CAPÍTULO 56: “Também Os Levarei Ao Meu Santo Monte, E Os Alegrarei Na Minha Casa De Oração”

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Neste capítulo o Senhor declara que nos últimos dias todos aqueles que guardam Seus mandamentos, pertencendo ou não à linhagem de Israel, serão recebidos como parte do povo do convênio—podendo participar integralmente das bênçãos e convênios do Senhor, inclusive das ordenanças do templo. Esta profecia de Isaías foi, em parte, cumprida quando foi revelado a Pedro que o evangelho deveria ser pregado aos gentios. A profecia foi cumprida ainda mais quando foi anunciado pela Primeira Presidência, em 8 de junho de 1978, que todos os homens dignos, membros da Igreja, poderiam receber o sacerdócio, inclusive as bênçãos do templo, sem acepção de raça ou cor. O capítulo termina com uma vívida descrição de ministros que abandonaram o Senhor, contrastado-os com o povo justo que não fazia parte da linhagem do convênio, mas que aceitou o Senhor.

O conceito principal deste capítulo reflete-se nas palavras do hino “Alegres Cantemos”:

Alegres cantemos, não somos estranhos,
Podemos na terra encontrar salvação;
Alegres notícias os povos recebem;
Em breve virá a final redenção (ênfases adicionadas).[1]

O versículo 1 declara: “Assim diz o SENHOR: Guardai o juízo, e fazei justiça, porque a minha salvação está prestes a vir, e a minha justiça, para se manifestar”. O Senhor adverte que o dia da salvação, quando Ele se manifestará, está prestes a vir. “Justiça”, como foi usado aqui, significa “equidade”.[2] Outros significados encontrados na obra de Isaías incluem justiça social,[3] retribuição,[4] raciocínio são,[5] e um sistema de lei equitativo.[6] O Senhor adverte a todos a fazer justiça.

No versículo 2, o Senhor declara a necessidade de guardar Seus mandamentos: “Bem-aventurado o homem que fizer isto, e o filho do homem que lançar mão disto; que se guarda de profanar o sábado, e guarda a sua mão de fazer algum mal”.[7] A retidão pessoal nos preparará para o dia do Senhor. “Homem” e “filho do homem” significa qualquer membro da família humana, independente de seus ancestrais ou sexo. Guardar o sábado, ou o dia do Senhor, é um convênio que fazemos com Deus que mostra nosso amor e lealdade a Ele.

Os versículos 1 e 2 contêm um quiasma:

A: (1) Assim diz o SENHOR: Guardai o juízo,
B: e fazei justiça, porque a minha salvação está prestes a vir, e a minha justiça, para se manifestar.
C: (2) Bem-aventurado o homem que fizer isto,
C: e o filho do homem que lançar mão disto;
B: que se guarda de profanar o sábado,
A: e guarda a sua mão de fazer algum mal.

“Guardai o juízo” complementa “guarda a sua mão de fazer algum mal”, que define mais precisamente o significado desta frase. “Fazei justiça, porque a minha salvação está prestes a vir, e a minha justiça, para se manifestar” corresponde-se com “que se guarda de profanar o sábado”. Esta equidade quiasmática enfatiza a importância de guardar o dia santificado. Ao guardar o juízo e evitar o mal, juntamente com guardar o dia do Senhor, prepara o homem no caminho da retidão para salvação do Senhor, que está prestes a vir.

Nos versículos 3 até 6, o Senhor declara que aqueles que antes eram excluídos sob a Lei de Moisés seriam um dia recebidos para compartilhar de todas as bênçãos do evangelho, baseando-se somente no princípio de retidão pessoal. O versículo 3 começa: “E não fale o filho do estrangeiro, que se houver unido ao Senhor, dizendo: Certamente o Senhor me separará do seu povo; nem tampouco diga o eunuco: Eis que sou uma árvore seca”. Os estrangeiros—ou seja, aqueles que não eram parte da casa de Israel, mas que aceitaram o evangelho apesar de não serem parte da linhagem do convênio—receberão as mesmas bênçãos que o povo do convênio receber.[8] Os eunucos, que sob a Lei de Moisés eram excluídos,[9] também serão bem-vindos a compartilharem das bênçãos e ordenanças do Senhor, baseando-se na retidão pessoal. Os estrangeiros e os eunucos também representam aqueles que, desde os tempos antigos, eram proibidos de receberem as bênçãos do sacerdócio devido suas descendências.[10]

O versículo 4 declara: “Porque assim diz o Senhor a respeito dos eunucos, que guardam os meus sábados, e escolhem aquilo em que eu me agrado, e abraçam a minha aliança”— A retidão pessoal por guardar os mandamentos seria o único requerimento para receber as bênçãos e convênios do Senhor.

No versículo 5, o Senhor promete grandes bênçãos aos eunucos que O servirem: “Também lhes darei na minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um nome, melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará”. [11] A palavra hebraica traduzida como “lugar” neste passagem é “família de descendentes”.[12] Aqueles que foram negados a oportunidade de terem filhos durante a vida mortal por causa de problemas físicos, receberão bênçãos ainda maiores baseando-se na retidão pessoal. “Um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará” refere-se ao nome da família sendo perpetuado através de seus descendentes, por toda a eternidade. A casa do Senhor é o lugar onde as bênçãos mencionadas serão concedidas.

No versículo 6 Isaías resume: “E aos filhos dos estrangeiros, que se unirem ao Senhor, para o servirem, e para amarem o nome do Senhor, e para serem seus servos, todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem a minha aliança”. Isaías declara que as bênçãos do convênio ficariam disponíveis a todos—inclusive aos justos que não fazem parte da linhagem escolhida. “O sábado” não significa somente o dia de descanso e adoração;[13] sob a Lei de Moisés, dias de celebrações importantes eram consideradas como sábados, ou dias santificados.[14] Havia também anos de sábado, ou santificado[15] e anos de júbilo, cada um com requerimentos e observâncias específicos.

Durante Seu ministério terreno o Senhor Jesus Cristo profetizou que o evangelho e as bênçãos do sacerdócio seriam concedidos aos membros da casa de Israel primeiro, e por último aos outros; mas nos últimos dias a ordem seria invertida: “Assim os derradeiros serão primeiros, e os primeiros derradeiros; porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”.[16]

Néfi predisse estas mesmas coisas acerca das dispensações do evangelho que viria depois dele:

“E chegará o tempo em que ele se manifestará à todas as nações, tanto aos judeus como aos gentios; e depois de haver-se manifestado aos judeus e também aos gentios, ele manifestar-se-á aos gentios e também aos judeus; e os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos”.[17]

O evangelho seria dado aos gentios, porque os judeus rejeitariam o Messias durante Seu ministério terreno. Na dispensação da plenitude dos tempos, os gentios e outros receberiam as bênçãos do evangelho antes que o povo judeu tivessem a oportunidade de recebê-las.

Os versículos 4 até 6 contêm um quiasma:

A: (4) Porque assim diz o Senhor
B: a respeito dos eunucos, que guardam os meus sábados, e escolhem aquilo em que eu me agrado, e abraçam a minha aliança:
C: (5) Também lhes
D: darei na minha casa e dentro dos meus muros
E: um lugar e um nome, melhor do que o de filhos
E: e filhas;
D: um nome eterno darei a cada um deles,
C: que nunca se apagará.
B: (6) E aos filhos dos estrangeiros, que se unirem ao Senhor, para o servirem,
A: e para amarem o nome do Senhor, e para serem seus servos, todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem a minha aliança—

A mensagem deste quiasma é que os que foram excluídos de receber as bênçãos do Senhor sob a Lei de Moisés—os que não faziam parte da linhagem do convênio e aqueles incapazes de terem progenitura devido à problemas físicos—serão bem-vindos nos últimos dias a compartilharem de todas as bênçãos do Senhor, baseando-se só na retidão pessoal. “Assim diz o Senhor” corresponde-se com “para amarem o nome do Senhor, e para serem seus servos, todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem a minha aliança”. Se amamos o Senhor, daremos ouvidos às Suas palavras. “A respeito dos eunucos, que guardam os meus sábados, e escolhem aquilo em que eu me agrado, e abraçam a minha aliança” complementa “e aos filhos dos estrangeiros, que se unirem ao Senhor, para o servirem”.

O versículo 7 prediz a disponibilidade mundial das ordenanças do templo: “Também os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios [ou seja, convênios] serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos”. O Senhor receberia todos os povos, mesmo os que não faziam parte do povo do convênio, no templo e aceitaria suas ordenanças e ofertas. O “meu santo monte” significa o templo e suas sagradas ordenanças e convênios.[18]

Jesus citou parte do versículo 7 quando expulsou os comenciantes e cambistas do templo: “E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões”.[19]

Desde o tempo de Isaías, esta profecia predizendo que os que não eram da linhagem do convênio receberiam a mensagem, bênçãos e ordenanças do evangelho foi cumprida devido dois acontecimentos.

Primeiro, o Apóstolo Pedro—depois de ter-lhe sido mostrado num sonho que o evangelho seria pregado aos gentios—declarou: “E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; Mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo”.[20] Depois disto o evangelho foi pregado extensivamente entre os gentios, como é evidente no Novo Testamento nas inúmeras epístolas às congregações de crentes gentios.

Segundo, no dia 8 de junho de 1978 o Presidente Spencer W. Kimball anunciou à Igreja e ao mundo que o tempo havia chegado quando todo homem digno, membro da Igreja, de qualquer raça poderia ser ordenado ao sacerdócio e compartilhar das bênçãos que dele provém, inclusive as bênçãos do templo:

“Ao testemunharmos a expansão da obra do Senhor na Terra, sentimo-nos gratos por terem os povos de muitas nações aceitado a mensagem do evangelho restaurado, filiando-se à Igreja em número cada vez maior. Isso despertou em nós o desejo de conceder a todos os membros dignos da Igreja todos os privilégios e bênçãos que o evangelho proporciona.
“Cônscios das promessas feitas pelos profetas e presidentes da Igreja que nos precederam, de que, a um dado momento no plano eterno de Deus, todos os nossos irmãos dignos receberiam o sacerdócio; e testemunhando a fidelidade daqueles que haviam sido impedidos de recebê-lo, imploramos longa e fervorosamente por esses nossos fiéis irmãos, passando muitas horas na Sala Superior do Templo, a suplicar a orientação divina do Senhor.
“Ele ouviu nossas orações e, por revelação, confirmou que era chegado o dia, há muito prometido, em que todo homem da Igreja fiel e digno poderia receber o santo sacerdócio, com o poder para exercer sua autoridade divina e usufruir, com seus entes queridos, todas as bênçãos que dele provém, incluindo-se as bênçãos do templo. Portanto todos os homens dignos da Igreja podem ser ordenados ao sacerdócio, independentemente de sua raça ou cor. Instruímos os líderes do sacerdócio a seguirem a diretriz de, cuidadosamente, entrevistar todos os candidatos à ordenação, seja ao Sacerdócio Aarônico ou ao de Melquisedeque, para verificar se atendem aos padrões de dignidade estabelecidos.
“Declaramos solenemente que o Senhor deu agora a conhecer sua vontade para bênção de todos os seus filhos, em toda a Terra, que atenderem à voz de seus servos autorizados e se prepararem para receber todas as bênçãos do evangelho”.[21]

A construção de mais de 140 templos também é de grande significância em trazer as bênçãos do evangelho a todo o mundo, tornando disponível as mais altas ordenanças e convênios à muitas nações, sob inspiração dos Presidentes Gordon B. Hinckley e Thomas S. Monson.[22], [23]

O versículo 7 contém um quiasma:

A: (7) Também os levarei ao meu santo monte,
B: e os alegrarei na minha casa de oração;
C: os seus holocaustos
C: e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar;
B: porque a minha casa será chamada casa de oração
A: para todos os povos.

Este quiasma prediz que nos últimos dias o Senhor convidará a todos, independentemente de raça ou descendência, a participarem integralmente das ordenanças e bênçãos do evangelho. “Os levarei ao meu santo monte” corresponde-se com “todos os povos”.

O versículo 8 proclama: “Assim diz o Senhor DEUS, que congrega os dispersos de Israel: Ainda ajuntarei outros aos que já se lhe ajuntaram”.[24] Outros que não são da linhagem do convênio serão coligados, juntamente com Israel, nos últimos dias.

Os versículos 1 até 8 contêm um quiasma de grande escala:[25]

A: (1) Assim diz o SENHOR: Guardai o juízo, e fazei justiça, porque a minha salvação está prestes a vir, e a minha justiça, para se manifestar.
B: (2) Bem-aventurado o homem que fizer isto, e o filho do homem que lançar mão disto;
C: que se guarda de profanar o sábado, e guarda a sua mão de fazer algum mal.
D: (3) E não fale o filho do estrangeiro, que se houver unido ao Senhor, dizendo: Certamente o Senhor me separará do seu povo;
E: nem tampouco diga o eunuco: Eis que sou uma árvore seca.
F: (4) Porque assim diz o Senhor a respeito dos eunucos, que guardam os meus sábados,
F: e escolhem aquilo em que eu me agrado, e abraçam a minha aliança:
E: (5) Também lhes darei na minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um nome, melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará.
D: (6) E aos filhos dos estrangeiros, que se unirem ao Senhor, para o servirem, e para amarem o nome do Senhor, e para serem seus servos,
C: todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem a minha aliança,
B: (7) Também os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos.
A: (8) Assim diz o Senhor DEUS, que congrega os dispersos de Israel: Ainda ajuntarei outros aos que já se lhe ajuntaram.

O enfoque deste quiasma é “porque assim diz o Senhor a respeito dos eunucos, que guardam os meus sábados, e escolhem aquilo em que eu me agrado, e abraçam a minha aliança”, mostrando que a retidão pessoal é de importância primordial para o indivíduo receber as bênçãos do Senhor —independentemente de linhagem ou condições físicas. “A minha salvação está prestes a vir, e a minha justiça, para se manifestar” complementa “o Senhor DEUS, que congrega os dispersos de Israel”, identificando a época como sendo a da coligação de Israel quando o Senhor autorizará oferecer as bênçãos do sacerdócio e as bênçãos do templo a todos, basendo-se somente na retidão pessoal. “Que se guarda de profanar o sábado, e guarda a sua mão de fazer algum mal” é equivalente a “todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem a minha aliança”, ressaltando a importância da observância do dia santificado como um componente da retidão pessoal.

Nos versículos 9 até 12, Isaías condena a negligência dos líderes e ministros apóstatas de Israel que abandonaram o Senhor—um contraste marcante com os fiéis que não fazem parte do povo do convênio, cujo potencial para as bênçãos é descrito nos versículos anteriores neste capítulo. O povo foi deixado desprotegido dos perigos que virão, devido a grande negligência de seus líderes.

No versículo 9, Isaías prediz o avanço das nações gentias, descrevendo-os metaforicamente como predadores ferozes que atacariam o desprevinido povo do convênio: “Vós, todos os animais do campo, todos os animais dos bosques, vinde comer”. Como leões vorazes, as nações gentías devorariam e dispersariam o rebanho desprotegido.

Os versículos 10 até 12 descrevem ministros e líderes gananciosos da antiga Israel—comparando-os com cães de guarda que não ladram—cujo desamparo resultou em Israel sendo levada cativa e dispersa. Esta mesma descrição corresponde com os potentados e ministros na época de Cristo, cuja rejeição do Messias resultou em Israel sendo, novamente, ferida e dispersa. A descrição de Isaías também corresponde-se aos ministros dos últimos dias que negam a Restauração, não reconhecendo a mão do Senhor na preparação para a Sua Segunda Vinda.

Primeiro, Isaías descreve os líderes e ministros negligentes como atalaias cegos; depois ele compara-os com cães mudos e gananciosos; finalmente, ele os descreve como pastores que não compreendem nada. O versículo 10 começa: “Todos os seus atalaias são cegos, nada sabem; todos são cães mudos, não podem ladrar; andam adormecidos, estão deitados, e gostam do sono”. “Os seus atalaias” refere-se àqueles que têm a responsabilidade de fornecer orientação moral, que professam ter autoridade sacerdotal e discernimento profético. Isaías apresentou o símile de “atalaias” antes, no capítulo 21.[26]

O versículo 11 continua: “11E estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte”. “Todos eles se tornam para o seu caminho” contrasta-se com o caminho do Senhor, ou o Plano de Salvação.[27] A ganância toma o lugar do amor e interesse por aqueles por quem têm responsabilidade eclesiástica.

Os versículos 10 e 11 contêm um quiasma:

A: (10) Todos os seus atalaias são cegos, nada sabem;
B: todos são cães mudos, não podem ladrar;
C: andam adormecidos,
C: estão deitados, e gostam do sono.
B: (11) E estes cães são gulosos, não se podem fartar;
A: e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte.

“Atalaias” e “pastores” são equivalentes, ambos significando ministros ou líderes que deveriam ter sido fiéis ao Senhor. Estes ministros preguiçosos são gulosos (gananciosos) e egoístas, preocupados somente com seus próprios ganhos. Como se estivessem adormecidos, eles são incapazes de dar advertências a tempo.

O versículo 12 conclui a descrição dos ministros negligentes: “Vinde, dizem, trarei vinho, e beberemos bebida forte; e o dia de amanhã será como este, e ainda muito mais abundante”. O Grande Pergaminho de Isaías diz “vinde, dizem, traiamos nós vinho …”.[28] Os ministros são gananciosos e buscam seus próprios interesses; eles abandonaram o Senhor e Seus caminhos.

Anteriormente, no capítulo 28, Isaías atesta sobre a falta de inspiração desses ministros: “Mas também estes erram por causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham …”.[29] Esta sentença significa que suas artimanhas sacerdotais, orgulho e busca das riquezas e honra do mundo deixaram-nos destituídos das coisas espirituais, que são obtidas somente através de revelação de Deus. “Até o sacerdote e o profeta” que professam ter autoridade sacerdotal e discernimento profético “erram por causa da bebida forte; são absorvidos pelo vinho; desencaminham-se por causa da bebida forte; andam errados na visão e tropeçam no juízo”.[30] Devido aqueles que assumem autoridade eclesiástica terem-se entregue aos apetites mundanos e suas gratificações, suas visões e julgamentos são incorretos e eles não são inspirados pelo Senhor. Esta descrição também caracteriza a decadência espiritual e moral, muito comum nas predominantes religiões de nossos dias.

NOTAS

[1]. Hinos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, 1990, Hino número 3, “Alegres Cantemos”, estrofe 1.
[2]. Ver Isaías 1:21; 53:8; 59:9, 11, 14, 15; 61:8.
[3]. Ver Isaías 1:17; 5:7; 9:7; 42:1; 59:8.
[4]. Ver Isaías 1:17; 3:14; 4:4; 34:5.
[5]. Ver Isaías 1:17; 28:7; 40:14, 27; 42:3; 59:8.
[6]. Ver Isaías 51:4; 54:17.
[7]. Este quiasma dos versículos 1 e 2 tem outra forma alternativa: Guardai o juízo/fazei justiça/salvação está prestes a vir//minha justiça, para se manifestar/o homem que fizer isto/que se guarda de profanar o sábado, e guarda a sua mão de fazer algum mal.
[8]. Ver Deuteronômio 23:3.
[9]. Ver Deuteronômio 23:1.
[10]. Ver Moisés 7:22; Abraão 1:26-27.
[11]. O versículo 5 contém um quiasma reconhecido no hebraico original: Lhes darei/um nome//um nome/darei a cada um deles. Em Donald W. Parry, Harmonizing Isaiah: Foundation for Ancient Research e Mormon Studies (FARMS) at Brigham Young University [A Harmonização de Isaías: Fundação de Pesquisas Antigas e Estudos Mórmons na Universidade Brigham Young], Provo, Utah, 2001, p. 263.
[12]. F. Brown, S. Driver, e C. Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon [Léxico Hebraico e Inglês de Brown-Driver-Briggs]: Hendrickson Publishers, Peabody, MA, 01961-3473, 1996, Número de Strong 1004, p. 108.
[13]. Ver Êxodo 20:10-11; Deuteronômio 5:15.
[14]. Ver Levítico 23:24-32, 39-43.
[15]. Ver Levítico 25:2-7.
[16]. Mateus 20:16; Ver também Marcos 10:31 e Lucas 13:30.
[17]. 1 Néfi 13:42; Ver também Éter 13:12.
[18]. Ver Isaías 2:3; 30:29; 65:11; 66:20 e comentário pertinente.
[19]. Mateus 21:13; Ver também Marcos 11:17; Lucas 19:46.
[20]. Atos 10:34-35.
[21]. Doutrina e Convênios, Declaração Oficial 2.
[22]. Gordon B. Hinckley, “A Igreja se Fortalece”, A Liahona, Maio de 2004, p. 4-5.
[23]. Brook P. Hales, “Relatório Estatístico de 2013”, A Liahona, Maio de 2014, p. 4-5.
[24]. O versículo 8 contém um quiasma: O Senhor DEUS, que congrega/os dispersos/outros//aos/que já se/lhe ajuntaram.
[25]. Compare com Victor L. Ludlow, Isaiah: Prophet, Seer, and Poet [Isaías: Profeta, Vidente e Poeta]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1982, p. 470-471.
[26]. Ver Isaías 21:6; 52:8; 62:6 e comentário pertinente.
[27]. Ver Isaías 26:7-8; 28:7; 35:8; 40:3; 49:11; 51:10; 62:10 e comentário pertinente.
[28]. Parry, 2001, p. 220.
[29]. Isaías 28:7.
[30]. Isaías 28:7.

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