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CAPÍTULO 49: “Também Te Dei Para Luz Dos Gentios”

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No capítulo 49 Isaías proclama que ele foi chamado por Deus, trainado e preparado desde que nasceu para servir como um profeta. Apesar de Israel não se arrepender, foi prometido a Isaías a glória do Senhor; Deus será sua força. Foi dado a Isaías, também, a responsabilidade de servir como uma luz para os gentios; ele declararia a salvação até à extremidade da terra. Isaías também profetizou que o Messias seria uma luz para os gentios e libertaria os prisioneiros.[1] A última parte deste capítulo proclama que Israel seria coligada nos últimos dias—levada pelos gentios a conhecer o Senhor e Sua salvação.

O capítulo 49 foi citado por Néfi no Livro de Mórmon, em 1 Néfi capítulo 21. Os versículos 22 e 23 foram também citados e explicados por Jacó, o irmão de Néfi, em 2 Néfi capítulo 6, versículos 6, 7 e 13. As diferenças no uso de palavras são ressaltadas em itálico onde forem citadas. Os capítulos 48 até 54 são citados por completo ou em parte no Livro de Mórmon, cada citação acompanhada de uma explicação e interpretação.[2]

Os versículos 1 até 6 contêm um salmo de servo, o segundo de uma série de quatro salmos de servo encontrados na obra de Isaías.[3] Em um salmo de servo, as características de um servo do Senhor são apresentadas como um salmo ou cântico. Como foi determinado por Isaías nos quatro salmos de servo, Cristo é o melhor exemplo de um servo, fielmente servindo Seu Pai e obedecendo-O em todas as coisas.[4] Vários profetas, inclusive Isaías[5], também apresentaram os critérios de um servo do Senhor.[6] Outros que demonstraram qualidades como as de Cristo como servos incluem a casa de Israel quando estava sendo digna;[7] Joseph Smith, o profeta da restauração;[8] os Santos dos Últimos Dias;[9] e possivelmente outros. Nos versículos 1 até 6, o servo descrito é o próprio Isaías, com os outros representados como símbolos.

No versículo 1, Isaías proclama: “Ouvi-me, ilhas, e escutai vós, povos de longe: O SENHOR me chamou desde o ventre, desde as entranhas de minha mãe fez menção do meu nome”. Isaías foi chamado desde que nasceu para ser um servo do Senhor; o Senhor reconheceu através da menção do seu nome que Isaías recebeu autoridade divina. “Ouvi-me, ilhas” pode, em parte, referir-se aos nefitas no continente Americano, que possuíam a obra de Isaías e a quem Cristo visitou depois de Sua crucificação e ressurreição. Jacó, o irmão de Néfi, testificou que estavam “em uma ilha do mar”.[10]

O Livro de Mórmon apresenta uma declaração introdutória, aparentemente parte do texto original de Isaías, que precede o versículo 1:

“E outra vez: Escutai, ó vós, casa de Israel, todos vós que fostes separados e expulsos por causa da iniquidade dos pastores de meu povo; sim, todos vós que estais separados, que estais dispersos no estrangeiro, que sois de meu povo, ó casa de Israel”.[11]

A frase “Todos vós que fostes separados” refere-se à alegoria das oliveiras boa e brava mencionada pelo profeta Zenos—registrada nas placas de latão e citada extensamente por Jacó, o irmão de Néfi[12]—e referida pelo Apóstolo Paulo no Novo Testamento.[13] A dispersão de Israel foi “por causa da iniquidade dos pastores de meu povo”.

O versículo 1 contém dois quiasmas, o primeiro da oração introdutória apresentada no Livro de Mórmon:

A: (1) E outra vez: Escutai, ó vós, casa de Israel,
B: todos vós que fostes separados e expulsos por causa da iniquidade dos pastores de meu povo;
C: sim, todos vós que estais separados,
C: que estais dispersos no estrangeiro,
B: que sois de meu povo,
A: ó casa de Israel.

As palavras de Isaías são dirigidas à Israel dispersa. “Escutai, ó vós, casa de Israel” corresponde –se com “ó casa de Israel”. “Todos vós que fostes separados e expulsos por causa da iniquidade dos pastores de meu povo” complementa “que sois de meu povo”; e “todos vós que estais separados” corresponde com “dispersos no estrangeiro”.

O segundo quiasma no versículo 1 é apresentado tanto na Bíblia quanto no Livro de Mórmon:

A: (1) Ouvi-me, ilhas, e escutai vós, povos de longe:
B: O SENHOR me chamou
C: desde o ventre,
C: desde as entranhas de minha mãe
B: fez menção
A: do meu nome.

Isaías, desde seu nascimento, foi chamado pelo Senhor. “Ouvi-me, ilhas …” complementa “[fez menção] do meu nome”. “O SENHOR me chamou” complementa “fez menção …”; e “desde o ventre” compara-se com “desde as entranhas de minha mãe”.

O versículo 2, simbolicamente, descreve a preparação de Isaías para servir como servo e profeta do Senhor: “E fez a minha boca como uma espada aguda, com a sombra da sua mão me cobriu; e me pôs como uma flecha limpa, e me escondeu na sua aljava”.

O Senhor concedeu a Isaías poderes linguísticos extraordinários—como se vê na qualidade de sua obra e, sem dúvidas, de sua oratória. Seu poder linguístico é descrito na símile “fez a minha boca como uma espada aguda”. Também, como o eixo de uma flecha o Senhor tem limpado (ou polido) e protegido Isaías ao escondê-lo na Sua aljava. Além disso, o Senhor tem protegido Seu servo Isaías “na sombra da sua mão”. Estas descrições metafóricas dos atributos de Isaías como armamentos (flecha, espada) significa que seu testemunho contra o impenitente penetraria e selaria seu destino quando os julgamentos do Senhor fossem derramados. A autoridade de Isaías como um servo do Senhor para fazer tal declaração é inquestionável. Algumas destas características descrevem outros servos do Senhor que são tipificados neste salmo de servo.

No versículo 3, o Senhor fala a Isaías como o representante de Israel: “E me disse: Tu és meu servo; és Israel, aquele por quem hei de ser glorificado”. O Senhor, eventualmente, seria glorificado pelo Seu servo Israel depois que os descendentes de Israel se arrependessem de seus pecados e fossem coligados. Isaías, chamado como o profeta de Israel, serve como o representante de Israel diante do Senhor—responsável pelos pecados do povo se ele falhar em cumprir seus deveres.[14]

O versículo 4 descreve o desencorajamento de Isaías diante do Senhor: “Porém eu disse: Debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhas forças; todavia o meu direito está perante o Senhor, e o meu galardão perante o meu Deus”.[15] Apesar de seu desencorajamento, devido a rebeldia de Israel, ele sabe que o Senhor julgá-lo-á favoravelmente devido seus esforços, mesmo que ele não tenha tido sucesso em trazer Israel ao arrependimento. O desencorajamento de Isaías descrito neste versículo representa o desencorajamento dos outros servos que são tipificados neste salmo de servo.

No versículo 5 o Senhor reassegurou Isaías: “E agora diz o Senhor, que me formou desde o ventre para ser seu servo, para que torne a trazer Jacó; porém Israel não se deixará ajuntar; contudo aos olhos do Senhor serei glorificado, e o meu Deus será a minha força”.[16] Mesmo que Israel haja recusado a responder ao chamado ao arrependimento, Isaías é assegurado da aceitação dos seus esforços pelo Senhor.

No versículo 6, o Senhor dá a Isaías mais instruções: “Disse mais: Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó, e tornares a trazer os preservados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra”. O significado de “até à extremidade da terra” é a parte mais distante da Terra.[17] O trabalho de Isaías de restaurar Israel é julgado pelo Senhor como fácil para ele; o Senhor dá-lhe um dever adicional de servir como luz dos gentios, que quer dizer as nações da Terra em general.[18] As palavras de Isaías testemunhariam poderosamente sobre Deus e Seu Plano de Salvação, tanto aos descendentes de Israel quanto a todos os outros povos.

Juntamente com o chamado de Isaías de ser um servo do Senhor, outros que se assemelham a parte desta descrição seriam também chamados. O Apóstolo Paulo, ao citar este versículo, aceita o mandato de ser uma luz para os gentios como um dever dos primeiros cristãos: “Porque o Senhor assim no-lo mandou: eu te pus para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até os confins da terra”.[19]

O Senhor, em Doutrina e Convênios, proclama que Seus discípulos dos últimos dias deveriam ser uma luz para os gentios: “Portanto bem-aventurados sois se continuais em minha bondade, uma luz para os gentios; e por meio deste sacerdócio, um salvador para meu povo, Israel. O Senhor disse-o”.[20] O mandamento aos servos do Senhor, de serem “uma luz para os gentios”, aplica-se ao próprio Senhor; aos profetas Israelitas antigos, através de suas palavras que foram escritas; aos primeiros discípulos cristãos; a Joseph Smith, o profeta da restauração; e aos Santos dos Últimos Dias.

Os versículos 1 até 6 contêm um quiasma:[21]

A: (1) Ouvi-me, ilhas,
B: e escutai vós, povos de longe:
C: O SENHOR me chamou desde o ventre, desde as entranhas de minha mãe fez menção do meu nome.
D: (2) E fez a minha boca como uma espada aguda, com a sombra da sua mão me cobriu; e me pôs como uma flecha limpa, e me escondeu na sua aljava;
E: (3) E me disse: Tu és meu servo;
F: és Israel, aquele por quem hei de ser glorificado.
G: (4) Porém eu disse: Debalde tenho trabalhado,
G: inútil e vãmente gastei as minhas forças;
F: todavia o meu direito está perante o Senhor, e o meu galardão perante o meu Deus.
E: (5) E agora diz o Senhor,
D: que me formou
C: desde o ventre para ser seu servo, para que torne a trazer Jacó; porém Israel não se deixará ajuntar; contudo aos olhos do Senhor serei glorificado, e o meu Deus será a minha força. (6) Disse mais: Pouco é que sejas o meu servo,
B: para restaurares as tribos de Jacó, e tornares a trazer os preservados de Israel; também te dei para luz dos gentios,
A: para seres a minha salvação até à extremidade da terra.

Este quiasma se centraliza no sentimento de desapontamento e desencorajamento de Isaías que seus esforços não resultaram em arrependimento entre os membros da casa de Israel. “Debalde tenho trabalhado” corresponde à frase “inútil e vãmente gastei as minhas forças”. Apesar de seu desencorajamento, ele se conforta em saber que seu trabalho foi inspirado e direcionado por Deus. O Senhor então, expande o chamado de Isaías à toda a Terra e seus habitantes: “Ouvi-me, ilhas” é complementado por “para seres a minha salvação até à extremidade da terra”. “Povos” é complementado por “as tribos de Jacó”, “os preservados de Israel” e “os gentios”, fornecendo um significado maior. A mensagem do Senhor a Isaías, de que seus esforços diligentes glorificariam-Lhe, está sutilmente escondida neste quiasma: “todavia o meu direito está perante o Senhor, e o meu galardão perante o meu Deus” é complementada por “és Israel, aquele por quem hei [o Senhor] de ser glorificado”. O arrependimento e retidão de Israel nos últimos dias traria honra e glória tanto a Isaías quanto ao Senhor.

No versículo 7 o Senhor declara que mesmo que Isaías seja desprezado pelos homens, o Senhor o escolheu: “Assim diz o Senhor, o Redentor de Israel, o seu Santo, à alma desprezada, ao que a nação abomina, ao servo dos que dominam: Os reis o verão, e se levantarão, como também os príncipes, e eles diante de ti se inclinarão, por amor do Senhor, que é fiel, e do Santo de Israel, que te escolheu”.[22] O Livro de Mórmon apresenta: “… a quem as nações abominam …”.[23] O Senhor refere-se a posição de Isaías como conselheiro na corte do rei Ezequias, onde lhe foi conferido uma grande honra; sendo isto um exemplo da honra que Isaías receberia nos últimos dias através de sua obra. “O seu Santo” significa aquele a quem Isaías estima como sagrado—o Senhor, que se dirige a Isaías, nesta passagem, na terceira pessoa.

Os versículos 6 e 7 contêm um quiasma:

A: (6) Disse mais:
B: Pouco é que sejas o meu servo,
C: para restaurares as tribos de Jacó,
C: e tornares a trazer os preservados de Israel;
B: também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra.
A: (7) Assim diz o Senhor, o Redentor de Israel ….

O Senhor deu a Isaías um dever a mais, o de ser uma luz aos gentios, pelo qual Israel seria restaurada. “Disse mais” complementa “Assim diz o Senhor, o Redentor de Israel”. “Pouco é que sejas o meu servo” correlaciona-se com “também te dei para luz dos gentios”. Devido os quiasmas se sobreporem “assim diz o Senhor” e “por amor do Senhor, que é fiel” no versículo 7 são equivalentes à frase “Disse mais” no versículo 6, estabelecendo a referência para o verbo na terceira pessoa.

O versículo 8 declara: “Assim diz o Senhor: No tempo aceitável te ouvi e no dia da salvação te ajudei, e te guardarei, e te darei por aliança do povo, para restaurares a terra, e dar-lhes em herança as herdades assoladas”. O Livro de Mórmon apresenta: “… Na ocasião propícia vos ouvi, ó ilhas do mar, e no dia da salvação vos ajudei; e eu vos preservarei e dar-vos-ei meu servo por convênio do povo …”.[24] As palavras de Isaías serviriam como um convênio para o povo, isto é, elas restaurariam os dispersos de Israel ao conhecimento do Convênio Abraâmico. O uso do termo “meu servo” na redação do Livro de Mórmon se refere a Isaías, ao Senhor, ao profeta da restauração, e a outros descritos no salmo de servo dos versículos 1 até 6. “Para restaurares a terra” significa que os dispersos de Israel seriam restaurados às sua terras prometidas—às suas herdades assoladas.[25]

O Livro de Mórmon deixa claro que o Senhor está falando aos dispersos de Israel—representados, aqui, pela posteridade de Leí, que afirmaram que estavam vivendo em uma ilha do mar.[26] Néfi indica que havia mais grupos dispersos do que os nefitas e seus irmãos, os lamanitas: “Mas grandes são as promessas o Senhor aos que estão nas ilhas do mar; portanto, como é dito ilhas, deve haver outras além desta e elas são também habitadas por nossos irmãos”.[27]

Depois da coligação nos últimos dias, os habitantes das ilhas do mar seriam apontados “para herdarem as herdades assoladas”. Esta declaração compara-se com a declaração de Isaías em outra parte, no capítulo 54: “Porque transbordarás para a direita e para a esquerda; e a tua descendência possuirá os gentios e fará que sejam habitadas as cidades assoladas”.[28]

Paulo parafraseou parte do versículo 8: “Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação”.[29] Agora é o dia da salvação para qualquer pessoa que está sendo ensinada o evangelho, ouvindo as boas novas pela primeira vez. “Socorri-te” através da influência do Espírito Santo, respostas às orações e outras bênçãos espirituais e temporais.

No versículo 9, o Senhor fala para Isaías que seu testemunho escrito seria instrumental na coligação de Israel: “Para dizeres aos presos: Saí; e aos que estão em trevas: Aparecei. Eles pastarão nos caminhos, e em todos os lugares altos haverá o seu pasto”. A metáfora dos fiéis como um rebanho é usada aqui; as necessidades espirituais do penitente virão dos céus. A natureza da coligação é mencionada aqui: a libertação da escuridão e escravidão espirituais resultam devido ao conhecimento do verdadeiro evangelho. “Lugares altos” significa os templos, onde as bênçãos da exaltação são dadas. “Eles pastarão nos caminhos” significa que aqueles sendo coligados serão nutridos espiritualmente ao apegarem-se ao evangelho, ou trilharem o caminho estreito e apertado.

As tribos estão perdidas de duas maneiras: Primeiramente, o mundo em geral não conhece sua verdadeira identidade; e segundo, eles mesmos desconhecem sua identidade e herança. Eles serão coligados quando estes dois obstáculos forem sobrepujados, e isto acontecerá quando eles receberem a mensagem do evangelho restaurado. Eles aprenderão sobre sua linhagem através do estudo das escrituras e através de revelação—ao receberem suas bênçãos patriarcais.

Os versículos 8 e 9 contêm um quiasma:

A: (8) Assim diz o Senhor:
B: No tempo aceitável te ouvi ó ilhas do mar,
C: e no dia da salvação te ajudei,
D: e te guardarei,
D: e te darei meu servo
C: por aliança do povo,
B: para restaurares a terra, e dar-lhes em herança as herdades assoladas;
A: (9) Para dizeres aos presos: Saí; e aos que estão em trevas: Aparecei ….

Este quiasma—com o significado adicional do Livro de Mórmon—indica que os descendentes de Leí são os que herdariam as herdades assoladas mencionadas. “No tempo aceitável te ouvi ó ilhas do mar” corresponde com “para restaurares a terra, e dar-lhes em herança as herdades assoladas”. A frase “no dia da salvação te ajudei” compara-se com “por aliança do povo”; e “te guardarei” correlaciona com “te darei meu servo”.

Há registros que mostram que Brigham Young falou frequentemente que quando os Santos retornarem ao condado de Jackson, Missouri, que não haveria ali sequer um “cão amarelo balançando o rabinho”.[30] Talvez esta desolação seja o que Isaías estava se referindo no versículo 8, quando ele profetizou “… dar-lhes em herança as herdades assoladas”.

O versículo 10 descreve as grandes bênçãos e conforto espirituais a serem concedidos à Israel coligada, novamente usando a metáfora dos fiéis como um rebanho: “Nunca terão fome, nem sede, nem o calor, nem o sol os afligirá; porque o que se compadece deles os guiará e os levará mansamente aos mananciais das águas”. “Mananciais das águas” significa revelação e inspiração dos céus.[31] O Senhor cuidará dos justos como o pastor cuida de suas ovelhas.

João, o Revelador, parafraseia o versículo 10, aplicando o significado espiritual àqueles que alcançarem o mais alto grau de glória no reino celestial: “Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles”.[32]

No versículo 11 o Senhor declara: “E farei de todos os meus montes um caminho; e as minhas estradas serão levantadas”. “Montes” é uma metáfora que significa “nações”;[33] “caminho” e “estradas” significam “caminho da retidão” ou o Plano de Salvação.[34] O Senhor preparará os caminhos, ou meios para a coligação e retorno da Israel dispersa.[35]

No versículo 12, o Senhor continua: “Eis que estes virão de longe, e eis que aqueles do norte, e do ocidente, e aqueles outros da terra de Sinim”. O Livro de Mórmon apresenta: “E então, ó casa de Israel, eis que estes virão de longe …”.[36] “Sinim” vem do hebraico Ciyniym, que quer dizer “China”.[37] Este significado vem originalmente do chinês ch’in, que quer dizer “homem”. A primeira dinastia chinesa foi a Dinastia Chin (ou Qin), que governou de 221 a.C. até 207 a.C.[38] Não se sabe se Isaías quis dizer literalmente que parte dos coligados de Israel viria da China, ou se ele quis dizer figurativamente “um lugar muito distante”. Entretanto, o período da Dinastia Chin (ou Quin) favorece a possibilidade que havia Israelitas na China. Os pontos cardinais do compasso, juntamente com Sinim, representam terras para onde as tribos de Israel foram levadas cativas.[39]

Os versículos 9 até 12 contêm um quiasma:

A: (9) Para dizeres aos presos: Saí;
B: e aos que estão em trevas: Aparecei.
C: Eles pastarão nos caminhos,
D: e em todos os lugares altos haverá o seu pasto.
E: (10) Nunca terão fome, nem sede, nem o calor, nem o sol os afligirá;
F: porque o que se compadece deles os guiará
F: e os levará mansamente aos mananciais das águas.
E: (11) E farei de todos os meus montes um caminho;
D: e as minhas estradas serão levantadas.
C: (12) E então, ó casa de Israel, eis que estes virão de longe,
B: e eis que aqueles do norte, e do ocidente,
A: e aqueles outros da terra de Sinim.

Os coligados de Israel viriam de diversos lugares distantes, guiados e liderados pelo Senhor. “Para dizeres aos presos: Saí” corresponde com “aqueles outros da terra de Sinim”; os presos que iriam adiante incluem alguns da terra de Sinim. “Aos que estão em trevas: Aparecei” é equivalente à frase “aqueles do norte, e do ocidente”, descrevendo o estado espiritual daqueles a serem coligados.

O versículo 13 descreve a grande alegria, tanto dos céus quanto de toda a Terra, pela coligação de Israel: “Exultai, ó céus, e alegra-te, ó terra, e vós, montes, estalai com júbilo, porque o Senhor consolou o seu povo, e dos seus aflitos se compadecerá”. [40] O Livro de Mórmon apresenta: “Cantai, ó céus; e alegra-te, ó Terra, pois estabelecer-se-ão os pés dos que estão no oriente; cantai, ó montanhas, pois eles não mais serão feridos …”.[41] “Montes” ou “montanhas”, como foi usado aqui e por todo o Livro de Isaías, significa “nações”.[42] “Estabelecer-se-ão os pés dos que estão no oriente” significa que o caminho que seus pés trilhariam—que quer dizer o caminho estreito e apertado—seria novamente estabelecido em suas vidas.

Em Doutrina e Convênios, Joseph Smith usa semelhantes palavras para descrever a grande alegria pela restauração das ordenanças de salvação para os mortos:

“Irmãos, não prosseguiremos em tão grande causa? Ide avante e não para trás. Coragem, irmãos; e avante, avante para a vitória! Regozije-se vosso coração e muito se alegre. Prorrompa a terra em canto. Entoem os mortos hinos de eterno louvor ao Rei Emanuel, que estabeleceu, antes da fundação do mundo, aquilo que nos permitiria redimi-los de sua prisão; pois os prisioneiros serão libertados” (ênfases adicionadas).[43]

Uma razão para a alegria expressada pela Israel coligada seria porque as ordenanças de salvação estariam disponíveis a eles e aos seus ancestrais.

O versículo 13 contém um quiasma:

A: (13) Exultai, ó céus, e alegra-te, ó terra,
B: pois estabelecer-se-ão os pés dos que estão no oriente;
C: e vós, montes,
C: estalai com júbilo,
B: pois eles não mais serão feridos;
A: porque o Senhor consolou o seu povo, e dos seus aflitos se compadecerá.

Isaías explicou neste quiasma o porquê os céus e a Terra regozijaram-se e cantariam. “Exultai, ó céus, e alegra-te, ó terra” corresponde com “o Senhor consolou o seu povo, e dos seus aflitos se compadecerá”. “Pois estabelecer-se-ão os pés dos que estão no oriente” correlaciona com “pois eles não mais serão feridos”; e “vós, montes” é complementado por “estalai com júbilo”.

O versículo 14 descreve o desencorajamento dos justos ao enfrentarem adversidades: “Porém Sião diz: Já me desamparou o Senhor, e o meu Senhor se esqueceu de mim”. O primeiro “o Senhor” neste versículo é traduzido do hebraico Yahovah,[44] enquanto que o segundo, “meu Senhor”, significa um líder político. Neste caso, os dois são equivalentes quiasmaticamente. O Livro de Mórmon apresenta: “Mas eis que Sião disse: O Senhor abandonou-me e meu Senhor esqueceu-se de mim—ele, porém, mostrará que não é assim”.[45], [46] A rejeição do Senhor das reclamações injustificadas de Sião foi explicada no Livro de Mórmon. “Sião” foi usada aqui com duplo sentido—um lugar de coligação espiritual nos últimos dias, bem como um sinônimo para a Jerusalém justa dos últimos dias.[47]

O versículo 15 fornece a resposta confortadora do Senhor: “Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti”. O Livro de Mórmon apresenta: “Pois pode uma mulher esquecer o filho que está amamentando e deixar de sentir compaixão do filho de suas entranhas? Sim, pode esquecer; eu, porém, não te esquecerei, ó casa de Israel.[48] O Senhor ama e lembra dos justos de Israel mais ainda do que a mulher cuida e ama seu filho.

No versículo 16, o Senhor continua Sua explicação: “Eis que te tenho gravada nas palmas de minhas mãos; teus muros estão continuamente diante de mim”. Aqui, o Senhor prenuncia Seu sacrifício expiatório—mencionando que Ele seria crucificado, dando Sua vida pelos penitentes. Como feridas nas palmas de Suas mãos—que ficaram mesmo depois de Sua ressurreição servindo de testemunha de que Ele foi crucificado[49]—são sinais de Seu imensurável amor à toda a humanidade.

João, no Novo Testamento, registrou este evento do Senhor ressuscitado aparecendo aos apóstolos:

“Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.
“Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o meu dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei.
“E oito dias depois estavam outra vez os seus discípulos dentro, e com eles Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco.
“Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente.
“E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!” (Ênfases adicionadas).[50]

O Livro de Mórmon fornece o seguinte relato sobre o Senhor ressuscitado aparecendo aos nefitas:

“E aconteceu que a multidão se adiantou e meteu as mãos no seu lado e apalpou as marcas dos cravos em suas mãos e seus pés; e isto fizeram, adiantando-se um por um, até que todos viram com os próprios olhos, apalparam com as mãos e souberam com toda a certeza, testemunhando que ele era aquele sobre quem os profetas escreveram que haveria de vir” (ênfases adicionadas).[51]

Os sinais pelos quais o povo reconheceu o Senhor foram-lhes dados pelos profetas nas escrituras—aqui no versículo 16 e em outras passagens.[52] Seus registros ou testemunhos que eles prestaram é, portanto, legalmente vinculativo, já que satisfaz os requerimentos estipulados pela antiga profecia. Dando mérito a Tomé, o incrédulo, ele parece haver reconhecido este requerimento de ver as feridas nas palmas de suas mãos.

O versículo 17 descreve a conquista de Israel de seus inimigos e a reconstrução de Jerusalém: “Os teus filhos pressurosamente virão, mas os teus destruidores e os teus assoladores sairão do meio de ti”. O Livro de Mórmon apresenta: “Teus filhos precipitar-se-ão contra os teus destruidores …”.[53] O Livro de Mórmon esclarece que “teus filhos” são aqueles que “pressurosamente virão” contra os destruidores, expulsando-os rapidamente do meio deles.[54] Para Jerusalém, esta profecia seria cumprida várias vezes.

Os versículos 14 até 17 contêm um quiasma:

A: (14) Porém eis que Sião diz: Já me desamparou o Senhor, e o meu Senhor se esqueceu de mim.
B: ele, porém, mostrará que não é assim.
C: (15) Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre?
D: Mas ainda que esta se esquecesse dele,
D: contudo eu não me esquecerei de ti, ó casa de Israel.
C: (16) Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei;
B: os teus muros estão continuamente diante de mim.
A: (17) Os teus filhos pressurosamente virão contra os teus destruidores, e os teus assoladores sairão do meio de ti.

Neste quiasma, o sacrifício expiatório do Senhor serve como o maior ato de compaixão e amor altruísta. “Porém eis que Sião diz: Já me desamparou o Senhor” contrasta-se com “Os teus filhos pressurosamente virão contra os teus destruidores”. “Ele, porém, mostrará que não é assim [esquecido-se de Israel]” compara-se com “os teus muros estão continuamente diante de mim”; as frases adicionais do Livro de Mórmon fazem com que este quiasma funcione. “Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre?” corresponde com “Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei”; e “mas ainda que esta se esquecesse dele” contrasta-se com “contudo eu não me esquecerei de ti, ó casa de Israel”.

Os versículos 18 até 23 descrevem a coligação de Israel nos últimos dias. No versículo 18, o Senhor fala à Sião e a Jerusalém: “Levanta os teus olhos ao redor, e olha; todos estes que se ajuntam vêm a ti; vivo eu, diz o Senhor, que de todos estes te vestirás, como de um ornamento, e te cingirás deles como noiva”. [55] O Livro de Mórmon apresenta: “… E como vivo, diz o Senhor, de todos eles te vestirás …”.[56] Bem como uma noiva coloca joias e ornamentos caros, Sião e Jerusalém receberiam aqueles coligados. A declaração “Como vivo, diz o Senhor” é o mais solene dos juramentos possível sob quaisquer circunstâncias.[57]

Os versículos 19 até 21 descrevem o grande número de pessoas que seriam coligadas. O versículo 19 começa: “Porque nos teus desertos, e nos teus lugares solitários, e na tua terra destruída, agora te verás apertada de moradores, e os que te devoravam se afastarão para longe de ti”. A terra outrora devastada e desolada ficaria cheia com os coligados de Israel.

O versículo 20 continua: “E até mesmo os filhos da tua orfandade dirão aos teus ouvidos: Muito estreito é para mim este lugar; aparta-te de mim, para que possa habitar nele”. O Livro de Mórmon apresenta: “Os filhos que tiveres, depois de haveres perdido o primeiro, dirão novamente em teus ouvidos …”.[58] Sião e Jerusalém se esforçarão em abrigar os desterrados de Israel que já foram coligados.

O versículo 21 resume: “E dirás no teu coração: Quem me gerou estes? Pois eu estava desfilhada e solitária; entrara em cativeiro, e me retirara; quem, pois, me criou estes? Eis que eu fui deixada sozinha; e estes onde estavam?” Sião e Jerusalém se maravilhariam com a coligação dos filhos do Convênio Abraâmico.

Os versículos 18 até 21 contêm um quiasma:

A: (18) Levanta os teus olhos ao redor, e olha;
B: todos estes que se ajuntam vêm a ti; e como vivo, diz o Senhor,
C: que de todos estes te vestirás, como de um ornamento, e te cingirás deles como noiva.
D: (19) Porque nos teus desertos, e nos teus lugares solitários,
E: e na tua terra destruída, agora te verás apertada de moradores, e os que te devoravam se afastarão para longe de ti.
F: (20) E até mesmo os filhos
F: da tua orfandade dirão aos teus ouvidos:
E: Muito estreito é para mim este lugar;
D: aparta-te de mim, para que possa habitar nele.
C: (21) E dirás no teu coração: Quem me gerou estes?
B: Pois eu estava desfilhada e solitária; entrara em cativeiro, e me retirara;
A: quem, pois, me criou estes? Eis que eu fui deixada sozinha; e estes onde estavam?

Este quiasma explica que os coligados de Israel seriam tão numerosos que encheriam a terra de sua herança e precisariam de outras terras para habitarem. “Levanta os teus olhos ao redor, e olha” corresponde à “quem, pois, me criou estes? Eis que eu fui deixada sozinha; e estes onde estavam?”. “Todos estes que se ajuntam vêm a ti” correlaciona com “pois eu estava desfilhada e solitária; entrara em cativeiro, e me retirara”; e “porque nos teus desertos, e nos teus lugares solitários” complementa “aparta-te de mim, para que possa habitar nele”.

Os versículos 22 e 23 descrevem o papel das nações dos gentios na restauração de Israel. O versículo 22 começa: “Assim diz o Senhor DEUS: Eis que levantarei a minha mão para os gentios, e ante os povos arvorarei a minha bandeira; então trarão os teus filhos nos braços, e as tuas filhas serão levadas sobre os ombros”. [59] O Senhor estabeleceria, primeiramente, Seu reino nos últimos dias entre os gentios, que também receberiam as bênçãos do Senhor, e se tornariam Seus servos, e serviriam como Seu porta-estandarte. O evangelho restaurado seria pregado por eles aos dispersos de Israel por todo o mundo, de onde forem recolhidos.

O versículo 23 continua a descrição: “E os reis serão os teus aios, e as suas rainhas as tuas amas; diante de ti se inclinarão com o rosto em terra, e lamberão o pó dos teus pés; e saberás que eu sou o Senhor, que os que confiam em mim não serão confundidos”. Aqueles que confiam no Senhor durante as tribulações e perseguições não serão confundidos.

Os versículos 22 e 23 foram citados por Jacó, o irmão de Néfi, sem nenhuma variação da narração de João Ferreira de Almeida.[60] Depois, foi explicada por Jacó:

“Portanto os que lutarem contra Sião e contra o povo do convênio do Senhor lamberão o pó de seus pés; e o povo do Senhor não se envergonhará, pois o povo do Senhor são aqueles que o aguardam, pois ainda esperam a vinda do Messias”.[61]

Os inimigos do povo do convênio e de Sião são aqueles que, figurativamente, lamberão o pó de seus pés, enquanto que os reis dos gentios e as suas rainhas nutrirão os coligados.

Néfi explicou o significado desta passagem:

“E depois de nossos descendentes haverem sido dispersos, o Senhor Deus fará uma obra maravilhosa entre os gentios, que será de grande valor para nossos descendentes; é como se fossem, portanto, alimentados pelos gentios e carregados em seus braços e sobre seus ombros”.[62]

A “obra maravilhosa” que Néfi mencionou é a restauração do evangelho e a chegada do Livro de Mórmon nos últimos dias.[63]

Os versículos 22 e 23 contêm um quiasma:

A: (22) Assim diz o Senhor DEUS:
B: Eis que levantarei a minha mão para os gentios,
C: e ante os povos arvorarei a minha bandeira;
D: então trarão
E: os teus filhos nos braços, e as tuas filhas serão levadas sobre os ombros.
E: (23) E os reis serão os teus aios, e as suas rainhas as tuas amas;
D: diante de ti se inclinarão
C: com o rosto em terra, e lamberão o pó dos teus pés;
B: e saberás
A: que eu sou o Senhor, que os que confiam em mim não serão confundidos.

Este quiasma prevê que a coligação de Israel seria grandemente facilitada pelos gentios, de quem os coligados de Israel receberiam o evangelho e suas bênçãos. “Levantarei a minha mão para os gentios” é complementado por “saberás”, indicando que os filhos de Israel viriam a conhecer o Senhor através do ministério dos gentios. “Então trarão” compara-se com “diante de ti se inclinarão”; e “os teus filhos nos braços, e as tuas filhas serão levadas sobre os ombros” complementa “os reis serão os teus aios, e as suas rainhas as tuas amas”.

Os versículos 24 até 26 descrevem a destruição dos ímpios e a derrota dos opressores do povo do Senhor. O versículo 24 começa: “Porventura tirar-se-ia a presa ao poderoso, ou escapariam os legalmente presos?” Nesta pergunta retórica Isaías apresenta um cenário bem improvável.

O versículo 25 descreve a intervenção do Senhor: “Mas assim diz o Senhor: Por certo que os presos se tirarão ao poderoso, e a presa do tirano escapará; porque eu contenderei com os que contendem contigo, e os teus filhos eu remirei”. A Tradução de Joseph Smith apresenta:

“Mas assim diz o Senhor: Por certo que os presos se tirarão ao poderoso, e a presa do tirano escapará; porque o Deus Todo Poderoso livrará seu povo do convênio. Porque assim diz o Senhor, porque eu contenderei com os que contendem contigo, e os teus filhos eu salvarei”.[64]

O Senhor lutará as batalhas dos justos que serão protegidos e vindicados, não importa o quão temível seja o inimigo.

O Senhor dá uma maior explicação aos Seus discípulos nos últimos dias:

“Porque eis que não exijo de suas mãos que lutem as batalhas de Sião; porque, como disse num mandamento anterior, assim também farei—lutarei vossas batalhas.
“Eis que enviei o destruidor para destruir e assolar meus inimigos; e em poucos anos já não existirão para profanar minha herança e blasfemar meu nome nas terras que consagrei para a reunião de meus santos”.[65]

O versículo 26 elabora: “E sustentarei os teus opressores com a sua própria carne, e com o seu próprio sangue se embriagarão, como com mosto; e toda a carne saberá que eu sou o Senhor, o teu Salvador, e o teu Redentor, o Forte de Jacó”. O Senhor proclama neste versículo que os ímpios seriam destruídos pelos ímpios, através de guerras entre eles.[66] Os títulos “Salvador” e “Redentor” refletem a missão do Senhor de prover a salvação da morte através da ressurreição e das bênçãos da redenção de nossos pecados.[67] A frase “e toda a carne saberá que eu sou o Senhor, o teu Salvador, e o teu Redentor” reflete o significado das sentenças “diante de mim se dobrará todo o joelho, e por mim jurará toda a língua”.[68] Longe de ser uma promessa de salvação universal para todos que confessarem o nome do Senhor, isto serve para condenar ainda mais o pecador, como foi descrito por Alma, o filho:

“Sim, mesmo no último dia, quando todos os homens se apresentarem para serem julgados por ele, confessarão que ele é Deus; então os que vivem sem Deus no mundo confessarão que o julgamento de um castigo eterno sobre eles é justo …”.[69]

O Senhor descreve o assunto aos Seus discípulos dos últimos dias:

“Portanto em verdade eu digo: Que os iníquos prestem atenção e que os rebeldes temam e estremeçam; e que os incrédulos fechem os lábios, pois o dia da ira cairá sobre eles como um furacão; e toda carne saberá que eu sou Deus” (ênfases adicionadas).[70]

Os versículos 25 e 26 contêm um quiasma:

A: (25) Mas assim diz o Senhor:
B: Por certo que os presos se tirarão ao poderoso,
C: e a presa do tirano escapará;
D: porque eu contenderei com
D: os que contendem contigo,
C: e os teus filhos eu remirei.
B: (26) E sustentarei os teus opressores com a sua própria carne, e com o seu próprio sangue se embriagarão, como com mosto;
A: e toda a carne saberá que eu sou o Senhor, o teu Salvador, e o teu Redentor, o Forte de Jacó.

O Senhor lutará as batalhas de Seus discípulos; os coligados de Israel serão salvos e protegidos, enquanto que os iníquos serão destruídos. “Mas assim diz o Senhor” complementa “toda a carne saberá que eu sou o Senhor, o teu Salvador, e o teu Redentor, o Forte de Jacó”. “Por certo que os presos se tirarão ao poderoso” complementa “e sustentarei os teus opressores com a sua própria carne, e com o seu próprio sangue se embriagarão, como com mosto”; e “a presa do tirano escapará” iguala-se à frase “os teus filhos eu remirei”, indicando que a presa do tirano são os filhos de Israel em seu estado disperso.
NOTAS

[1]. Ver Doutrina e Convênios 128:22.
[2]. Isaías 48 e 49 são citados em 1 Néfi 20 e 21; Isaías 50 e 51 são citados em 2 Néfi 7 e 8; Isaías 52:1-2 é citado em 2 Néfi 8:24-25; Isaías 52:1-3 é citado em 3 Néfi 20:36-38; Isaías 52:6-7 é citado em 3 Néfi 20:39-40; Isaías 52:7-10 é citado em Mosias 12:21-24; Isaías 52:8-10 é citado em 3 Néfi 20:32-35; Isaías 52:11-15 é citado em 3 Néfi 20:41-45; Isaías 53 é citado em Mosias 14; e Isaías 54 é citado em 3 Néfi 22.
[3]. Victor L. Ludlow, Isaiah: Prophet, Seer, and Poet [Isaías: Profeta, Vidente e Poeta]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1982, p. 358-360. Os quatro salmos de servos encontram-se em Isaías 42:1-4, 49:1-6; 50:4-9 e 52:13 até 53:12.
[4]. Ver João 6:38.
[5]. Ver Isaías 49:5; Amós 3:7; Apocalipse 10:7.
[6]. Ludlow, 1982, p. 358-360.
[7]. Ver Isaías 41:8-10 e comentário pertinente.
[8]. Ver D&C 1:17, 29; 19:13; 28:2; 35:17-18.
[9]. Ver D&C 1:6; 42:63; 44:1; 68:5-6; 133:30, 32.
[10]. Ver 2 Néfi 10:20; Ver também Isaías 24:15; 42:4, 10; 51:5; 60:6, 9 e comentário pertinente.
[11]. 1 Néfi 21:1.
[12]. Ver Jacó 5:1-77.
[13]. Ver Romanos 11:16-25.
[14]. Ver Jacó 1:19.
[15]. Os versículos 2 até 4 contêm um quiasma: A minha boca como uma espada aguda/me escondeu/me disse/tu és meu servo//és Israel, aquele por quem hei de ser glorificado/eu disse/debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhas forças/o meu galardão perante o meu Deus.
[16]. Os versículos 4 e 5 contêm um quiasma: Debalde tenho trabalhado/todavia o meu direito está perante o Senhor/meu galardão/meu Deus/o Senhor//para ser seu servo, para que torne a trazer Jacó/contudo aos olhos do Senhor serei glorificado/o meu Deus será a minha força.
[17]. F. Brown, S. Driver, e C. Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon [Léxico Hebraico e Inglês de Brown-Driver-Briggs]: Hendrickson Publishers, Peabody, MA, 01961-3473, 1996, Strong’s Number (Número de Strong)7097, p. 892.
[18]. Brown et al., 1996, Strong’s Number (Número de Strong)1471, p. 156.
[19]. Atos 13:47.
[20]. D&C 86:11.
[21]. Compare Donald W. Parry, Harmonizing Isaiah: Foundation for Ancient Research e Mormon Studies (FARMS) at Brigham Young University [A Harmonização de Isaías: Fundação de Pesquisas Antigas e Estudos Mórmons na Universidade Brigham Young], Provo, Utah, 2001, p. 263.
[22]. O versículo 7 contém um quiasma sobreposto: O Senhor/Redentor de Israel/seu Santo/alma desprezada//que a nação abomina/os reis o verão, e se levantarão/também os príncipes, e eles diante de ti se inclinarão/do Senhor.
[23]. 1 Néfi 21:7.
[24]. 1 Néfi 21:8.
[25]. Donald W. Parry, Jay A. Parry e Tina M. Peterson, Understanding Isaiah [Compreendendo Isaías]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1998, p. 429.
[26]. 2 Néfi 10:20.
[27]. 2 Néfi 10:21.
[28]. Isaías 54:3.
[29]. 2 Coríntios 6:2.
[30]. J. Golden Kimball, Conference Report [Relatório da Conferência], Outubro de 1930, p. 59.
[31]. Ver Isaías 12:3; 35:6-7; 55:10-11; 58:11.
[32]. Apocalipse 7:16.
[33]. Ver Isaías 2:2, 14 e 2 Néfi 12:2, 14; Isaías 11:9; 13:2, 4; 30:25 e comentário pertinente.
[34]. Ver Isaías 11:16; 19:23; 35:8; 40:14 e comentário pertinente.
[35]. Dennis L. Largey, ed., Book of Mormon Reference Companion: Isaiah Chapter Review [Companheiro Referencial do Livro de Mórmon: Revisão dos Capítulos de Isaías], 1 Néfi 21/Isaías 49, p. 351.
[36]. 1 Néfi 21:12.
[37]. Brown et al., 1996, Número de Strong 5515, p. 692; Ver também Dicionário Bíblico—Sinim.
[38]. “China dos Qin e dos Han (250-220 a. C.)”—Infopédia, Enciclopédia e Dicionários Porto Editora (em linha, http://www.infopedia.pt/$china-dos-qin-e-dos-han-%28250-220-a.-c.%29) .
[39]. Ver 2 Reis 17:6-8; Isaías 7:8; 8:4; 17:2; 42:24; 43:5, 6; 54:7.
[40]. O versículo 13 contém um quiasma reconhecido no hebraico original: Consolou/o seu povo//dos seus aflitos/se compadecerá. Em Parry, 2001, p. 263.
[41]. 1 Néfi 21:13.
[42]. Ver versículo 11 e comentário pertinente.
[43]. D&C 128:22.
[44]. F. Brown, S. Driver, e C. Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon [Léxico Hebraico e Inglês de Brown-Driver-Briggs]: Hendrickson Publishers, Peabody, MA, 01961-3473, 1996, Número de Strong 3068, p. 217-218.
[45]. 1 Néfi 21:14.
[46]. O versículo 14 contém um quiasma reconhecido no hebraico original: Me desamparou/o Senhor//meu Senhor/se esqueceu de mim. Parry, 2001, p. 263.
[47]. Ver Isaías 3:16; 51:3, 11; 52:1; 60:14; 61:3; 66:8.
[48]. 1 Néfi 21:15.
[49]. Ver Zacarias 13:6; D&C 45:51-52.
[50]. João 20:24-28.
[51]. 3 Néfi 11:15.
[52]. Ver Isaías 22:23-25 e comentário pertinente.
[53]. 1 Néfi 21:17.
[54]. Dennis L. Largey, ed., Book of Mormon Reference Companion: Isaiah Chapter Review [Companheiro Referencial do Livro de Mórmon: Revisão dos Capítulos de Isaías], 1 Néfi 21/Isaías 49, p. 350.
[55]. O versículo 18 contém um quiasma reconhecido no hebraico original: Como de um ornamento/te vestirás//te cingirás deles/como noiva.Parry, 2001, p. 263.
[56]. 1 Néfi 21:18.
[57]. Ver Isaías 45:23 e comentário pertinente.
[58]. 1 Néfi 21:20.
[59]. O versículo 22 contêm dois quiasmas reconhecidos no hebraico original: Levantarei a minha mão/para os gentios/povos/arvorarei a minha bandeira//trarão//teus filhos nos braços/as tuas filhas/sobre os ombros/serão levadas. Parry, 2001, p. 263.
[60]. 2 Néfi 6:6-7.
[61]. 2 Néfi 6:13.
[62]. 1 Néfi 22:8.
[63]. Ver Isaías 29:14 e comentário pertinente.
[64]. Joseph Smith’s “New Translation” of the Bible [“Nova Tradução” da Bíblia por Joseph Smith]: Herald Publishing House, Independence, Missouri, 1970, p. 208-209.
[65]. D&C 105:14-15.
[66]. Dennis L. Largey, ed., Book of Mormon Reference Companion: Isaiah Chapter Review [Companheiro Referencial do Livro de Mórmon: Revisão dos Capítulos de Isaías], 1 Néfi 21/Isaías 49, p. 352.
[67]. Parry et al., 1998, p. 437.
[68]. Isaías 45:23.
[69]. Mosias 27:31.
[70]. D&C 63:6.

CAPÍTULO 19: “Na Verdade São Loucos os Príncipes de Zoã; O Conselho Dos Sábios Conselheiros de Faraó Se Embruteceu”

Para ver os comentários de cada capítulo de Isaías, bem como cada introdução, desça até encontrar, à direita, uma lista de todos os capítulos sob a seção “Categorias”. Clique no capítulo que deseja ler. ===>

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Este capítulo é um peso, ou profecia de condenação, a respeito do Egito. Fiel ao padrão de múltiplos níveis de significados, neste capítulo Isaías entrelaça profecias a respeito do Egito antigo e do moderno, bem como de seu equivalente moderno, a superpotência dos Estados Unidos da América. O conhecimento da história do Egito antigo serve como orientação, ajudando-nos a reconhecer nesta profecia que elementos pertencem ao Egito antigo ou moderno, quais pertencem ao Estados Unidos da América, e quais pertencem a ambos. É bastante claro que Isaías está falando sobre o future, porque os acontecimentos descritos neste capítulo, que iriam acontecer nos impérios desaparecidos do Egito e da Assíria, não aparecem em suas histórias. Nosso desafio é reconhecer atores modernos no cenário antigo de Isaías.

Por que há essa associação do Egito com os Estados Unidos da América? No capítulo 18 Isaías descreveu uma terra distante “que está além dos rios”, “que envia embaixadores por mar em navios de junco sobre as águas, dizendo: Ide, mensageiros velozes” à Israel dispersa.[1] A tribo de José, dividida entre seus dois filhos Efraim e Manassés, exibia aspectos da cultura egípcia—inclusive as línguas falada e escrita—bem depois das doze tribos estabelecerem-se na Terra Prometida. Suas escrituras foram escritas no egípcio, em placas de latão.[2] Os nefitas, descendentes de José, que haviam imigrado para o continente americano e recebido-o como sua terra de herança, escreveu as suas escrituras em egípcio reformado, usando as placas de latão como modelo.

A maioria dos habitantes atuais dos Estados Unidos da América são descendentes de José, que foram guiados pelas mãos do Senhor a saírem da Europa e outros lugares durante a época da colonização dos Estados Unidos, e mais tarde quando o evangelho foi pregado nestas áreas.[3] Leí profetizou: “…ninguém virá a esta terra a menos que seja trazido pela mão do Senhor”.[4] Os missionários que vão para a Israel dispersa nos últimos dias são principalmente membros da tribo de José. Eles levam o Livro de Mórmon, escrituras que relatam a história dos remanescentes da tribo de José, traduzido do egípcio reformado. Este elo cultural com o Egito antigo é representado simbolicamente pelos “navios de junco sobre as águas” que levam “mensageiros velozes” à Israel dispersa.[5]

O Egito antigo[6] ganhou destaque em mais ou menos 3100 a.C. quando o reino do Alto Egito conquistou o Baixo Egito. O rei Menes uniu o país e formou um governo nacional, um dos primeiros no mundo. Ele criou Mênfis como a capital, que se encontra atualmente perto de Cairo. Ele também criou a primeira dinastia, ou uma série de governantes da mesma família. Em sucessão, mais de 30 dinastias governaram o Egito antigo. Sua história é dividida pelos egiptólogos em três períodos caracterizados por governantes poderosos, conquistas militares e outros desenvolvimentos notáveis. Estes são:  O Antigo Império (2686-2181 a.C.), o Médio Império (1991-1786 a.C.), e o Novo Império (1570-1070 a.C.). Intervalos entre estes grupos, tipicamente durando vários anos, são caracterizados por dinastias fracas durante as quais a proeminência do Egito declinou.

O Antigo Império foi caracterizado pelas construções de pirâmides. Durante o Médio Império a influência do Egito cresceu e incluiu Núbia, Palestina, e Síria; e durante o Novo Império o Egito antigo tornou-se a maior potência do mundo. Depois do final da vigésima dinastia em 1070 a.C., o Egito começou a declinar rapidamente e foi dominado por entidades estrangeiras incluindo os governantes da Núbia, da Assíria, e da Pérsia. Alexander, o Grande, adicionou o Egito ao seu império em 332 a.C. e fundou a cidade de Alexandria, notável por seus museus e grandes bibliotecas de rolos de papiros, e os romanos conquistaram o Egito em 30 a.C. Os muçulmanos da Arábia tomaram a Alexandria e completaram a conquista do Egito em 642 d.C.

Embora não se saiba muitos fatos para conectar historicamente acontecimentos no Egito aos registrados na Bíblia até o reinado dos reis israelitas, durante a época dos Patriarcas, o Egito era um império poderoso (o Novo Império). A residência temporária de Abraão lá[7] sem dúvidas coincide com o desenvolvimento notável da astronomia no Egito. Foram mostradas “as estrelas e elas eram muito grandes…”[8]  a Abraão, que tinha em sua posse o Urim e Tumim.[9] O Senhor deu razões específicas para instruir Abraão desta maneira: “Abraão, mostro-te estas coisas antes de ires para o Egito, para que declare todas estas palavras”.[10] Grandes reformas religiosas—possivelmente inspiradas por Abraão—foram iniciadas por Akhenaton, que se tornou o rei do Egito em 1367 a.C. Entretanto, esta reforma enfureceu muitos egípcios e os sucessores restauraram a antiga religião politeísta. O Egito estava enfraquecido durante a época da proeminência de Israel sob os reinados de Saul, Davi, e Salomão e continuou a sua decadência durante os reinos subsequentes de Judá e Israel. Durante o tempo de Isaías, a proeminência do Egito como uma potência mundial já era coisa do passado e seu declínio sob governantes estrangeiro já havia começado.

No capítulo 19, Isaías prediz que o Egito seria ferido e destruído pelo Senhor. A destruição talvez coincidiu-se com as invasões de Alexandre, o Grande, da Roma ou dos invasores Árabes, ao que se refere ao Egito antigo; mas a maior parte desta profecia aplica-se ao equivalente moderno do Egito, ou seja, os Estados Unidos da América.[11] Depois de sua destruição o Senhor curará o Egito, e três nações modernas—chamadas por Isaías de Egito, Assíria, e Israel—serão abençoadas também.

No versículo 1, Isaías declara: “Peso do Egito. Eis que o SENHOR vem cavalgando numa nuvem ligeira, e entrará no Egito; e os ídolos do Egito estremecerão diante dele, e o coração dos egípcios se derreterá no meio deles”. A idolatria politeísta do Egito antigo é bem conhecida, e a idolatria difusiva da América moderna —o materialismo—foi descrita no capítulo 2 por Isaías.[12]

Que “nuvem ligeira” poderia entrar nos Estados Unidos da América atual, enviada pelo Senhor para destruir a idolatria? Uma possibilidade é uma repentina mudança política, que traria um período de escuridão espiritual e colapso econômico. Outras possibilidades incluem guerra nuclear, explosivos projetados para espalhar materiais radioativo mortais, uma onda de choque eletromagnética que desativaria eletrônicas e transmissão de energia elétrica, ou nuvens de produtos químicos tóxicos que se espalham rapidamente para exterminar multidões de pessoas. Parry et al. descreve a nuvem ligeira como um meio de transporte para o Senhor. Independentemente de sua natureza precisa [13], o Senhor permitiria a devastação trazida por esta nuvem ligeira.

O versículo 2 descreve conflitos internos devastadores; isto não caracteriza a destruição do monarca do Egito antigo, que foi invadido sucessivamente por entidades estrangeiras: “Porque farei com que os egípcios, se levantem contra os egípcios, e cada um pelejará contra o seu irmão, e cada um contra o seu próximo, cidade contra cidade, reino contra reino”. O cumprimento desta profecia talvez tenha começado com a Guerra Civil Americana, mas sem dúvidas ainda será completamente cumprida no futuro. O interessante aqui é que os conflitos coincidem com o colapso dos elementos sociais inclusive a família, vizinhança e cidades, bem como de nações e reinos.[14] Quais circunstancias atuais vemos ao nosso redor que se tornarão na anarquia descrita por Isaías? O Senhor, entretanto, não permitirá a auto destruição dos Estados Unidos da América, contanto que Ele ainda possa usar o presente governo como uma influência estabilizadora mundial, para permitir que o evangelho continue a espalhar-se por toda a Terra.

No versículo 3, Isaías continua sua descrição da anarquia predita: “E o espírito do Egito se esvaecerá no seu interior, e destruirei o seu conselho; e eles consultarão aos seus ídolos, e encantadores, e aqueles que têm espíritos familiares e feiticeiros”. “O espírito do Egito se esvaecerá” provavelmente significa que os grandes princípios fundamentais estabelecidos pelos fundadores da nação dos Estados Unidos serão abandonados e rejeitados. As crenças religiosas reduzir-se-ão ao espiritismo e às feitiçarias. “Aqueles que têm espíritos familiares” são aqueles que dizem se comunicar com os mortos.[15]

Os versículos 1 até 3 contêm um quiasma:

(1) Peso do Egito. Eis que o SENHOR vem cavalgando numa nuvem ligeira, e entrará no Egito;
A: e os ídolos do Egito estremecerão diante dele, e o coração dos egípcios se derreterá no meio deles.
B: (2) Porque farei com que
C: os egípcios, se levantem contra os egípcios,
D: e cada um pelejará contra o seu irmão,
D: e cada um contra o seu próximo,
C: cidade contra cidade,
B: reino contra reino.
A: (3) E o espírito do Egito se esvaecerá no seu interior, e destruirei o seu conselho; e eles consultarão aos seus ídolos, e encantadores, e aqueles que têm espíritos familiares e feiticeiros.

Se este quiasma for lido em ordem reflexiva,  começando do primeiro elemento no lado ascendente, e depois o seu reflexivo no lado descendente, e assim por diante até chegar ao enfoque central do quiasma, um padrão informativo emerge: “Peso do Egito. Eis que o SENHOR vem cavalgando numa nuvem ligeira, e entrará no Egito; e os ídolos do Egito estremecerão diante dele, e o coração dos egípcios se derreterá no meio deles. E o espírito do Egito se esvaecerá no seu interior, e destruirei o seu conselho; e eles consultarão aos seus ídolos, e encantadores, e aqueles que têm espíritos familiares e feiticeiros. Porque farei com que reino [se levantem] contra reino, os egípcios se levantem contra os egípcios, cidade contra cidade, e cada um pelejará contra o seu irmão, e cada um contra o seu próximo”.

Quando o quiasma é lido desta forma, uma sucessão lógica de eventos emerge: Primeiro, um evento cataclísmico, ou “ato de Deus”; depois o fracasso dos princípios fundamentais do governo; seguido pela dependência em idolatria, superstição e feitiçaria ao invés da prática dos verdadeiros princípios religiosos. Os conflitos, e logo a dissolução acontecem—primeiro entre reinos, em seguida contra compatriotas; cidades revoltando-se contra outras cidades, e famílias e vizinhos desintegrando-se. O resultado seria anarquia e caos.

No versículo 4, a anarquia será substituída pela dominação e servidão: “E entregarei os egípcios nas mãos de um senhor cruel, e um rei rigoroso os dominará, diz o Senhor, o SENHOR dos Exércitos”. O cumprimento desta profecia pode ter ocorrido com os invasores estrangeiros conquistando o Egito antigo, inclusive os governantes da Núbia, Assíria, e Pérsia, Alexander o Grande, os Romanos, e os Muçulmanos; porém o atual “senhor cruel” e “rei rigoroso” governando sobre a nação decaída dos Estados Unidos, ainda está para ser cumprido. Um significado alternativo em hebraico para “senhor cruel” é “mestres cruéis”.[16] Devido aos conflitos dividindo os reinos, as nações, as cidades, as famílias e vizinhanças, o análogo atual do Egito antigo será deixado debilitado e vulnerável militarmente e será facilmente conquistado por um “senhor cruel”.

Os versículos 3 e 4 contêm um quiasma:

A: (3) E o espírito do Egito se esvaecerá no seu interior, e destruirei o seu conselho; e eles consultarão aos seus ídolos, e encantadores, e aqueles que têm espíritos familiares e feiticeiros.
B: (4) E entregarei os egípcios nas mãos
C: de um senhor cruel,
C: e um rei rigoroso
B: os dominará,
A: diz o Senhor, o SENHOR dos Exércitos.

“Ídolos, e encantadores, e aqueles que têm espíritos familiares e feiticeiros” contrasta-se com “o Senhor, o SENHOR dos Exércitos”. Ao invés de colocarem sua confiança no Senhor, o homólogo atual do Egito iria contar com magia, espiritismo e idolatria. “Entregarei os egípcios nas mãos” complementa “os dominará”, indicando que o Senhor permitiria que esta transição de poder acontecesse. Sem a proteção do Senhor, um rei rigoroso e cruel governará sobre os Estados Unidos da América moderno.

Os versículos 5 até 10 descrevem calamidades econômicas que acompanharão estes acontecimentos políticos. O versículo 5 começa: “E secarão as águas do mar, e o rio se esgotará e secará”.

A proeminência do Egito antigo era baseada na sua força econômica, derivada das abundantes colheitas cultivadas nos solos férteis ao longo do Rio Nilo.[17] Estes solos eram renovados cada ano, durante a enchente anual do Rio Nilo, que se correspondiam com as chuvas sazonais no interior africano ao sul. A falta de água do mar e do rio incapacitaria totalmente o Egito economicamente, mas tal ocorrência não se encontra nos registros históricos do antigo Egito— exceto acontecimentos como os sete anos de fome durante a época de José: “E as sete vacas feias à vista e magras, que subiam depois delas, são sete anos, e as sete espigas miúdas e queimadas do vento oriental, serão sete anos de fome”.[18] A fome foi causada pelo “vento oriental”, um vento forte, seco e quente vindo dos desertos do Oriente Médio que não permitiam que as safras crescessem. Isto afetou toda a região, não somente o Vale do Nilo.[19]

Ludlow, em seu comentário do capítulo 19, afirma que a profecia de Isaías sobre a calamidade econômica foi cumprida no Egito moderno com a construção da Represa Alta de Assuã.[20] Entretanto, relatos terríveis de desastres social, econômico e ecológico devido a construção da represa são, em grande parte, propagandas políticas, como mostrado por subsequentes estudos científicos. A Represa Alta de Assuã é, em fato, uma das melhores represas do mundo por causa dos grandes benefícios que trouxe para o Egito moderno e seu povo.[21]

Na década dos 1950 os americanos concordaram em prover fundos financeiros para a construção da Represa Alta de Assuã, que tomaria o lugar de uma estrutura antiga que provou ser inadequada para controlar enchentes catastróficas. Por várias razões, os americanos ficaram descontentes com o presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser, e retirou sua oferta de ajuda financeira. A União Soviética rapidamente adiantou-se, oferecendo para fornecer financiamento e conhecimento técnico. Estes eventos resultaram em considerável rivalidade entre as superpotências da época da Guerra Fria, ou seja, os Estados Unidas da América e a União Soviética. As agências e os jornalistas americanos criaram uma avalanche de propagandas negativas depois que a represa estava pronta, dizendo que a represa foi um desastre econômico, social e ecológico de proporções assustadoras.[22]

A construção da Represa Alta de Assuã—que terminou em 1964—ajudou na estabilização do fluxo do Rio Nilo, minimizando as inundações anuais. Ainda que a renovação anual do solo por meio de depósito de novo sedimento tenha cessado—fazendo necessário o uso de fertilizantes sintéticos—o estabelecimento de povoados permanentes na planície de inundação do rio tem permitido a implementação de métodos modernos mecanizados de cultivo. Apesar do número de peixes haver reduzido por alguns anos por causa da mudança das condições ecológicas, tanto no Rio Nilo quanto nas partes perto do Mar Mediterrâneo, a quantidade prévia de peixes retornou e uma nova indústria pesqueira formou-se no Lago Nasser, a reserva formada pela Represa Alta de Assuã.[23] Está claro que o desastre econômico predito por Isaías não se aplica aos efeitos da Represa Alta de Assuã; além disso, as referências de Isaías ao Egito aqui é um símbolo para os Estados Unidos da América atualmente.[24]

O versículo 6 continua: “Também os rios exalarão mau cheiro e se esgotarão e secarão os canais do Egito; as canas e os juncos murcharão”. “Os canais do Egito” eram para irrigação; as safras do Egito—incluindo o trigo para exportação—seriam destruídos sem estes canais.

O versículo 7 declara: “A relva junto ao rio, junto às ribanceiras dos rios, e tudo o que foi semeado junto ao rio, secará, será arrancado e não subsistirá”.

O versículo 8 declara: “E os pescadores gemerão, e suspirarão todos os que lançam anzol ao rio, e os que estendem rede sobre as águas desfalecerão”. A pesca era a maior indústria e fonte alimentar no Egito antigo.[25]

O versículo 9 diz: “E envergonhar-se-ão os que trabalham em linho fino, e os que tecem pano branco”. Os antigos egípcios eram conhecidos por sua habilidade em têxteis; faziam redes de pesca de linho.[26]

O versículo 10 conclui: “E os seus fundamentos serão despedaçados, e todos os que trabalham por salário ficarão com tristeza de alma”.[27] A tradução de Parry do Grande Pergaminho de Isaías apresenta o versículo 10 assim: “E os tecelões serão esmagados, e todos os assalariados entrarão em desespero”.[28]

Nestes versículos Isaías prediz uma paralização econômica total dos Estados Unidos, descrevendo-a em termos das proeminentes indústrias do Egito antigo.

Os versículos 11 até 14 descrevem as causas deste colapso social. O versículo 11 começa: “Na verdade são loucos os príncipes de Zoã; o conselho dos sábios conselheiros de Faraó se embruteceu; como, pois, a Faraó direis: Sou filho de sábios, filho de antigos reis?” Zoã era uma grande cidade no nordeste do delta do Nilo.[29] A dependência na reputação de ancestrais célebres, ao invés de em sua própria diligência e aplicação, prepara o caminho para este colapso.

O versículo 12 continua: “Onde estão agora os teus sábios? Notifiquem-te agora, ou informem-te sobre o que o Senhor dos Exércitos determinou contra o Egito”. O desaparecimento dos sábios indica insensatez predominante, ou o abandono de valores e princípios verdadeiros. “Notifiquem-te agora … o que o Senhor dos exércitos determinou contra o Egito” apresenta um desafio impossível para os que tem sua ética comprometida. A confusão toma o lugar da crença religiosa e a ignorância encobre os propósitos de Deus. A dependência nos princípios fundamentais divinamente inspirados será abandonada.

O versículo 13 declara: “Loucos tornaram-se os príncipes de Zoã, enganados estão os príncipes de Nofe”. Nofe, ou Mênfis, era a capital do Egito antigo;[30] as cidades mencionadas neste versículo são lugares governamentais de grande importância. “Eles fizeram errar o Egito, aqueles que são a pedra de esquina das suas tribos”.[31] “A pedra de esquina das suas tribos” significa os chefes de famílias,[32] que seriam enganados pelos príncipes e governantes.

O versículo 14 declara: “O Senhor derramou no meio dele um perverso espírito; e eles fizeram errar o Egito em toda a sua obra, como o bêbado quando se revolve no seu vômito”. A insensatez dos líderes políticos dos Estados Unidos da América causaria uma enorme crise moral, que afetaria todos os aspectos da vida pública e privada.

O versículo 15 é um resumo dos efeitos dos colapsos morais e econômico: “E não aproveitará ao Egito obra alguma que possa fazer a cabeça, a cauda, o ramo, ou o junco”. O resultado final do colapso econômico predominante, aludido nos versículos 6 até 10, será o desemprego. “A cabeça, a cauda, o ramo, ou o junco” significa os diferentes níveis sociais,[33] este mesmo simbolismo é usado no capítulo 9 por Isaías.[34]

O julgamento iminente do Senhor sobre este moderno homólogo do Egito causaria grande temor, descrito no versículo 16: “Naquele tempo os egípcios serão como mulheres, e tremerão e temerão por causa do movimento da mão do Senhor dos Exércitos, que há de levantar-se contra eles”. A ameaça do castigo do Senhor causaria grande temor.

Os versículos 14 até 16 contêm um quiasma:

A: (14) O Senhor derramou no meio dele um perverso espírito;
B: e eles fizeram errar o Egito em toda a sua obra,
C: como o bêbado quando se revolve no seu vômito.
D: (15) E não aproveitará ao Egito obra alguma
E: que possa fazer a cabeça, a cauda,
E: o ramo, ou o junco.
D: (16) Naquele tempo os egípcios serão como mulheres,
C: e tremerão
B: e temerão
A: por causa do movimento da mão do Senhor dos Exércitos, que há de levantar-se contra eles.

O lado ascendente do quiasma expressa uma insensatez, erro e bebedices predominantes, já do lado descendente expressa temor devido a estes atributos negativos. O colapso econômico desta superpotência moderna seria provocado pela insensatez predominante, ou pelo abandono de princípios morais orientadores.

Os Estados Unidos da América em um estado enfraquecido, depois do colapso econômico, temeriam grandemente os judeus, como foi descrito no versículo 17: “E a terra de Judá será um espanto para o Egito; todo aquele a quem isso se anunciar se assombrará, por causa do propósito do Senhor dos Exércitos, que determinou contra eles”. Aqueles que sabem dos juízos de Deus temerão por causa do poder que será dado à Judá.

Os versículos 18 até 21 afirmam que haveria algumas pessoas no homólogo moderno do Egito, apesar da grande iniquidade, que acreditariam no Senhor. O versículo 18 começa: “Naquele tempo haverá cinco cidades na terra do Egito [apenas algumas] que falarão a língua de Canaã”, que significa compreender as coisas do Espírito. “A língua de Canaã”, claro, é o hebraico, mas isto é simbólico do significado espiritual mais profundo. O versículo continua: “E farão juramento ao Senhor dos Exércitos; e uma se chamará: Cidade de destruição”. “Farão juramento ao Senhor” significa fazer convênios sagrados.

“Cidade de destruição” é traduzido do hebraico iyr-heh’res.[35] O uso de paronomásia (trocadilho) no hebraico forma esta palavra iyr-cherec, que significa “cidade do sol”,[36] ou Heliopolis em grego, Isaías prediz o destino da cidade: o lugar onde o sol era adorado será destruído. Heliopolis, uma cidade antiga do Baixo Egito, é atualmente ruínas. Este jogo sutil de palavras se perde na tradução.[37] Algumas traduções da Bíblia, como a Bíblia Inglesa Básica e a Vulgata Latina traduzem “cidade do sol”, já outras usam “cidade de destruição”, inclusive a versão de João Ferreira de Almeida[38] e a Reina-Valera de 2009 em espanhol.[39] Haverá uma analogia moderna para uma cidade antiga, que agora está destruída?

O versículo 19 continua a descrição daqueles que crerem, apesar da iniquidade desenfreada: “Naquele tempo o Senhor terá um altar no meio da terra do Egito, e uma coluna se erigirá ao Senhor, junto da sua fronteira”. A coluna, ou obelisco, na tradição egípcia, refere-se a um lugar sagrado.

O versículo 20 descreve o significado do altar e da coluna: “E servirá de sinal e de testemunho ao Senhor dos Exércitos na terra do Egito, porque ao Senhor clamarão por causa dos opressores, e ele lhes enviará um salvador e um protetor, que os livrará”. Aqueles que acreditarem no Senhor clamariam ao Senhor por libertação; o Senhor enviaria um libertador, um grande líder militar, que os libertaria. A tradução de “salvador” com letra minúscula indica que não está se referindo ao Senhor vindo em pessoa para libertá-los.

O versículo 21 descreve a profundidade da crença daqueles que sobreviveriam no Egito moderno: “E o Senhor se dará a conhecer ao Egito, e os egípcios conhecerão ao Senhor naquele dia, e o adorarão com sacrifícios e ofertas, e farão votos ao Senhor, e os cumprirão”.[40] Os sobreviventes farão convênios com o Senhor, e cumprirão estes convênios. Depois do colapso econômico desta superpotência moderna e sua conquista por um senhor ou rei cruel, uma nova ordem surgiria, baseada no conhecimento do evangelho verdadeiro e a verdadeira adoração ao Senhor. Os sobreviventes do colapso desta poderosa nação, representada aqui pelo Egito antigo, seguirão ao Senhor, obedecerão Seus mandamentos, e farão convênios com o Senhor.

Apesar do fato que o Egito será ferido pelo Senhor, o Senhor mostrará compaixão depois da destruição, como descrito no versículo 22: “E ferirá o Senhor ao Egito, ferirá e o curará; e converter-se-ão ao Senhor, e mover-se-á às suas orações, e os curará”.[41] A superpotência moderna, representada pelo Egito antigo, seria curada pelo Senhor depois do colapso.

O versículo 23 descreve o estabelecimento de relações amistosas entre antigos inimigos: “Naquele dia haverá estrada do Egito até à Assíria, e os assírios virão ao Egito, e os egípcios irão à Assíria; e os egípcios servirão com os assírios”. A estrada simboliza também o caminho da retidão;[42] isto sugere que as nações modernas, representadas por estas superpotências antigas, seguiriam o verdadeiro evangelho.

No versículo 24, Israel juntar-se-á com os outros países: “Naquele dia Israel será o terceiro com os egípcios e os assírios, uma bênção no meio da terra”. “O terceiro com” significa que Israel formará uma aliança amistosa com as outras duas nações mencionadas.

Finalmente, no versículo 25 as nações modernas, que Isaías compara com o Egito e a Assíria, serão abençoadas juntamente com Israel: “Porque o Senhor dos Exércitos os abençoará, dizendo: Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança”.

NOTAS

[1]. Isaías 18:1-2.
[2]. Ver 1 Néfi 3:3.
[3]. Ver 3 Néfi 15:12-13; também Éter 13:6-8.
[4]. 2 Néfi 1:6.
[5]. Ver Isaías 18:2.
[6]. Leonard H. Lesko, Ancient Egypt [O Egito Antigo]: The World Book Encyclopedia 1986 edition, volume 6, pp. 91-100. Dr. Lesko é um Professor de Egiptologia na Brown University.
[7]. Ver Abraão 2:21-25.
[8]. Ver Abraão 3:1-14.
[9]. Ver Abraão 3:1.
[10]. Abraão 3:15.
[11]. Avraham Gileadi, The Book of Isaiah: A new translation with interpretive keys from The Book of Mórmon [O Livro de Isaías: Uma nova tradução com chaves interpretativas do Livro de Mórmon]: Deseret Book Co., Salt Lake City, Utah, 1988, p. 72-76.
[12]. Ver Isaías 2:8-18 e comentário pertinente.
[13].  Donald W. Parry, Jay A. Parry e Tina M. Peterson, Understanding Isaiah [Compreendendo Isaías]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1998, p. 178.
[14]. Parry et al., p. 179.
[15]. F. Brown, S. Driver, e C. Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon [Léxico Hebraico e Inglês de Brown-Driver-Briggs]: Hendrickson Publishers, Peabody, MA, 01961-3473, 1996, Número de Strong 178, p. 15.
[16]. Brown et al., 1996, Número de Strong 7186, p. 904.
[17]. Lesko.
[18]. Gênesis 41:27.
[19]. Ver Gênesis 41:27; 56-57.
[20]. Victor L. Ludlow, Isaiah: Prophet, Seer, and Poet [Isaías: Profeta, Vidente e Poeta]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1982, p. 213-216.
[21]. Asit K. Biswas, Aswan Dam Revisited: The Benefits of a Much-Maligned Dam: [Represa de Assuã Revisitada: Os Benefícios da Represa Tão Difamada] Deutsche Stiftung Für Internationale Entwicklung, D+C Development e Cooperation, número 6, Novembro/Dezembro 2002, p. 25-27.
[22]. Biswas.
[23]. Sayed El-Sayed e Gert L. Van Dijken, The Southeastern Mediterranean Ecosystem Revisited: Thirty Years After the Construction of the Aswan High Dam [O Ecosistema Sudeste Mediterrâneo Revisitado: Trinta anos depois da Construção da Represa Alta de Assuã]: The Quarterdeck, Texas A&M University, Departmento de Oceanografía, College Station, Texas 77843-3146, vol. 3, número 1, 1995, p.1-4.
[24]. Gileadi.
[25]. Lesko.
[26]. Lesko.
[27]. Os versículos 8 até 10 contêm um quiasma: Pescadores/todos os que lançam anzol ao rio/desfalecerão/os que trabalham em linho fino//os que tecem pano branco/os seus fundamentos serão despedaçados/todos os que trabalham por salário/ficarão com tristeza de alma.
[28]. Donald W. Parry,  Harmonizing Isaiah: Foundation for Ancient Research e Mormon Studies (FARMS) at Brigham Young University [A Harmonização de Isaías: Fundação de Pesquisas Antigas e Estudos Mórmons na Universidade Brigham Young], Provo, Utah, 2001, p. 93.
[29]. Ver Mapa Bíblico (na versão SUD da Bíblia em inglês) número 2.
[30]. Lesko.
[31]. Os versículos 11 até 13 contêm um quiasma: São loucos os príncipes de Zoã/sábios conselheiros de Faraó/filho de sábios//filho de antigos reis/onde estão agora os teus sábios?/Loucos tornaram-se os príncipes de Zoã.
[32]. Brown et al., 1996, Número de Strong 6438, p. 819.
[33]. Ver Isaías 19:15, nota de rodapé da versão SUD da Bíblia de King James em Inglês 15a.
[34]. Ver Isaías 9:14.
[35]. Brown et al., 1996, Número de Strong 2041, p. 249; também Strong’s número 5892, p. 746.
[36]. Brown et al., 1996, Número de Strong 2775, p. 357; também Strong’s número 5892, p. 746.
[37]. J. R. Dummelow, The One Volume Bible Comentário[Comentário Bíblico de Um Volume]: Macmillan Publishing Company, New York, NY, 1909, p. 429.
[38]. Uma variedade de traduções da Bíblia está disponível na “The Unbound Bible” [“A Bíblia Desencadernada]”, online at http://unbound.biola.edu. Este site é provido e mantido pela Biola University [Universidade Biola], Administrative Computing [Computação Administrativa], 3800 Biola Ave., La Mirada, California 90639.
[39]. Santa Bíblia, Reina-Valera, 2009: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Salt Lake City, Utah, E.U.A.
[40]. Versículo 21 contém um quiasma: O Senhor/se dará a conhecer/Egito//os egípcios/conhecerão/ao Senhor.
[41]. Versículo 22 contém um quiasma: Ferirá o Senhor ao Egípto, ferirá e o curará/converter-se-ão /ao Senhor//mover-se-á/às suas orações/os curará.
[42]. Ver Isaías 11:16; 35:8; 40:14; 49:11 e comentário pertinente.

CAPÍTULO 11: “A Terra Se Encherá Do Conhecimento Do Senhor”

Para ver os comentários de cada capítulo de Isaías, bem como cada introdução, desça até encontrar, à direita, uma lista de todos os capítulos sob a seção “Categorias”. Clique no capítulo que deseja ler. ===>

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A interpretação do capítulo 11 tem sido o tema de revelação moderna. Quando Moroni apareceu pela primeira vez a Joseph Smith no dia 21 de setembro de 1823, Joseph falou que Moroni “citou o capítulo onze de Isaías, dizendo que estava prestes a ser cumprido”.[1] Esta declaração indica claramente, que os acontecimentos descritos neste capítulo são pertinentes aos últimos dias; em particular, o período precedente à Segunda Vinda do Senhor Jesus Cristo, bem como ao reino Milenar do Senhor aqui na Terra. Em Doutrina e Convênios Seção 113, uns companheiros do profeta Joseph Smith perguntaram-lhe sobre os versículos no capítulo 11.[2] O Senhor, falando através do profeta Joseph, deu as respostas.

O capítulo 11 pode ser dividido em quatro seções. Os versículos 1 até 9 descrevem a Segunda Vinda de Cristo e reinado milenar, os versículos 10 até 12 descrevem a coligação de Israel das diversas terras para onde foram dispersos, os versículos 13 e 14 descrevem as vitórias de Israel sobre seus vizinhos hostis, e os versículos 15 e 16 descrevem as mudanças geográficas—usadas por Isaías como metáforas para descreverem acontecimentos espirituais e políticos importantes—que virão a acontecer antes ou durante o milênio.

O tronco de Jessé, mencionado nos versículos 1 até 5, é Cristo—que julgará em retidão, não somente durante o milênio, mas também no julgamento final. A pessoa que teria o papel fundamental na restauração nos últimos dias antes do milênio foi descrita metaforicamente como um “rebento” saindo das “raízes” de Jessé, e refere-se novamente a Cristo como o “renovo”. Durante o milênio, a guerra e a inveja cessarão e o conhecimento sagrado de Deus cobrirá a Terra, como as águas cobrem o mar. Em preparação para o milênio, o Senhor levantará um estandarte e juntará Israel das diversas terras para onde foram dispersos. Néfi cita o capítulo 11 por completo; compare 2 Néfi 21. Pequenas diferenças no texto do Livro de Mórmon são apresentadas em itálico onde forem citadas. Néfi também explica os elementos deste capítulo em 2 Néfi capítulo 30.

Os versículos 1 até 9 descrevem o ministério mortal de Cristo e reinado milenar. O tronco de Jessé mencionado no versículo 1 é Cristo: “Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará”. A mesma metáfora é usada aqui como foi introduzida anteriormente por Isaías:[3] Quando a árvore é cortada, o tronco[4] continua a brotar. Depois da destruição e cativeiro de Israel, um renovo justo surgiria do parentesco original, mantendo intacta as bênçãos prometidas aos patriarcas antigos. Será desta ordem justa, a qual incluía os descendentes de Jessé e os herdeiros do trono de Davi, que Cristo viria. Maria, a mãe de Jesus, como também José, Seu guardião legal, eram da linhagem de Jessé.[5] Esta profecia de Isaías foi citada no Novo Testamento relacionada ao ministério Jesus Cristo.[6]

Em Doutrina e Convênios, o Senhor afirma que Cristo é o Tronco de Jessé: “Quem é o Tronco de Jessé mencionado nos versículos 1, 2, 3, 4 e 5 do capítulo 11 de Isaías?” “Em verdade, assim diz o Senhor: É Cristo”.[7]

“Um rebento” brotando do tronco de Jessé, também foi mencionado no versículo 1: “Porque brotará um rebento do tronco de Jessé…”. O Senhor esclarece o significado em Doutrina e Convênios: “O que é o rebento mencionado no primeiro versículo do capítulo 11 de Isaías, que brotaria do Tronco de Jessé?” “Eis que assim diz o Senhor: É um servo nas mãos de Cristo, que em parte é descendente de Jessé assim como de Efraim, ou seja, da casa de José, a quem foi dado muito poder”.[8] O “rebento” é geralmente interpretado entre os Santos dos Últimos Dias como sendo Joseph Smith, o profeta da Restauração.[9]

O título “renovo” pode ser aplicado simultaneamente a Cristo e a um líder político moderno da linhagem do Rei Davi da antiguidade, cuja retidão permitir-lhe-ia a ser guiado pelo Senhor. Jeremias, no Velho Testamento, predisse:

“Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra.
“Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA.”[10]

“O Senhor”, como foi usado nesta passagem, provavelmente significa um líder temporal. Isto se contrasta, no versículo anterior[11], com “o Senhor”, que significa Jeová. O nome deste governante Judeu nos últimos dias seria Davi, como foi predito por Ezequiel e Oséias.[12] Joseph Smith declarou profeticamente: “O trono e reino de Davi ser-lhe-á tomado [Davi da antiguidade] e dado par um outro por nome de Davi nos últimos dias, levantado de sua linhagem”.[13] Bruce R. McConkie confirmou que o renovo, bem como o rebento, é Cristo.[14]

O versículo 1 contém um quiasma reconhecido no hebraico original, que foi reconstruído aqui para combinar com a construção hebraica:[15]

A: (1) Porque brotará
B um rebento do tronco de Jessé,
B: e um renovo das suas raízes
A: frutificará.

Visto que Cristo é o “tronco de Jessé”, um renovo crescendo de “suas raízes”—ou as raízes de Jessé, ou a linhagem dos reis davídicos—pode ser que esteja referindo-se a Cristo, se os elementos do quiasma estiverem paralelos, ou pode ser que signifique outra pessoa da mesma linhagem, se os elementos do quiasma forem complementários.

Os versículos 2 e 3 descrevem a retidão de Jesus Cristo ao exercer juízo, e serve como um símbolo dos atributos cristãos do líder temporal nos últimos dias, chamado Davi, bem como Joseph Smith, o profeta da Restauração. O versículo 2 prediz: “E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor”. O pronome, “ele”, simultaneamente significa o “rebento” e o “renovo”—Joseph Smith, Cristo, e o Davi dos últimos dias.

O versículo 3 continua: “E deleitar-se-á no temor do Senhor; e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos”.

Versículo 4 descreve o julgamento e destruição que acontecerão na Segunda Vinda, referindo-se agora somente a Cristo: “4 Mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com equidade aos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará ao ímpio”. A palavra hebraica traduzida como “repreenderá com equidade” significa “decidir com justiça”.[16]

Este versículo é parafraseado por Paulo em sua segunda epístola aos Tessalonicenses: “E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda”.[17]  Paulo esclarece que tão somente o assopro da boca do Senhor matará aos iníquos.

O Senhor, ao repreender a Martin Harris por haver perdido as 116 páginas traduzidas da primeira parte do Livro de Mórmon, usou semelhantes palavras: “Portanto ordeno que te arrependas—arrepende-te, para que eu não te fira com a vara de minha boca e com minha ira e com minha cólera e teus sofrimentos sejam dolorosos—quão dolorosos tu não sabes, quão intensos tu não sabes, sim, quão difíceis de suportar tu não sabes”.[18]

O Senhor também enfatizou que os iníquos destruiriam aos iníquos em guerras que aconteceriam durante os últimos dias, antes da Sua Segunda Vinda:

“Em minha ira jurei e decretei guerras sobre a face da Terra; e o iníquo matará o iníquo e temor virá sobre todo homem;
“E os santos também mal escaparão; contudo eu, o Senhor, estou com eles e, da presença de meu Pai, descerei no céu e consumirei os iníquos com fogo inextinguível.[19]

É pelo decreto do Senhor que aconteceriam guerras, nas quais os iníquos matariam uns aos outros.

Néfi provê uma interpretação profética:

“E com justiça julgará o Senhor Deus os pobres e reprovará com equidade pelos mansos da Terra. E ferirá a Terra com a vara de sua boca; e com o sopro de seus lábios matará os ímpios.
“Pois rapidamente chegará o tempo em que o Senhor Deus fará uma grande divisão entre o povo e destruirá os iníquos; e poupará seu povo, sim, ainda que tenha que destruir os iníquos com fogo.[20]

As palavras do versículo 4 descrevem a destruição dos iníquos antes da Segunda Vinda do Senhor. Durante o milênio, guerra e inveja serão aniquiladas e o conhecimento de Deus cobrirá toda a Terra.

O versículo 4 contém um quiasma:[21]

(4) Mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com equidade aos mansos da terra;
A: e ferirá a terra
B: com a vara de sua boca,
B: e com o sopro dos seus lábios
A: matará o ímpio.

“Ferirá a terra” complementa “matará o ímpio”, indicando que o propósito do Senhor em ferir a Terra é para destruir a iniquidade entre a população humana, ao invés de infligir punição sobre a Terra em si. “A vara de sua boca” é sinônimo para “o sopro dos seus lábios”.

O versículo 5 descreve a fonte de poder de Cristo, e como um símbolo, também a de Davi dos últimos dias e do profeta da Restauração: “5 E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins”. “Lombos” e “rins” vieram da palavra hebraica que significa “cintura”.[22]

O Senhor usa palavras semelhantes para instruir os Santos dos Últimos Dias:

“Portanto uma vez que eu, o Senhor, decretei todas estas coisas sobre a face da Terra, desejo que meus santos se reúnam na terra de Sião;”E que todo homem tome a retidão em suas mãos e cinja seus lombos com a fidelidade; e aos habitantes da Terra levante uma voz de advertência e declare, tanto por palavra como por fuga, que a desolação virá sobre os iníquos.[23]

A retidão e a fidelidade são atributos cristãos que todos nós devemos emular; ao fazer isto escaparemos a desolação que virá sobre os iníquos.

Os versículos 3 até 5 contêm um quiasma:

A: (3) E deleitar-se-á no temor do Senhor;
B: e não julgará segundo
C: a vista dos seus olhos,
D: nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos.
E: (4) Mas julgará com justiça os pobres,
E: e repreenderá com equidade aos mansos da terra;
D: e ferirá a terra com a vara de sua boca,
C: e com o sopro dos seus lábios
B: matará ao ímpio.
A: (5) E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins.

“No temor do Senhor” corresponde à “a justiça” e “a fidelidade”, que apresentam o tema do quiasma. A palavra “Julgará” é comparada com “matará o ímpio”, provendo uma maior explicação para o uso da palavra “julgar”. “A vista dos seus olhos” corresponde à “com o sopro dos seus lábios”. “Repreenderá” no versículo 3 é equivalente à “ferirá”, e “julgará com justiça os pobres” reflete-se em “repreenderá com equidade aos mansos da terra”, que é o enfoque central do quiasma. O Senhor, ao matar o ímpio, age com equidade. Consequentemente, a destruição dos ímpios resultará em equidade e justiça para os pobres e mansos da terra.

Nos versículos 6 até 9 Isaías metaforicamente descreve a eliminação das hostilidades entre as nações em guerra, que eram inimigas já há muito tempo. As metáforas de animais—alguns predadores naturais e outros a sua presa—vivendo amigavelmente uns com os outros durante o milênio são frequentemente interpretadas literalmente, mas seriam melhor entendidas num sentido metafórico. Algumas das nações assim representadas são identificáveis; o urso pode ser a Rússia e o leão pode ser a Grã-Bretanha. A estrutura quiasmática deste versículo e seu equivalente no versículo 13 confirma que Isaías está falando metaforicamente.

Os versículos 6 até 8 apresentam as metáforas. O versículo 6 declara: “E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leão e o animal cevado andarão juntos, e um menino pequeno os guiará”.[24] Os opostos são apresentados como contrastes literários para enfatizar as diferenças.

O versículo 7 apresenta mais contrastes literários: “A vaca e a ursa pastarão juntas, seus filhos se deitarão juntos, e o leão comerá palha como o boi”.

Os versículos 6 e 7 contêm um quiasma:

A: (6) E morará o lobo com o cordeiro,
B: e o leopardo com o cabrito se deitará;
C: e o bezerro, e o filho de leão e o animal cevado andarão juntos,
D: e um menino pequeno os guiará.
C: (7) A vaca e a ursa pastarão juntas,
B: seus filhos se deitarão juntos,
A: e o leão comerá palha como o boi.

“O lobo” e “o cordeiro” correspondem ao “leão” e ao “boi”; “se deitará” corresponde à “se deitarão juntos”; a frase “o bezerro, e o filho de leão” correspondem à frase “a vaca e a ursa”; e “um menino pequeno os guiará” é a única declaração central. O significado é que o menino pequeno guiará todos os animais mencionados no quiasma.

O quiasma forma o elemento inicial num quiasma maior que inclui os versículos 6 até 13. O quiasma dos versículos 6 e 7, que contém os nomes dos animais que representam as nações em guerras e suas vítimas, complementa o quiasma do versículo 13, que descreve o fim da hostilidade entre as nações de Judá e Efraim, bem como com outros vizinhos hostis. Esta equivalência quiasmática explica a metáfora.

O versículo 8 continua, apresentando mais contrastes literários e adicionando um significado ainda mais profundo à metáfora: “E brincará a criança de peito sobre a toca da áspide, e a desmamada colocará a sua mão na cova do basilisco”. A áspide é uma cobra venenosa da família das víboras, já um basilisco é um réptil fabuloso a que se atribuía o poder de matar através do olhar, do bafo ou do contato.[25] Note o paralelismo; “a toca da áspide” é equivalente à frase “na cova do basilisco”, e “a criança de peito” é equivalente à “desmamada”. Estas comparações reforçam ainda mais a suposição de que Isaías está falando metaforicamente—o que é conhecido como prejudicial e perigo é contrastado com inocência e vulnerabilidade.

Versículo 8 contém um quiasma reconhecido no original em hebraico, e que foi reformatado aqui para combinar com a construção hebraica.[26]

A: (8) Brincará
B: a criança de peito sobre a toca da áspide,
B: e a desmamada na cova do basilisco
A: meterá a sua mão.

Este quiasma coloca palavras que aparecem como duas declarações paralelas na versão de João Ferreira de Almeida como declarações paralelas inversas, adicionando um equilíbrio poético.

No versículo 9 o Senhor descreve as condições milenar: “Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar”. É o conhecimento do Senhor que terminará com a guerra e a inveja.[27] “Monte” retoricamente significa “nação”, ou domínio político.[28] Assim, no domínio do Senhor—que incluirá toda a Terra, como mostra na frase seguinte— “não se fará mal nem dano algum”.

Dallin H. Oaks declarou:

“Hoje em dia estamos assistindo a uma explosão de conhecimento a respeito do mundo e seus povos. Mas os povos do mundo não estão obtendo uma expansão de conhecimento comparável sobre Deus e o plano dele para seus filhos. Nesse assunto, o mundo necessita não é de mais erudição e tecnologia, porém de mais retidão e revelação.
“Aguardamos o dia profetizado por Isaías no qual “a terra se encherá do conhecimento do Senhor”.[29]

No Livro de Mórmon, Néfi também cita os versículos 4 até 9 em 2 Néfi capítulo 30 com pequenas variações.[30] Néfi adiciona esta explicação interessante depois da citação:

“Portanto as coisas de todas as nações se tornarão conhecidas; sim, todas as coisas serão dadas a conhecer aos filhos dos homens.
“Nada haverá secreto que não seja revelado; não haverá obra tenebrosa que não venha à luz; nada haverá selado na face da Terra que não seja descerrado.
“Portanto todas as coisas que foram reveladas aos filhos dos homens serão reveladas naquele dia; e Satanás já não terá poder sobre o coração dos filhos dos homens, por um longo tempo….”[31]

O conhecimento da verdade, revelado aos filhos dos homens, tirará eficazmente o poder de Satanás.

Ao instruir ao Santos dos Últimos Dias, o Senhor declara: “E nesse dia [o reinado milenar do Senhor], a inimizade do homem e a inimizade das bestas, sim, a inimizade de toda carne terá fim de diante de minha face”.[32] Aqui mostra bem claro que ambos elementos, literal e metafórico, da profecia de Isaías virão a se cumprir.

Os versículos 10 até 12 descrevem a coligação de Israel. Em preparação para o milênio, o Senhor levantará um estandarte e juntará Israel que foi espalhada por muitas nações. O versículo 10 refere-se a uma “raiz de Jessé”, que é um profeta mandado aos gentios nos últimos dias: “E acontecerá naquele dia que a raiz de Jessé, a qual estará posta por estandarte dos povos, será buscada pelos gentios; e o lugar do seu repouso será glorioso”. A frase “naquele dia” significa os últimos dias, a época em que esta profecia deverá ser cumprida.[33]

O versículo 10 foi citado pelo Apóstolo Paulo, referindo-se a aceitação de Cristo pelos gentios: “Outra vez diz Isaías: Uma raiz em Jessé haverá, e naquele que se levantar para reger os gentios, os gentios esperarão”.[34] Os gentios nos últimos dias aceitariam a Cristo através da “raiz em Jessé”, proclamada por Isaías—o grande profeta da Restauração, Joseph Smith.

Em Doutrina e Convênios, o Senhor deu uma maior explicação: “O que é a raiz de Jessé mencionada no versículo 10 do capítulo 11?
“Eis que assim diz o Senhor: É um descendente de Jessé, assim como de José, a quem por direito pertencem o sacerdócio e as chaves do reino, posto por estandarte e para a coligação de meu povo nos últimos dias”.[35] Estas características descrevem atributos principais da linhagem e missão profética de Joseph Smith.”[36], [37]

Joseph Smith, juntos com seus companheiros da Restauração, eram herdeiros legítimos do sacerdócio através desta linhagem. O Senhor, através de uma revelação moderna, declarou:

“Portanto assim diz o Senhor a vós, com quem o sacerdócio continuou através da linhagem de vossos pais—
“Porque sois herdeiros legais segundo a carne e fostes escondidos do mundo com Cristo, em Deus—
“Portanto vossa vida e o sacerdócio permaneceram; e é necessário que permaneçam por meio de vós e de vossa linhagem, até a restauração de todas as coisas proferidas pela boca de todos os santos profetas desde o princípio do mundo.”[38]

Foi dado a Joseph Smith, através da ministração de anjos, as chaves de vários ofícios e funções essenciais do sacerdócio como parte da Restauração. Essas ministrações angelicais incluem a ordenação ao Sacerdócio Aarônico pelas mãos de João Batista[39] e a ordenação ao Sacerdócio de Melquisedeque, inclusive ao Apostolado, pelas mãos de Pedro, Tiago e João.[40] Moisés restaurou as chaves da coligação de Israel, através de Joseph Smith numa visão gloriosa.[41] Elias restaurou o poder do selamento para unir os pais aos seus filhos de todas as gerações,[42] e Elias, o tisbita, restaurou as chaves do evangelho de Abraão pelas quais todas as futuras gerações seriam abençoadas.[43]

Joseph Smith, como o profeta de Restauração, estabeleceu um estandarte para o povo do mundo—incluindo os gentios e as tribos de Israel—onde se congregariam nos últimos dias. Numa revelação moderna, o Senhor declarou:

“Pois eis que vos digo que Sião florescerá e a glória do Senhor estará sobre ela;
“E será um estandarte para o povo e a ela virão de todas as nações debaixo do céu (ênfases adicionadas).”[44]

O profeta Leí, no Livro de Mórmon, em sua última bênção a seu filho mais novo, José, descreveu um profeta dos últimos dias que se chamaria José (Joseph).[45] Semelhantemente, Jacó—ou Israel—ao pronunciar a última bênção sobre seu filho José, profetizou sobre um profeta dos últimos dias que também se chamaria José.[46]

O versículo 11 descreve as nações de onde os remanescentes de Israel serão juntados: “E há de ser que naquele dia o Senhor tornará a pôr a sua mão para adquirir outra vez o remanescente do seu povo, que for deixado, da Assíria, e do Egito, e de Patros, e da Etiópia, e de Elã, e de Sinar, e de Hamate, e das ilhas do mar”. Néfi também cita a primeira parte deste versículo em 2 Néfi 25:17 e 2 Néfi 29:1.[47]

Estes nomes de países do tempo de Isaías representam lugares para onde Israel foi originalmente dispersa. Seus equivalentes no mundo atual não são estritamente relacionados às localidades mencionadas.  Por exemplo, parece que “as ilhas do mar” referem-se ao Arquipélago Grego por causa da estrutura quiasmática deste e de outros versículos, descrita abaixo. Entretanto, esta frase também refere-se às Américas, a herança dos filhos de Leí.[48]

O “estandarte”, como foi usado no versículo 10, significa uma bandeira militar, que era usada para denotar condições no campo de batalha e enviar mensagem aos combatentes.[49] Neste caso a mensagem é para se juntarem, como mostrado no versículo 12: “E levantará um estandarte entre as nações, e ajuntará os desterrados de Israel, e os dispersos de Judá congregará desde os quatro confins da terra”.[50] A palavra hebraica traduzida como “confins”, na frase final, significa “extremidades” ou “bordas”.[51]

Concernente aos versículos 11 e 12, LeGrande Richards ensinou:

“O Anjo Morôni repetiu essa mensagem ao Profeta Joseph Smith, quando este tinha apenas dezoito anos de idade, na ocasião em que o visitou três vezes em seguida, durante a noite e pela manhã, indicando que essa obra deveria ser realizada.
“Pensem na responsabilidade do Profeta Joseph naquela ocasião. Ele estabeleceu um estandarte para todas as nações e nenhuma outra igreja do mundo está fazendo pelos seus membros o que esta Igreja está fazendo, ajudando-os a progredir e, ao mesmo tempo, estabelecendo um estandarte para o mundo. Indivíduos nos procuram para saber como estamos conseguindo fazer tais coisas.”[52]

A coligação de Israel, descrita nestes versículos, seria o maior milagre feito pelo Senhor nos últimos dias, como foi testificado por Jeremias:

“Portanto, eis que dias vêm, diz o Senhor, em que nunca mais se dirá: Vive o Senhor, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito.
“Mas: Vive o Senhor, que fez subir os filhos de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha lançado; porque eu os farei voltar à sua terra, a qual dei a seus pais.[53]

Este grande milagre é parte da obra missionária dos últimos dias, um meio pelo qual Israel será coligada.[54]

Como descrito no versículos 13 e 14, antes da Segunda Vinda do Senhor, Israel—unidas como uma só nação, ao invés de dois reinos diferentes—dominará seus vizinhos que antes eram hostis. O versículo 13 proclama: “E afastar-se-á a inveja de Efraim, e os adversários de Judá serão desarraigados; Efraim não invejará a Judá, e Judá não oprimirá a Efraim”. O Livro de Mórmon apresenta “Cessará também a inveja de Efraim”.[55]

Os versículos 6 até 13 formam um elegante quiasma:

A: (6) E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leão e o animal cevado andarão juntos, e um menino pequeno os guiará. (7) A vaca e a ursa pastarão juntas, seus filhos se deitarão juntos, e o leão comerá palha como o boi. (8) E brincará a criança de peito sobre a toca da áspide, e a desmamada colocará a sua mão na cova do basilisco.
B: (9) Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar.
D: (10) E acontecerá naquele dia que a raiz de Jessé,
E: a qual estará posta por estandarte dos povos, será buscada pelos gentios; e o lugar do seu repouso será glorioso. (11) E há de ser que naquele dia o Senhor tornará a pôr a sua mão para adquirir outra vez o remanescente do seu povo, que for deixado,
F: da Assíria, e do Egito, e de Patros, e da Etiópia
F: de Elão, de Sinar, de Hamate, e das ilhas de mar.
E: (12) E levantará um estandarte entre as nações, e ajuntará os desterrados de Israel,
D: e os dispersos de Judá congregará
C: desde os quatro confins
B: da terra.
A: (13) E afastar-se-á a inveja de Efraim, e os adversários de Judá serão desarraigados; Efraim não invejará a Judá, e Judá não oprimirá a Efraim.

A declaração introdutória deste elegante quiasma se encontra nos versículos 6 e 7, que por si mesmos formam um quiasma completo e foi descrito anteriormente. Sua reflexão complementar se encontra no versículo 13, que também é outro quiasma completo. As declarações centrais são dois conjuntos de locais geográficos, dados no versículo 11. Quando os locais são colocados num mapa,[56] o padrão que Isaías tentou descrever aparece: Cada conjunto forma uma linha mais o menos reta, as duas linhas se cruzam para formar um “X”—a letra Grega chi, como na palavra “quiasma”.

O padrão planejado por Isaías é evidente quando estes oito locais geográficos são considerados em ordem. Assíria ficava ao norte da Babilônia no vale do Rio Tigre; sua capital era Nínive. Egito fica aos dois lados do Rio Nilo e seu delta fica no sudoeste da Assíria. Patros é parte do Alto Egito, localizado ao longo do Rio Nilo para o sudoeste, e Etiópia é mais ainda para o sudoeste do Egito onde viviam um povo de pele escura. Estes quatro locais formam uma linha que começa inclinando-se na direção sudoeste, mas muda para a direção mais para o sul. A segunda linha começa em Elão, que é a parte sudeste da Pérsia, ou Iran, ao sudoeste da Assíria. Sinar é a Babilônia, que fica na parte mais baixa da planície dos rios Tigre e Eufrates, ao noroeste de Elão. Hamate ainda é uma cidade importante na Síria, localizada mais ainda ao noroeste das linhas descritas. Esta cidade foi nomeada como o limite setentrional da terra prometida da Palestina.[57] As “ilhas do mar” refere-se ao Arquipélago Grego, que forma o fim da segunda linha ao noroeste.

Versículo 13 contém um quiasma:[58]

(13) E afastar-se-á a inveja de Efraim, e os adversários de Judá serão desarraigados;
A: Efraim
B: não invejará
C: a Judá
C: e Judá
B: não oprimirá
A: a Efraim.

Este quiasma reflete a declaração introdutória do quiasma dos versículos 6 até 13. Sua relação complementar confirma que os animais nos versículos 6 e 7 são metáforas representando nações guerreiras agressoras e suas vítimas perenes. A primeira menção de “Efraim” é equivalente à segunda no final do versículo; “não invejará” é equivalente a “não oprimirá”; e “Judá” corresponde a “Judá”.

O versículo 14 descreve as vitórias da Israel unida: “Antes voarão sobre os ombros dos filisteus ao ocidente; juntos despojarão aos do oriente; em Edom e Moabe porão as suas mãos, e os filhos de Amom lhes obedecerão”. Estes vizinhos adversários do tempo de Isaías teriam outros nomes hoje.

O versículo 15 descreve mudanças que ocorrerão antes ou durante a parte inicial do Milênio: “E o Senhor destruirá totalmente a língua do mar do Egito, e moverá a sua mão contra o rio com a força do seu vento e, ferindo-o, dividi-lo-á em sete correntes e fará que por ele passem com sapatos secos”. Estas mudanças—descritas por Isaías em termos geográficos—podem ser parcialmente ou totalmente metafóricas, representando mudanças políticas e sociais que facilitariam a coligação de Israel. A divisão das águas do Mar Vermelho na época de Moisés, para permitir aos Israelitas a escaparem dos exércitos egípcios, é um símbolo para o caminho estreito e apertado, no sentido espiritual. “A língua do mar do Egito” provavelmente significa o Golfo de Suez—a língua ao noroeste do Mar Vermelho, localizada entre o Egito e a Península do Sinai—que foi dividida na época de Moisés.[59] Ventos poderosos também se manifestariam, tal como nos tempos da divisão do Mar Vermelho.[60] “O rio” provavelmente significa os rios Tigre e Eufrates juntos;[61] fortes ventos ferirão os sete afluentes destes rios[62] permitindo que os homens atravessem-nos “com sapatos secos”.

Será que os ventos poderosos representam as mudanças políticas rápidas que acontecerão na terra por causa dos rios Tigre e Eufrates e seus afluentes, estabelecendo liberdade política e religiosa, e permitindo com que os homens e as mulheres daquelas nações obtenham o conhecimento verdadeiro do Plano de Salvação? Se assim for, o significado metafórico de Isaías é de que esses acontecimentos são tão importantes nos últimos dias como foi a divisão das águas do Mar Vermelho nos tempos antigos.

A destruição da língua do mar do Egito coincidirá com a coligação, como foi sugerido no versículo 16: “E haverá caminho plano para o remanescente do seu povo, que for deixado da Assíria, como sucedeu a Israel no dia em que subiu da terra do Egito”.[63] Outra referência semelhante a um caminho ou estrada foi feita  por Isaías, no capítulo 35, indicando que o significado é espiritual ao invés de temporal:

“E ali haverá uma estrada, um caminho que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para os remidos. Os caminhantes, até mesmo os loucos, nele não errarão.”[64]

O “caminho” é o caminho estreito e apertado.[65] A maneira pela qual os remanescentes de Israel serão juntados nos últimos dias é com o evangelho sendo pregado a eles; eles se unirão com Sião e seu povo, e seguirão o caminho estreito e apertado. Sua identidade como herdeiros do Convênio Abraâmico ser-lhes-á revelada, e eles farão convênios com o Senhor como em tempos passados.

NOTAS

[1]. Joseph Smith—História 1:40.
[2]. Versículos 1-5, 10.
[3]. Isaías 6:13.
[4]. F. Brown, S. Driver, e C. Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon [Léxico Hebraico e Inglês de Brown-Driver-Briggs]: Hendrickson Publishers, Peabody, MA, 01961-3473, 1996, Número de Strong 1503, p. 160.
[5]. Ver Mateus 1:1-16.
[6]. Ver também Isaías 7:14; 9:6; 25:9; 53:5.
[7]. Doutrina e Convênios 113:1-2.
[8]. D&C 113:3-4.
[9]. Donald W. Parry, “Isaiah Chapter Review [Revisão dos Capítulos de Isaías]: 2 Néfi 21//Isaías 11”, Book of Mormon Reference Companion [Companheiro Referencial do Livro de Mórmon], Dennis L. Largey, ed., Deseret Book Company, Salt Lake City, UT, 2003, p. 379-380.
[10]. Jeremias 23:5-6.
[11]. Jeremias 23:5.
[12]. Ver Ezequiel  37:21-28 e Oséias 3:4-5.
[13]. História da Igreja, v. 6, p. 253.
[14]. Bruce R. McConkie, The Promised Messiah [O Messías Prometido]: Deseret Book Co., Salt Lake City UT, 1978,  p. 192.
[15]. Parry,  Harmonizing Isaiah [A Harmonização de Isaías], 2001, p. 259.
[16]. Brown et al., 1996, Número de Strong 3198, p. 406-407.
[17]. 2 Tessalonicenses 2:8.
[18]. D&C 19:15.
[19]. D&C 63:33-34.
[20]. 2 Néfi 30:9-10.
[21]. Parry,  Harmonizing Isaiah [A Harmonização de Isaías], 2001, p. 259.
[22]. Brown et al., 1996, Número de Strong 2504, p. 323.
[23]. D&C 63:36-37.
[24]. Versículo 6 contém um quiasma reconhecido no hebraico original: Morará/o lobo com o cordeiro//o leopardo com o cabrito/se deitará. Em Parry, 2001, p. 259.
[25]. Basilisco Em Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. Disponível na http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa/basilisco. Ver também Isaías 14:29; 59:5 e comentário pertinente.
[26]. Parry, Harmonizing Isaiah [A Harmonização de Isaías], 2001, p. 259.
[27]. Ver Isaías 12:3; 30:25; 35:6-7; 55:1, 11; 58:11 e comentário pertinente.
[28]. “Monte” é retoricamente correlacionado com “nação”. Ver Isaías 2:2, 14 e 2 Néfi 12:2, 14; Isaías 13:2, 4; 30:25 e comentário pertinente.
[29]. Dallin H. Oaks, “Vozes Alternativas”, A Liahona, Julho de 1989, pág. 29.
[30]. 2 Néfi 30:9, 11-15.
[31]. 2 Néfi 30:16.
[32]. D&C 101:26.
[33]. Compare Isaías 27:2.
[34]. Romanos 15:12.
[35]. D&C 113:5-6.
[36]. Victor L. Ludlow, Isaiah: Prophet, Seer, and Poet [Isaías: Profeta, Vidente e Poeta]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1982, p. 172-174.
[37]. D&C 135:3.
[38]. D&C 86:8-10.
[39]. Joseph Smith—História 1:72; D&C 13:1.
[40]. Joseph Smith—História 1:72; D&C 27:12.
[41]. D&C 110:11.
[42]. D&C 110:13-16.
[43]. D&C 110:12.
[44]. D&C 64:41-42.
[45]. Ver 2 Néfi 3:6-22.
[46]. Ver Joseph Smith’s “New Translation” of the Bible [“Nova Tradução” da Bíblia por Joseph Smith]: Herald Publishing House, Independence, Missouri, 1970, p. 114-116; também JST de Gênesis 50:24-38.
[47]. Victor L. Ludlow, “Isaiah in The Book of Mormon”[ “Isaías no Livro de Mórmon”], Book of Mormon Reference Companion [Companheiro de Referências do Livro de Mórmon], Dennis L. Largey, ed., Deseret Book Company, Salt Lake City, UT, 2003, p. 344.
[48]. Ver 2 Néfi 10:20; Ver também Isaías 18:1-2 e comentário pertinente.
[49]. Ver também D&C 113:6, D&C 64:41-42 e Isaías 5:26.
[50]. Ver Isaías 5:26 e comentário pertinente.
[51]. Brown et al., 1996, Número de Strong 3671, p. 489.
[52]. LeGrande Richards, “Profetas e Profecias”, A Liahona, Fevereiro de 1976, p. 43.
[53]. Jeremias 16:14-15.
[54]. Ver Isaías 18.
[55]. 2 Néfi 21:13.
[56]. Ver Mapa Bíblico 2.
[57]. Ver Números 34:8; Josué 13:5.
[58]. Parry,  Harmonizing Isaiah [A Harmonização de Isaías], 2001, p. 259.
[59]. Brown et al., 1996, Número de Strong 3956, p. 546; Ver Map 3, Bíblia SUD em inglês.
[60]. Ver Êxodo 14:21-22.
[61]. Donald W. Parry, Jay A. Parry e Tina M. Peterson interpretam “o rio” como sendo o Eufrates. Em Parry et al., Understanding Isaiah [Compreendendo Isaías]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1998, p. 124-125.
[62]. Possivelmente Grande Zab, Pequeno Zab, Diyala, e Adhaim (afluentes do rio Tigre); Kara, Murat, e Khabur (afluentes do rio Eufrates).
[63]. Ver Êxodo 14:21-31 e Isaías 51:10.
[64]. Isaías 35:8. Ver Isaías 19:23; 40:14; 49:11 e comentário pertinente.
[65]. Ver 1 Néfi 8:20; Mateus 7:14 e 3 Néfi 14:14; compare 2 Néfi 9:41, 31:18, 33:9; Jacó 6:11, Helamã 3:29, 3 Néfi 27:33, e D&C 132:22.