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CAPÍTULO 10: “Porque Daqui A Bem Pouco Se Cumprirá A Minha Indignação”

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O capítulo 10 prediz a destruição de Israel pelas mãos da Assíria. A Assíria serviria como instrumento nas mãos de Deus para trazer a punição e destruição à Israel impenitente, mas a Assíria também seria destruída. A destruição da Assíria é um símbolo para—ou, é típico da—destruição dos iníquos na Segunda Vinda. Por causa da maldade desenfreada que precedeu a destruição naquela época, poucos restariam depois da destruição dos ímpios. O Senhor conforta aqueles em Sião, assegurando-os que a indignação duraria por apenas um curto período de tempo; então o Senhor derrotaria os invasores.

Uma chave importante para compreender este capítulo é notar cuidadosamente quem está falando e quando muda de orador. Na primeira parte—um oráculo de pesar (versículos 1 até 4) —o Senhor está falando, declarando uma maldição sobre os líderes iníquos e especificando uma destruição que lhes sobreviria. O oráculo de pesar é seguido por uma frase explanatória expressada por Isaías— “Com tudo isto a sua ira não cessou, mas ainda está estendida a sua mão” na última parte do versículo 4. O Senhor, então, continua a falar, declarando destruição sobre “uma nação hipócrita”, referindo-se a antiga Israel e seu equivalente nos tempos atuais, pelas mãos dos assírios e seus paralelos nos últimos dias (versículos 5 até 7). O Senhor vocaliza os pensamentos orgulhosos do rei da Assíria (versículos 8 até 11) e decreta uma rápida destruição sobre ele, seu exército, e seu equivalente moderno (versículo 12). Depois disto segue-se mais sobre os pensamentos orgulhosos do rei da Assíria, vangloriando-se de suas conquistas (versículos 13 e 14). Isaías, então, exorta a Assíria por não haver reconhecido que a devastação que eles trouxeram sobre Israel foi obra do Senhor, que usou os assírios como um instrumento (versículo 15). Isaías, continuando a falar, declara uma rápida destruição sobre a Assíria (versículos 16 até 19). Esta declaração é seguida por uma profecia, expressada por Isaías, sobre o retorno dos remanescentes de Israel que seriam espalhados por todas as nações (versículos 20 até 23).

Nos últimos versículos deste capítulo (versículos 24 até 34) Isaías de repente muda o assunto, e começa a profetizar sobre uma invasão pela antiga Assíria contra Jerusalém, a qual é repelida pela milagrosa destruição do exército assírio pelas mãos do Senhor. Esta profecia foi cumprida durante o reinado de Ezequias,[1] mas serve como um símbolo para os nossos dias.

Néfi cita este capítulo por completo; compare 2 Néfi 20. Diferenças presentes no texto do Livro de Mórmon são mostradas em itálico onde forem citadas. Este capítulo tem vários quiasmas que adiciona muito à nossa compreensão dos significados intencionados por Isaías.

Os versículos 1 até 4 contêm um oráculo de pesar no qual o Senhor declara más consequências sobre os líderes injustos. O oráculo de pesar é o último de quatro que contêm uma mensagem profética importante, ou “sermão sacerdotal”, dirigido ao reino de Israel Setentrional e à Judá. O versículo 1 começa: “Ai dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que prescrevem opressão”. A frase “prescrevem opressão” significa decretos ou leis injustas que impedem cidadãos de seus direitos, recursos ou propriedades.

O versículo 2, continuando a sentença do versículo 1, descreve a perseguição dos pobres por líderes iníquos: “Para desviarem os pobres do seu direito, e para arrebatarem o direito dos aflitos do meu povo; para despojarem as viúvas e roubarem os órfãos!” Os líderes iníquos ganhariam seu poder ao tirar vantagem dos pobres, viúvas e órfãos.

No versículo 3 o Senhor faz umas perguntas acusatórias: “Mas que fareis vós no dia da visitação, e na desolação, que há de vir de longe? A quem recorrereis para obter socorro, e onde deixareis a vossa glória”― “Visitação” é traduzido da palavra hebraica que significa “punição” ou “responsabilidade”.[2] O Senhor irá abandoná-los no dia da visitação por causa de suas iniquidades, deixando-os sem defesa contra “a desolação, que há de vir de longe”, que significa a invasão do exército assírio e seu equivalente moderno.

O versículo 4 conclui a maldição pronunciada pelo Senhor: “Sem que cada um se abata entre os presos, e caia entre mortos?” Os líderes iníquos seriam contados entre os prisioneiros e entre os mortos.

A frase final do versículo 4, pronunciada por Isaías, “com tudo isto a sua ira não cessou, mas ainda está estendida a sua mão” significa que a justiça da ira do Senhor continua e está estendida a sua mão contra eles para puni-los. O profeta explica o significado desta frase anteriormente, no capítulo 5, onde é precedido no mesmo versículo por uma frase com palavras um pouco diferentes, porém com o mesmo sentido: “Por isso se acendeu a ira do Senhor contra o seu povo, e estendeu a sua mão contra ele, e o feriu”.[3] A frase é repetida três vezes no capítulo 9, além da que aparece no versículo 4, todas com o mesmo significado.[4]

O Senhor declarou a Joseph Smith com referência aos governantes arrogantes dos últimos dias:

“E para que eu os visite no dia da visitação, quando eu tirar o véu que me cobre a face, para designar a porção do opressor entre os hipócritas, onde há ranger de dentes, caso rejeitem meus servos e meu testemunho que lhes revelei.”[5]

Os versículos 1 até 4 contêm um quiasma que começa com a frase final do último versículo do capítulo 9:

A: (9:21) …Com tudo isto não cessou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão.
B: (1) Ai dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que prescrevem opressão.
C: (2) Para desviarem os pobres do seu direito, e para arrebatarem o direito dos aflitos do meu povo; para despojarem as viúvas e roubarem os órfãos!
D: (3) Mas que fareis vós no dia da visitação,
D: e na desolação, que há de vir de longe?
C: A quem recorrereis para obter socorro, e onde deixareis a vossa glória,
B: (4) Sem que cada um se abata entre os presos, e caia entre mortos?
A: Com tudo isto a sua ira não cessou, mas ainda está estendida a sua mão.

Este quiasma pronuncia uma maldição sobre os governantes injustos. A frase inicial, “com tudo isso não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão”, é refletida no final por uma repetição da mesma frase. A frase “Ai dos que decretam leis injustas” complementa a “sem que cada um se abata entre os presos, e caia entre mortos”, significando especialmente que os governantes injustos serão escolhidos para serem levados como prisioneiros ou assassinados. “Para desviarem os pobres do seu direito” complementa “a quem recorrereis para obter socorro[?]”, indicando que a ajuda que recusaram aos necessitados, ser-lhes-á recusada como retribuição; e a frase “que fareis vós no dia da visitação?” compara-se com “na desolação, que há de vir de longe?” declarando que quando a destruição vier, esses governantes injustos serão responsáveis por suas maldades contra aqueles que dependiam deles para ajudá-los.[6]

No versículo 5 o Senhor volta a falar, declarando que a Assíria é um instrumento em Suas mãos para trazer justiça aos iníquos de Israel: “Ai da Assíria, a vara da minha ira, porque a minha indignação é como bordão nas suas mãos”. O exército assírio é figurativamente a vara que o Senhor está usando para punir Israel e Judá por suas maldades. O Livro de Mórmon apresenta assim: “vara da minha ira, e a sua indignação”;[7] esta interpretação inclui a ira dos invasores. “Indignação” significa revolta ou sentimento de desprezo provocado por uma circunstância que demonstra indignidade, que neste caso é a corrupção.

No versículo 6 o Senhor, que ainda está falando, declara: “Enviá-la-ei contra uma nação hipócrita, e contra o povo do meu furor lhe darei ordem, para que lhe roube a presa, e lhe tome o despojo, e o ponha para ser pisado aos pés, como a lama das ruas”.[8] O Livro de Mórmon apresenta assim: “para que lhe tome os despojos e roube-lhe a presa”, que foi traduzido do hebraico Maer-Salal-Has-Baz, o nome do segundo filho de Isaías, indicando que a destruição predita seria para cumprir a profecia de Isaías dada na época da concepção de seu filho.[9]  “Uma nação hipócrita” significa Israel e Judá, e seus equivalentes modernos. Destruição virá pelas mãos dos assírios e suas superpotências modernas equivalentes.

No versículo 7 o Senhor explica que o rei da Assíria não compreende que ele é simplesmente um instrumento de destruição nas mãos do Senhor: “Ainda que ele não cuide assim, nem o seu coração assim o imagine; antes no seu coração intenta destruir e desarraigar não poucas nações”.

No versículos 8 até 11 o Senhor cita os pensamentos orgulhosos do rei da Assíria. O versículo 8 questiona: “Porque diz: Não são meus príncipes todos eles reis?” Ele argumenta que seus príncipes são tão nobres quanto os reis.

O versículo 9 continua: “Não é Calno como Carquemis? Não é Hamate como Arpade? E Samaria como Damasco?” Estes são países que ficaram desolados depois dos ataques assírios, os quais foram incapazes de resistirem. Síria nesta época pagava tribute aos governantes assírios.

No versículos 10 e 11 o rei da Assíria continua a se vangloriar. O versículo 10 declara: “Como a minha mão alcançou os reinos dos ídolos, cujas imagens esculpidas eram melhores do que as de Jerusalém e do que as de Samaria”. O Livro de Mórmon apresenta: “Assim como minha mão fundou os reinos dos ídolos…”.[10] “Fundou” significa “estabelecer” ou “edificar desde os alicerces”.[11]

O versículo 11 continua: “Porventura como fiz a Samaria e aos seus ídolos, não o faria igualmente a Jerusalém e aos seus ídolos?” Aqui o rei ridiculariza a idolatria de Jerusalém, dizendo que seus ídolos seriam tão incapazes em defender a nação contra os exércitos invasores, quanto os ídolos dos outros países, inclusive seu país vizinho, a Samaria. Era costume entre os antigos conquistadores destruírem ou levarem consigo os ídolos das nações derrotadas, para mostrarem que seus deuses eram superiores aos deles. No capítulo 46, Isaías prediz a derrota da Babilônia ao descrever seus ídolos sendo levados cativos.[12]

No versículo 12, o Senhor decreta uma destruição rápida sobre o rei da Assíria, seu exército, e seu equivalente moderno, uma vez que tenham cumprido os propósitos do Senhor: “Por isso acontecerá que, havendo o Senhor acabado toda a sua obra no monte Sião e em Jerusalém, então castigarei o fruto da arrogante grandeza do coração do rei da Assíria e a pompa da altivez dos seus olhos”. A palavra “Sião” é usada duas vezes no capítulo 10 da mesma forma, com duplo sentido—um lugar para a coligação espiritual nos últimos dias, como também como um sinônimo para Jerusalém, tanto a antiga quanto a moderna. A frase “toda a sua obra” inclui as destruições preditas neste capítulo, bem como a restauração nos últimos dias e a coligação de Israel sob condições dignas.[13]

No versículos 13 e 14 o rei da Assíria continua a se vangloriar: “Porquanto disse: Com a força da minha mão o fiz, e com a minha sabedoria, porque sou prudente; e removi os limites dos povos, e roubei os seus tesouros, e como valente abati aos habitantes. E achou a minha mão as riquezas dos povos como a um ninho, e como se ajuntam os ovos abandonados, assim eu ajuntei a toda a terra, e não houve quem movesse a asa, ou abrisse a boca, ou murmurasse”. O Livro de Mórmon apresenta assim: “…com a minha sabedoria fiz essas coisas…”.[14] Isto é preocupante, porque o equivalente moderno da Israel antiga—uma “nação hipócrita” —de alguma maneira se encontraria tão indefesa que um exército invasor seria capaz de saquear a terra sem nenhuma oposição.

No versículo 15 Isaías continua a falar, repreendendo a Assíria por não haver reconhecido que a destruição que eles trariam sobre Israel seria obra do Senhor, com o Senhor usando-os como instrumento: “Porventura gloriar-se-á o machado contra o que corta com ele, ou presumirá a serra contra o que puxa por ela, como se o bordão movesse aos que o levantam, ou a vara levantasse como não sendo pau?” A palavra hebraica de onde “pau” foi traduzido significa “lenha”.[15] Todas as metáforas neste versículo, apresentadas como perguntas retóricas, fazem a mesma pergunta: Pode um homem—especificamente, o rei da Assíria—vencer a Deus?

No versículos 16 até 19 Isaías, continuando a falar, declara uma destruição rápida sobre a Assíria. O versículo 16 começa: “Por isso o Senhor, o Senhor dos Exércitos, fará definhar os que entre eles são gordos, e debaixo da sua glória ateará um incêndio, como incêndio de fogo”.[16] A frase “Por isso o Senhor…fará definhar os que entre eles são gordos” significa que o Senhor enviaria fraqueza entre os mais vigorosos guerreiros do rei da Assíria.

O versículo 17 revela a causa da conflagração: “Porque a Luz de Israel virá a ser como fogo e o seu Santo por labareda”―Estas frases equivalentes ensinam-nos que “a Luz de Israel” é o mesmo que “o seu Santo”, que significam o Messias ou Jesus Cristo.

Continuando no versículo 17, Isaías declara: “que abrase e consuma os seus espinheiros e as suas sarças num só dia”. “Seus” como foi usado aqui refere-se ao equivalente moderno do rei da Assíria, e “espinheiros” e “sarças” significam as mentiras e doutrinas falsas que ele plantou nos corações das pessoas.[17] Previamente, no capítulo 9, Isaías descreve a destruição na Segunda Vinda do Senhor. Ao invés de cenas comuns de batalhas com “tumulto da batalha, e todo o manto revolvido em sangue”, nesta destruição todos “serão queimados, servindo de combustível ao fogo”.[18]

O versículo 18 continua a descrição do rei da Assíria e suas hostes, tanto antigos quanto modernos: “Também consumirá a glória da sua floresta, e do seu campo fértil, desde a alma até à carne, e será como quando desmaia o porta-bandeira”.[19] “Sua floresta” significa os nobres ou líderes da Assíria, e “seu campo fértil” significa seus aparatos econômicos.[20] “Glória” como foi usado aqui significa força militar.[21] “Desde a alma até à carne” significa que a Assíria desapareceria completamente, tanto política quanto culturalmente. O porta-bandeira, em guerras do passado, fazia o papel vital de comunicação entre o comandante e seu exército. Com o porta-bandeira incapaz de prover esta comunicação, aconteceria um caos total.

Versículos 16 até 18 contêm um quiasma:

A: (16) Por isso o Senhor, o Senhor dos Exércitos, fará definhar os que entre eles são gordos,
B: e debaixo da sua glória
C: ateará um incêndio, como incêndio de fogo.
D: (17) Porque a Luz de Israel virá a ser como fogo
D: e o seu Santo por labareda,
C: que abrase e consuma os seus espinheiros e as suas sarças num só dia.
B: (18) Também consumirá a glória da sua floresta, e do seu campo fértil, desde a alma até à carne,
A: e será como quando desmaia o porta-bandeira.

“Fará definhar os que entre eles são gordos”, refere-se a debilidade física, que seria enviada ao exército assírio e a seu equivalente moderno, e compara-se com “quando desmaia o porta-bandeira”, o que resultaria numa confusão militar total. “Sua glória”, que significa a glória do Senhor na Sua vinda, é contrastada com “a glória da sua floresta”, que significa glória do mundo e força militar dos orgulhosos líderes da antiga Assíria e seu equivalente moderno. A frase “Ateará um incêndio, como incêndio de fogo” reflete-se na frase “que abrase e consuma os seus espinheiros e as suas sarças num só dia”. “A Luz de Israel virá a ser como fogo” é equivalente ao “seu Santo por labareda”, que contém o enfoque central deste quiasma.

Será que este incêndio refere-se a um holocausto nuclear, ou, está se referindo aos injustos sendo consumido pela glória da presença do Senhor? A combinação de elementos deste quiasma indica que a glória do Senhor será o fogo consumidor—os que não forem dignos da Sua presença e não puderem suportá-la serão consumidos. Note que além das destruições físicas, as verdades que serão manifestadas na Segunda Vinda do Senhor destruirão todas as mentiras e falsas doutrinas do equivalente moderno do rei da Assíria, e seus exércitos, num dia só.

No versículo 19, as “árvores” e a “floresta” referem-se aos líderes ou nobres da Assíria: “E o resto das árvores da sua floresta será tão pouco em número, que um menino poderá contá-las”. Quase todos seriam assassinados, dizimando suas fileiras.

No versículos 20 até 23, Isaías profetiza do retorno dos remanescentes de Israel, que estavam espalhados por todas as nações, nos últimos dias. O versículo 20 declara: “E acontecerá naquele dia que os restantes de Israel, e os que tiverem escapado da casa de Jacó, nunca mais se estribarão sobre aquele que os feriu; antes estribar-se-ão verdadeiramente sobre o Senhor, o Santo de Israel”. A palavra hebraica de onde o termo “se estribarão” foi traduzido, significa “confiar” ou “apoiar”.[22] Ao invés de colocarem sua confiança em déspotas malignos, os remanescentes colocariam sua confiança no Senhor.

O versículo 21 declara: “Os restantes se converterão ao Deus forte, sim, os restantes de Jacó”.[23] O Livro de Mórmon apresenta: “Os remanescentes retornarão, sim, os remanescentes de Jacó…”.[24]  A frase “os remanescentes retornarão” é a tradução em português para o nome do filho mais velho de Isaías, Sear-Jasube, indicando que este acontecimento profetizado para os últimos dias seria em cumprimento da profecia dada na época do nascimento do filho de Isaías.[25]

O versículo 22 continua: “Porque ainda que o teu povo, ó Israel, seja como a areia do mar, só um remanescente dele se converterá; uma destruição está determinada, transbordando em justiça”. Israel como “a areia do mar” significa numerosos, mas espalhados. “Destruição” vem da palavra hebraica que significa “completa aniquilação”;[26] e “trasbordando em justiça” significa que a destruição cumpriria os desígnios justos do Senhor.

O versículo 23 declara: “Porque determinada já a destruição, o Senhor DEUS dos Exércitos a executará no meio de toda esta terra”. O significado é que os injustos seriam completamente destruídos da face da Terra.

No versículos 24 até 34, os últimos versículos deste capítulo, Isaías muda de assunto de repente, profetizando de uma invasão pela Assíria contra Jerusalém, onde encontram uma resistência milagrosa com a destruição do exército assírio pelo anjo do Senhor. Esta profecia foi cumprida durante o reinado de Ezequias.[27] Não somente a profecia prediz a derrota da antiga Assíria; isto é um símbolo da destruição do equivalente moderno da Assíria.

No versículo 24 Isaías declara autoritariamente: “Por isso assim diz o Senhor DEUS dos Exércitos”, seguido pelas palavras do Senhor nos versículos 24 e 25: “Povo meu, que habitas em Sião, não temas à Assíria, quando te ferir com a vara, e contra ti levantar o seu bordão à maneira dos egípcios”. “À maneira dos egípcios” significa a crueldade dos Egípcios em outras épocas.[28] “Sião” é usada aqui com duplo sentido—um lugar para a coligação espiritual nos últimos dias, bem como um sinônimo para a antiga Jerusalém, particularmente sob seu rei justo. Estes significados refletem as diferentes épocas que esta profecia deveria se cumprir.[29]

O versículo 25 continua a sentença do versículo 24: “Porque daqui a bem pouco se cumprirá a minha indignação e a minha ira, para a consumir”. O ataque devastador da Assíria—tanto nos dias de Ezequias e no confronto equivalente nos últimos dias—duraria por um curto período de tempo. Esta declaração seria um grande conforto para aqueles que compreenderem a significância dos acontecimentos nos últimos dias.[30]

No versículos 26 e 27, Isaías descreve o que acontecerá naquela época. O versículo 26 declara: “Porque o Senhor dos Exércitos suscitará contra ela um flagelo, como na matança de Midiã junto à rocha de Orebe; e a sua vara estará sobre o mar, e ele a levantará como sucedeu aos egípcios”. A frase “matança de Midiã junto à rocha de Orebe” refere-se à quando Gideão liderou um exército de 300 Israelitas, identificados por sua maneira de beber água de um riacho—lambendo “as águas com a sua língua”, “levando a mão à boca”. Este pequeno exército assustou os Midianitas com trombetas e luzes; os resultados foram lutas, abate e derrota entre os Midianitas.[31] “Como sucedeu aos egípcios” neste caso refere-se à época quando os exércitos Egípcios foram destruídos pelas águas que retornaram quando tentaram perseguir Israel através das águas divididas do Mar Vermelho.[32]

No versículo 27, Isaías afirma que a opressão assíria seria desfeita: “E acontecerá, naquele dia, que a sua carga será tirada do teu ombro, e o seu jugo do teu pescoço; e o jugo será despedaçado por causa da unção”. A “unção” refere-se ao convênio do Senhor com Abraão[33] e também a promessa a Davi que seus descendentes justos sobre o trono de Judá seriam sustentados pelo Senhor.[34]

Apesar desta passagem predizer um acontecimento milagroso específico, que ocorreu durante o reinado de Ezequias, isto é um exemplo que prediz a intervenção do Senhor a favor de Seu povo nos últimos dias. Com certeza, isto também seria um grande milagre.

Os versículos 24 até 27 contêm um quiasma:

(24) Por isso assim diz o Senhor DEUS dos Exércitos:
A: Povo meu, que habitas em Sião,
B: não temas à Assíria, quando te ferir com a vara, e contra ti levantar o seu bordão
C: à maneira dos egípcios.
D: (25) Porque daqui a bem pouco se cumprirá a minha indignação e a minha ira, para a consumir.
D: (26) Porque o Senhor dos Exércitos suscitará contra ela um flagelo, como na matança de Midiã junto à rocha de Orebe;
C: e a sua vara estará sobre o mar, e ele a levantará como sucedeu aos egípcios.
B: (27) E acontecerá, naquele dia, que a sua carga será tirada do teu ombro, e o seu jugo do teu pescoço;
A: e o jugo será despedaçado por causa da unção.

“Povo meu, que habitas em Sião” compara-se com “unção”, indicando que seria a retidão de Seu povo do convênio—apesar de provavelmente excedido em número pelos iníquos entre o povo—que levaria a intervenção miraculosa do Senhor contra o exército assírio. Também refere-se à unção de um rei davídico—neste caso Ezequias, que se humilharia diante do Senhor. “Quando te ferir com a vara, e contra ti levantar o seu bordão” contrasta-se com “que a sua carga será tirada do teu ombro, e o seu jugo do teu pescoço”, indicando que apesar dos açoites do rei da Assíria, sua opressão seria miraculosamente removida. “À maneira dos egípcios” no versículo 24 significa a opressão suportada pelos Israelitas escravizados no Egito, enquanto que “como sucedeu aos egípcios” no versículo 26 refere-se à destruição do exército egípcio no Mar Vermelho quando eles perseguiram os Israelitas guiados por Moisés. “A minha indignação” compara-se com “o Senhor dos Exércitos”, indicando quem está falando e de quem é a indignação que causaria a destruição.

Nos versículos 28 até 32, o avanço aterrorizante do rei da Assíria e seu exército é descrito por Isaías, mencionando vários bairros e vilas, finalmente chegando na base do outeiro onde Jerusalém está localizada:

“Já vem chegando a Aiate, já vai passando por Migrom, e em Micmás deixa a sua bagagem.
“Já passaram o desfiladeiro, já se alojam em Geba; já Ramá treme, e Gibeá de Saul vai fugindo.
“Clama alto com a tua voz, ó filha de Galim! Ouve, ó Laís! Ó tu pobre Anatote!
“Madmena já se foi; os moradores de Gebim vão fugindo em bandos.
“Ainda um dia parará em Nobe; acenará com a sua mão contra o monte da filha de Sião, o outeiro de Jerusalém.”

Alguns dos locais citados podem ser encontrados nos mapas bíblicos; veja especialmente o Mapa 4, “O Império de Davi e Salomão” na bíblia SUD em inglês.[35] A sucessão de nomes de lugares indica que o rei da Assíria avançaria do norte em direção a Jerusalém.

Isaías usa “o monte da filha de Sião” com duplo significado no versículo 32. O sentido principal aqui é como sinônimo para Jerusalém, mas quando esses acontecimentos são considerados como símbolos para acontecimentos nos últimos dias, outros significados podem ser observados. Em particular, refere-se ao lugar de coligação espiritual nos últimos dias, o qual estará sob ataque e será defendido miraculosamente pelo Senhor.[36] O Grande Pergaminho de Isaías mostra “…o monte da casa de Sião” no versículo 32.[37]

Os versículos 33 e 34 descrevem a derrota do exército assírio naquela época:

“Mas eis que o Senhor, o Senhor dos Exércitos, cortará os ramos com violência, e os de alta estatura serão cortados, e os altivos serão abatidos.
“E cortará com ferro a espessura da floresta, e o Líbano cairá à mão de um poderoso.”

“Ramos”, “os de alta estatura” e a “floresta” referem-se aos líderes ou nobres assírios, que seriam cortados pelo poderoso machado de ferro do Senhor. Os elementos da metáfora nos são bem familiares.[38]

Esta profecia foi cumprida quando 185,000 soldados do exército assírio foram mortos durante a noite por um anjo do Senhor:

“Sucedeu, pois, que naquela mesma noite saiu o anjo do Senhor, e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles; e, levantando-se pela manhã cedo, eis que todos eram cadáveres.
“Então Senaqueribe, rei da Assíria, partiu, e se foi, e voltou e ficou em Nínive.
“E sucedeu que, estando ele prostrado na casa de Nisroque, seu deus, Adrameleque e Sarezer, seus filhos, o feriram à espada; porém eles escaparam para a terra de Ararate; e Esar-Hadom, seu filho, reinou em seu lugar.”[39]

NOTAS

[1]. Ver 2 Reis 18 e 19; também Isaías 36 e 37.
[2]. F. Brown, S. Driver, e C. Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon [Léxico Hebraico e Inglês de Brown-Driver-Briggs]: Hendrickson Publishers, Peabody, MA, 01961-3473, 1996, Número de Strong 6486, p. 824.
[3]. Isaías 5:25.
[4]. Isaías 9:12, 17, e 21.
[5]. Doutrina e Convênios 124:8.
[6]. Versículo 4 contém um quiasma reconhecido no hebraico original: E abata/entre os presos//entre mortos/caia. Em Donald W. Parry,  Harmonizing Isaiah: Foundation for Ancient Research e Mormon Studies (FARMS) at Brigham Young University [A Harmonização de Isaías: Fundação de Pesquisas Antigas e Estudos Mórmons na Universidade Brigham Young], Provo, Utah, 2001, p. 258.
[7]. 2 Néfi 20:5.
[8]. Versículos 4 até 6 contêm um quiasma: Se abata/a sua ira/Assíria//a vara/da minha ira/para ser pisado aos pés.
[9].  Ver 2 Néfi 10:6; também ver Isaías 8:3 e debate de Donald W. Parry, Jay A. Parry e Tina M. Peterson, Understanding Isaiah [Compreendendo Isaías]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1998, p. 105.
[10]. 2 Néfi 20:10.
[11]. Fundou Em Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
Disponível na http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa/Fundou.
[12]. Ver Isaías 46:1.
[13]. Ver Isaías 1:27; 3:16; 4:3-4; 8:18; 10:24; 12:6; 51:3.
[14]. 2 Néfi 20:13.
[15]. Brown et al., 1996, Número de Strong 6086, p. 781.
[16]. Ver Isaías 1:7, 28; 5:24; 9:5, 18-19 e comentário pertinente.
[17]. Ver Isaías 55:13; 5:6; 9:18; 27:4; 32:13 e comentário pertinente.
[18]. Ver Isaías 9:5.
[19]. Versículos 17 e 18 contêm um quiasma: Os seus espinheiros e as suas sarças/glória da sua floresta//do seu campo fértil/desde a alma até à carne.
[20]. Ver Isaías 2:13; 9:18; 10:33-34; 14:8; 29:17; 32:15; 37:24; 55:12.
[21]. Ver Isaías 8:7; 16:14; 17:3-4; 20:5; 21:16-17; 22:18; 66:12 e comentário pertinente.
[22]. Brown et al., 1996, Número de Strong 8172, p. 1043.
[23]. Versículos 20 e 21 contêm um quiasma: Os restantes de Israel/se estribarão sobre aquele que os feriu//estribar-se-ão verdadeiramente sobre o Senhor/os restantes se converterão.
[24]. 2 Néfi 20:21.
[25]. Ver Isaías 7:3; também, Ver debate de Donald W. Parry, Jay A. Parry e Tina M. Peterson, Understanding Isaiah [Compreendendo Isaías]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1998, p. 109.
[26]. Brown et al., 1996, Número de Strong 3617, p. 478.
[27]. Ver 2 Reis 18 e 19; também Isaías 36 e 37.
[28]. Ver Isaías 10:24, nota de rodapé da versão SUD da Bíblia de King James em inglês 24b.
[29]. Ver Isaías 1:27; 3:16; 4:3-4; 8:18; 10:12; 12:6; 51:3.
[30]. Ver Isaías 26:20; 30:29 e comentário pertinente.
[31]. Ver Juízes 7.
[32]. Êxodo 14:24-28.
[33]. Ver Gênesis 22:9-12, 15-18.
[34]. Ver Gênesis 49:10; 1 Reis 2:33; 1 Samuel 15:27-28.
[35]. Ver Mapa Bíblico 4.
[36]. Ver 2 Reis 19:21, 31; Salmos 9:14; 51:18; Isaías 16:1; 37:22; 52:2; 62:11. Também ver Isaías 1:27; 3:16; 4:3-4; 8:18; 10:12, 24; 12:6; 51:3.
[37]. Parry,  Harmonizing Isaiah [Harmonizando Isaías], 2001, p. 71.
[38]. Ver Isaías 2:13; 9:18; 10:18-19; 14:8; 29:17; 32:15; 37:24; 55:12.
[39]. 2 Reis 19:35-37.

CAPÍTULO 7: “Eis Que a Virgem Conceberá, E Dará À Luz Um Filho”

Para ver os comentários de cada capítulo de Isaías, bem como cada introdução, desça até encontrar, à direita, uma lista de todos os capítulos sob a seção “Categorias”. Clique no capítulo que deseja ler. ===>

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A primeira parte do capítulo 7 é um discurso por um mensageiro onde o profeta é um emissário do Senhor ao rei Acaz e fala sobre uma guerra que Efraim e Síria faria contra Judá, predizendo o resultado desta guerra. Isaías apresenta a profecia de Emanuel sobre o nascimento virginal de Cristo a Acaz como sinal da veracidade de suas palavras. Uma profecia predizendo a destruição de Efraim e Síria pelas mãos dos Assírios compreende a última parte da mensagem de Isaías a Acaz. Os versículos finais deste capítulo descrevem a condição desolada de Efraim e Síria—e mais tarde, da maior parte de Judá—depois do despovoamento pelas mãos do rei assírio. Néfi citou este capítulo por completo com poucas modificações. Compare 2 Néfi 17; as poucas diferenças na versão do Livro de Mórmon aparecem em itálico.

Esta guerra, feita pela Síria e pelo reino de Israel Setentrional (ao norte) contra Judá, aconteceu porque Acaz recusou-se em formar uma aliança com estas nações para a defesa mútua contra Assíria. Eles planejaram conquistar Acaz e colocar um rei sobre Judá que cooperaria com eles em unificar defesas contra Assíria. Devido Acaz ter recusado as instruções do Senhor, que lhe foram enviadas através do profeta Isaías, os exércitos de Rezim e Peca invadiram Judá, matando ou levando cativo milhões dos súditos do rei Acaz.  Aqueles que foram levados cativos voltaram mais tarde.[1] Acaz então formou uma aliança com Tiglate-Pileser, rei da Assíria, contra Síria e o reino de Israel Setentrional para defender-se de seus dois vizinhos conspiradores. Por conseguinte, Tiglate-Pileser invadiu e conquistou Síria e o reino de Israel Setentrional, matando Rezim.[2]

O versículo 1 declara que uma guerra começou entre Judá e seus adversários: “Sucedeu, pois, nos dias de Acaz, filho de Jotão, filho de Uzias, rei de Judá, que Rezim, rei da Síria, e Peca, filho de Remalias, rei de Israel, subiram a Jerusalém, para pelejarem contra ela, mas nada puderam contra ela”. Esta guerra começou durante o reinado de Acaz, que era rei de Judá, desde 742 a.C. A genealogia de Acaz também foi relatada: Acaz era filho de Jotão, que era rei de Judá desde o ano 758 a.C.; e Jotão era o filho de Uzias, que foi rei de Judá desde o ano de 811 a.C.[3] A guerra aconteceu durante o começo do ministério de Isaías, de 740 até 726 a.C.[4] Mas os adversários de Judá “nada puderam contra ela”.

No versículo 2, “E deram aviso à casa de Davi” refere-se ao rei Acaz e sua aristocracia, visto que os reis de Judá eram descendentes de Davi. A mensagem que “a Síria fez aliança com Efraim” causou uma grande atribulação, não só para o rei mas também para seu povo: “Então se moveu o seu coração, e o coração do seu povo, como se movem as árvores do bosque com o vento”.

Os versículos 3 até 9 contêm o discurso de Isaías no qual o profeta envia a mensagem ao rei Acaz. O versículo 3 começa: “Então disse o Senhor a Isaías”, mas não está claro no texto quando que Isaías começa a falar com Acaz. Primeiramente, o Senhor comanda a Isaías: “Agora, tu e teu filho Sear-Jasube, saí ao encontro de Acaz”― O Senhor informa-lhe onde será esta reunião: “ao fim do canal do tanque superior, no caminho do campo do lavandeiro”. O significado em hebraico do nome do filho de Isaías, Sear-Jasube, é “um resto voltará”.[5] Naquela época, Sear-Jasube deveria ser um bebê ou uma criancinha; ele viria a servir como um exemplo para a lição que Isaías daria para Acaz.

Nos versículos 4, 5, e 6 o Senhor dá a Isaías palavras proféticas para serem transmitidas ao rei. O versículo 4 começa: “E dize-lhe: Acautela-te, e aquieta-te; não temas, nem se desanime o teu coração por causa destes dois pedaços de tições fumegantes; por causa do ardor da ira de Rezim, e da Síria, e do filho de Remalias”. O Senhor exorta Acaz para não temer, apesar da seriedade das ameaças.

O versículo 5 continua: “Porquanto a Síria teve contra ti maligno conselho, com Efraim, e com o filho de Remalias, dizendo” ― os governantes destas duas nações vizinhas formaram uma aliança entre eles contra Judá.

O versículo 6 continua a sentença do versículo anterior: “Vamos subir contra Judá, e molestemo-lo e repartamo-lo entre nós, e façamos reinar no meio dele o filho de Tabeal”.  O Livro de Mórmon apresenta assim: “Subamos contra Judá e atormentemo-la; repartamo-la entre nós…”.  “Molestemo-lo” é traduzido de uma palavra hebraica que significa “fender” ou “abrir forçosamente”.[6] Rezim e Peca queriam conquistar Judá, nomear seu próprio rei para reinar sobre Judá, e dividir a terra e suas riquezas entre eles.

No versículo 7, Isaías proclama: “Assim diz o Senhor DEUS: Isto não subsistirá, nem tampouco acontecerá”. As palavras de conforto foi que este plano maligno não teria sucesso.

No versículo 8, Isaías profetiza ainda mais: “Porém a cabeça da Síria será Damasco, e a cabeça de Damasco Rezim; e dentro de sessenta e cinco anos Efraim será destruído, e deixará de ser povo”. O final da Israel Setentrional, ou o reino do norte—também conhecida como Efraim—ocorreu em 721 a.C., quando o reino foi destruído e seus habitantes, as dez tribos de Israel, foram assassinados ou levados cativos pela Assíria. A destruição de Efraim, na realidade, aconteceu dentro de um terço do tempo designado por Isaías nesta profecia.[7]

O versículo 9 proclama: “Entretanto a cabeça de Efraim será Samaria, e a cabeça de Samaria o filho de Remalias [Peca]; se não o crerdes, certamente não haveis de permanecer”. O que Isaías quis dizer foi que tão certo como a cabeça de Efraim é Samaria, e tão certo como o filho de Remalias, Peca, é o rei de Samaria, o iníquo rei Acaz não acreditaria nas palavras da profecia.

Depois que Isaías transmitiu esta mensagem, encontramos nos versículos 10 e 11: “E continuou o Senhor a falar com Acaz, dizendo: Pede para ti ao Senhor teu Deus um sinal; pede-o, ou em baixo nas profundezas, ou em cima nas alturas”. O Senhor oferece a Acaz um sinal através de Isaías, a fim de ajudá-lo a crer na mensagem.

Versículos 7 até 10 contêm um quiasma:

A: (7) Assim diz o Senhor DEUS:
B: Isto não subsistirá, nem tampouco acontecerá.
C: (8) Porém a cabeça da Síria será Damasco, e a cabeça de Damasco Rezim;
D: e dentro de sessenta e cinco anos Efraim será destruído,
D: e deixará de ser povo.
C: (9) Entretanto a cabeça de Efraim será Samaria, e a cabeça de Samaria o filho de Remalias;
B: se não o crerdes, certamente não haveis de permanecer.
A: (10) E continuou o Senhor a falar com Acaz, dizendo—

Neste quiasma “a cabeça da Síria será Damasco” compara-se com “a cabeça de Efraim será Samaria”, nomeando os dois conspiradores. “Isto não subsistirá” combina com “não haveis de permanecer”. Devido a incredulidade de Acaz, seu próprio reinado não seria estabelecido—com o mesmo resultado do plano traiçoeiro feito contra ele. A declaração central do quiasma prova que “Efraim será quebrantado, e deixará de ser povo”. Para que o reino de Acaz ou o plano contra ele tivesse êxito, a intervenção do Senhor seria necessária.

O versículo 12 informa: “Acaz, porém, disse: Não pedirei, nem tentarei ao Senhor”. Esta resposta não é um sinal de humildade, mas de um desinteresse irreverente de um rei iníquo. Isaías enfureceu-se.

O versículo 13 continua: “Então ele disse: Ouvi agora, ó casa de Davi: Pouco vos é afadigardes os homens, senão que também afadigareis ao meu Deus?” A incredulidade de Acaz é ofensivo para o Senhor e Isaías.

Então, Isaías transmite uma profecia assombrosa a respeito do nascimento virginal do Senhor Jesus Cristo, começando no versículo 14: “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel”. O Grande Pergaminho de Isaías, apresenta “Jeová” ao invés de “o mesmo Senhor.”[8] O significado em hebraico de Emanuel é “Deus conosco”[9], que descreve a herança divina do Senhor e Seu papel como Jeová no mundo pré-mortal. Apesar da profecia que o reinado de Acaz não permaneceria estabelecido por causa de sua incredulidade, o Messias nasceria entre o povo de Acaz num tempo futuro. Em cumprimento da profecia que sem dúvidas o rei Acaz conhecia, o Messias nasceria como um descendente e herdeiro dos reis davídicos.[10]

Por que será que o Senhor deu estas informações concernente ao Messias como sinal para um rei iníquo? O reinado de Acaz não iria durar muito, devido sua iniquidade, mas sua nação sobre a qual governava continuaria a existir, pelo menos até o tempo predito quando o ministério terreno do Messias acontecesse. Este conhecimento foi dado como uma garantia divina, que apesar da ameaça de guerra que ele estava encarando, o povo de Acaz e sua linhagem real continuariam a existir por centenas de anos. Além disso, o nascimento do Salvador é uma das mais ponderosas manifestações do amor de Deus pela humanidade, e até mesmo por este rei iníquo.

O versículo 14 é citado no Novo Testamento por Mateus, descrevendo o nascimento de Jesus em Belém como o cumprimento da profecia de Isaías.[11] Mateus inclui a interpretação de “Emanuel” como “Deus conosco.” De todas as profecias de Isaías citadas no Novo Testamento, referentes ao ministério terreno de Jesus Cristo, esta passagem é uma das mais importante.[12]

As palavras do versículo 14 foram imortalizadas em “O Messias” de Handel, parte 1 número 8, Recitativo para contralto: “Eis que uma virgem conceberá”.

Concernente a esta passagem, Gordon B. Hinckley exortou:

“Crede nele que é o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, que foi a fonte de inspiração de todos os antigos profetas – que falaram, movidos pelo Espírito Santo. Esses profetas falaram por Ele, ao depreenderem reis, ao admoestarem nações, e quando, como videntes, anunciaram a vinda de um prometido Messias, declarando pelo poder de revelação: “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel.”[13]

Néfi, que conhecia muito bem as palavras de Isaías, viu os acontecimentos previsto neste versículo, como resposta a seu pedido para saber o significado da árvore da vida, isto foi feito através de uma visão que ele e seu pai, Leí, tiveram:

“E aconteceu que olhei e vi a grande cidade de Jerusalém e também outras cidades. E vi a cidade de Nazaré; e na cidade de Nazaré vi uma virgem que era extremamente formosa e branca.
“E aconteceu que vi os céus se abrirem; e um anjo desceu e, pondo-se na minha frente, disse: Néfi, que vês tu?
“E eu respondi: Uma virgem mais bela e formosa que todas as outras virgens…”E disse-me ele: Eis que a virgem que vês é a mãe do Filho de Deus, segundo a carne.
“E aconteceu que eu a vi ser arrebatada no Espírito. E depois de haver sido ela arrebatada no Espírito por um certo espaço de tempo, o anjo falou-me, dizendo: Olha!
“E eu olhei e tornei a ver a virgem carregando uma criança nos braços.
“E disse-me o anjo: Eis o Cordeiro de Deus, sim, o Filho do Pai Eterno! Sabes tu o significado da árvore que teu pai viu?
“E respondi-lhe, dizendo: Sim, é o amor de Deus….”[14]

Néfi, sentindo a ponderosa influência do Espirito Santo quando viu o maravilhoso acontecimento que se passaria em Nazaré e Belém no meridiano dos tempos, concluiu corretamente que a árvore da vida representava o amor de Deus para Seus filhos—tantos os iníquos quanto os justos. Aprendemos no Livro de Mórmon que o nascimento mortal do Messias é uma manifestação superlativa do amor de Deus.

O versículo 15 continua a profecia de Isaías: “Manteiga e mel comerá, quando ele souber rejeitar o mal e escolher o bem”. O fato de comer manteiga e mel—ou, coalhada e mel, as únicas comidas disponíveis aos pobres em certas épocas[15]—fez com que Salvador soubesse como “rejeitar o mal e escolher o bem”, é evidente que isto se refere ao alimento espiritual, ao invés de simplesmente a nutrição física. Ele nasceria e cresceria num tempo de grande privação entre o povo que não buscaria iluminação espiritual.

O Senhor, através de revelações modernas, citou uma parte dos registros de João Batista concernente a nutrição do Messias mortal no começo de sua vida: “E eu, João, vi que no princípio ele não recebeu da plenitude, mas recebeu graça por graça…mas continuou de graça em graça, até receber a plenitude; E assim foi chamado de Filho de Deus, porque não recebeu da plenitude no princípio.”[16]

O filho do Deus recebeu nutrição espiritual pouco a pouco até receber a plenitude. De onde veio tal nutrição? João Batista testificou sobre a realidade do desenvolvimento natural e progresso no crescimento de Jesus, da infância até a maturidade. Sua fonte de nutrição espiritual certamente não foi limitada a pais terrenos ou mestres; Ele recebeu sua iluminação dos céus. Considere a cena quando, na idade de doze anos, Jesus foi encontrado no templo:

“E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os.
“E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas.
“E quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos.
“E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?
“E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia.”[17]

A reprimenda gentil de Jesus afirma que Deus era literalmente Seu pai, não José. Obviamente, Ele não recebeu esta marcante compreensão de seus pais terrenos, que “não compreenderam as palavras que lhes dizia”.[18] Sua compreensão veio através de revelação de Seu Pai Celestial, bem como profetizou Isaías.

No versículo 16 Isaías continua sua profecia a Acaz, testificando que os acontecimentos militares preditos aconteceriam num futuro imediato: “Na verdade, antes que este menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem, a terra, de que te enfadas, será desamparada dos seus dois reis”. Aqui, a criança se refere ao filho de Isaías, Sear-Jasube,[19] não Emanuel, mencionado e predito nos versículos 14 e 15. Isaías provavelmente mudou o assunto de Emanuel, a criança sagrada que nasceria de uma virgem, para seu próprio filho, a fim de evitar que o rei Acaz, em sua maldade, compreendesse completamente a natureza dos sinais que seriam dados.[20] Isaías foi instruído pelo Senhor para levar seu filho pequeno com ele, quando fosse transmitir esta mensagem profética;[21] A bondade e inocência de Sear-Jasube compara-se com o estado sem pecado do Salvador, Emanuel. As terras abomináveis mencionadas por Isaías eram a Síria e o reino de Israel Setentrional (ao norte), cujos reis, Rezim e Peca, conspiraram contra Acaz.[22]

Nos versículos 17 até 20 Isaías profetiza a respeito da destruição que logo resultaria na queda de Israel e Síria, e que isto seria um exemplo da destruição nos últimos dias. No versículo 17 ele descreve o horror trazido pelo rei da Assíria: “Porém o Senhor fará vir sobre ti, e sobre o teu povo, e sobre a casa de teu pai, pelo rei da Assíria, dias tais, quais nunca vieram, desde o dia em que Efraim se separou de Judá”. Efraim partiu de Judá sob o servo de Salomão, Jeroboão, em 975 a.C.[23]

Os versículos 14 até 17 contêm um quiasma:

A: (14) Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho,
B: e chamará o seu nome Emanuel.
C: (15) Manteiga e mel comerá, quando ele souber rejeitar o mal e escolher o bem.
C: (16) Na verdade, antes que este menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem,
B: a terra, de que te enfadas, será desamparada dos seus dois reis.
A: (17) Porém o Senhor fará vir sobre ti, e sobre o teu povo, e sobre a casa de teu pai, pelo rei da Assíria, dias tais, quais nunca vieram, desde o dia em que Efraim se separou de Judá.

O lado ascendente do quiasma descreve o nascimento e os primeiros anos de vida do Messias, já o lado descendente reflete a inocência do filho de Isaías, Sear-Jasube, a derrota da aliança Efraim-Síria e sua destruição pelas mãos do rei da Assíria no tempo de Acaz e Isaías. A frase “o mesmo Senhor vos dará um sinal” é refletida pela frase “o Senhor fará vir sobre ti…”. Estas declarações, também relacionadas, demonstram mais uma parte do sinal dado a Acaz, a presciência da destruição de Efraim e Síria, e a grande tribulação que sobreveio à Judá pelas mãos dos assírios. “Emanuel” compara-se com “será desamparada dos seus dois reis”, denotando que o Senhor Emanuel, o herdeiro legítimo do trono de Davi, traria a destruição de Israel e Síria. A primeira instância “rejeitar o mal e escolher o bem” refere-se a Emanuel, já a segunda instância da mesma frase refere-se ao filho de Isaías. Note que a frase “Manteiga e mel comerá” aplica-se somente a Emanuel.

Eruditos bíblicos têm tido dificuldades com alguns aspectos da profecia de Isaías sobre Emanuel. Eles argumentam que a profecia registrada nos versículos 14 e 15 refere-se a criança que nasceria da esposa de Isaías, possivelmente a segunda esposa, não a mãe de Sear-Jasube, que serviria como um símbolo para o nascimento do Messias. Esta criança, cujo crescimento e desenvolvimento seriam acompanhados por Isaías e Acaz, daria o sinal do cumprimento da segunda parte da profecia concernente à queda da Síria e o reino de Israel Setentrional.[24]

Várias dificuldades aparecem com esta explicação. Mais importante ainda, é que haveria somente um nascimento virginal—o do Messias, Jesus Cristo, o “unigênito do Pai.”[25] Ninguém além do Filho de Deus seria merecedor do nome descritivo, Emanuel, por causa de Sua concepção[26] e Sua posição elevada na vida pré-mortal.[27] Nenhum outro nascimento poderia adequadamente servir como exemplo.

O Senhor mandou Isaías trazer seu filho pequeno, Sear-Jasube, para a entrevista com Acaz, indicando que o tempo que levaria para o crescimento e desenvolvimento de Sear-Jasube seria o mesmo para a destruição da Síria e do reino de Israel Setentrional. É fácil imaginar Isaías apontando para seu filho quando ele falou: “Na verdade, antes que este menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem, a terra, de que te enfadas, será desamparada dos seus dois reis”.[28]

A esposa de Isaías, a mãe de Maer-Salal-Has-Baz[29] e provavelmente a mãe de Sear-Jasube também, é a única esposa de Isaías que se conhece mediante os registros bíblicos. Se seu segundo filho, Maer-Salal-Has-Baz, tipifica o nascimento do Messias, como alguns argumentam, não se pode dizer que seria um nascimento virginal nem sequer o primeiro nascimento. Que se saiba não foi dado a nenhum dos filhos de Isaías o nome de Emanuel, nem mesmo como segundo nome.

A estrutura quiasmática dos versículos 14 até 17, provê uma explicação que não exige suposições inverificáveis. O Filho que nasceria de uma virgem e receberia o nome de Emanuel é descrito no lado ascendente do quiasma, já o outro menino, cujo crescimento e desenvolvimento serviriam como sinal da destruição de Israel e Síria, numa época muito diferente, é descrito no lado descendente. O desenvolvimento gradual da responsabilidade pessoal—o saber rejeitar o mal e escolher o bem—é o elemento comum que liga as duas diferentes descrições.

No versículo 18, o assunto muda para a Assíria e o Egito: “Porque há de acontecer que naquele dia assobiará o Senhor às moscas, que há no extremo dos rios do Egito, e às abelhas que estão na terra da Assíria”. “Naquele dia” indica que Isaías está predizendo os acontecimentos dos últimos dias. As moscas e as abelhas representam grupos de soldados de duas superpotências opostas representadas aqui pelo Egito e Assíria, as duas superpotências no tempo de Isaías. O fato desses soldados poderem voar, não deve ser ignorada, dadas as práticas modernas de guerra.

O Egito não estava diretamente envolvido na conquista da Síria e Israel em 721 a.C.  Esta referência ao Egito, portanto, indica ainda mais que esta profecia é um exemplo a ser cumprido nos últimos dias. O Egito representa uma superpotência moderna ocidental, enquanto que a Assíria representa uma superpotência moderna do oriente médio ou do oriente.[30]

No versículo 19, os grupos de invasores foram descritos com maiores detalhes: “E todas elas virão, e pousarão nos vales desertos e nas fendas das rochas, e em todos os espinheiros e em todos os arbustos”. As hostes invasoras apoderariam-se da terra.

O versículo 20 descreve a humilhação total que se sofreria pelas mãos do rei da Assíria: “Naquele mesmo dia rapará o Senhor com uma navalha alugada, que está além do rio, isto é, com o rei da Assíria, a cabeça e os cabelos dos pés; e até a barba totalmente tirará”. O Livro de Mórmon omite “isto é”. “Aqueles que estão “além do Rio” refere-se aos exércitos da Assíria do outro lado do rio Eufrates, mas também é um símbolo para um grande tirano dos últimos dias. Raspar a cabeça, os pés, e a barba são símbolos de completa derrota e humilhação—total destruição dos exércitos, com seus combatentes sendo assassinados ou levados como prisioneiros—que se sofreria pelas mãos do rei da Assíria. Note que na conquista predita os invasores cumpririam a vontade do Senhor, como se fossem, figurativamente, contratados pelo Senhor como mercenários—a “navalha alugada”.[31]

Os últimos versículos do capítulo 7 descreve a desolação da terra depois que os habitantes de Israel e Judá forem assassinados ou levados cativos. No versículos 21 e 22 a relativa abundância de alimento, devido a dizimação da população é descrita:

“E sucederá naquele dia que um homem criará uma novilha e duas ovelhas.
“E acontecerá que por causa da abundância do leite que elas hão de dar, comerá manteiga; e manteiga e mel comerá todo aquele que restar no meio da terra.”

Os restantes sobreviveriam devido a autossuficiência. Manteiga e mel—ou, coalhada e mel, às vezes seriam os únicos alimentos disponíveis aos pobres autossuficientes,[32]—indicam a situação difícil dos sobreviventes.

No versículo 15, note que manteiga e mel referem-se à nutrição espiritual que o jovem Jesus receberia. No versículo 22 esta mesma frase refere-se à nutrição temporal e à espiritual—temporal devido as dificuldades da população dizimada, e espiritual por cause da destruição dos líderes que desviavam o povo para o mau caminho, dando fim às suas artimanhas sacerdotais. Os remanescentes seriam livres para seguir a retidão.[33]

O cultivo da terra cessaria completamente, como foi descrito no versículos 23 até 25, devido à grande redução na população. O versículo 23 prediz: “Sucederá também naquele dia que todo o lugar, em que houver mil vides, do valor de mil siclos de prata, será para as sarças e para os espinheiros”. Ao invés de vinhas valiosas do valor de mil siclos de prata, somente sarças e espinheiros cresceriam.

O versículo 24 descreve a terra, porque seria revertia em deserto, adequada somente para a caça: “Com arco e flecha se entrará ali, porque toda a terra será sarças e espinheiros”, devido à falta de pessoas para cultivar a terra.

O versículo 25 descreve os campos que foram cultivados no passado: “E quanto a todos os montes, que costumavam cavar com enxadas, para ali não irás por causa do temor das sarças e dos espinheiros; porém servirão para se mandarem para lá os bois e para serem pisados pelas ovelhas”. Ou, esses campos que antes eram cultivados, serviriam somente como pastos para bois ou ovelhas.[34]

A terra ficaria desolada exceto por uns poucos zeladores sob comando Assírio. O Senhor não estaria espiritualmente com eles, apesar das referências à manteiga e mel (nutrição espiritual) no versículo 15; coisas sagradas seriam profanadas, como pelos “bois, e para serem pisados pelas ovelhas.” Falsas doutrinas surgiriam como as “sarças e espinheiros,” para sufocarem as doutrinas verdadeiras que foram dadas originalmente pelo Senhor.[35], [36]

NOTAS

[1]. Ver 2 Crônicas 28:5-15.
[2]. Ver 2 Reis 15:29; 16:7-9.
[3]. Ver Dicionário Bíblico—Cronologia.
[4]. Ver Dicionário Bíblico—Cronologia; também Dicionário Bíblico—Isaías.
[5]. F. Brown, S. Driver, e C. Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon [Léxico Hebraico e Inglês de Brown-Driver-Briggs]: Hendrickson Publishers, Peabody, MA, 01961-3473, 1996, Número de Strong 7610, p. 984.
[6]. Brown et al., 1996, Número de Strong 1234, p. 131-132.
[7]. Ver 2 Reis 17:6-8; Isaías 8:4; 17:2; 42:24; 43:6; 49:12; 54:7.
[8]. Donald W. Parry,  Harmonizing Isaiah: Foundation for Ancient Research e Mormon Studies (FARMS) at Brigham Young University, [A Harmonização de Isaías: Fundação de Pesquisas Antigas e Estudos Mórmons na Universidade Brigham Young], Provo, Utah, 2001, p. 58.
[9]. Brown et al., 1996, Número de Strong 410, p. 41.
[10]. Ver Gênesis 49:10; Mateus 1:1-16.
[11]. Mateus 1:22-23.
[12]. Ver Isaías 6:10, comentário pertinente e notas no final do texto.
[13]. Gordon B. Hinckley, “Não sejas incrédulo”, A Liahona, Outubro de 1978, p. 100.
[14]. 1 Néfi 11:13-15, 18-22.
[15]. Brown et al., 1996, Número de Strong 2529, p. 326, 328; Ver também Isaías 7:15, nota de rodapé 15a na Bíblia SUD em inglês.
[16]. Doutrina e Convênios 93:12-14.
[17]. Lucas 2:46-50.
[18]. Lucas 2:50.
[19]. Ver Isaías 7:3.
[20]. Ver Isaías 6:9-10 e comentário pertinente; Ver também D. e C. 82:3 e Lucas 12:48.
[21]. Ver Isaías 7:3.
[22]. Ver Isaías 7:1.
[23]. Dicionário Bíblico—Cronologia.
[24]. Ver comentário de Victor L. Ludlow, Isaiah: Prophet, Seer, and Poet [Isaías: Profeta, Vidente e Poeta]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1982, pp. 143-145.
[25]. Ver João 1:14; 3:16, 18; Alma 9:26; D. e C. 76:22-24.
[26]. Ver Lucas 1:31-35.
[27]. Ver Isaías 40:28; 41:20; 42:5-6; 44:24; 45:12; Moisés 1:33; 4:2.
[28]. Isaías 7:16.
[29]. Ver Isaías 8:1-4.
[30]. Ver Gileadi, p. 72-73.
[31]. Terry B. Ball, “Revisão do Capítulo de Isaías: 2 Néfi 17/Isaías 7”,  Companheiro Referencial do Livro do Mórmon: Dennis L. Largey, ed., Deseret Book Company, Salt Lake City, UT, 2003, p.371.
[32]. Brown et al., 1996, Número de Strong 2529, p. 326, 328.
[33]. Versículo 22 contém um quiasma: comer/manteiga/manteiga/comer. In Parry,  Harmonizing Isaiah, [Harmonizando Isaías] 2001, p. 258.
[34]. Brown et al., 1996, Número de Strong 7716, p. 961.
[35]. Ver Isaías 55:13; 5:6; 9:18; 10:17; 27:4; 32:13 e comentário pertinente.
[36]. Versículos 21 até 25 contêm um quiasma: Uma novilha e duas ovelhas/ houver mil vides, do valor de mil siclos de prata/será para as sarças e para os espinheiros/arco//flecha/sarças e espinheiros/cavar com enxadas/bois…ovelhas.