaías 9:6.
[63]. Isaías 43:14; 44:16, 24; 47:4; 59:20; 63:16.
[64]. Isaías 49:7.
[65]. Isaías 44:6.
[66]. Isaías 41:21.
[67]. Isaías 45:15, 21; 63:8.
[68]. Isaías 5:16; 6:3; 10:17; 40:25; 43:15; 49:7; 57:15.
[69]. Isaías 1:4; 5:19, 24; 10:20; 12:6; 17:7; 29:19; 30:11, 12, 15; 31:1; 37:23; 41:14, 16, 20; 43:3, 14; 45:11; 47:4; 48:17; 49:7; 54:5; 55:5; 60:9, 14.
[70]. Isaías 29:23.
[71]. Isaías 7:7; 12:2; 25:8; 26:4, 13; 28:16; 30:15; 40:10; 48:16; 49:22; 50:4, 5, 7, 9; 52:4; 56:8; 61:1, 11; 65:13, 15.
[72]. Isaías 17:6; 21:17; 24:15; 37:21.
[73]. Isaías 3:15; 10:23, 24; 22:5, 12, 14, 15; 28:22.
[74]. Isaías 26:13.
[75]. Isaías 1:9, 24; 2:12; 3:1; 5:7, 9, 15, 24; 6:3, 5; 8:13, 18; 9:7, 19; 10:16, 26, 33; 13:4, 13; 14:22, 23, 24, 27; 17:3; 18:7; 19:4, 12, 16, 17, 18, 20, 25; 21:10; 22:14, 25; 23:9; 24:23; 25:6; 28:5, 29; 29:6; 31:4, 5; 37:16, 32; 39:5; 44:6; 45:13; 47:4; 48:2; 51:15; 54:5.
[76]. Isaías 7:10; 37:4; 41:13; 43:3; 48:17; 51:15; 55:5; 60:9.
[77]. Isaías 10:17; 49:7.
[78]. Isaías 8:6.
[79]. Isaías 11:1.
[80]. Isaías 43:15.
[81]. Isaías 43:15.