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CAPÍTULO 13: “Alçai Uma Bandeira Sobre o Monte Elevado”

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O tema principal do capítulo 13 é a destruição da Babilônia. Típico do estilo de Isaías, envolvendo múltiplos níveis de significados, a destruição descrita é um símbolo da destruição dos iníquos que acontecerá na Segunda Vinda.  Por que nós, nos últimos dias, devemos estar preocupados com a destruição da Babilônia que ocorreu há milhares de anos atrás? –Porque Isaías previu e descreveu sobre as destruições precedentes ao retorno do Senhor Jesus Cristo, as quais se entrelaçam com as descrições da antiga destruição da Babilônia. Isaías dá muitas dicas neste capítulo que nos leva à interpretação dos níveis de significados—especificamente passagens que se relacionam somente com a destruição da Babilônia na Mesopotâmia e outras passagens que se referem só às destruições precedentes à Segunda Vinda.

Depois da destruição a antiga Babilônia nunca mais seria habitada; semelhantemente, na Segunda Vinda a maldade do mundo seria destruída para sempre. Isaías descreve a destruição na Segunda Vinda como um dia com furor e ira ardente.

Néfi cita este capítulo completamente, com pequenas mudanças; compare 2 Néfi 23.

Este capítulo pode ser dividido em três partes. A primeira parte, versículos 1 até 5, descreve a congregação dos exércitos antes das destruições preditas. Estes exércitos serviriam como instrumentos nas mãos do Senhor para levar a cabo seus propósitos. A segunda parte, versículos 6 até 18, descreve a destruição da Babilônia, e serve como um símbolo para o mundo na época da Segunda Vinda; e a terceira parte, versículos 19 até 22, descreve o destino da Babilônia decaída.

Nos versículos 1 até 5, o Senhor chama os exércitos para que se juntem, antes da destruição da Babilônia, para executarem seus propósitos. O versículo 1 declara: “Peso de Babilônia, que viu Isaías, filho de Amós”. Isaías foi um profeta e um vidente; ele “viu” esta revelação, que veio como uma visão. “Peso” significa “uma mensagem de destruição contra um povo”.[1]

Os versículos 2 e 3 descrevem a congregação dos exércitos. O versículo 2 começa: “Alçai uma bandeira sobre o monte elevado, levantai a voz para eles; acenai-lhes com a mão, para que entrem pelas portas dos nobres”. “Sobre o monte elevado” significa ao mesmo tempo “nação líder” e “templo”; portanto, o significado implícito é “nação líder que possui o templo”.[2] As “portas dos nobres” são locais reservados para os escolhidos e santificados do Senhor, e onde os iníquos e os imundos não podem entrar—o que significa os templos sagrados. “Acenai-lhes com a mão” representa os sinais cerimoniais pelos quais os santificados serão permitidos entrarem no templo. “Levantai a voz” significa elevar a voz ou gritar.

O versículo 3 continua: “Eu dei ordens aos meus santificados; sim, já chamei os meus poderosos para executarem a minha ira, os que exultam com a minha majestade”. O Livro de Mórmon apresenta “…pois minha ira não está sobre os que exultam com a minha majestade”.[3] Os “santificados” e “poderosos” são traduzidos no Velho Testamento como sinônimos de uma ou duas palavras hebraicas.[4] A palavra equivalente no Novo Testamento é “santos”. Aqueles que foram chamados e santificados formarão um exército poderoso nos últimos dias de indivíduos “santificados”, ou santos, cujo propósito será o de coligar o povo de Israel que foi espalhado—e se referem aos missionários atuais. Os “poderosos” do Senhor, em contraste, são exércitos assoladores que executarão os propósitos do Senhor de limpar tanto a Babilônia antiga quanto a moderna.

Os versículos 2 e 3 contêm um quiasma:

A: (2) Alçai uma bandeira sobre o monte elevado,
B: levantai a voz para eles;
C: acenai-lhes com a mão, para que entrem
C: pelas portas dos nobres.
B: (3) Eu dei ordens aos meus santificados; sim, já chamei os meus poderosos para executarem a minha ira,
A: pois minha ira não está sobre os que exultam com a minha majestade.

“Monte elevado” complementa “os que exultam com a minha majestade” ―o monte elevado será onde “os que exultam com a minha majestade” habitarão. “Levantai a voz” reflete-se em “eu dei ordens” e “já chamei os meus poderosos”. “Para eles” no lado ascendente é explicado no lado descendente: a voz do Senhor chamou aos “meus santificados” e “meus poderosos”. “Acenai-lhes com a mão” complementa a frase “portas dos nobres”; a frase “acenai-lhes com a mão” descreve cerimônias que permitem a entrada pelas “portas dos nobres”.

O versículo 4 declara: “Já se ouve a gritaria da multidão sobre os montes, como a de muito povo; o som do rebuliço de reinos e de nações congregados. O Senhor dos Exércitos passa em revista o exército de guerra”. Por serem frases paralelas, “montes” é equivalente a “reinos” ou “nações”. Esta conexão retórica pode ser aplicada no livro inteiro de Isaías.[5]

A conexão retórica de “montes”ou “montanhas” e “nações” também é evidente em Doutrina e Convênios. Ao chamar Sidney Rigdon ao arrependimento, o Senhor disse:

“E se me oferecer uma oferta aceitável e reconhecimentos e permanecer com meu povo, eis que eu, o Senhor vosso Deus, o curarei para que fique são; e ele tornará a erguer a voz nas montanhas e será um porta-voz diante de minha face” (ênfases adicionadas).[6]

O versículo 5 declara: “Já vem de uma terra remota, desde a extremidade do céu, o Senhor, e os instrumentos da sua indignação, para destruir toda aquela terra”. O bem destruirá o mal pelo mundo inteiro. “Já vem de uma terra remota” são palavras semelhantes às do rei Ezequias a Isaías quando ele perguntou de onde vieram certos emissários, para quem Ezequias havia mostrado todas suas riquezas e tesouros—  “de Babilônia”.[7] Os exércitos agregados da Terra, como foi descrito nos versículos 2, 3 e 4, juntar-se-ão às hostes enviadas dos céus—que novamente significa, pelo menos em parte, os valentes exércitos de missionários descritos no versículo 3, cuja vinda à Terra foi reservada para este tempo de maior necessidade—para servirem como instrumentos ou como emissários nas mãos do Senhor.

O exército dos justos mencionado em Doutrina e Convênios, que fala sobre os “espíritos preciosos que foram reservados para nascer na plenitude dos tempos” para realizarem o trabalho de  “construção de templos e a realização, neles, de ordenanças para a redenção dos mortos”, e para trabalharem na “vinha [do Senhor] para a salvação da alma dos homens”. E ainda esclarece que estes espíritos “estavam entre os grandes e nobres que foram escolhidos no princípio para serem governantes na Igreja de Deus”.[8]

Os versículos 6 até 18 descrevem a destruição Babilônia antiga, e como símbolo, aquela destruição que precederia a Segunda Vinda. O versículo 6 proclama: “Clamai, pois, o dia do Senhor está perto; vem do Todo-Poderoso como assolação”, certificando que a destruição da Babilônia e a do mundo são obras de Deus. “O dia do Senhor” significa o dia do julgamento; ou, neste caso, um dia de destruição. Somos garantidos que, na vista de Deus, essas destruições são justas—a fim de limpar o mundo iníquo para que os justos prevaleçam.

O versículo 7 declara: “Portanto, todas as mãos se debilitarão, e o coração de todos os homens se desanimará”. “Debilitar” e “desanimar” são sinônimos, ambos traduzidos da mesma palavra hebraica que significa “ficar temerosos”.[9]

O versículo 8 declara: “E assombrar-se-ão, e apoderar-se-ão deles dores e ais, e se angustiarão, como a mulher com dores de parto; cada um se espantará do seu próximo; os seus rostos serão rostos flamejantes”. Esta descrição de “rostos flamejantes” sugere a destruição pelo fogo precedendo a Segunda Vinda, ao invés da destruição da Babilônia antiga.[10] A frase “se angustiarão, como a mulher com dores de parto” não está incluída no Livro de Mórmon, nem faz nenhuma diferença no quiasma que abrange os versículos 7 e 8.[11] “Assombrar-se-ão” é traduzido de uma palavra hebraica que significa “medo” ou “pavor”.[12]

Os versículos 7 e 8 contêm um quiasma:

A: (7) Portanto, todas as mãos se debilitarão,
B: e o coração de todos os homens se desanimará.
C: (8) E assombrar-se-ão,
C: e apoderar-se-ão deles dores e ais, (e se angustiarão, como a mulher com dores de parto;)
B: cada um se espantará do seu próximo;
A: os seus rostos serão rostos flamejantes.

“Portanto, todas as mãos se debilitarão” complementa “os seus rostos serão rostos flamejantes”, descrevendo o assombro dos iníquos quando eles virem que sua destruição é iminente. “O coração de todos os homens se desanimará” complementa “cada um se espantará do seu próximo”; e “assombrar-se-ão” compara-se com “dores e ais”. Medo e lamentação caracterizam àqueles enredados no pecado.

No versículo 9 Isaías descreve o propósito das duas destruições: “Eis que vem o dia do Senhor, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação, e dela destruir os pecadores”. A antiga destruição da cidade e a destruição moderna das maldades mundanas serão executadas com o mesmo propósito.

O versículo 10 descreve manifestações nos céus que são referentes à destruição nos últimos dias, ao invés da destruição da Babilônia antiga: “Porque as estrelas dos céus e as suas constelações não darão a sua luz; o sol se escurecerá ao nascer, e a lua não resplandecerá com a sua luz”.[13]  Para a Babilônia antiga, estes acontecimentos predizem a degradação dos orgulhosos e nobres quando a destruição vier.

Durante Seu ministério mortal, o Senhor parafraseou o versículo 10 ao descrever aos Seus discípulos as destruições que precederiam a Sua Segunda Vinda: “E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas”.[14]

O versículo 11 declara: “E visitarei sobre o mundo a maldade, e sobre os ímpios a sua iniquidade; e farei cessar a arrogância dos atrevidos, e abaterei a soberba dos tiranos” A destruição castigará, com equidade e justiça, a maldade do mundo e abaterá os atrevidos e os tiranos.[15] O Livro de Mórmon apresenta “E castigarei o mundo por causa do mal”.

No versículo 12, devido as destruições, haverá poucos homens: “Farei que o homem seja mais precioso do que o ouro puro, e mais raro do que o ouro fino de Ofir”. “O ouro fino” significa o ouro que foi refinado no fogo, para queimar todas as impurezas.

Outros profetas do Velho Testamento usaram a mesma metáfora para descreverem a destruição dos últimos dias e a purificação dos justos. Malaquias predisse: “Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá, quando ele aparecer? Porque ele será como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros”.[16] Zacarias declarou: “E farei passar esta terceira parte [aqueles que não estão mortos nas destruições dos últimos dias] pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O Senhor é o meu Deus”.[17]

Estas declarações refletem as provações e tribulações que terão que ser sobrepujadas pelos sobreviventes das destruições. Ofir era um lugar, cujo local preciso é desconhecido hoje em dia, que era conhecido por seu ouro de alta qualidade.[18] Salomão obteve 3,000 talentos de ouro neste lugar para revestir as paredes interiores do templo.[19] Ofir provavelmente ficava no sul da Arábia, acessível por navio através do Golfo de Aqaba do porto de Ezion-Geber.[20]

O versículo 13 continua a descrição dos distúrbios dos cósmicos com efeitos extremos, tanto na terra quanto nos céus, os quais são resultados da destruição na Segunda Vinda: “Por isso farei estremecer os céus; e a terra se moverá do seu lugar, por causa do furor do Senhor dos Exércitos, e por causa do dia da sua ardente ira”. Estes acontecimentos são também descritos no Novo Testamento e Doutrina e Convênios.[21]

Versículos 9 até 13 contêm um quiasma:

A: (9) Eis que vem o dia
B: do Senhor, horrendo, com furor e ira ardente,
C: para pôr a terra em assolação, e dela destruir os pecadores.
D: (10) Porque as estrelas dos céus e as suas constelações não darão a sua luz;
E: o sol se escurecerá ao nascer,
F: e a lua não resplandecerá com a sua luz.
G: (11) E visitarei sobre o mundo a maldade,
G: e sobre os ímpios a sua iniquidade;
F: e farei cessar a arrogância dos atrevidos,
E: e abaterei a soberba dos tiranos. (12) Farei que o homem seja mais precioso do que o ouro puro, e mais raro do que o ouro fino de Ofir.
D: (13) Por isso farei estremecer os céus;
C: e a terra se moverá do seu lugar,
B: por causa do furor do Senhor dos Exércitos,
A: e por causa do dia da sua ardente ira.

“Vem o dia” é igual ao “dia da sua ardente ira”, e “do Senhor” complementa “do furor do Senhor dos Exércitos”, descrevendo o significado do dia do Senhor. “Para pôr a terra em assolação” é complementário à “terra se moverá do seu lugar”, mencionando o propósito dos preditos terremotos cataclísmico. A frase “Porque as estrelas dos céus e as suas constelações” corresponde à “farei estremecer os céus”. “O sol se escurecerá ao nascer” é comparado com “abaterei a soberba dos tiranos”, e “a lua não fará resplandecer com a sua luz” é comparado com “a arrogância dos atrevidos”, indicando que esses assombros que acontecerão nos céus simbolizam a degradação dos orgulhosos e arrogante. A frase “O mundo a sua maldade” corresponde com a frase “os ímpios a sua iniquidade”, que descrevem o estado iníquo em que se encontraria o mundo antes da Segunda Vinda, fazendo-o merecedor da ira destrutiva do Senhor.

O versículo 14 afirma: “E cada um será como a corça que foge, e como a ovelha que ninguém recolhe; cada um voltará para o seu povo, e cada um fugirá para a sua terra”. “Ninguém recolhe” foi traduzido de uma palavra hebraica que significa “ninguém reúne”.[22] Os ímpios, durante o tempo predito de julgamento, são comparados aos cervos e ovelhas: Os veados estão em perigo quando os caçadores estão presentes, enquanto que as ovelhas estão em perigo quando o pastor está ausente.[23] Os injustos rejeitaram a Cristo, o bom Pastor, como seu guia e protetor. Quando confrontados com os desastres naturais e exércitos invasores, as pessoas fogem para não serem vítimas deles. A frase usada na tradução de João Ferreira de Almeida “como a corça que foge” não se refere à Terra —descrita no versículo anterior como “a terra se moverá do seu lugar” —mas sim às condições humanas prevalentes nesta época.

O versículo 14 contém um quiasma:

A: (14) E cada um será como a corça que foge,
B: e como a ovelha que ninguém recolhe;
B: cada um voltará para o seu povo,
A: e cada um fugirá para a sua terra.

“A corça que foge” corresponde-se à “cada um fugirá para a sua terra”, mostrando que “a corça que foge” está descrevendo as condições humanas, ao invés do comportamento da própria Terra. “Como a ovelha que ninguém recolhe” complementa “cada um voltará para o seu povo”, verificando novamente que este versículo está descrevendo as condições humanas.  Estas condições referem-se principalmente às destruições nos últimos dias, não somente à destruição da Babilônia antiga.

O versículo 15 declara: “Todo o que for achado será transpassado; e todo o que se unir a ele cairá à espada”. O Livro de Mórmon apresenta: “Todo o que for orgulhoso será traspassado; sim, e todo o que se juntar aos iníquos cairá pela espada”.[24] Os exércitos invasores não tomarão prisioneiros dentre os orgulhosos—isto é, dentre os iníquos—que fugirem.

O versículo 16 descreve atrocidades cruéis que serão cometidas pelos invasores: “E suas crianças serão despedaçadas perante os seus olhos; as suas casas serão saqueadas, e as suas mulheres violadas”.[25] Estes eventos ocorreram quando a Babilônia foi destruída e ocorrerá novamente antes da Segunda Vinda.

Os versículos 17 e 18 descrevem atrocidades cometidas pelos invasores Medos. O versículo 17 declara: “Eis que eu despertarei contra eles os Medos, que não farão caso da prata, nem tampouco desejarão ouro”. O Livro de Mórmon apresenta “…que não farão caso de prata e ouro nem se deleitarão neles”.[26] O significado aqui é que os Medos seriam motivados em matar como forma de esporte ou por causa da ira cega, não para obter os despojos da batalha. Condições semelhantes foram previstas para os últimos dias.

O versículo 18 continua: “E os seus arcos despedaçarão os jovens, e não se compadecerão do fruto do ventre; os seus olhos não pouparão aos filhos”. O Livro de Mórmon apresenta “Seus arcos também despedaçarão os mancebos”.[27] O que significa que “os seus arcos”, ou armas, “despedaçarão as crianças”.

Os versículos 16 até 18 contêm um quiasma:

A: (16) E suas crianças serão despedaçadas
B: perante os seus olhos; as suas casas serão saqueadas,
C: e as suas mulheres violadas.
D: (17) Eis que eu despertarei contra eles os Medos,
E: que não farão caso da prata e ouro
E: nem tampouco se deleitarão neles.
D: (18) E os seus arcos despedaçarão os jovens,
C: e não se compadecerão do fruto do ventre;
B: os seus olhos não pouparão
A: aos filhos.

“E suas crianças serão despedaçadas” corresponde-se “aos filhos”. “Perante os seus olhos” é o mesmo que “os seus olhos não pouparão”. A frase “As suas mulheres” complementa “fruto do ventre”; “os Medos” é comparado com “os seus arcos”, indicando de quem eram as armas; e “não farão caso da prata e ouro” corresponde-se com “nem tampouco se deleitarão neles”. Note que a redação do Livro de Mórmon,[28] apresentada em itálico, fornece uma chave importante para compreender que os invasores matariam e destruiriam por esporte e ira cega, não para obter os despojos da batalha.

Os versículos 19 e 20 descrevem o destino da decaída Babilônia. O versículo 19 começa: “E Babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou”. A comparação com Sodoma e Gomorra, destruídas por perversão e iniquidades, indica que pecados semelhantes eram cometidos desenfreadamente na Babilônia antiga e seriam também predominantes em nossa sociedade. Perversão e maldades, tal quais as manifestadas em Sodoma e Gomorra, são a razão para as destruições preditas.

Versículo 20 continua: “Nunca mais será habitada, nem nela morará alguém de geração em geração; nem o árabe armará ali a sua tenda, nem tampouco os pastores ali farão deitar os seus rebanhos”. Esta profecia certamente foi cumprida com respeito à Babilônia. O lugar onde ficava a Babilônia é uma vasta ruína hoje em dia. Referindo-se a destruição dos injustos no tempo da Segunda Vinda, significa que a maldade nunca mais dominará o mundo como está acontecendo em nossos dias.

Os animais descritos nos versículos 21 e 22 que ocupariam as ruínas da Babilônia servem para ilustrar a desolação. O versículo 21 declara: “Mas as feras do deserto repousarão ali, e as suas casas se encherão de horríveis animais; e ali habitarão os avestruzes, e os sátiros pularão ali”.[29]

Sátiros são “semideuses mitológicos dos antigos gregos pagãos, com pés de bode, que tinham por hábito escarnecer de toda a gente” [30]. Sátiros eram conhecidos por sua lascívia. O significado em hebraico é “bodes”, “demônios” ou “cabras endemoninhadas”.[31]

O versículo 22 conclui: “E os animais selvagens das ilhas uivarão em suas casas vazias, como também os chacais nos seus palácios de prazer; pois bem perto já vem chegando o seu tempo, e os seus dias não se prolongarão”. O Livro de Mórmon adiciona três frases no versículo 22, referindo-se especialmente à destruição nos últimos dias: “Pois destrui-la-ei rapidamente; sim, pois serei misericordioso com meu povo, mas os iníquos perecerão”.[32]

NOTAS

[1]. F. Brown, S. Driver, e C. Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon [Léxico Hebraico e Inglês de Brown-Driver-Briggs]: Hendrickson Publishers, Peabody, MA, 01961-3473, 1996, Número de Strong 4853, p. 672.
[2]. Ver Isaías 2:2, 14 e 2 Néfi 12:2, 14; Isaías 11:9; 13:4; 30:25 e comentário pertinente.
[3]. 2 Néfi 23:3.
[4]. Brown et al., 1996, Número de Strong 6942, p. 872.
[5]. Avraham Gileadi, The Book of Isaiah: A new translation with interpretive keys from The Book of Mormon [O Livro de Isaías: Uma nova tradução com chaves interpretativas do Livro de Mórmon]: Deseret Book Co., Salt Lake City, Utah, 1988, 250 p.; Ver p. 43. Ver Isaías 2:2, 14 e 2 Néfi 12:2, 14; Isaías 11:9; 13:4; 30:25 e comentário pertinente.
[6]. Doutrina e Convênios 124:104.
[7]. Ver 2 Reis 20:14.
[8]. Ver D&C 138:53-56.
[9]. Brown et al., 1996, Número de Strong 4549, p. 587.
[10]. Ver Isaías 1:7, 28; 5:24; 9:5, 18-19 e comentário pertinente.
[11]. 2 Néfi 23:8.
[12]. Brown et al., 1996, Número de Strong 926, p. 96.
[13]. O versículo 10 contém um quiasma reconhecido no hebraico original: Se escurecerá/o sol//a lua/não resplandecerá com a sua luz. Em Parry, Harmonizing Isaiah [A Harmonização de Isaías], 2001, p. 259.
[14]. Mateus 24:29; Ver também Marcos 13:24-25 e Joseph Smith—Mateus 1:33.
[15]. Ver também Isaías 2:9, 11.
[16]. Malaquias 3:2.
[17]. Zacarias 13:9.
[18]. Dicionário Bíblico—Ofir.
[19]. Ver 1 Crônicas 29:4.
[20]. Ver 1 Reis 22:48.
[21]. Ver Mateus 24:7; D&C 49:23; 88:87; 133:49.
[22]. Brown et al., 1996, Número de Strong 6908, p. 867.
[23]. Donald W. Parry, Jay A. Parry e Tina M. Peterson, Understanding Isaiah [Compreendendo Isaías]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1998, p. 136-137.
[24]. 2 Néfi 23:15.
[25]. O versículo 16 contém um quiasma reconhecido no hebraico original: Saqueadas/casas//mulheres/violadas. Em Parry, Harmonizing Isaiah [A Harmonização de Isaías], 2001, p. 259.
[26]. 2 Néfi 23:17.
[27]. 2 Néfi 23:18.
[28]. 2 Néfi 23:17.
[29]. Versículo 21 contém um quiasma reconhecido no hebraico original: Ali habitarão/avestruzes//sátiros/pularão ali. Em Parry, Harmonizing Isaiah [A Harmonização de Isaías], 2001, p. 259.
[30]. “Sátiro”, Em Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. Disponível na http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa/s%C3%A1sátiro.
[31]. Brown et al., 1996, Número de Strong 8163, p. 972.
[32]. 2 Néfi 23:22.

CAPÍTULO 11: “A Terra Se Encherá Do Conhecimento Do Senhor”

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A interpretação do capítulo 11 tem sido o tema de revelação moderna. Quando Moroni apareceu pela primeira vez a Joseph Smith no dia 21 de setembro de 1823, Joseph falou que Moroni “citou o capítulo onze de Isaías, dizendo que estava prestes a ser cumprido”.[1] Esta declaração indica claramente, que os acontecimentos descritos neste capítulo são pertinentes aos últimos dias; em particular, o período precedente à Segunda Vinda do Senhor Jesus Cristo, bem como ao reino Milenar do Senhor aqui na Terra. Em Doutrina e Convênios Seção 113, uns companheiros do profeta Joseph Smith perguntaram-lhe sobre os versículos no capítulo 11.[2] O Senhor, falando através do profeta Joseph, deu as respostas.

O capítulo 11 pode ser dividido em quatro seções. Os versículos 1 até 9 descrevem a Segunda Vinda de Cristo e reinado milenar, os versículos 10 até 12 descrevem a coligação de Israel das diversas terras para onde foram dispersos, os versículos 13 e 14 descrevem as vitórias de Israel sobre seus vizinhos hostis, e os versículos 15 e 16 descrevem as mudanças geográficas—usadas por Isaías como metáforas para descreverem acontecimentos espirituais e políticos importantes—que virão a acontecer antes ou durante o milênio.

O tronco de Jessé, mencionado nos versículos 1 até 5, é Cristo—que julgará em retidão, não somente durante o milênio, mas também no julgamento final. A pessoa que teria o papel fundamental na restauração nos últimos dias antes do milênio foi descrita metaforicamente como um “rebento” saindo das “raízes” de Jessé, e refere-se novamente a Cristo como o “renovo”. Durante o milênio, a guerra e a inveja cessarão e o conhecimento sagrado de Deus cobrirá a Terra, como as águas cobrem o mar. Em preparação para o milênio, o Senhor levantará um estandarte e juntará Israel das diversas terras para onde foram dispersos. Néfi cita o capítulo 11 por completo; compare 2 Néfi 21. Pequenas diferenças no texto do Livro de Mórmon são apresentadas em itálico onde forem citadas. Néfi também explica os elementos deste capítulo em 2 Néfi capítulo 30.

Os versículos 1 até 9 descrevem o ministério mortal de Cristo e reinado milenar. O tronco de Jessé mencionado no versículo 1 é Cristo: “Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará”. A mesma metáfora é usada aqui como foi introduzida anteriormente por Isaías:[3] Quando a árvore é cortada, o tronco[4] continua a brotar. Depois da destruição e cativeiro de Israel, um renovo justo surgiria do parentesco original, mantendo intacta as bênçãos prometidas aos patriarcas antigos. Será desta ordem justa, a qual incluía os descendentes de Jessé e os herdeiros do trono de Davi, que Cristo viria. Maria, a mãe de Jesus, como também José, Seu guardião legal, eram da linhagem de Jessé.[5] Esta profecia de Isaías foi citada no Novo Testamento relacionada ao ministério Jesus Cristo.[6]

Em Doutrina e Convênios, o Senhor afirma que Cristo é o Tronco de Jessé: “Quem é o Tronco de Jessé mencionado nos versículos 1, 2, 3, 4 e 5 do capítulo 11 de Isaías?” “Em verdade, assim diz o Senhor: É Cristo”.[7]

“Um rebento” brotando do tronco de Jessé, também foi mencionado no versículo 1: “Porque brotará um rebento do tronco de Jessé…”. O Senhor esclarece o significado em Doutrina e Convênios: “O que é o rebento mencionado no primeiro versículo do capítulo 11 de Isaías, que brotaria do Tronco de Jessé?” “Eis que assim diz o Senhor: É um servo nas mãos de Cristo, que em parte é descendente de Jessé assim como de Efraim, ou seja, da casa de José, a quem foi dado muito poder”.[8] O “rebento” é geralmente interpretado entre os Santos dos Últimos Dias como sendo Joseph Smith, o profeta da Restauração.[9]

O título “renovo” pode ser aplicado simultaneamente a Cristo e a um líder político moderno da linhagem do Rei Davi da antiguidade, cuja retidão permitir-lhe-ia a ser guiado pelo Senhor. Jeremias, no Velho Testamento, predisse:

“Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra.
“Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA.”[10]

“O Senhor”, como foi usado nesta passagem, provavelmente significa um líder temporal. Isto se contrasta, no versículo anterior[11], com “o Senhor”, que significa Jeová. O nome deste governante Judeu nos últimos dias seria Davi, como foi predito por Ezequiel e Oséias.[12] Joseph Smith declarou profeticamente: “O trono e reino de Davi ser-lhe-á tomado [Davi da antiguidade] e dado par um outro por nome de Davi nos últimos dias, levantado de sua linhagem”.[13] Bruce R. McConkie confirmou que o renovo, bem como o rebento, é Cristo.[14]

O versículo 1 contém um quiasma reconhecido no hebraico original, que foi reconstruído aqui para combinar com a construção hebraica:[15]

A: (1) Porque brotará
B um rebento do tronco de Jessé,
B: e um renovo das suas raízes
A: frutificará.

Visto que Cristo é o “tronco de Jessé”, um renovo crescendo de “suas raízes”—ou as raízes de Jessé, ou a linhagem dos reis davídicos—pode ser que esteja referindo-se a Cristo, se os elementos do quiasma estiverem paralelos, ou pode ser que signifique outra pessoa da mesma linhagem, se os elementos do quiasma forem complementários.

Os versículos 2 e 3 descrevem a retidão de Jesus Cristo ao exercer juízo, e serve como um símbolo dos atributos cristãos do líder temporal nos últimos dias, chamado Davi, bem como Joseph Smith, o profeta da Restauração. O versículo 2 prediz: “E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor”. O pronome, “ele”, simultaneamente significa o “rebento” e o “renovo”—Joseph Smith, Cristo, e o Davi dos últimos dias.

O versículo 3 continua: “E deleitar-se-á no temor do Senhor; e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos”.

Versículo 4 descreve o julgamento e destruição que acontecerão na Segunda Vinda, referindo-se agora somente a Cristo: “4 Mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com equidade aos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará ao ímpio”. A palavra hebraica traduzida como “repreenderá com equidade” significa “decidir com justiça”.[16]

Este versículo é parafraseado por Paulo em sua segunda epístola aos Tessalonicenses: “E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda”.[17]  Paulo esclarece que tão somente o assopro da boca do Senhor matará aos iníquos.

O Senhor, ao repreender a Martin Harris por haver perdido as 116 páginas traduzidas da primeira parte do Livro de Mórmon, usou semelhantes palavras: “Portanto ordeno que te arrependas—arrepende-te, para que eu não te fira com a vara de minha boca e com minha ira e com minha cólera e teus sofrimentos sejam dolorosos—quão dolorosos tu não sabes, quão intensos tu não sabes, sim, quão difíceis de suportar tu não sabes”.[18]

O Senhor também enfatizou que os iníquos destruiriam aos iníquos em guerras que aconteceriam durante os últimos dias, antes da Sua Segunda Vinda:

“Em minha ira jurei e decretei guerras sobre a face da Terra; e o iníquo matará o iníquo e temor virá sobre todo homem;
“E os santos também mal escaparão; contudo eu, o Senhor, estou com eles e, da presença de meu Pai, descerei no céu e consumirei os iníquos com fogo inextinguível.[19]

É pelo decreto do Senhor que aconteceriam guerras, nas quais os iníquos matariam uns aos outros.

Néfi provê uma interpretação profética:

“E com justiça julgará o Senhor Deus os pobres e reprovará com equidade pelos mansos da Terra. E ferirá a Terra com a vara de sua boca; e com o sopro de seus lábios matará os ímpios.
“Pois rapidamente chegará o tempo em que o Senhor Deus fará uma grande divisão entre o povo e destruirá os iníquos; e poupará seu povo, sim, ainda que tenha que destruir os iníquos com fogo.[20]

As palavras do versículo 4 descrevem a destruição dos iníquos antes da Segunda Vinda do Senhor. Durante o milênio, guerra e inveja serão aniquiladas e o conhecimento de Deus cobrirá toda a Terra.

O versículo 4 contém um quiasma:[21]

(4) Mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com equidade aos mansos da terra;
A: e ferirá a terra
B: com a vara de sua boca,
B: e com o sopro dos seus lábios
A: matará o ímpio.

“Ferirá a terra” complementa “matará o ímpio”, indicando que o propósito do Senhor em ferir a Terra é para destruir a iniquidade entre a população humana, ao invés de infligir punição sobre a Terra em si. “A vara de sua boca” é sinônimo para “o sopro dos seus lábios”.

O versículo 5 descreve a fonte de poder de Cristo, e como um símbolo, também a de Davi dos últimos dias e do profeta da Restauração: “5 E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins”. “Lombos” e “rins” vieram da palavra hebraica que significa “cintura”.[22]

O Senhor usa palavras semelhantes para instruir os Santos dos Últimos Dias:

“Portanto uma vez que eu, o Senhor, decretei todas estas coisas sobre a face da Terra, desejo que meus santos se reúnam na terra de Sião;”E que todo homem tome a retidão em suas mãos e cinja seus lombos com a fidelidade; e aos habitantes da Terra levante uma voz de advertência e declare, tanto por palavra como por fuga, que a desolação virá sobre os iníquos.[23]

A retidão e a fidelidade são atributos cristãos que todos nós devemos emular; ao fazer isto escaparemos a desolação que virá sobre os iníquos.

Os versículos 3 até 5 contêm um quiasma:

A: (3) E deleitar-se-á no temor do Senhor;
B: e não julgará segundo
C: a vista dos seus olhos,
D: nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos.
E: (4) Mas julgará com justiça os pobres,
E: e repreenderá com equidade aos mansos da terra;
D: e ferirá a terra com a vara de sua boca,
C: e com o sopro dos seus lábios
B: matará ao ímpio.
A: (5) E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins.

“No temor do Senhor” corresponde à “a justiça” e “a fidelidade”, que apresentam o tema do quiasma. A palavra “Julgará” é comparada com “matará o ímpio”, provendo uma maior explicação para o uso da palavra “julgar”. “A vista dos seus olhos” corresponde à “com o sopro dos seus lábios”. “Repreenderá” no versículo 3 é equivalente à “ferirá”, e “julgará com justiça os pobres” reflete-se em “repreenderá com equidade aos mansos da terra”, que é o enfoque central do quiasma. O Senhor, ao matar o ímpio, age com equidade. Consequentemente, a destruição dos ímpios resultará em equidade e justiça para os pobres e mansos da terra.

Nos versículos 6 até 9 Isaías metaforicamente descreve a eliminação das hostilidades entre as nações em guerra, que eram inimigas já há muito tempo. As metáforas de animais—alguns predadores naturais e outros a sua presa—vivendo amigavelmente uns com os outros durante o milênio são frequentemente interpretadas literalmente, mas seriam melhor entendidas num sentido metafórico. Algumas das nações assim representadas são identificáveis; o urso pode ser a Rússia e o leão pode ser a Grã-Bretanha. A estrutura quiasmática deste versículo e seu equivalente no versículo 13 confirma que Isaías está falando metaforicamente.

Os versículos 6 até 8 apresentam as metáforas. O versículo 6 declara: “E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leão e o animal cevado andarão juntos, e um menino pequeno os guiará”.[24] Os opostos são apresentados como contrastes literários para enfatizar as diferenças.

O versículo 7 apresenta mais contrastes literários: “A vaca e a ursa pastarão juntas, seus filhos se deitarão juntos, e o leão comerá palha como o boi”.

Os versículos 6 e 7 contêm um quiasma:

A: (6) E morará o lobo com o cordeiro,
B: e o leopardo com o cabrito se deitará;
C: e o bezerro, e o filho de leão e o animal cevado andarão juntos,
D: e um menino pequeno os guiará.
C: (7) A vaca e a ursa pastarão juntas,
B: seus filhos se deitarão juntos,
A: e o leão comerá palha como o boi.

“O lobo” e “o cordeiro” correspondem ao “leão” e ao “boi”; “se deitará” corresponde à “se deitarão juntos”; a frase “o bezerro, e o filho de leão” correspondem à frase “a vaca e a ursa”; e “um menino pequeno os guiará” é a única declaração central. O significado é que o menino pequeno guiará todos os animais mencionados no quiasma.

O quiasma forma o elemento inicial num quiasma maior que inclui os versículos 6 até 13. O quiasma dos versículos 6 e 7, que contém os nomes dos animais que representam as nações em guerras e suas vítimas, complementa o quiasma do versículo 13, que descreve o fim da hostilidade entre as nações de Judá e Efraim, bem como com outros vizinhos hostis. Esta equivalência quiasmática explica a metáfora.

O versículo 8 continua, apresentando mais contrastes literários e adicionando um significado ainda mais profundo à metáfora: “E brincará a criança de peito sobre a toca da áspide, e a desmamada colocará a sua mão na cova do basilisco”. A áspide é uma cobra venenosa da família das víboras, já um basilisco é um réptil fabuloso a que se atribuía o poder de matar através do olhar, do bafo ou do contato.[25] Note o paralelismo; “a toca da áspide” é equivalente à frase “na cova do basilisco”, e “a criança de peito” é equivalente à “desmamada”. Estas comparações reforçam ainda mais a suposição de que Isaías está falando metaforicamente—o que é conhecido como prejudicial e perigo é contrastado com inocência e vulnerabilidade.

Versículo 8 contém um quiasma reconhecido no original em hebraico, e que foi reformatado aqui para combinar com a construção hebraica.[26]

A: (8) Brincará
B: a criança de peito sobre a toca da áspide,
B: e a desmamada na cova do basilisco
A: meterá a sua mão.

Este quiasma coloca palavras que aparecem como duas declarações paralelas na versão de João Ferreira de Almeida como declarações paralelas inversas, adicionando um equilíbrio poético.

No versículo 9 o Senhor descreve as condições milenar: “Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar”. É o conhecimento do Senhor que terminará com a guerra e a inveja.[27] “Monte” retoricamente significa “nação”, ou domínio político.[28] Assim, no domínio do Senhor—que incluirá toda a Terra, como mostra na frase seguinte— “não se fará mal nem dano algum”.

Dallin H. Oaks declarou:

“Hoje em dia estamos assistindo a uma explosão de conhecimento a respeito do mundo e seus povos. Mas os povos do mundo não estão obtendo uma expansão de conhecimento comparável sobre Deus e o plano dele para seus filhos. Nesse assunto, o mundo necessita não é de mais erudição e tecnologia, porém de mais retidão e revelação.
“Aguardamos o dia profetizado por Isaías no qual “a terra se encherá do conhecimento do Senhor”.[29]

No Livro de Mórmon, Néfi também cita os versículos 4 até 9 em 2 Néfi capítulo 30 com pequenas variações.[30] Néfi adiciona esta explicação interessante depois da citação:

“Portanto as coisas de todas as nações se tornarão conhecidas; sim, todas as coisas serão dadas a conhecer aos filhos dos homens.
“Nada haverá secreto que não seja revelado; não haverá obra tenebrosa que não venha à luz; nada haverá selado na face da Terra que não seja descerrado.
“Portanto todas as coisas que foram reveladas aos filhos dos homens serão reveladas naquele dia; e Satanás já não terá poder sobre o coração dos filhos dos homens, por um longo tempo….”[31]

O conhecimento da verdade, revelado aos filhos dos homens, tirará eficazmente o poder de Satanás.

Ao instruir ao Santos dos Últimos Dias, o Senhor declara: “E nesse dia [o reinado milenar do Senhor], a inimizade do homem e a inimizade das bestas, sim, a inimizade de toda carne terá fim de diante de minha face”.[32] Aqui mostra bem claro que ambos elementos, literal e metafórico, da profecia de Isaías virão a se cumprir.

Os versículos 10 até 12 descrevem a coligação de Israel. Em preparação para o milênio, o Senhor levantará um estandarte e juntará Israel que foi espalhada por muitas nações. O versículo 10 refere-se a uma “raiz de Jessé”, que é um profeta mandado aos gentios nos últimos dias: “E acontecerá naquele dia que a raiz de Jessé, a qual estará posta por estandarte dos povos, será buscada pelos gentios; e o lugar do seu repouso será glorioso”. A frase “naquele dia” significa os últimos dias, a época em que esta profecia deverá ser cumprida.[33]

O versículo 10 foi citado pelo Apóstolo Paulo, referindo-se a aceitação de Cristo pelos gentios: “Outra vez diz Isaías: Uma raiz em Jessé haverá, e naquele que se levantar para reger os gentios, os gentios esperarão”.[34] Os gentios nos últimos dias aceitariam a Cristo através da “raiz em Jessé”, proclamada por Isaías—o grande profeta da Restauração, Joseph Smith.

Em Doutrina e Convênios, o Senhor deu uma maior explicação: “O que é a raiz de Jessé mencionada no versículo 10 do capítulo 11?
“Eis que assim diz o Senhor: É um descendente de Jessé, assim como de José, a quem por direito pertencem o sacerdócio e as chaves do reino, posto por estandarte e para a coligação de meu povo nos últimos dias”.[35] Estas características descrevem atributos principais da linhagem e missão profética de Joseph Smith.”[36], [37]

Joseph Smith, juntos com seus companheiros da Restauração, eram herdeiros legítimos do sacerdócio através desta linhagem. O Senhor, através de uma revelação moderna, declarou:

“Portanto assim diz o Senhor a vós, com quem o sacerdócio continuou através da linhagem de vossos pais—
“Porque sois herdeiros legais segundo a carne e fostes escondidos do mundo com Cristo, em Deus—
“Portanto vossa vida e o sacerdócio permaneceram; e é necessário que permaneçam por meio de vós e de vossa linhagem, até a restauração de todas as coisas proferidas pela boca de todos os santos profetas desde o princípio do mundo.”[38]

Foi dado a Joseph Smith, através da ministração de anjos, as chaves de vários ofícios e funções essenciais do sacerdócio como parte da Restauração. Essas ministrações angelicais incluem a ordenação ao Sacerdócio Aarônico pelas mãos de João Batista[39] e a ordenação ao Sacerdócio de Melquisedeque, inclusive ao Apostolado, pelas mãos de Pedro, Tiago e João.[40] Moisés restaurou as chaves da coligação de Israel, através de Joseph Smith numa visão gloriosa.[41] Elias restaurou o poder do selamento para unir os pais aos seus filhos de todas as gerações,[42] e Elias, o tisbita, restaurou as chaves do evangelho de Abraão pelas quais todas as futuras gerações seriam abençoadas.[43]

Joseph Smith, como o profeta de Restauração, estabeleceu um estandarte para o povo do mundo—incluindo os gentios e as tribos de Israel—onde se congregariam nos últimos dias. Numa revelação moderna, o Senhor declarou:

“Pois eis que vos digo que Sião florescerá e a glória do Senhor estará sobre ela;
“E será um estandarte para o povo e a ela virão de todas as nações debaixo do céu (ênfases adicionadas).”[44]

O profeta Leí, no Livro de Mórmon, em sua última bênção a seu filho mais novo, José, descreveu um profeta dos últimos dias que se chamaria José (Joseph).[45] Semelhantemente, Jacó—ou Israel—ao pronunciar a última bênção sobre seu filho José, profetizou sobre um profeta dos últimos dias que também se chamaria José.[46]

O versículo 11 descreve as nações de onde os remanescentes de Israel serão juntados: “E há de ser que naquele dia o Senhor tornará a pôr a sua mão para adquirir outra vez o remanescente do seu povo, que for deixado, da Assíria, e do Egito, e de Patros, e da Etiópia, e de Elã, e de Sinar, e de Hamate, e das ilhas do mar”. Néfi também cita a primeira parte deste versículo em 2 Néfi 25:17 e 2 Néfi 29:1.[47]

Estes nomes de países do tempo de Isaías representam lugares para onde Israel foi originalmente dispersa. Seus equivalentes no mundo atual não são estritamente relacionados às localidades mencionadas.  Por exemplo, parece que “as ilhas do mar” referem-se ao Arquipélago Grego por causa da estrutura quiasmática deste e de outros versículos, descrita abaixo. Entretanto, esta frase também refere-se às Américas, a herança dos filhos de Leí.[48]

O “estandarte”, como foi usado no versículo 10, significa uma bandeira militar, que era usada para denotar condições no campo de batalha e enviar mensagem aos combatentes.[49] Neste caso a mensagem é para se juntarem, como mostrado no versículo 12: “E levantará um estandarte entre as nações, e ajuntará os desterrados de Israel, e os dispersos de Judá congregará desde os quatro confins da terra”.[50] A palavra hebraica traduzida como “confins”, na frase final, significa “extremidades” ou “bordas”.[51]

Concernente aos versículos 11 e 12, LeGrande Richards ensinou:

“O Anjo Morôni repetiu essa mensagem ao Profeta Joseph Smith, quando este tinha apenas dezoito anos de idade, na ocasião em que o visitou três vezes em seguida, durante a noite e pela manhã, indicando que essa obra deveria ser realizada.
“Pensem na responsabilidade do Profeta Joseph naquela ocasião. Ele estabeleceu um estandarte para todas as nações e nenhuma outra igreja do mundo está fazendo pelos seus membros o que esta Igreja está fazendo, ajudando-os a progredir e, ao mesmo tempo, estabelecendo um estandarte para o mundo. Indivíduos nos procuram para saber como estamos conseguindo fazer tais coisas.”[52]

A coligação de Israel, descrita nestes versículos, seria o maior milagre feito pelo Senhor nos últimos dias, como foi testificado por Jeremias:

“Portanto, eis que dias vêm, diz o Senhor, em que nunca mais se dirá: Vive o Senhor, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito.
“Mas: Vive o Senhor, que fez subir os filhos de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha lançado; porque eu os farei voltar à sua terra, a qual dei a seus pais.[53]

Este grande milagre é parte da obra missionária dos últimos dias, um meio pelo qual Israel será coligada.[54]

Como descrito no versículos 13 e 14, antes da Segunda Vinda do Senhor, Israel—unidas como uma só nação, ao invés de dois reinos diferentes—dominará seus vizinhos que antes eram hostis. O versículo 13 proclama: “E afastar-se-á a inveja de Efraim, e os adversários de Judá serão desarraigados; Efraim não invejará a Judá, e Judá não oprimirá a Efraim”. O Livro de Mórmon apresenta “Cessará também a inveja de Efraim”.[55]

Os versículos 6 até 13 formam um elegante quiasma:

A: (6) E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leão e o animal cevado andarão juntos, e um menino pequeno os guiará. (7) A vaca e a ursa pastarão juntas, seus filhos se deitarão juntos, e o leão comerá palha como o boi. (8) E brincará a criança de peito sobre a toca da áspide, e a desmamada colocará a sua mão na cova do basilisco.
B: (9) Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar.
D: (10) E acontecerá naquele dia que a raiz de Jessé,
E: a qual estará posta por estandarte dos povos, será buscada pelos gentios; e o lugar do seu repouso será glorioso. (11) E há de ser que naquele dia o Senhor tornará a pôr a sua mão para adquirir outra vez o remanescente do seu povo, que for deixado,
F: da Assíria, e do Egito, e de Patros, e da Etiópia
F: de Elão, de Sinar, de Hamate, e das ilhas de mar.
E: (12) E levantará um estandarte entre as nações, e ajuntará os desterrados de Israel,
D: e os dispersos de Judá congregará
C: desde os quatro confins
B: da terra.
A: (13) E afastar-se-á a inveja de Efraim, e os adversários de Judá serão desarraigados; Efraim não invejará a Judá, e Judá não oprimirá a Efraim.

A declaração introdutória deste elegante quiasma se encontra nos versículos 6 e 7, que por si mesmos formam um quiasma completo e foi descrito anteriormente. Sua reflexão complementar se encontra no versículo 13, que também é outro quiasma completo. As declarações centrais são dois conjuntos de locais geográficos, dados no versículo 11. Quando os locais são colocados num mapa,[56] o padrão que Isaías tentou descrever aparece: Cada conjunto forma uma linha mais o menos reta, as duas linhas se cruzam para formar um “X”—a letra Grega chi, como na palavra “quiasma”.

O padrão planejado por Isaías é evidente quando estes oito locais geográficos são considerados em ordem. Assíria ficava ao norte da Babilônia no vale do Rio Tigre; sua capital era Nínive. Egito fica aos dois lados do Rio Nilo e seu delta fica no sudoeste da Assíria. Patros é parte do Alto Egito, localizado ao longo do Rio Nilo para o sudoeste, e Etiópia é mais ainda para o sudoeste do Egito onde viviam um povo de pele escura. Estes quatro locais formam uma linha que começa inclinando-se na direção sudoeste, mas muda para a direção mais para o sul. A segunda linha começa em Elão, que é a parte sudeste da Pérsia, ou Iran, ao sudoeste da Assíria. Sinar é a Babilônia, que fica na parte mais baixa da planície dos rios Tigre e Eufrates, ao noroeste de Elão. Hamate ainda é uma cidade importante na Síria, localizada mais ainda ao noroeste das linhas descritas. Esta cidade foi nomeada como o limite setentrional da terra prometida da Palestina.[57] As “ilhas do mar” refere-se ao Arquipélago Grego, que forma o fim da segunda linha ao noroeste.

Versículo 13 contém um quiasma:[58]

(13) E afastar-se-á a inveja de Efraim, e os adversários de Judá serão desarraigados;
A: Efraim
B: não invejará
C: a Judá
C: e Judá
B: não oprimirá
A: a Efraim.

Este quiasma reflete a declaração introdutória do quiasma dos versículos 6 até 13. Sua relação complementar confirma que os animais nos versículos 6 e 7 são metáforas representando nações guerreiras agressoras e suas vítimas perenes. A primeira menção de “Efraim” é equivalente à segunda no final do versículo; “não invejará” é equivalente a “não oprimirá”; e “Judá” corresponde a “Judá”.

O versículo 14 descreve as vitórias da Israel unida: “Antes voarão sobre os ombros dos filisteus ao ocidente; juntos despojarão aos do oriente; em Edom e Moabe porão as suas mãos, e os filhos de Amom lhes obedecerão”. Estes vizinhos adversários do tempo de Isaías teriam outros nomes hoje.

O versículo 15 descreve mudanças que ocorrerão antes ou durante a parte inicial do Milênio: “E o Senhor destruirá totalmente a língua do mar do Egito, e moverá a sua mão contra o rio com a força do seu vento e, ferindo-o, dividi-lo-á em sete correntes e fará que por ele passem com sapatos secos”. Estas mudanças—descritas por Isaías em termos geográficos—podem ser parcialmente ou totalmente metafóricas, representando mudanças políticas e sociais que facilitariam a coligação de Israel. A divisão das águas do Mar Vermelho na época de Moisés, para permitir aos Israelitas a escaparem dos exércitos egípcios, é um símbolo para o caminho estreito e apertado, no sentido espiritual. “A língua do mar do Egito” provavelmente significa o Golfo de Suez—a língua ao noroeste do Mar Vermelho, localizada entre o Egito e a Península do Sinai—que foi dividida na época de Moisés.[59] Ventos poderosos também se manifestariam, tal como nos tempos da divisão do Mar Vermelho.[60] “O rio” provavelmente significa os rios Tigre e Eufrates juntos;[61] fortes ventos ferirão os sete afluentes destes rios[62] permitindo que os homens atravessem-nos “com sapatos secos”.

Será que os ventos poderosos representam as mudanças políticas rápidas que acontecerão na terra por causa dos rios Tigre e Eufrates e seus afluentes, estabelecendo liberdade política e religiosa, e permitindo com que os homens e as mulheres daquelas nações obtenham o conhecimento verdadeiro do Plano de Salvação? Se assim for, o significado metafórico de Isaías é de que esses acontecimentos são tão importantes nos últimos dias como foi a divisão das águas do Mar Vermelho nos tempos antigos.

A destruição da língua do mar do Egito coincidirá com a coligação, como foi sugerido no versículo 16: “E haverá caminho plano para o remanescente do seu povo, que for deixado da Assíria, como sucedeu a Israel no dia em que subiu da terra do Egito”.[63] Outra referência semelhante a um caminho ou estrada foi feita  por Isaías, no capítulo 35, indicando que o significado é espiritual ao invés de temporal:

“E ali haverá uma estrada, um caminho que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para os remidos. Os caminhantes, até mesmo os loucos, nele não errarão.”[64]

O “caminho” é o caminho estreito e apertado.[65] A maneira pela qual os remanescentes de Israel serão juntados nos últimos dias é com o evangelho sendo pregado a eles; eles se unirão com Sião e seu povo, e seguirão o caminho estreito e apertado. Sua identidade como herdeiros do Convênio Abraâmico ser-lhes-á revelada, e eles farão convênios com o Senhor como em tempos passados.

NOTAS

[1]. Joseph Smith—História 1:40.
[2]. Versículos 1-5, 10.
[3]. Isaías 6:13.
[4]. F. Brown, S. Driver, e C. Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon [Léxico Hebraico e Inglês de Brown-Driver-Briggs]: Hendrickson Publishers, Peabody, MA, 01961-3473, 1996, Número de Strong 1503, p. 160.
[5]. Ver Mateus 1:1-16.
[6]. Ver também Isaías 7:14; 9:6; 25:9; 53:5.
[7]. Doutrina e Convênios 113:1-2.
[8]. D&C 113:3-4.
[9]. Donald W. Parry, “Isaiah Chapter Review [Revisão dos Capítulos de Isaías]: 2 Néfi 21//Isaías 11”, Book of Mormon Reference Companion [Companheiro Referencial do Livro de Mórmon], Dennis L. Largey, ed., Deseret Book Company, Salt Lake City, UT, 2003, p. 379-380.
[10]. Jeremias 23:5-6.
[11]. Jeremias 23:5.
[12]. Ver Ezequiel  37:21-28 e Oséias 3:4-5.
[13]. História da Igreja, v. 6, p. 253.
[14]. Bruce R. McConkie, The Promised Messiah [O Messías Prometido]: Deseret Book Co., Salt Lake City UT, 1978,  p. 192.
[15]. Parry,  Harmonizing Isaiah [A Harmonização de Isaías], 2001, p. 259.
[16]. Brown et al., 1996, Número de Strong 3198, p. 406-407.
[17]. 2 Tessalonicenses 2:8.
[18]. D&C 19:15.
[19]. D&C 63:33-34.
[20]. 2 Néfi 30:9-10.
[21]. Parry,  Harmonizing Isaiah [A Harmonização de Isaías], 2001, p. 259.
[22]. Brown et al., 1996, Número de Strong 2504, p. 323.
[23]. D&C 63:36-37.
[24]. Versículo 6 contém um quiasma reconhecido no hebraico original: Morará/o lobo com o cordeiro//o leopardo com o cabrito/se deitará. Em Parry, 2001, p. 259.
[25]. Basilisco Em Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. Disponível na http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa/basilisco. Ver também Isaías 14:29; 59:5 e comentário pertinente.
[26]. Parry, Harmonizing Isaiah [A Harmonização de Isaías], 2001, p. 259.
[27]. Ver Isaías 12:3; 30:25; 35:6-7; 55:1, 11; 58:11 e comentário pertinente.
[28]. “Monte” é retoricamente correlacionado com “nação”. Ver Isaías 2:2, 14 e 2 Néfi 12:2, 14; Isaías 13:2, 4; 30:25 e comentário pertinente.
[29]. Dallin H. Oaks, “Vozes Alternativas”, A Liahona, Julho de 1989, pág. 29.
[30]. 2 Néfi 30:9, 11-15.
[31]. 2 Néfi 30:16.
[32]. D&C 101:26.
[33]. Compare Isaías 27:2.
[34]. Romanos 15:12.
[35]. D&C 113:5-6.
[36]. Victor L. Ludlow, Isaiah: Prophet, Seer, and Poet [Isaías: Profeta, Vidente e Poeta]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1982, p. 172-174.
[37]. D&C 135:3.
[38]. D&C 86:8-10.
[39]. Joseph Smith—História 1:72; D&C 13:1.
[40]. Joseph Smith—História 1:72; D&C 27:12.
[41]. D&C 110:11.
[42]. D&C 110:13-16.
[43]. D&C 110:12.
[44]. D&C 64:41-42.
[45]. Ver 2 Néfi 3:6-22.
[46]. Ver Joseph Smith’s “New Translation” of the Bible [“Nova Tradução” da Bíblia por Joseph Smith]: Herald Publishing House, Independence, Missouri, 1970, p. 114-116; também JST de Gênesis 50:24-38.
[47]. Victor L. Ludlow, “Isaiah in The Book of Mormon”[ “Isaías no Livro de Mórmon”], Book of Mormon Reference Companion [Companheiro de Referências do Livro de Mórmon], Dennis L. Largey, ed., Deseret Book Company, Salt Lake City, UT, 2003, p. 344.
[48]. Ver 2 Néfi 10:20; Ver também Isaías 18:1-2 e comentário pertinente.
[49]. Ver também D&C 113:6, D&C 64:41-42 e Isaías 5:26.
[50]. Ver Isaías 5:26 e comentário pertinente.
[51]. Brown et al., 1996, Número de Strong 3671, p. 489.
[52]. LeGrande Richards, “Profetas e Profecias”, A Liahona, Fevereiro de 1976, p. 43.
[53]. Jeremias 16:14-15.
[54]. Ver Isaías 18.
[55]. 2 Néfi 21:13.
[56]. Ver Mapa Bíblico 2.
[57]. Ver Números 34:8; Josué 13:5.
[58]. Parry,  Harmonizing Isaiah [A Harmonização de Isaías], 2001, p. 259.
[59]. Brown et al., 1996, Número de Strong 3956, p. 546; Ver Map 3, Bíblia SUD em inglês.
[60]. Ver Êxodo 14:21-22.
[61]. Donald W. Parry, Jay A. Parry e Tina M. Peterson interpretam “o rio” como sendo o Eufrates. Em Parry et al., Understanding Isaiah [Compreendendo Isaías]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1998, p. 124-125.
[62]. Possivelmente Grande Zab, Pequeno Zab, Diyala, e Adhaim (afluentes do rio Tigre); Kara, Murat, e Khabur (afluentes do rio Eufrates).
[63]. Ver Êxodo 14:21-31 e Isaías 51:10.
[64]. Isaías 35:8. Ver Isaías 19:23; 40:14; 49:11 e comentário pertinente.
[65]. Ver 1 Néfi 8:20; Mateus 7:14 e 3 Néfi 14:14; compare 2 Néfi 9:41, 31:18, 33:9; Jacó 6:11, Helamã 3:29, 3 Néfi 27:33, e D&C 132:22.