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CAPÍTULO 35: “E O Ermo Exultará E Florescerá Como A Rosa”

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Este capítulo descreve o estabelecimento de Sião no deserto nos últimos dias, antes da Segunda Vinda do Senhor Jesus Cristo. Os acontecimentos deste capítulo estão sendo cumprido espiritual e fisicamente. A profecia descreve o ambiente físico para o estabelecimento do monte da casa do Senhor no cume dos montes, como predito anteriormente por Isaías no capítulo 2.[1] Esta mesma profecia também descreve a introdução das ordenanças de salvação do evangelho—a “água viva” mencionada por Cristo durante Seu ministério mortal[2]—na terra espiritualmente deserta que é o mundo. Fisicamente, o deserto começou a florescer como a rosa com a chegada dos pioneiros mórmons na Grande Bacia Hidrográfica do oeste da América do Norte, e com o estabelecimento de Sião neste lugar. Os redimidos do Senhor—os coligados de Israel das nações da Terra—têm imigrado para esta área desde a chegada dos primeiros pioneiros em 1847. O deserto espiritual do mundo continua a receber a água viva conforme os missionários levam a mensagem do evangelho e as bênçãos e ordenanças vivificadoras a todo o mundo. Conversos de muitas nações reúnem-se em Sião ou em suas estacas, que estão estabelecidas em muitos lugares do mundo, mas que são orientadas e guiadas do local central por profetas vivos. Outra forma de cumprimento desta profecia é o retorno dos judeus à terra de sua herança, que começou no princípio do século XX, e do desenvolvimento da agricultura e comércio lá. Ainda para o futuro está a Segunda Vinda do Senhor e Sua glória sendo manifestada em Sião no deserto.

O versículo 1 descreve o florescimento do deserto: “O deserto e o lugar solitário se alegrarão disto; e o ermo exultará e florescerá como a rosa”. Isaías prevê tanto a transformação física do deserto em um lugar agradável quanto a introdução espiritual de bênçãos vivificadoras entre as nações que antes não sabiam sobre Jesus Cristo nem sobre Sua Expiação salvadora. As frases “se alegrarão disto” refere-se aos refugiados da opressão, reunidos das tribos dispersas de Israel, que viriam a transformar o deserto ou que apreciariam a “água viva” oferecida a eles por Cristo. A palavra hebraica de onde “rosa” foi traduzida é chabatstseleth, que significa “Açafrão Erva-ruiva”, “crocus ou croco” ou ” a flor de Narciso”.[3]

Em uma revelação recebida em março de 1831, bem antes do anúncio dos planos de imigração dos Santos dos Últimos Dias para a a cidade do Lago Salgado em Utah, o Senhor predisse o estabelecimento de Sião no deserto e o florescimento dos Lamanitas:

“Mas antes que venha o grande dia do Senhor, Jacó prosperará no deserto e os lamanitas florescerão como a rosa.
Sião florescerá nos outeiros e nas montanhas regozijar-se-á; e será reunida no lugar que designei”.[4]

Nesta revelação o Senhor parafraseia a profecia de Isaías, fornecendo uma maior explicação. Está claro que a reunião física dos santos no deserto, nos outeiros e nas montanhas—juntamente com as bênçãos espirituais do evangelho—foi predita pelo Senhor muito antes do tempo em que a perseguição forçasse os Santos dos Últimos Dias a imigrarem para o oeste dos Estados Unidos, em Utah. O nome “Jacó” refere-se aos descendentes de Jacó, ou Israel; “outeiros” e “montanhas” significam as nações da Terra, tanto grande quanto pequena.[5]

A maioria dos membros pioneiros da Igreja eram da tribo de José, o décimo primeiro filho de Jacó. Os Lamanitas são descendentes de Leí, bem como da tribo de José, cuja história está registrada no Livro de Mórmon. Os descendentes modernos de Leí são os nativos das ilhas do Pacífico e os nativos americanos, juntamente com os ancestrais da mistura dos europeus e nativos americanos que caracterizam a maioria dos povos da América Latina.[6] A América Latina é atualmente um dos lugares mais bem sucedidos na pregação do evangelho—caracterizada por um rápido crescimento da Igreja, pelo estabelecimento de muitas alas e estacas e edificações de muitos templos. Tal crescimento é um cumprimento espiritual desta profecia de Isaías.

Outra perspectiva do cumprimento desta profecia é a volta dos judeus às terras de suas heranças, no princípio do século XX, e o desenvolvimento da agricultura e do comércio neste local. Para nós é importante considerar esta profecia em sua perspectiva e seu cumprimento mundial entre todos os povos com quem o Senhor fez convênios.

LeGrand Richards descreveu o cumprimento desta profecia nos últimos dias e o propósito para o cumprimento da mesma:

“Somos um povo abençoado. O Senhor tem-nos abençoado. Depois que nossos pioneiros foram expulsos para longe da civilização e do transporte, a mais de 1.600 quilômetros de distância, chegaram neste deserto. Isaías viu que o Senhor faria com que o deserto florescesse como a rosa. Viu os rios fluindo no deserto, descendo de lugares altos, para tornarem a terra produtiva. E por quê? Para que os santos, quando fossem aqui reunidos, pudessem cumprir Suas promessas. Pois, se o evangelho citado por Jesus Cristo deveria ser pregado em todo o mundo, teria que ser feito por Seus filhos”.[7]

O versículo 2 continua a descrição de Sião no deserto: “Abundantemente florescerá, e também jubilará de alegria e cantará; a glória do Líbano se lhe deu, a excelência do Carmelo e Sarom; eles verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus”.[8] A música e canto têm sido parte das vidas dos Santos dos Últimos Dias para a adoração, e o famoso Coro do Tabernáculo Mórmon é uma parte importante do cumprimento desta profecia. “A glória do Líbano” e “a excelência do Carmelo” são apresentadas como típico do crescimento, florescimento e beleza de Sião no deserto. Em “Eles verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus” Isaías prevê a gloriosa Segunda Vinda do Senhor. “Eles” referem-se aos descendentes de José cuja obra trouxe a Sião no deserto, prevista há tanto tempo. A frase “a glória do Líbano” é usada por Isaías mais tarde, no capítulo 60, para descrever as riquezas do mundo a serem trazidas para o estabelecimento de Sião e Israel.[9]

O versículo 3 dá uma ordem à Sião para que cuide dos enfermos e espiritualmente fracos: “Fortalecei as mãos fracas, e firmai os joelhos trementes”. Este versículo foi parafraseado em Doutrina e Convênios no contexto de prover para os desprivilegiados: “Portanto sê fiel; ocupa o cargo para o qual te designei; socorre os fracos, ergue as mãos que pendem e fortalece os joelhos enfraquecidos”.[10]

O Apóstolo Paulo parafraseia: “Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados, e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja não se desvie inteiramente, antes seja sarado”.[11] O estabelecimento de Sião requer muito trabalho, inclusive ajudar e prover as bênçãos aos enfermos, enfraquecidos espiritualmente e desprivilegiados.

O versículo 4 começa com uma advertência para fortalecerem e confortarem os que temem: “Dizei aos turbados de coração: Sede fortes, não temais”. As palavras de conforto a serem ditas são: “Eis que o vosso Deus virá com vingança, com recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará”. Duas características importantes do povo de Sião são: como cuidam uns dos outros e a fé que o Senhor os defenderá e protegerá. Isto não se aplica somente aos líderes, mas também a todas as pessoas de Sião. Os projetos de serviços, reuniões sacramentais inspiradoras, visitas mensais de mestres familiares e professoras visitantes, e conferências de estaca e geral fazem parte desta ordem de fortalecer uns aos outros.

O Presidente Gordon B. Hinckley admoestou:

“Fazei com que o amor seja a estrela-guia de nossa vida ao estender a mão àqueles que necessitam de nossa força. Há muitos entre nós que padecem sozinhos. A medicina ajuda, mas palavras de amor operaram milagres. Muitos vivem em condições alarmantes, temerosos e incapazes de enfrentá-las. Temos bons bispos e líderes da Sociedade de Socorro capazes de ajudarem, mas eles não podem fazer tudo sozinhos. Todos nós podemos e devemos ocupar-nos numa boa causa”.[12]

Os versículos 5 e 6 descrevem os bons resultados destes esforços. O versículo 5 começa: “Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão”.[13] Em Seu ministério terreno o Senhor Jesus Cristo realizou muitos milagres no qual os enfermos ou deficientes foram curados com Seu toque. João descreveu um destes casos: “Untou com o lodo os olhos do cego. E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé … Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo”.[14]

Durante Seu ministério aos nefitas, o Senhor ressuscitado realizou milagres semelhantes:

“E aconteceu que depois de haver ascendido ao céu—a segunda vez que se havia mostrado a eles e voltado ao Pai, depois de haver curado todos os seus doentes e seus coxos e aberto os olhos dos cegos e os ouvidos dos surdos; e feito toda sorte de curas no meio deles e levantado um homem dentre os mortos e ter demonstrado seu poder a eles e ascendido ao Pai—
“Eis que, na manhã seguinte, aconteceu que a multidão se reuniu …”.[15]

Estas curas servem como exemplos de acontecimentos que se passarão na Segunda Vinda do Senhor Jesus Cristo.

Esta profecia não só prediz as bênçãos temporais que Sião receberá, mas também prediz que as bênçãos espirituais serão ainda maiores. Palavras semelhantes foram usadas por Isaías anteriormente no capítulo 29, referindo-se às grandes bênçãos espirituais relacionadas à chegada do Livro de Mórmon: “E naquele dia os surdos ouvirão as palavras do livro, e dentre a escuridão e dentre as trevas os olhos dos cegos as verão”.[16] O significado é que os espiritualmente surdos e cegos compreenderão as coisas espirituais devido ao conteúdo do livro. Grandes bênçãos, tanto físicas quanto espirituais, são dadas porque Sião espera pela Segunda Vinda do Senhor com grande fé.

O versículo 6 continua: “Então os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo”. Metaforicamente, os espiritualmente coxos ou deficientes serão capacitados e aos espiritualmente mudos será dado o poder de cantar. O ermo e o deserto espirituais—o mundo em geral vivendo sem Cristo ou sem as bênçãos da salvação fornecida pela Expiação—tornar-se-ão verdejantes conforme as águas vivas do evangelho fluírem pelo mundo. O Grande Pergaminho de Isaías apresenta “e ribeiros correrá no ermo”.[17]

A relação entre a primeira parte do versículo 6 com a última parte não é óbvia, a menos que se considere o significado espiritual. As extraordinárias bênçãos espirituais descrevem os resultados do constante fluxo de conhecimento vindo de profetas vivos da Sião no deserto, como se fosse um rio de água fluente. Compare com uma declaração feita por Isaías anteriormente, no capítulo 30, onde usou esta mesma metáfora: “E em todo o monte alto, e em todo o outeiro levantado, haverá ribeiros e correntes de águas, no dia da grande matança, quando caírem as torres”.[18]

O Senhor, durante Seu ministério terreno, citou estes versículos aos discípulos de João Batista a fim de responder a pergunta de João se Jesus era o Messias: “Os cegos veem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho”.[19] Sem dúvidas o Senhor sabia que João reconheceria o cumprimento da profecia messiânica de Isaías.

Os versículos 5 e 6 contêm o texto para “O Messias” de Handel, parte 1, número 19: Área para alto, “Então os olhos dos cegos serão abertos”.

O versículo 7 continua a metáfora: “E a terra seca se tornará em lagos, e a terra sedenta em mananciais de águas; e nas habitações em que jaziam os chacais haverá erva com canas e juncos”. As terras secas seriam irrigadas pelas mãos cuidadosas dos refugiados que viriam para estabelecer Sião, fazendo a vegetação florescer abundantemente. O significado espiritual é que a escuridão da apostasia seria dissipada pelas doutrinas verdadeiras. Doutrinas de dragões e chacais seriam substituídas pela verdade revelada, que fluiria abundantemente como as águas vivas de Sião.[20]

Esta passagem foi parafraseada e explicada em Doutrina e Convênios:

“E nos desertos estéreis surgirão poços de água viva; e o solo ressequido já não será uma terra sedenta.
“E trarão seus ricos tesouros para os filhos de Efraim, meus servos.
“E as extremidades dos outeiros eternos estremecerão em sua presença”.[21]

Aqui está claro que as águas que viriam do deserto representam não somente a irrigação e o florescimento físicos, mas também a vinda de um fluxo ininterrupto de bênçãos espirituais. “Efraim, meus servos” significa os membros da tribo de José que estabeleceriam Sião no deserto.

Os versículos 6 e 7 contêm um quiasma:

(6) Então os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará;
A: porque águas arrebentarão no deserto
B: e ribeiros
C: no ermo.
C: (7) E a terra seca
B: se tornará em lagos,
A: e a terra sedenta em mananciais de águas; e nas habitações em que jaziam os chacais haverá erva com canas e juncos.

“Porque águas arrebentarão no deserto” equivale à frase “a terra sedenta [se tornará] em mananciais de águas”, significando uma abundância de revelação e inspiração. Os termos “deserto”, “terra sedenta”, “ermo” e “terra seca” são quiasmaticamente equivalentes.

O versículo 8 prediz: “E ali haverá uma estrada, um caminho, que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para aqueles; os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão”. A Tradução de Joseph Smith apresenta:

“E ali haverá uma estrada; porque um caminho será aberto, que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será aberto para aqueles que são puros; os caminhantes, apesar de serem contados entre os loucos, não errarão”.[22]

Anteriormente, no capítulo 11, Isaías faz uma referência semelhante a um caminho: “E haverá caminho plano para o remanescente do seu povo, que for deixado da Assíria, como sucedeu a Israel no dia em que subiu da terra do Egito”.[23]

O significado de caminho, em ambos os casos, é espiritual, querendo dizer o caminho estreito e apertado.[24] O caminho aberto pelo Senhor para os filhos de Israel passarem pelo Mar Vermelho é um símbolo ou exemplo físico deste caminho.[25] O meio pelo qual os remanescentes de Israel serão reunidos nos últimos dias será através da pregação do evangelho, eles se unirão à Sião e ao seu povo, sua identidade como herdeiros do Convênio Abraâmico ser-lhes-á revelada, e eles farão convênios com o Senhor como no passado. O “caminho” será tão claro que os caminhantes, que apesar de serem chamados de loucos, não terão nenhum problema para segui-lo, desde que sejam obedientes.

O versículo 9 descreve a proteção espiritual que os viajantes deste caminho receberão: “Ali não haverá leão, nem animal feroz subirá a ele, nem se achará nele; porém só os remidos andarão por ele”. Estes predadores representam as tentações e os desígnios malignos dos homens e de Satanás para divergi-los do caminho estreito e apertado. Evitamos tentações quando seguimos o caminho espiritual, como descrito bem claramente pelos profetas vivos.

O versículo 10 sumariza: “E os resgatados do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido”. Os “resgatados” são aqueles que aceitam o evangelho restaurado e seus convênios,[26] cujos pecados, depois do arrependimento, são remidos através do sacrifício infinito do Senhor Jesus Cristo. “Sião” significa tanto um lugar de coligação espiritual nos últimos dias quanto a Jerusalém dos últimos dias sob circunstâncias dignas.[27] Conforme Sião é edificada no deserto, Israel será reunida das terras para onde se dispersaram. Aqueles que retornarem se encherão de regozijo e felicidade; o sofrimento que passaram enquanto estavam no exílio—espiritualmente, sua ignorância da verdade revelada—será removido.

Em Doutrina e Convênios o Senhor prediz que a coligação de Israel virá com alegria e cânticos: “Os que permanecerem e forem puros de coração retornarão para suas heranças, eles e seus filhos, com cânticos de eterna alegria, para edificar os lugares desolados de Sião”.[28]

Os versículos 9 e 10 contêm um quiasma:

A: (9) Ali não haverá leão,
B: nem animal feroz subirá a ele,
C: nem se achará nele;
D: porém só os remidos andarão por ele.
D: (10) E os resgatados do Senhor voltarão;
C: e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças;
B: gozo e alegria alcançarão,
A: e deles fugirá a tristeza e o gemido.

“Ali não haverá leão” compara-se com “e deles fugirá a tristeza e o gemido”, e “nem animal feroz subirá a ele” compara-se com “gozo e alegria alcançarão”. A paz e alegria dos que estiverem seguindo o caminho estreito e apertado não serão afetadas por tentações e desígnios malignos de homens ou de Satanás, que foram representados aqui metaforicamente como animais predadores. O estabelecimento de Sião e o derramamento de ricas bênçãos do Senhor vencerão a tristeza e o gemido, e resultarão em gozo e alegria.

NOTAS

[1]. Isaías 2:2-3.
[2]. João 4:10-11; Ver também Jeremias 17:13; Zacarias 14:8.
[3]. F. Brown, S. Driver, e C. Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon [Léxico Hebraico e Inglês de Brown-Driver-Briggs]: Hendrickson Publishers, Peabody, MA, 01961-3473, 1996, Número de Strong 2261, p. 287.
[4]. Doutrina e Convênios 49:24-25.
[5]. Ver Isaías 2:2 e comentário pertinente.
[6]. Ver 1 Néfi 5:14.
[7]. LeGrand Richards, “A Segunda Vinda de Cristo”, A Liahona, Outubro de 1978, p. 125.
[8]. Os versículos 1 e 2 contêm um quiasma: O deserto e o lugar solitário/se alegrarão disto/exultará/florescerá//florescerá/jubilará/alegria e cantará/verão a glória do Senhor.
[9]. Ver Isaías 60:13 e comentário pertinente.
[10]. D&C 81:5.
[11]. Hebreus 12:12-13.
[12]. Gordon B. Hinckley, “Que O Amor Seja a Estrela-Guía de Vossa Vida”, A Liahona, Julho de 1989, p. 72-73.
[13]. Os versículos 3 até 5 contêm um quiasma: Mãos fracas/joelhos trementes/sede fortes, não temais/Deus virá com vingança//com recompensa de Deus/ele virá, e vos salvará/olhos dos cegos serão abertos/ouvidos dos surdos se abrirão.
[14]. João 9:6-7.
[15]. 3 Néfi 26:15-16.
[16]. Isaías 29:18.
[17]. Donald W. Parry, Harmonizing Isaiah: Foundation for Ancient Research e Mormon Studies (FARMS) at Brigham Young University [A Harmonização de Isaías: Fundação de Pesquisas Antigas e Estudos Mórmons na Universidade Brigham Young], Provo, Utah, 2001, p. 145.
[18]. Isaías 30:25; Ver também Isaías 12:3; 55:1, 11; 58:11 e comentário pertinente.
[19]. Mateus 11:5; Ver também Lucas 7:22.
[20]. Ver Isaías 12:3; 27:3; 55:11; 58:11.
[21]. D&C 133:29-31.
[22]. Joseph Smith’s “New Translation” of the Bible [“Nova Tradução” da Bíblia por Joseph Smith]: Herald Publishing House, Independence, Missouri, 1970, p. 206.
[23]. Isaías 11:16.
[24]. Ver Isaías 11:16; 19:23; 40:14; 49:11 e comentário pertinente.
[25]. Ver Êxodo 14:21-31.
[26]. Donald W. Parry, Jay A. Parry e Tina M. Peterson, Understanding Isaiah [Compreendendo Isaías]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1998, p. 319.
[27]. Ver Isaías 1:8 e comentário pertinente. Ver também Salmos 102:13, 16; 129:5; 132:13; Isaías 1:27; 2:3; 4:5; 14:32; 24:23; 28:16; 31:9; 46:13; 51:16; 52:7, 8; 59:20.
[28]. D&C 101:18; Ver também D&C 45:71; 66:11; 109:39;133:33.

CAPÍTULO 14: “Como Já Cessou O Opressor, Como Já Cessou A Cidade Dourada!”

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O capítulo 14, que continua a predição da destruição da Babilônia, que começou no capítulo 13, contém cinco partes. A primeira, abrangendo os versículos 1 até 3, proclama a misericórdia do Senhor sobre Israel, que será reunida e desfrutará de um descanso milenar. A segunda parte, compreendendo os versículos 4 até 11, prediz a derrota e a desonra do rei da Babilônia; e a terceira parte, abrangendo os versículos 12 até 23, compara o rei da Babilônia com Lúcifer, que foi expulso dos céus por causa de sua rebelião. A quarta parte, do versículo 24 até ao versículo 27, prediz e promete que o Senhor livrará Seu povo dos agressores assírios; e a quinta parte, abrangendo os versículos 28 até 32, prediz a destruição da Palestina. Esta profecia refere-se tanto à Babilônia antiga quanto à Babilônia dos últimos dias, isto é, o mundo pecador antes da Segunda Vinda do Senhor. Néfi cita este capítulo por completo com variações em diversos versículos. Compare 2 Néfi 24.

Nos versículos 1 até 3 Isaías proclama a misericórdia do Senhor sobre Israel, que será reunida e desfrutará de um descanso milenar. O versículo 1 declara: “Porque o SENHOR se compadecerá de Jacó, e ainda escolherá a Israel e os porá na sua própria terra; e ajuntar-se-ão com eles os estrangeiros, e se achegarão à casa de Jacó”. “Estrangeiros” é traduzida de uma palavra hebraica que significa “peregrinos”.[1] Os prosélitos que não faziam parte do Convênio Abraâmico, mas que receberiam a religião verdadeira nos últimos dias, também ajudarão a cumprir o Convênio Abraâmico.[2]

O versículo 2 começa: “E os povos os receberão, e os levarão aos seus lugares” ― O Livro de Mórmon adiciona uma frase aqui: Sim, desde os confins da Terra; e voltarão para suas terras de promissão”.[3] A versão de João Ferreira de Almeida continua: “e a casa de Israel os possuirá por servos, e por servas, na terra do Senhor; e cativarão aqueles que os cativaram, e dominarão sobre os seus opressores”. Este versículo prediz a coligação dos remanescentes de Israel nos últimos dias; eles nunca mais seriam oprimidos, mas reinariam sobre os seus opressores.

Os versículos 1 e 2 contêm um quiasma:

A: (1) Porque o SENHOR se compadecerá de Jacó,
B: e ainda escolherá a Israel e os porá na sua própria terra;
C: e ajuntar-se-ão com eles os estrangeiros,
D: e se achegarão à casa de Jacó.
E: (2) E os povos os receberão,
E: e os levarão aos seus lugares; Sim, desde os confins da Terra; e voltarão para suas terras de promissão.
D: e a casa de Israel
C: os possuirá
B: por servos e por servas, na terra do Senhor; e cativarão aqueles que os cativaram,
A: e dominarão sobre os seus opressores.

“O Senhor se compadecerá de Jacó” é complementado por “dominarão os seus opressores”, isto é, através da compaixão do Senhor Jacó dominará os seus opressores. “Os porá na sua própria terra” compara-se com “na terra do Senhor”. A terra prometida aos filhos de Israel é mencionada como sendo a terra do Senhor. “E ajuntar-se-ão com eles os estrangeiros” complementa “os possuirá”, mostrando que seus antigos opressores serão servos dos filhos de Israel. “A casa de Jacó” é equivalente à “casa de Israel”; “os receberão” corresponde à frase “os levarão aos seus lugares”. Israel voltará à sua própria terra, tendo ganho a vitória sobre seus opressores. Os antigos opressores de Israel, que se uniriam à casa de Jacó, tornar-se-iam seus servos.

O versículo 3 continua: “E acontecerá que no dia em que o Senhor vier a dar-te descanso do teu sofrimento, e do teu pavor, e da dura servidão com que te fizeram servir” —[4] O versículo seguinte continua a sentença, mas o assunto muda.

Os versículos 4 até 11 predizem a derrota e desonra do rei da Babilônia. O versículo 4 continua a sentença iniciada no versículo 3: “Então proferirás este provérbio contra o rei da Babilônia, e dirás: Como já cessou o opressor, como já cessou a cidade dourada!” “Provérbio” significa “sentença moral” ou “poema”.[5] O Livro de Mórmon adiciona: “E acontecerá naquele dia”, no começo deste versículo,[6] indicando que pelo menos algumas das profecias seriam cumpridas nos últimos dias. O “provérbio” ou “poema” abrange os versículos 4 até 21.

O versículo 5 declara, “Já quebrantou o Senhor o bastão dos ímpios e o cetro dos dominadores”. O Livro de Mórmon usa “os cetros dos governantes”.[7] O paralelismo nesta sentença leva-nos à conclusão de que os governantes derrotados, tornaram-se tão iníquo, que o Senhor destruiu seus regimes corruptos.

O versículo 6 continua: “Aquele que feria aos povos com furor, com golpes incessantes, e que com ira dominava sobre as nações agora é perseguido, sem que alguém o possa impedir”. “Com golpes incessantes” significa que este governante iníquo infligiria continuamente dores e lesões sobre o povo. Esta declaração descreve a iniquidade tanto do rei da Babilônia antiga quanto de seu equivalente moderno.

O versículo 7 descreve as condições depois da derrota do tirano: “Já descansa, já está sossegada toda a terra; rompem cantando”. O Livro de Mórmon apresenta: “…eles rompem em cânticos”. Ninguém lamenta a perda deste tirano.

O versículo 8 usa uma metáfora com árvores[8] para descrever o grande alívio dos governantes das nações menores: “Até as faias se alegram sobre ti, e os cedros do Líbano, dizendo: Desde que tu caíste ninguém sobe contra nós para nos cortar”. O Livro de Mórmon apresenta: “…e também os cedros do Líbano, dizendo: Desde que tu caíste, nenhum lenhador subiu contra nós”.[9] “Faias” é traduzida de uma palavra hebraica que significa “cipreste”, “zimbro”, “abeto” ou “pinheiro”.[10]

Esta metáfora foi usada antes por Isaías, no capítulo 2:

“Porque o dia do Senhor dos Exércitos será contra todo o soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido;
“E contra todos os cedros do Líbano, altos e sublimes; e contra todos os carvalhos de Basã.”[11]

Note que a primeira sentença provê a interpretação da metáfora.

O versículo 9 continua a retórica dos líderes das nações menores: “O inferno desde o profundo se turbou por ti, para te sair ao encontro na tua vinda; despertou por ti os mortos, e todos os chefes da terra, e fez levantar dos seus tronos a todos os reis das nações”.

“Inferno” foi traduzido da palavra hebraica sheol, que significa o mundo dos espíritos que partiram.[12] O significado original desta palavra não tinha uma conotação de punição.

No versículo 10, os príncipes da terra continuam a zombar do rei da Babilônia: “Estes todos responderão, e te dirão: Tu também adoeceste como nós, e foste semelhante a nós”.

Os versículos 8 até 10 contêm um quiasma:

A: (8) Até as faias se alegram sobre ti,
B: e os cedros do Líbano, dizendo:
C: Desde que tu caíste nenhum lenhador sobe contra nós para nos cortar.
D: (9) O inferno desde o profundo se turbou por ti,
E: para sair ao teu encontro
E: na tua vinda;
D: despertou por ti os mortos, e todos os chefes da terra,
C: e fez levantar dos seus tronos
B: a todos os reis das nações.
A: (10) Estes todos responderão, e te dirão: Tu também adoeceste como nós, e foste semelhante a nós.

“Até as faias se alegram sobre ti” corresponde à “Estes todos [os reis] responderão, e te dirão”. A frase “Os cedros do Líbano” é equivalente à frase “reis das nações”; observe a chave dada aqui por Isaías para se entender o simbolismo das árvores, que representam os reis das nações. “Desde que tu caíste” contrasta-se com “fez levantar”; “o inferno desde o profundo se turbou por ti” complementa “despertou por ti os mortos”; e “sair ao teu encontro na tua vinda” forma o enfoque do quiasma. Os governantes das nações, que estavam sendo ameaçados pelo o rei da Babilônia, se alegraram com sua morte.

A zombaria dos príncipes contra o rei da Babilônia, continua no versículo 11: “Já foi derrubada na sepultura a tua soberba com o som das tuas violas; os vermes debaixo de ti se estenderão, e os bichos te cobrirão”. O Livro de Mórmon apresenta “o som dos teus alaúdes não é ouvido”.[13]

Os versículos 12 até 23 comparam o rei da Babilônia a Lúcifer, que foi expulso dos céus por sua rebelião. Esta profecia não só se refere ao antigo rei da Babilônia; haverá um equivalente moderno que ainda não foi manifestado. Este equivalente moderno estará determinado a avançar os propósitos de Satanás, tanto quanto o antigo rei da Babilônia.

O versículo 12 é um lamento profético: “Como caíste desde o céu, ó Lúcifer, filho da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações!” O rei da Babilônia foi comparado aqui a Lúcifer, o filho da manhã decaído. “Lúcifer” vem de uma palavra hebraica que significa “portador da luz” ou “estrela da manhã”;[14] portanto o nome “Lúcifer” descreve a alta posição no mundo pré-mortal de onde ele caiu por rebeldia, para chegar a ser Satanás. A morte de Lúcifer foi espiritual, já a do rei da Babilônia foi física.

Foi mostrado numa grande visão a Joseph Smith e a Sidney Rigdon o decaído Lúcifer e a origem de Satanás:

“E isto também vimos e testificamos: Que um anjo de Deus, que possuía autoridade na presença de Deus, que se rebelou contra o Filho Unigênito, a quem o Pai amava e que estava no seio do Pai, foi expulso da presença de Deus e do Filho,
“E foi chamado Perdição, porque os céus prantearam por ele—ele era Lúcifer, um filho da manhã.
“E olhamos, e eis que ele caiu! Caiu, ele, um filho da manhã![15]

Os versículos 11 e 12 contêm um quiasma:

A: (11) Já foi derrubada
B: na sepultura a tua soberba com o som das tuas violas não é ouvido;
C: os vermes debaixo de ti se estenderão,
C: e os bichos te cobrirão.
B: (12) Como caíste desde o céu, ó Lúcifer, filho da alva!
A: Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações!

Neste quiasma a expulsão de Lúcifer dos céus é um símbolo da morte do rei da Babilônia. “Já foi derrubada” é equivalente a “foste cortado por terra”; “na sepultura a tua soberba” corresponde à “como caíste desde o céu”; e a frase “os vermes debaixo de ti se estenderão” corresponde-se à frase “os bichos te cobrirão”. Como já foi mencionado, a morte de Lúcifer foi espiritual; a do rei da Babilônia foi física.

O versículo 12 contém um quiasma:

A: (12) Como caíste desde o céu,
B: ó Lúcifer,
B: filho da alva!
A: Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações!

“Como caíste desde o céu” é equivalente à “como foste cortado por terra”; note que a primeira frase refere-se a Lúcifer, mas a frase equivalente refere-se ao rei da Babilônia. “Lúcifer” é um sinônimo para “filho da alva!”, dando a definição do nome.  Lúcifer era um dos filhos espirituais mais velhos do Pai Celestial, e desfrutava de grande honra e poder no mundo pré-mortal, antes da sua queda ignominiosa. Da mesma maneira, o rei da Babilônia desfrutou de grande glória e honra antes de sua morte.

Os versículos 13 e 14 continua o “provérbio”, ou uma expressão com fundo moral, descrevendo a arrogância e rebelião de Lúcifer. O versículo 13 declara: “E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte”. De acordo com as crenças Babilônicas, o norte era o lugar onde habitavam os deuses.[16] A ambição cega de Lúcifer é um símbolo para a do rei da Babilônia.

O versículo 14 continua: “Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo”. Tanto Lúcifer quanto o rei da Babilônia procuraram exaltar a si mesmos, e serem como Deus.

Foi mostrado também a Joseph Smith e a Sidney Rigdon a rebelião e a hostilidade de Satanás para com os santos de Deus: “…vimos Satanás, aquela antiga serpente, sim, o diabo, que se rebelou contra Deus e procurou tomar o reino de nosso Deus e seu Cristo—Portanto ele faz guerra aos santos de Deus e cerca-os”.[17]

O Senhor explica com mais detalhes:

“Mas eis que em verdade vos digo: Antes que passe a Terra, Miguel, meu arcanjo, soará sua trombeta e então todos os mortos despertarão, pois suas sepulturas serão abertas e eles surgirão—sim, todos.
“E os justos serão reunidos a minha direita para a vida eterna; e os iníquos a minha esquerda, envergonhar-me-ei de reivindicar perante o Pai;
“Portanto eu lhes direi: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.
“E agora, eis que vos digo que nunca, em tempo algum, declarei de minha própria boca que eles voltariam, pois onde eu estou eles não podem vir, porque não têm poder.
“Lembrai-vos, porém, de que aos homens não são dados todos os meus juízos; e assim como as palavras saíram de minha boca, assim serão cumpridas, para que os primeiros sejam os últimos e para que os últimos sejam os primeiros em todas as coisas que eu criei pela palavra de meu poder, que é o poder de meu Espírito.”[18]

Os versículos 13 e 14 contêm um quiasma:

A: (13) E tu dizias no teu coração: Eu subirei
B: ao céu;
C: acima das estrelas de Deus
D: exaltarei
D: o meu trono,
C: e no monte da congregação me assentarei,
B: aos lados do norte.
A: (14) Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.

“Eu subirei” corresponde à frase “subirei sobre as alturas das nuvens”; “ao céu” comparara-se com a frase “aos lados do norte”; e “acima das estrelas de Deus” reflete-se “no monte da congregação”. O enfoque e sua reflexão são “exaltarei” e “o meu trono”. Os desejos de Lúcifer de “subir ao céu” e exaltar o seu trono “acima das estrelas de Deus” é semelhante ao desejo do rei da Babilônia de assentar-se “no monte da congregação” “nas extremidades do norte”. Para ambos, o maior desejo era o de subir “acima das alturas das nuvens”, e ser “semelhante ao Altíssimo”. Para cada um deles, o que lhes motivavam grandemente era a obtenção de um poder incomparável.

Revelações modernas proveem detalhes adicionais a respeito da queda de Lúcifer:

“E Eu, o Senhor Deus, falei a Moisés, dizendo: Aquele Satanás a quem tu deste ordem em nome de meu Unigênito é o mesmo que existiu desde o princípio; e ele apresentou-se perante mim, dizendo: Eis-me aqui, envia-me; serei teu filho e redimirei a humanidade toda, de modo que nenhuma alma se perca; e sem dúvida eu o farei; portanto dá-me a tua honra.
“Mas eis que meu Filho Amado, que foi meu Amado e meu Escolhido desde o princípio, disse-me: Pai, faça-se a tua vontade e seja tua a glória para sempre.
“Portanto, por ter Satanás se rebelado contra mim e procurado destruir o arbítrio do homem, o qual eu, o Senhor Deus, lhe dera; e também por querer que eu lhe desse meu próprio poder, fiz com que ele fosse expulso pelo poder do meu Unigênito.
“E ele tornou-se Satanás, sim, o próprio diabo, o pai de todas as mentiras, para enganar e cegar os homens e levá-los cativos segundo sua vontade, sim, todos os que não derem ouvidos a minha voz.[19]

Elder Joseph Anderson explicou esta passagem:

“Dá à entender que visto que na existência pré-mortal, naquele estado espiritual, os espíritos tiveram seu livre arbítrio, havia diferentes graus de obediência lá, diversos graus de retidão. Lúcifer exerceu seu livre arbítrio quando rebelou-se contra o Pai, mas teve que pagar as consequências de sua rebelião e ainda está pagando, bem como aqueles espíritos que o seguiram. Foi-lhes negado o privilégio de tomarem sobre si a mortalidade, e isto tem sido uma grande maldição e desapontamento para eles.”[20]

Continuando com o versículo 15, o rei da Babilônia e seu equivalente moderno são ainda mais menosprezados: “E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo”.

Os versículos 13 até 15 contêm um quiasma:

(13) E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação
A: me assentarei, aos lados do norte.
B: (14) Subirei sobre as alturas das nuvens,
C: e serei semelhante ao Altíssimo.
C: (15) E contudo levado
B: serás [levado] ao inferno
A: [levado] ao mais profundo do abismo.

Os elementos emparelhados deste quiasma formam uma série de contrastes literários. “Aos lados do norte” contrasta-se com “ao mais profundo do abismo”. “Subirei sobre as alturas das nuvens” é o oposto de “serás [levado] ao inferno”, e “serei semelhante ao Altíssimo” contradiz “contudo levado”. O lado ascendente do quiasma descreve as ambições altivas, mas malévolas que caracterizavam tanto a Lúcifer quanto ao rei da Babilônia; o lado descendente revela o resultado ignominioso.

Os versículos 16 e 17 apresentam uma pergunta retórica. O versículo 16 declara: “Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão, e dirão: É este o homem que fazia estremecer a terra e que fazia tremer os reinos?” Esta declaração refere-se ao decaído rei da Babilônia e seu equivalente moderno. “Contemplarão” foi traduzido de uma palavra hebraica que significa “olhar atentamente”.[21]

O versículo 17 completa a pergunta retórica que começou no versículo 16: “Que punha o mundo como o deserto, e assolava as suas cidades? Que não abria a casa de seus cativos?” Este tirano destruiu cidades, tomou cativos, e despovoou muitas terras. Temor, ou terror, foi a influência preeminente exercida pelo déspota destronado.

Os versículos 18 e 19 contrastam o tratamento do derrotado rei da Babilônia com os sepultamentos dos reis. O versículo 18 começa: “Todos os reis das nações, todos eles, jazem com honra, cada um na sua morada”. O Livro de Mórmon substitui “…sim, todos eles…”.[22] “Sua morada” significa “a sepultura de sua família”.[23]

O versículo 19 continua a comparação: “Porém tu és lançado da tua sepultura, como um renovo abominável, como as vestes dos que foram mortos atravessados à espada, como os que descem ao covil de pedras, como um cadáver pisado”. O Livro de Mórmon apresenta “…como um ramo abominável…”.[24] “Ramo abominável” significa “um ramo rejeitado, podado e desprezado”.[25]

O versículo 20 revela a razão para tal desonra: “Com eles não te reunirás na sepultura; porque destruíste a tua terra e mataste o teu povo; a descendência dos malignos não será jamais nomeada”.

Os versículos 17 até 20 contêm um quiasma:

A: (17) Que punha o mundo como o deserto, e assolava as suas cidades? Que não abria a casa de seus cativos? (18) Todos os reis das nações, todos eles, jazem com honra, cada um na sua morada.
B: (19) Porém tu és lançado da tua sepultura,
C: como um renovo abominável,
D: como as vestes dos que foram mortos atravessados à espada,
D: como os que descem ao covil de pedras,
C: como um cadáver pisado.
B: (20) Com eles não te reunirás na sepultura;
A: porque destruíste a tua terra e mataste o teu povo; a descendência dos malignos não será jamais nomeada.

“Que punha o mundo como o deserto, e assolava as suas cidades?” complementa “destruíste a tua terra e mataste o teu povo”; “tu és lançado da tua sepultura” é esclarecido pela frase “com eles não te reunirás na sepultura”. “Como um renovo abominável” é o mesmo que “como um cadáver pisado”; e a frase “como as vestes dos que foram mortos atravessados à espada” complementa “como os que descem ao covil de pedras”, que forma o enfoque do quiasma.

O versículo 21 continua: “Preparai a matança para os seus filhos por causa da maldade de seus pais, para que não se levantem, e nem possuam a terra, e encham a face do mundo de cidades”.[26] O Livro de Mórmon apresenta “…por causa da iniquidade de seus pais…”.[27] Não só seria destruído o rei da Babilônia e seu corpo profanado, mas seus filhos seriam abatidos também, para evitar que outra geração subisse ao poder e continuassem esse regime injusto.[28] O tratamento divinamente mandatados para este tirano e seus herdeiros é de exterminação, para prevenir a ascensão de outra dinastia injusta.

O Senhor está envolvido nesta atrocidade aparentemente cruel, como foi explicado no versículo 22: “Porque me levantarei contra eles, diz o SENHOR dos Exércitos, e extirparei da Babilônia o nome, e os sobreviventes, o filho e o neto, diz o SENHOR”.

Os versículos 21 e 22 contêm um quiasma:

A: (21) Preparai a matança para os seus filhos
B: por causa da maldade de seus pais,
C: para que não se levantem,
D: e nem possuam a terra,
D: e [nem] encham a face do mundo de cidades.
C: (22) Porque me levantarei contra eles, diz o SENHOR dos Exércitos,
B: e extirparei da Babilônia
A: o nome, e os sobreviventes, o filho e o neto, diz o SENHOR.

“Os seus filhos” complementa “o nome, e os sobreviventes, o filho e o neto”, provendo uma explicação mais ampla. “Maldade de seus pais” compara-se com “Babilônia”. Este significado simbólico é bem conhecido, mas aqui Isaías estabelece a conotação através da estrutura do quiasma. “Para que não se levantem” contrasta-se com “me levantarei contra eles”, que descreve o propósito do Senhor para a destruição decretada. “Nem possuam a terra” contrasta-se com “encham a face do mundo de cidades”, que forma o enfoque do quiasma e descreve a mensagem intencionada.

O versículo 23 relembra-nos de que a Babilônia nunca mais seria habitada: “E farei dela uma possessão de ouriços e a lagoas de águas; e varrê-la-ei com vassoura de perdição, diz o Senhor dos Exércitos”.[29] “Ouriço” é o fruto da castanha, constituído por uma cápsula espinhosa com uma semente dentro.[30]  “Ouriço” foi traduzido de uma palavra hebraica que significa “porco-espinho”.[31]

A quarta parte deste capítulo, abrangendo os versículos 24 até 27, representa uma mudança brusca de assunto. Predizendo e prometendo que o Senhor livrará Seu povo dos agressores assírios. Isaías predisse este acontecimento antes, no capítulo 10.[32] O antigo cumprimento desta profecia está registrado em 2 Reis 18 e 19 e em Isaías 36 e 37.

Os versículos 24 e 25 descrevem a destruição dos assírios. O versículo 24 começa: “O Senhor dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará”. O Senhor jura que será como Ele pensou e planejou, que Ele derrotaria os exércitos dos assírios.

O versículo 25 continua: “Quebrantarei a Assíria na minha terra, e nas minhas montanhas a pisarei, para que o seu jugo se aparte deles e a sua carga se desvie dos seus ombros”.[33] O Livro de Mórmon substitui “quebrantarei” por trarei.[34] “Na minha terra, e nas minhas montanhas” significa que isto aconteceria em Judá;[35] além disso, este acontecimento terminaria com a subordinação de Judá à Assíria.

O cumprimento desta profecia ocorreu quando 185.000 homens dos exércitos assírios foram destruídos durante a noite por um anjo do Senhor, enquanto eles estavam sitiando a cidade de Jerusalém:

“Sucedeu, pois, que naquela mesma noite saiu o anjo do Senhor, e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles; e, levantando-se pela manhã cedo, eis que todos eram cadáveres.
“Então Senaqueribe, rei da Assíria, partiu, e se foi, e voltou e ficou em Nínive.
“E sucedeu que, estando ele prostrado na casa de Nisroque, seu deus, Adrameleque e Sarezer, seus filhos, o feriram à espada; porém eles escaparam para a terra de Ararate; e Esar-Hadom, seu filho, reinou em seu lugar.”[36]

O versículo 26: “Este é o propósito que foi determinado sobre toda a terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as nações”. “O propósito” é que, eventualmente, todas as nações do mundo serão derrotadas desta forma.[37] Este acontecimento, apesar de haver sido cumprido no passado, é também um símbolo para acontecimentos semelhantes nos últimos dias.

O versículo 27 reafirma a vontade do Senhor mencionada no versículo 24: “Porque o Senhor dos Exércitos o determinou; quem o invalidará? E a sua mão está estendida; quem pois a fará voltar atrás?”[38] O Livro de Mórmon omite “o” e diz: “…e quem invalidará?”[39]

A parte final deste capítulo, abrangendo os versículos 28 até 32, prediz a destruição da Palestina. O versículo 28 afirma: “No ano em que morreu o rei Acaz, foi dada esta sentença”. Uma sentença, como foi traduzido do hebraico, é uma mensagem de condenação para o povo.[40] O ano em que morreu o rei Acaz foi mais ou menos em 730 a.C.[41]

Durante um certo período de tempo os filisteus estavam subjugados por Judá; entretanto, no versículo 29, os filisteus são advertidos à não se regozijarem na derrota prevista de Judá: “Não te alegres, tu, toda a Filístia, por estar quebrada a vara que te feria” ― O Livro de Mórmon diz: “Não te alegres tu, Palestina toda” …[42] “Palestina” vem de uma palavra hebraica que significa “terra dos filisteus” ou “terra dos estrangeiros”.[43] Continuando: “porque da raiz da cobra sairá um basilisco, e o seu fruto será uma serpente ardente, voadora”, que significa que apesar do fato de que Judá seria subjugada e eventualmente destruída, os subsequentes opressores da Filístia tornar-se-iam progressivamente piores, resultando finalmente em sua destruição. Portanto, a Filístia não teria nenhuma razão para regozijar-se com a destruição de Judá.

O versículo 30 continua: “E os primogênitos dos pobres serão apascentados, e os necessitados se deitarão seguros; porém farei morrer de fome a tua raiz, e ele matará os teus sobreviventes”.[44] Apesar da predita destruição de Judá pelas mãos do rei da Babilônia, ela seria novamente estabelecida; seus pobres e necessitados seriam cuidados por bons governantes. Por outro lado, a iníqua Palestina será aniquilada: “morrer de fome a tua raiz, e ele matará os teus sobreviventes”. “Raiz” significa ancestrais; “sobreviventes” significa descendentes. Quem está falando aqui é Jeová; os exércitos invasores agiriam como representantes para cumprir a vontade do Senhor.

Continuando no versículo 31: “Dá uivos, ó porta, grita, ó cidade; tu, ó Filístia, estás toda derretida; porque do norte vem uma fumaça, e não haverá quem fique sozinho nas suas convocações”. O Livro de Mórmon apresenta: “…ninguém ficará solitário no tempo que lhe foi designado”. A última frase neste versículo, “não haverá quem fique sozinho nas suas convocações”, revela que esta “fumaça” é um exército bem disciplinado, que avançará do norte.

Os versículos 29 até 31 contêm um quiasma:

A: (29) Não te alegres, tu, toda a Filístia, por estar quebrada a vara que te feria;
B: porque da raiz da cobra sairá um basilisco, e o seu fruto será uma serpente ardente, voadora.
C: (30) E os primogênitos dos pobres serão apascentados,
C: e os necessitados se deitarão seguros;
B: porém farei morrer de fome a tua raiz, e ele matará os teus sobreviventes.
A: (31) Dá uivos, ó porta, grita, ó cidade; tu, ó Filístia, estás toda derretida; porque do norte vem uma fumaça, e não haverá quem fique sozinho nas suas convocações.

“Não te alegres, tu, toda a Filístia” corresponde à “Dá uivos, ó porta, grita, ó cidade; tu, ó Filístia, estás toda derretida”, que prediz a destruição da Filístia (Palestina). “Da raiz da cobra” complementa “farei morrer de fome a tua raiz”, indicando que a destruição total da Filístia, pelas mãos da Assíria, ocorreria sob um governante tirano, que seria pior do que os outros dois anteriores. A frase “Os primogênitos dos pobres” corresponde à frase “os necessitados se deitarão seguros”, que forma o enfoque do quiasma. Apesar da Palestina ter sido destruída pelo exército invasor, Judá seria eventualmente restaurada, e teria o Senhor cuidando de seus pobres e necessitados.

O versículo 32 reforçar o significado do versículo 30: “Que se responderá, pois, aos mensageiros da nação? Que o Senhor fundou a Sião, para que os opressos do seu povo nela encontrem refúgio”. O Livro de Mórmon apresenta “Que responderão pois os mensageiros das nações?…”.[45] Isto é, “O que vai relatar os emissários de várias nações sobre a destruição da Palestina?” A resposta se encontra na sentença final: “Que o Senhor fundou a Sião, e que nela acharão refúgio os aflitos do seu povo”. O Senhor apoiará Seu povo justo em seu tempo de necessidade; a retidão pessoal é a chave para a sobrevivência. O significado de “Sião” aqui é Jerusalém sob um governo justo; como também um lugar de coligação espiritual nos últimos dias.[46]

NOTAS

[1]. F. Brown, S. Driver, e C. Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon [Léxico Hebraico e Inglês de Brown-Driver-Briggs]: Hendrickson Publishers, Peabody, MA, 01961-3473, 1996, Número de Strong 1616, p. 158.
[2]. Ver Gênesis 22:15-18.
[3]. 2 Néfi 24:2.
[4]. Os versículos 2 e 3 contêm um quiasma: Por servos e por servas/aqueles que os cativaram/sofrimento//pavor/dura servidão/servir.
[5]. Brown et al., 1996, 1996, Número de Strong 4912, p. 605.
[6]. 2 Néfi 24:4.
[7]. 2 Néfi 24:5.
[8]. Ver Isaías 2:13; 9:18; 10:18-19, 33-34; 29:17; 32:15; 37:24; 55:12.
[9]. 2 Néfi 24:8.
[10]. Brown et al., 1996, Número de Strong 1265, p. 141.
[11]. Isaías 2:12-13. Também ver Isaías 9:18; 10:18-19, 33-34; 29:17; 32:15; 37:24; 55:12.
[12]. Isaías 14:11, nota de rodapé da versão SUD da Bíblia de King James em inglês 11a; Ver Dicionário Bíblico—Inferno.
[13]. 2 Néfi 24:11.
[14]. Brown et al., 1996, Número de Strong 1966, p. 237.
[15]. D&C 76:25-27.
[16]. Ver Isaías 14:13, nota de rodapé da versão SUD da Bíblia de King James em inglês 13e.
[17]. Doutrina e Convênios 76:28-29.
[18]. D&C 29:36-39.
[19]. Moisés 4:1-4.
[20]. Joseph Anderson, “A Testimony of Christ” [Um Testemunho de Cristo], Ensign, Nov. 1974, p. 101.
[21]. Brown et al., 1996, Número de Strong 7200, p. 906; Ver também Isaías 14:16, nota de rodapé da versão SUD da Bíblia de King James em inglês 16b.
[22]. 2 Néfi 24:18.
[23]. Brown et al., 1996, Número de Strong 1004, p. 108.
[24]. 2 Néfi 24:19.
[25]. Brown et al., 1996, Número de Strong 5432, p. 666; Ver também Isaías 14:19, nota de rodapé da versão SUD da Bíblia de King James em inglês 19a.
[26]. Os versículos 20 e 21 contêm um quiasma: Porque destruíste a tua terra/a descendência dos malignos//a matança para os seus filhos/para que não se levantem, e nem possuam a terra.
[27]. 2 Néfi 24:21.
[28]. Ver Isaías 14:21, nota de rodapé da versão SUD da Bíblia de King James em inglês 21a.
[29]. Ver Isaías 13:19-22; Ver também Isaías 34:11-15.
[30]. Ouriço Em Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. Disponível na http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa/ouriço.
[31]. Brown et al., 1996, Número de Strong 7090, p. 891.
[32]. Isaías 10:24-34.
[33]. O versículo 25 contém um quiasma reconhecido no hebraico original: Deles/jugo se apartará/a sua carga/se desvie dos seus ombros. Em Donald W. Parry,  Harmonizing Isaiah: Foundation for Ancient Research e Mormon Studies (FARMS) at Brigham Young University [A Harmonização de Isaías: Fundação de Pesquisas Antigas e Estudos Mórmons na Universidade Brigham Young], Provo, Utah, 2001, p. 259.
[34]. 2 Néfi 24:25.
[35]. “Montanha” significa “nação”; Ver Isaías 2:2, 14 e 2 Néfi 12:2, 14; Isaías 11:9; 13:2, 4; 30:25 e comentário pertinente.
[36]. 2 Reis 19:35-37. Ver também Isaías 10:33-34 e pertinent discussion.
[37]. Ver Isaías 14:26, nota de rodapé da versão SUD da Bíblia de King James em inglês 26b.
[38]. Os versículos 24 até 27 contêm um quiasma: Como pensei, assim sucederá/quebrantarei a Assíria na minha terra/nas minhas montanhas o pisarei/seu jugo se aparte//sua carga se desvie/este é o propósito que foi determinado sobre toda a terra/esta é a mão que está estendida sobre todas as nações/o Senhor dos exércitos o determinou; quem o invalidará?
[39]. 2 Néfi 24:24.
[40]. Brown et al., 1996, Número de Strong 4853, p. 672.
[41]. Ver Dicionário Bíblico—Cronologia.
[42]. 2 Néfi 24:29.
[43]. Brown et al., 1996, Número de Strong 6429, p. 814.
[44]. O versículo 30 contém dois quiasmas reconhecido no hebraico original: Serão apascentados/pobres//necessitados/ se deitarão seguros. Tua raiz/ele matará//será destruído/ os teus sobreviventes. Em Parry,  Harmonizing Isaiah [A Harmonização de Isaías], 2001, p. 259.
[45]. 2 Néfi 24:32.
[46]. Ver Isaías 1:8 e comentário pertinente. Ver também Salmos 102:13, 16; 129:5; 132:13; Isaías 1:27; 2:3; 4:5; 24:23; 28:16; 31:9; 35:10; 46:13; 51:16; 52:7, 8; 59:20.