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CAPÍTULO 34: “E Os Seus Mortos Serão Arremessados, E Dos Seus Cadáveres Subirá O Mau Cheiro”

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O capítulo 34 descreve a destruição em apocalipse precedendo a Segunda Vinda do Senhor que recairá sobre as nações da Terra que se opuseram ao Senhor e a Seu povo. Os exércitos do mundo serão destruídos, o mau cheiro dos cadáveres dos mortos subirá, e as montanhas derreterá com seu sangue. As nações que se opuserem a Sião e a seus estabelecimentos serão deixadas desabitadas, e somente os animais selvagens restarão para herdarem a terra. Uma dica importante para se compreender este capítulo é comparar passagens semelhantes em Doutrina e Convênios. Um propósito essencial para este volume de escrituras modernas é descrever acontecimentos que ocorrerão nos últimos dias: “Portanto temei e tremei, ó povos, porque o que eu, o Senhor, neles decretei, neles [revelações contidas em Doutrina e Convênios] será cumprido”.[1]

No versículo 1, Isaías clama a todos a ouvirem suas palavras: “Chegai-vos, nações, para ouvir, e vós povos, escutai; ouça a terra, e a sua plenitude, o mundo, e tudo quanto produz”.[2] A advertência de Isaías, de extrema importância, é para o mundo todo ouvir; as nações da Terra são convocadas a ouvirem. Compare a convocação introdutória do Senhor em Doutrina e Convênios:

“Escutai, ó povo da minha igreja, diz a voz daquele que habita no alto e cujos olhos estão sobre todos os homens; sim, em verdade vos digo: Escutai, ó povos distantes e vós, que estais nas ilhas do mar, escutai juntamente.
“Pois em verdade a voz do Senhor dirige-se a todos os homens e ninguém há de escapar; e não haverá olho que não veja nem ouvido que não ouça nem coração que não seja penetrado.[3]

O versículo 2 começa a mensagem de Isaías às nações do mundo: “Porque a indignação do Senhor está sobre todas as nações, e o seu furor sobre todo o exército delas; ele as destruiu totalmente, entregou-as à matança”. O Grande Pergaminho de Isaías apresenta “e entregou-as à matança”.[4]

O Senhor provê mais explicação em Doutrina e Convênios: “Eu, o Senhor, estou irado com os iníquos; estou negando meu Espírito aos habitantes da Terra. Em minha ira jurei e decretei guerras sobre a face da Terra; e o iníquo matará o iníquo e temor virá sobre todo homem”.[5]

O Senhor explica ainda melhor:

“E assim, pela espada e por derramamento de sangue, os habitantes da Terra lamentar-se-ão; e com fome e pragas e terremotos e também com o trovão do céu e o violento e vívido relâmpago, os habitantes da Terra sentirão a ira, a indignação e a mão castigadora de um Deus Todo-Poderoso, até que a destruição decretada ponha um fim total a todas as nações.”[6]

O versículo 3 descreve o horror da matança: “E os seus mortos serão arremessados e dos seus cadáveres subirá o seu mau cheiro; e os montes se derreterão com o seu sangue”. Esta descrição provê uma imagem de um imenso derramamento de sangue sobre a Terra—tão grande que o sangue serviria como um agente para erosão. O uso de “os montes” por Isaías implica que esta destruição envolveria muitas nações.[7] O Grande Pergaminho de Isaías apresenta “… e os montes se derreterão com o seu sangue; os vales serão divididos”.[8]

Este horror compara-se com as últimas cenas de destruição da nação Jaredita, descrita por Morôni em sua tradução dos registros de Éter:

“E tão grande e duradoura foi a guerra e tão longo o derramamento de sangue e a carnificina, que toda a face da terra foi coberta com os corpos dos mortos.
“E tão rápida e acelerada foi a guerra, que não restou quem enterrasse os mortos, mas iam de derramamento de sangue a derramamento de sangue, deixando os corpos dos homens, mulheres e crianças espalhados sobre a face da terra, para tornarem-se presas dos vermes da carne.
“E o seu cheiro espalhava-se pela face da terra; sim, por toda a face da terra; de modo que o povo era molestado dia e noite pelo seu odor.”[9]

Cenas como essas esperam os habitantes da Terra nos últimos dias.

O versículo 4 descreve a extensão da matança: “E todo o exército dos céus se dissolverá, e os céus se enrolarão como um livro; e todo o seu exército cairá, como cai a folha da vide e como cai o figo da figueira”.[10] A palavra hebraica traduzida como “cai o figo” significa “fruta verde, que não está madura”.[11] Estes símiles descrevem a queda de indivíduos num vasto exército.

“Todo o exército dos céus” significa “todos os exércitos da Terra” baseando-se no contexto e equivalência quiasmática. O mesmo significado para “céus” é evidente em revelações modernas: “Sim, em verdade torno a dizer-vos que chegada é a hora em que a voz do Senhor se dirige a vós: Deixai Babilônia; reuni-vos dentre as nações, dos quatro ventos, de um extremo do céu até o outro” (ênfases adicionadas).[12] Compare as palavras de Isaías ao descrever o avanço dos assírios: “Já vem de uma terra remota, desde a extremidade do céu, o Senhor, e os instrumentos da sua indignação, para destruir toda aquela terra” (ênfases adicionadas).[13]

Os céus enrolando-se como um livro não é algo fácil de se imaginar no contexto temporal; entretanto, há várias referências nas escrituras concernente a isto, além deste exemplo no versículo 4. João, o Revelador, prevendo um acontecimento nos últimos dias, declarou: “E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares”.[14] O Senhor, em uma revelação a Joseph Smith, refere-se à “cortina do céu” sendo desenrolada, “como um rolo que se desenrola depois de ter sido enrolado”.[15] Em contraste, Mórmon e Morôni referiram-se à Terra sendo “enrolada como um pergaminho” durante a devastação dos últimos dias.[16]

Os versículos 2 até 4 contêm um quiasma:

A: (2) Porque a indignação do Senhor está sobre todas as nações,
B: e o seu furor sobre todo o exército delas;
C: ele as destruiu totalmente,
C: entregou-as à matança.
B: (3) E os seus mortos serão arremessados e dos seus cadáveres subirá o seu mau cheiro; e os montes se derreterão com o seu sangue.
A: (4) E todo o exército dos céus se dissolverá ….

“Porque a indignação do Senhor está sobre todas as nações” complementa “todo o exército dos céus se dissolverá”. A comparação destas duas frases esclarece mais o significado de “os céus” no versículo 4. “Seu furor sobre todo o exército delas” complementa “os seus mortos serão arremessados”; e “ele as destruiu totalmente” é equivalente à frase “entregou-as à matança”. O Senhor destruirá os exércitos da Terra.

O versículo 5 continua, com o Senhor falando, agora, na primeira pessoa: “Porque a minha espada se embriagou nos céus; eis que sobre Edom descerá, e sobre o povo do meu anátema para exercer juízo”. “Juízo”, como foi usado aqui, significa “retribuição”.[17] O Grande Pergaminho de Isaías apresenta “Porque a minha espada se aparece nos céus”.[18] Compare a declaração do Senhor em Doutrina e Convênios, onde fala na terceira pessoa: “E a ira do Senhor está acesa e sua espada está lavada nos céus e sobre os habitantes da Terra cairá” (ênfases adicionadas).[19]

Esta frase estranha, “porque a minha espada se embriagou nos céus” merece ser analisada. A palavra hebraica traduzida como “embriagou” significa,figurativamente, “saturou” ou “saciou”;[20] algumas traduções dizem “embriagado”. Isto significa que a espada do Senhor está prestes a ser usada abundantemente para o derramamento de sangue. Antigamente, mergulhava-se as espadas e os escudos em óleo em preparação para a batalha; o óleo lubrificava as lâminas, ajudando na eficácia da ferramenta cortante.[21] A frase indica que a espada do Senhor seria preparada para cair com grande fúria sobre os habitantes da Terra.

“O povo do meu anátema” refere-se especialmente a Edom, baseando-se em frases paralelas neste versículo. Entretanto, também significa os povos do mundo que se voltariam contra o Senhor e seu povo, não tendo nenhum respeito pelos Seus mandamentos. A maldição de Edom, que era Esaú, um dos filhos de Isaque e irmão gêmeo de Jacó, foi o resultado da iniquidade pessoal.[22] O Senhor provê o sentido amplo de Iduméia, ou Edom, em Doutrina e Convênios: “E também o Senhor terá poder sobre seus santos e reinará em seu meio e descerá para julgar Iduméia, ou seja, o mundo”.[23]

Os versículos 4 e 5 contêm um quiasma:

A: (4) E todo o exército dos céus se dissolverá,
B: e os céus se enrolarão como um livro; e todo o seu exército cairá,
C: como cai a folha da vide
C: e como cai o figo da figueira.
B: (5) Porque a minha espada se embriagou nos céus;
A: eis que sobre Edom descerá, e sobre o povo do meu anátema para exercer juízo.

O julgamento do Senhor cairá sobre o mundo e seus exércitos. “Todo o exército dos céus se dissolverá” complementa “eis que sobre Edom descerá [a espada do Senhor], e sobre o povo do meu anátema para exercer juízo”. “Todo o exército dos céus”, portanto, significa os exércitos do mundo.

O versículo 6 apresenta uma descrição paralela, ajudando na interpretação desta passagem: “A espada do Senhor está cheia de sangue, está engordurada da gordura do sangue de cordeiros e de bodes, da gordura dos rins de carneiros; porque o Senhor tem sacrifício em Bozra, e grande matança na terra de Edom”.[24] “Grande matança” é equivalente quiasmaticamente à palavra “juízo” no versículo 5, provendo um significado mais preciso. “Cheia” de sangue foi traduzido da mesma palavra hebraica apresentada no versículo 5 como “embriagou”.[25] Bozra era a capital de Edom, ao sudeste do Mar Morto. Bozra significa “fortaleza” ou “redil”.[26] O nome é o mesmo de outra cidade em Moabe e de uma cidade moderna, Basra, no Iraque. A matança e o sacrifício tomam o lugar dos sacrifícios e obediência que não foram oferecidos pelos habitantes da Terra. Cordeiros, bodes e carneiros eram oferecidos como sacrifícios sob a lei de Moisés. Aqui estes animais são metafóricos; o próprio povo tomaria o lugar dos sacrifícios que não foram oferecidos e do sacrifício infinito do Senhor rejeitado pelo povo.

Ao descrever a vinda do Senhor depois destes acontecimentos, Isaías pergunta no capítulo 63: “Quem é este, que vem de Edom, de Bozra, com vestes tintas; este que é glorioso em sua vestidura, que marcha com a sua grande força?” O Senhor responde: “Eu, que falo em justiça, poderoso para salvar”.[27]

O versículo 7 continua a metáfora dos animais a serem sacrificados: “E os bois selvagens cairão com eles, e os bezerros com os touros; e a sua terra embriagar-se-á de sangue até se fartar, e o seu pó se engrossará com a gordura”.[28] A matança do povo é comparada com os sacrifícios de animais que, devido a iniquidade do povo, não foram oferecidos ao Senhor. O boi selvagem é provavelmente Bos primigenius, extinto atualmente, mas que existia na Síria.

O versículo 8 resume: “Porque será o dia da vingança do Senhor, ano de retribuições pela contenda de Sião”. Um aspecto da “contenda de Sião”, sem dúvidas, é a animosidade entre Judeus e Árabes, os descendentes modernos de Esaú. Outros aspectos da controvérsia podem estar relacionados com a fundação de Sião e suas estacas pela posteridade de José. “Sião” como foi usada aqui tem duplo sentido—um lugar de coligação espiritual nos últimos dias, e Jerusalém, tanto a moderna quanto a antiga, inclusive o monte do templo.[29]

Os versículos 5 até 8 contêm um quiasma:[30]

A: (5) Porque a minha espada se embriagou nos céus; eis que sobre Edom descerá, e sobre o povo do meu anátema
B: para exercer juízo.
C: (6) A espada do Senhor está cheia de sangue, está engordurada da gordura
D: do sangue de cordeiros e de bodes, da gordura dos rins de carneiros;
E: porque o Senhor tem sacrifício em Bozra,
E: e grande matança na terra de Edom.
D: (7) E os bois selvagens cairão com eles, e os bezerros com os touros;
C: e a sua terra embriagar-se-á de sangue até se fartar, e o seu pó se engrossará com a gordura.
B: (8) Porque será o dia da vingança do Senhor,
A: ano de retribuições pela contenda de Sião.

“Porque a minha espada se embriagou nos céus; eis que sobre Edom descerá, e sobre o povo do meu anátema” é complementado por “ano de retribuições pela contenda de Sião”; o significado é que a razão que a espada do Senhor está sendo embriagada nos céus, e está caindo sobre o povo de Edom, ou o povo anatemizado (amaldiçoado) pelo Senhor, é em retribuição pela sua contenda com Sião, ou o povo abençoado do Senhor. “Juízo” é equivalente ao “dia da vingança do Senhor”, fornecendo a definição. A equivalência das frases “o Senhor tem sacrifício em Bozra” e “grande matança na terra de Edom” estabelece que o povo sendo massacrado tornara-se o sacrifício—tomando o lugar dos sacrifícios que não foram oferecidos voluntariamente ao Senhor.

Os versículos 9 e 10 descrevem as sequelas da guerra. O versículo 9 começa: “E os seus ribeiros se tornarão em pez, e o seu pó em enxofre, e a sua terra em pez ardente”. “Pez” significa alcatrão asfalto, ou petróleo;[31] “enxofre” é súlfur,[32] que queima para formar uma fumaça acre e corrosiva que destrói os tecidos pulmonares quando inalado. Fogo é um elemento importante na destruição.[33]

O versículo 10 continua a descrição: “Nem de noite nem de dia se apagará; para sempre a sua fumaça subirá; de geração em geração será assolada; pelos séculos dos séculos ninguém passará por ela”.[34] Acontecimentos semelhante aos descritos ocorreram em 1991 no fim da Guerra do Golfo Pérsico em Kuwait e foram testemunhados mundialmente através de noticiários na televisão. Ao retroceder, o exército iraquiano, com intensão de infligir grandes danos econômicos ao seu vizinho, incendiou e explodiu centenas de poços de petróleo. Fumaça e chamas subiram; óleo queimado fluiu pelo deserto e pelos leitos. Para extinguir este fogo em centenas de poços de petróleo foi um trabalho meticuloso e perigoso, executado por equipes qualificadas e demorou muitos meses. Nuvens de fumaça podiam ser vistas nitidamente nas fotografias de satélites. Milhões de minas explosivas, dispersa pelo deserto, tanto pelo exército iraquiano quanto pelos seus oponentes, impediam o livre acesso anos depois. A remoção dos explosivos mortais pode levar gerações. Podemos esperar que esta profecia continua se cumprindo ao surgir mais conflitos no rico Oriente Médio.

O versículo 11 descreve a desolação destas terras devastadas pela guerra: “Mas o pelicano e a coruja a possuirão, e o bufo e o corvo habitarão nela; e ele estenderá sobre ela o cordel de confusão e nível de vaidade”. O cordel de confusão e o nível de vaidade podem estar descrevendo cordéis e marcadores de áreas que ainda têm minas, o que faz viajar naquela região muito perigoso.

O versículo 12 descreve a devastação dos reinos políticos: “Eles chamarão ao reino os seus nobres, mas nenhum haverá; e todos os seus príncipes não serão coisa alguma”. “Não serão coisa alguma” significa tornar-se “inútil” ou “inexistente”.[35]

O versículo 13 continua: “E nos seus palácios crescerão espinhos, urtigas e cardos nas suas fortalezas; e será uma habitação de chacais, e sítio para avestruzes”. Espinhos, urtigas e cardos crescendo em palácios e fortalezas inabitados sugere a representação de “espinheiros e sarças” como doutrinas falsas.[36] Entretanto, espinhos, urtigas e cardos podem ter um sentido literal aqui, descrevendo os efeitos colateraisdaaniquilação. “Chacais” vem da palavra hebraica que significa “serpentes”, “dragões” ou “monstros marinhos”.[37] Avestruzes habitando as ruínas simbolizam luto.[38]

Os versículos 12 e 13 contêm um quiasma:

A: (12) Eles chamarão ao reino os seus nobres, mas nenhum haverá; e todos os seus príncipes não serão coisa alguma.
B: (13) E nos seus palácios crescerão espinhos,
C: urtigas
C: e cardos
B: nas suas fortalezas;
A: e será uma habitação de chacais, e sítio para avestruzes.

A estrutura do quiasma apoia uma interpretação mais literal de espinhos, urtigas e cardos ao invés de figurativa, com “urtigas” e “cardos” como o enfoque do quiasma. O significado aqui é devastação literal—ao invés de apostasia e o surgimento de doutrinas falsas.

O versículo 14 descreve melhor os animais selvagens vagando livremente no país assolado: “As feras do deserto se encontrarão com as feras da ilha, e o sátiro clamará ao seu companheiro; e os animais noturnos ali pousarão, e acharão lugar de repouso para si”. “Sátiro” é traduzido da palavra hebraica que significa “peludo”, ou “um demônio com a forma de um bode”.[39]

O versículo 15 declara: “Ali se aninhará a coruja e porá os seus ovos, e tirará os seus filhotes, e os recolherá debaixo da sua sombra; também ali os abutres se ajuntarão uns com os outros”. “Coruja” vem da mesma palavra hebraica usada no versículo 11, que quer dizer “coruja-águia” do Egito.[40] Esta ave de hábitos noturnos simboliza conhecimento e sabedoria para muitos povos; porém os povos do Egito e da Índia consideravam a coruja como a ave dos mortos.[41]

No versículo 16 o Senhor declara que tudo está de acordo com a profecia bíblica e ordena que as escrituras sejam lidas: “Buscai no livro do Senhor, e lede; nenhuma destas coisas faltará, ninguém faltará com a sua companheira; porque a minha boca tem ordenado, e o seu espírito mesmo as tem ajuntado”. A Tradução de Joseph Smith apresenta “Buscai no livro do Senhor, e lede os nomes escritos nele …”.[42] Isto quer dizer que nenhum dos justos—aqueles cujos nomes estão escritos no livro do Senhor—ficarão sem seus esposos ou esposas por toda a eternidade.[43] Esta realidade deve conceder grande conforto aos que foram privados de seus cônjuges nesta vida, ou que nunca se casaram durante esta vida mortal—que na eternidade nenhum dos justos ficarão sem cônjuges. Este versículo ensina que o Senhor ordenou que as profecias de destruição deveriam ser escritas e cumpridas, porém Ele promete aos justos que eles poderão ter filhos por toda a eternidade.

No versículo 17, Isaías declara: “Porque ele mesmo lançou as sortes por elas, e sua mão lhas tens repartido com o cordel; para sempre a possuirão, de geração em geração habitarão nela”. A Tradução de Joseph Smith apresenta: “E eu tenho lançado as sortes por elas, e eu lhas tenho repartido com o cordel …”.[44] O Senhor dividirá a terra entre os justos e dar-lhes-á como herança perpetua. “Com o cordel” refere-se à corrente ou corda de medição do inspetor. Como foi apresentada na versão de João Ferreira de Almeida, esta divisão de heranças seria entre os animais selvagens habitando as áreas despovoadas do mundo.

Os versículos 15 até 17 contêm um quiasma:

A: (15) Ali se aninhará a coruja
B: e porá os seus ovos, e tirará os seus filhotes, e os recolherá debaixo da sua sombra;
C: também ali os abutres se ajuntarão
D: uns com os outros.
E: (16) Buscai no livro do Senhor, e lede os nomes escritos nele;
D: nenhuma destas coisas faltará, ninguém faltará com a sua companheira;
C: porque a minha boca tem ordenado, e o seu espírito mesmo as tem ajuntado.
B: (17) Porque ele mesmo lançou as sortes por elas, e sua mão lhas tens repartido com o cordel; para sempre a possuirão,
A: de geração em geração habitarão nela.

As profecias registradas nas escrituras predizem a devastação das terras de Edom, que foram desoladas por causa das guerras e grande matança. O enfoque, “Buscai no livro do Senhor, e lede os nomes escritos nele”, testifica que os justos—juntamente com seus cônjuges—herdarão a terra para sempre, tal como as aves citadas herdaram a terra depois de seu despovoamento.

NOTAS

[1]. Doutrina e Convênios 1:7.
[2]. O versículo 1 contém um quiasma: Chegai-vos/nações/ouvir/povos/escutai//ouça/terra/plenitude/tudo/quanto produz.
[3]. D&C 1:1-2.
[4]. Donald W. Parry, Harmonizing Isaiah: Foundation for Ancient Research e Mormon Studies (FARMS) at Brigham Young University [A Harmonização de Isaías: Fundação de Pesquisas Antigas e Estudos Mórmons na Universidade Brigham Young], Provo, Utah, 2001, p. 141.
[5]. D&C 63:32-33.
[6]. D&C 87:6.
[7]. Ver Isaías 2:2, 14 e 2 Néfi 12:2, 14; Isaías 11:9; 13:2, 4; 30:25 e comentário pertinente.
[8]. Parry, 2001, p. 142.
[9]. Éter 14:21 -23.
[10]. O versículo 4 contém um quiasma: Exército/dos céus//os céus/exército. Parry, 2001, p. 261.
[11]. Isaías 34:4, nota de rodapé da versão SUD da Bíblia de King James em inglês 4c.
[12]. D&C 133:7.
[13]. Isaías 13:5.
[14]. Apocalipse 6:14.
[15]. D&C 88:95.
[16]. Mórmon 5:23; 9:2.
[17]. Ver Isaías 1:17; 3:14; 4:4; 28:6.
[18]. Parry, 2001, p. 142.
[19]. D&C 1:13.
[20]. F. Brown, S. Driver, e C. Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon [Léxico Hebraico e Inglês de Brown-Driver-Briggs]: Hendrickson Publishers, Peabody, MA, 01961-3473, 1996, Número de Strong 7301, p. 924.
[21]. Ver Isaías 21:5.
[22]. Ver Gênesis 25:30-34; 27:34-38; Hebreus 12:16-17.
[23]. D&C 1:36.
[24]. Os versículos 5 e 6 contêm um quiasma: Edom/juízo/espada do Senhor/sangue/engordurada//gordura/sangue/ Bozra/grande matança/Edom.
[25]. Brown et al., 1996, Número de Strong 7301, p. 924.
[26]. Brown et al., 1996, Número de Strong 1224, p. 131.
[27]. Isaías 63:1; Ver também D&C 133:46-47.
[28]. Os versículos 6 e 7 contêm um quiasma: Engordurada da gordura/sangue/cordeiros e de bodes … carneiros/ sacrifício//matança/bezerros … touros/sangue/se engrossará com a gordura.
[29]. Ver Isaías 3:16; 33:5, 14, 20; 37:32; 40:9; 41:27; 51:3.
[30]. Parry, 2001, p. 261.
[31]. Brown et al., 1996, Número de Strong 2203, p. 278.
[32]. Infopédia, Enciclopédia e Dicionários Porto Editora [em linha]: http://www.Infopedia.pt/lingua-portuguesa/enxofre
[33]. Ver Isaías 1:7, 28; 30:27, 30, 33; 33:11-12 e comentário pertinente.
[34]. Os versículos 8 até 10 contêm um quiasma: Dia … ano/pez/pó em enxofre//terra em pez ardente/sua fumaça/geração em geração.
[35]. Brown et al., 1996, Número de Strong 657, p. 67.
[36]. Ver Isaías 55:13; 5:6; 9:18; 10:17; 27:4; 32:13 e comentário pertinente.
[37]. Brown et al., 1996, Número de Strong 8577, p. 1072.
[38]. Brown et al., 1996, Número de Strong 3284, p. 419.
[39]. Brown et al., 1996, Número de Strong 8163, p. 972.
[40]. Brown et al., 1996, Número de Strong 3244, p. 676.
[41]. Valter Cichini Jr., “Coruja”, Simbologia, Nossa Vida é Cercada de Símbolos”: Em Linha, http://www.simbologia.com.br/simbologia/index.php/coruja/.
[42]. JST, 1970, p. 205.
[43]. Donald W. Parry, Jay A. Parry e Tina M. Peterson, Understanding Isaiah [Compreendendo Isaías]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1998, p. 313.
[44]. JST, 1970, p. 206.