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CAPÍTULO 28: “Ai Da Coroa De Soberba Dos Bêbados De Efraim”

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O capítulo 28 lida com a corrupção e subsequente destruição que precederão a Segunda Vinda. Com os consecutivos capítulos sobre este mesmo tema, temos uma outra perspectiva destes acontecimentos, com maiores detalhes e explicação. Aqui o profeta fala de corrupção eclesiástica; um banquete espiritual é retratado como uma solene zombaria, com as mesas que estão cheias de vômitos e imundícia. Riquezas, orgulho e autoindulgência entre os líderes eclesiásticos são retratados como embriaguez; por isso, “Ai … dos bêbados de Efraim”.

A revelação apresentada no capítulo 28 foi dada a Isaías numa época quando a Assíria dominava Efraim—isto é, o reino de Israel do norte consistindo-se das dez tribos—exceto pela cidade capital, Samaria, e pelas áreas arredores.[1] Na antiguidade, Efraim era a tribo líder do reino do norte, que seria depois levada em cativeiro pela Assíria em 722 a.C. pouco tempo depois destas predições de Isaías.[2] O cumprimento recorrente desta profecia envolve atores dos últimos dias no palco de Isaías. O Efraim dos tempos modernos inclui as nações da Europa e da América do Norte, cujos habitantes—apesar de serem geralmente considerados gentios—são uma mistura da tribo de Efraim. O contexto histórico fornece um exemplo para os acontecimentos e condições nos últimos.

Este capítulo começa concentrando-se na corrupção de Efraim—tanto Efraim da antiguidade antes do cativeiro pela Assíria, quanto os descendentes de Efraim dos últimos dias. Como é típico do estilo de Isaías, alguns elementos deste capítulo referem-se a Efraim da antiguidade, outros referem-se aos seus descendentes nos últimos dias, e outros aos dois. Este capítulo serve como uma advertência aos descendentes modernos de Efraim contra uma fraqueza inerente—uma área na qual onde eles poderão estar sujeitos às tentações.

Somos ensinados que a revelação vem linha por linha e preceito por preceito, mas os sacerdotes bêbados e os profetas da decadente Efraim não são capazes de compreender as obras do Espírito. Na Sua vinda, Cristo—nosso firme alicerce—arrebatará estes indivíduos com um flagelo tão intenso que as pessoas ficarão chocadas só em ouvirem sobre o mesmo.

Os versículos 1 até 4 formam um oráculo de pesar estruturado como um quiasma. O versículo 1 começa: “Ai da coroa de soberba dos bêbados de Efraim, cujo glorioso ornamento é como a flor que cai, que está sobre a cabeça do fértil vale dos vencidos do vinho”. A coroa, ou os líderes, são os sacerdotes e profetas de Efraim, antigos e modernos, que estão bêbados com as riqueza e orgulho. Um “glorioso ornamento é como a flor que cai” descreve o colapso moral da Efraim dos tempos modernos—a dependência em acontecimentos e vitórias do passado, ao invés de na presente integridade ou futuras aspirações nobres.

O versículo 2 declara: “Eis que o Senhor tem um forte e poderoso; como tempestade de saraiva, tormenta destruidora, e como tempestade de impetuosas águas que transbordam, ele, com a mão, derrubará por terra”. O Senhor derrotará o forte e poderoso rei da Assíria ou seu homólogo moderno. “Um forte e poderoso” refere-se ao rei da Assíria agindo como um representante do Senhor em destruir Efraim. Observe o simbolismo, que nos é familiar: Uma “tempestade de impetuosas águas que transbordam” é uma metáfora para um exército invasor.

Isaías descreve um acontecimento semelhante no capítulo 8: “Portanto eis que o Senhor fará subir sobre eles as águas do rio, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria, com toda a sua glória; e subirá sobre todos os seus leitos, e transbordará por todas as suas ribanceiras”.[3] Este simbolismo surge porque a Assíria, de onde vem o exército invasor, ficava na Mesopotâmia, a terra entre os rios Tigre e Eufrates.[4] O nome “Mesopotâmia” vem do grego, meso- significa “entre”, e potamos, significa “rios”.[5]

O versículo 3 prediz: “A coroa de soberba dos bêbados de Efraim” —que significa os sacerdotes e os profetas que estão bêbados de autoindulgência—” será pisada aos pés”. “Aos pés” refere-se aos pés do exército invasor.

O versículo 4 sumariza: “E a flor caída do seu glorioso ornamento, que está sobre a cabeça do fértil vale, será como o fruto temporão antes do verão, que, vendo-o alguém, e tendo-o ainda na mão, o engole”. O exército invasor, como revelado neste símile, pisará tudo e todos que estiverem em seu caminho.

Os versículos 1 até 4 contêm um quiasma:

A: (1) Ai da coroa de soberba dos bêbados de Efraim, cujo glorioso ornamento é como a flor que cai, que está sobre a cabeça do fértil vale
B: dos vencidos do vinho.
C: (2) Eis que o Senhor tem um forte e poderoso;
D:como tempestade de saraiva, tormenta destruidora,
D: e como tempestade de impetuosas águas que transbordam,
C: ele, com a mão, derrubará por terra.
B: (3) A coroa de soberba dos bêbados de Efraim será pisada aos pés.
A: (4) E a flor caída do seu glorioso ornamento, que está sobre a cabeça do fértil vale, será como o fruto temporão antes do verão, que, vendo-o alguém, e tendo-o ainda na mão, o engole.

A frase “dos vencidos do vinho” é equivalente à frase “dos bêbados de Efraim”, identificando quem é o vencido; “o Senhor tem um forte e poderoso” complementa “ele, com a mão, derrubará por terra”; e “tempestade de saraiva, tormenta destruidora” compara-se com “tempestade de impetuosas águas que transbordam” usando duas metáforas para descrever a devastação a ser trazida pelos invasores em retribuição ao estado embriagado e imoral de Efraim.

No versículo 5 o contexto muda, agora referindo-se especificamente a Efraim dos últimos dias numa época depois da dispersão de Israel—durante o tempo da preparação para a Segunda Vinda do Senhor: “Naquele dia o Senhor dos Exércitos será por coroa gloriosa, e por diadema formosa, para os restantes de seu povo”. Isaías usa “naquele dia” para referir-se aos últimos dias; como atestado anteriormente por Isaías no capítulo 2, “só o Senhor será exaltado naquele dia”.[6] “Os restantes de seu povo” são aqueles que restaram depois da devastação.

O versículo 6 continua: “E por espírito de juízo, para o que se assenta a julgar, e por fortaleza para os que fazem recuar a peleja até à porta”. A glória do Senhor, descrita no versículo 5, será por um espirito de julgamento justo, ou inspiração, sobre os líderes dos remanescentes justos do povo do Efraim moderno, e será para a fortificação de um pequeno exército dos justos efraimitas, que expulsarão o exército invasor mencionado nos versículos 3 e 4, levando-o à porta da cidade de Sião. “Espírito de juízo”, como foi usado aqui, significa “um espírito de justiça” ou de fazer o que é justo.[7] Outros significados de “juízo” que se encontram na obra de Isaías incluem justiça social,[8] retribuição,[9] raciocínio são,[10] e um sistema de lei equitativo.[11]

Os versículos 4 até 6 contêm um quiasma:

A: (4) E a flor caída do seu glorioso ornamento, que está sobre a cabeça do fértil vale, será como o fruto temporão antes do verão, que, vendo-o alguém, e tendo-o ainda na mão, o engole.
B: (5) Naquele dia o Senhor dos Exércitos será
C: por coroa gloriosa,
C: e por diadema formosa,
B: para os restantes de seu povo.
A: (6) E por espírito de juízo, para o que se assenta a julgar, e por fortaleza para os que fazem recuar a peleja até à porta.

“Seu glorioso ornamento” corresponde à frase “por espírito de juízo para o que se assenta a julgar, e por fortaleza para os que fazem recuar a peleja até a porta”. O Senhor proverá fortaleza aos que julgarem em retidão ou defenderem o Seu povo, que enfrenta os saqueadores com intenção de consumir a beleza gloriosa, porém desgasta, da cidade de Efraim moderna. “O Senhor dos Exércitos” corresponde-se ao “seu povo”, identificando a quem pertence o povo; e “coroa gloriosa” é o mesmo que “diadema formosa”. A antiga coroa de glória de Efraim—a justiça do “que se assenta a julgar”—será manifesta no futuro e proverá fortaleza para “os que fazem recuar a peleja até a porta”.

Os versículos 7 e 8 proveem uma maior explicação no estado decadente dos líderes religiosos do povo antigo e do moderno de Efraim antes da predita conquista pelo exército invasor. O versículo 7 atesta a falta de inspiração destes líderes religiosos: “Mas também estes erram por causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham; até o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida forte; são absorvidos pelo vinho; desencaminham-se por causa da bebida forte; andam errados na visão e tropeçam no juízo”. “Estes erram por causa do vinho” significa que as artimanhas sacerdotais, o orgulho e a busca de riquezas e honra do mundo têm destruído os líderes religiosos em relação às coisas espirituais, que são obtidas somente através de revelação de Deus. Eles perderam a visão do caminho estreito e apertado.[12] “O sacerdote e o profeta” referem-se aos que têm o dever prover orientação moral, e quem professa ter autoridade sacerdotal e explicação profética. “Juízo”, como foi usado aqui, significa “raciocínio são”.[13] Devido aqueles que assumiram autoridade eclesiástica haverem se entregado aos prazeres mundanos e suas gratificações, sua visão e seu juízo são errôneos, eles não são inspirados pelo Senhor.

O versículo 7 contém um quiasma:

A: (7) Mas também estes cambaleiam por causa do vinho,
B: e com a bebida forte se desencaminham;
C: até o sacerdote
C: e o profeta
B: erram por causa da bebida forte;
A: são absorvidos pelo vinho; desencaminham-se por causa da bebida forte; andam errados na visão e tropeçam no juízo.

“Também estes cambaleiam por causa do vinho” corresponde à “são absorvidos pelo vinho; desencaminham-se por causa da bebida forte;andam errados na visão e tropeçam no juízo”, o vinho metafórico explicado nas duas últimas frases. Devido ao abuso da bebida forte—metaforicamente, gratificação dos apetites e paixões mundanos—o sacerdote e o profeta têm errado muito e estão fora do caminho estreito e apertado.[14]

O versículo 8 descreve um banquete espiritual, apresentado como uma bebedeira pelos sacerdotes e profetas sem inspiração: “Porque todas as suas mesas estão cheias de vômitos e imundícia, e não há lugar limpo”. No lugar de pura doutrina, os sacerdotes e profetas corruptos apresentam um banquete de vômitos de doutrinas falsas, iniquidades, e hipocrisia. Nenhum lugar será deixado limpo, ou nenhuma doutrina será deixada sem falsificação. Até mesmo as escrituras sob a qual as leis estão gravadas estão pervertidas completamente. Este banquete corrupto é uma zombaria solene perante o Senhor; aquilo que era sagrado foi profanado. Contraste o banquete de dons espirituais dado pelo Senhor, descrito por Isaías anteriormente.[15]

No versículo 9, Isaías pondera: “A quem, pois, se ensinaria o conhecimento?” O Senhor ensina o conhecimento através de revelação. “E a quem se daria a entender doutrina?” Isaías responde com outra pergunta retórica: “Ao desmamado do leite, e ao arrancado dos seios?”[16] Aqueles que são inocentes e puros, como uma criancinha, são os que receberão orientação e inspiração do Senhor.

Com respeito à inocência e pureza de Seus apóstolos, Jesus disse: “Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos”.[17] Da mesma forma Deus, o Pai, e Seu Filho, Jesus Cristo, apareceram a Joseph Smith quando o jovem profeta da restauração tinha somente catorze anos de idade, em resposta a sua oração perguntando qual igreja era verdadeira.[18] O Senhor, em revelação moderna, descreveu a inocência, mas a falta de maturidade espiritual dos primeiros conversos usando termos semelhantes: “Porque agora não podem tolerar carne, devem receber leite; portanto não deverão conhecer estas coisas, para que não pereçam”.[19]

O versículo 10, respondendo a última pergunta retórica do versículo 9, descreve a maneira pela qual o Senhor revela a verdade através de revelações: “Porque é preceito sobre preceito, preceito e mais preceito, regra sobre regra, regra e mais regra: um pouco aqui, um pouco ali”.[20] O Senhor dá ao Seu povo aquilo que pode compreender, um pouco de cada vez, para que assimile em suas vidas. Depois Ele dá mais, baseando-se no novo nível de entendimento e obediência aos preceitos recebidos anteriormente. O Senhor explicou em Doutrina e Convênios:

“E Eu vos dou o mandamento, de que renuncieis a todo o mal e vos apegueis a todo o bem, e que vivais por toda palavra que sai da boca de Deus.
“Pois Ele dará ao fiel linha sobre linha, preceito sobre preceito; e com isso vos experimentarei e provarei” (Ênfases adicionadas).[21]

Novamente, este significado está claro em outras revelações modernas:

“E também, a voz de Deus no quarto do velho Pai Whitmer, em Fayette, Condado de Sêneca; e em várias ocasiões e em lugares diversos, durante todas as viagens e tribulações desta Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias! E a voz de Miguel, o arcanjo, e a voz de Gabriel e de Rafael e de diversos anjos, de Miguel, ou seja, Adão, até o tempo atual, todos anunciando sua dispensação, seus direitos, suas chaves, suas honras, sua majestade e glória e o poder de seu sacerdócio; dando linha sobre linha, preceito sobre preceito; um pouco aqui, um pouco ali; dando-nos consolação pela proclamação do que está para vir, confirmando nossa esperança!” (Ênfases adicionadas).[22]

O Senhor sumariza: “Aquilo que é de Deus é luz; e aquele que recebe luz e persevera em Deus recebe mais luz; e essa luz se torna mais e mais brilhante, até o dia perfeito”.[23]

O versículo 11 descreve a grande falta de eloquência e oratória que caracteriza os humildes servos do Senhor: “Assim por lábios gaguejantes, e por outra língua, falará a este povo”. Os missionários saem, lutando e gaguejando para aprender uma nova língua, buscando pelos descendentes modernos de Efraim e outros das tribos perdidas. “Este povo” refere-se à Israel moderna em seu estado disperso, procurada e reunida pelos “embaixadores” e “mensageiros velozes”, ou os missionários dos tempos modernos.[24]

Em revelações modernas o Senhor prevê a pregação do evangelho em todas as línguas maternas dos homens:

“Pois acontecerá nesse dia que todo homem ouvirá a plenitude do evangelho em sua própria língua e em seu próprio idioma, por meio daqueles que são ordenados com este poder, pela administração do Consolador que se derrama sobre eles para revelar Jesus Cristo.”[25]

O versículo 11 é parafraseado por Paulo no Novo Testamento: “Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor”.[26]

O Senhor afirmou isto nos últimos dias: “Para que a plenitude do meu evangelho seja proclamada pelos fracos e pelos simples aos confins da Terra e perante reis e governantes”.[27]

Aqueles que não derem ouvidos às advertências do Senhor, transmitidas pelos mensageiros gaguejantes, lutando para aprender a língua estrangeira, serão varridos pelo homólogo moderno dos exércitos invasores assírios. A Assíria antiga falava uma língua que os Israelitas antigos não compreendiam; assim será a língua do exército invasor moderno descrito nos versículos 2 e 3 acima, que varrerá e saqueará os bêbados de Efraim.

O versículo 12 continua descrevendo a mensagem do Senhor, transmitida pelos mensageiros gaguejantes à Israel dispersa: “Ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; porém não quiseram ouvir”. “O descanso ao cansado” transmitido pelos mensageiros, significa as doutrinas de salvação. “Este é o refrigério” refere-se à restauração nos últimos dias—os tempos do refrigério que Pedro se referiu: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor” (ênfases adicionadas).[28] A frase “porém não quiseram ouvir” significa que muitos a quem a mensagem de refrigério, ou da restauração, fosse dada não dariam ouvidos à advertência. Àqueles que se recusarem a ouvir, o Senhor falará em outra língua—o equivalente moderno do exército assírio. Parry et al. identifica “descanso” e “refrigério” como observância ao mandamento de guardar o Dia do Senhor.[29]

O versículo 13 sumariza, refletindo o versículo 10: “Assim, pois, a palavra do Senhor lhes será preceito sobre preceito, preceito sobre preceito, regra sobre regra, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali; para que vão, e caiam para trás, e se quebrantem e se enlacem, e sejam presos”.[30] Apesar das instruções do Senhor a eles através de profetas antigos e modernos e do exército de missionários modernos lutando para transmitir a mensagem do Senhor em línguas estrangeiras, muitos rejeitariam a mensagem.

Néfi, fornecendo maior explicação, parafraseia os versículos 10 e 13:

“Pois eis que assim diz o Senhor Deus: Darei aos filhos dos homens linha sobre linha, preceito sobre preceito, um pouco aqui e um pouco ali; e abençoados os que dão ouvidos aos meus preceitos e escutam os meus conselhos, porque obterão sabedoria; pois a quem recebe darei mais; e dos que disserem: Temos o suficiente, destes será tirado até mesmo o que tiverem”.[31]

Os versículos 10 até 13 contêm um quiasma:

A: (10) Porque é preceito sobre preceito, preceito sobre preceito, regra sobre regra, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali.
B: (11) Assim por lábios gaguejantes, e por língua estrangeira, falará o Senhor a este povo.
C: (12) ao qual disse:
D: Este é o descanso,
E:dai descanso
E:ao cansado;
D: e este é o refrigério;
C: porémnão quiseram ouvir.
B: (13) Assim, pois, a palavra do Senhor lhes será
A: preceito sobre preceito, preceito sobre preceito, regra sobre regra, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali; para que vão, e caiam para trás, e se quebrantem e se enlacem, e sejam presos.

O Senhor dá revelação e orientação ao Seu pouco a pouco. “Por lábios gaguejantes, e por língua estrangeira, falará a este povo” corresponde a “assim, pois, a palavra do Senhor lhes será dada [preceito sobre preceito]”. Embora a palavra do Senhor estar sendo transmitida por mensageiros que se esforçam em falar uma língua estrangeira, muitos da linhagem do convênio não aceitariam a mensagem da restauração.

Nos versículos 14 até 22 Isaías dirige-se a Jerusalém e a seus líderes escarnecedores. O versículo 14 declara: “Ouvi, pois, a palavra do Senhor, homens escarnecedores, que dominais este povo que está em Jerusalém”. Isaías atesta que a advertência dada à antiga nação de Efraim aplica-se igualmente à Judá. Os líderes escarnecedores e bêbados de Jerusalém são advertidos a darem ouvidos ao que o Senhor está falando ao povo de Efraim. Para nós em nosso tempo, referências à “Jerusalém” significa, num sentido geral, centros eclesiásticos dos tempos atuais.

O versículo 15 explica a falsa segurança destes líderes desdenhosos: “Porquanto dizeis: Fizemos aliança com a morte, e com o inferno fizemos acordo; quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós, porque pusemos a mentira por nosso refúgio, e debaixo da falsidade nos escondemos”. Eles assumem erroneamente que seu convênio com Satanás—ou com o exército invasor—baseado em suas falsidades e mentiras que se passavam por crenças, salvar-lhes-ão do açoite, ou praga, destrutivo.

Este açoite ou flagelo foi descrito numa revelação moderna:

“Porque haverá um flagelo assolador entre os habitantes da Terra e continuará a derramar-se de tempos em tempos, se eles não se arrependerem, até que a Terra fique vazia e seus habitantes sejam consumidos e totalmente destruídos pelo resplendor da minha vinda”.[32]

Desde o tempo de Cain, Satanás tem tentado fazer alianças com os homens. Porém, quando as consequências inevitáveis de suas ações tornarem-se evidentes, apesar da aliança que fizeram com Satanás, o maligno rirá deles. A confiança das decadentes cidades de Efraim e Judá no braço da carne e na aliança com Satanás traz somente remorso, o que agrada a Satanás.

Em revelação moderna o Senhor descreve o açoite, ou a praga, de uma doença desoladora:

“E haverá homens nessa geração que não passarão até que vejam uma praga terrível; pois uma doença desoladora cobrirá a terra.
“Mas os meus discípulos permanecerão em lugares santos e não serão movidos; mas, entre os iníquos, homens levantarão a voz e amaldiçoarão a Deus e morrerão”.[33]

O Senhor fornece uma explicação aos seus discípulos modernos:

“Pois eis que a vingança vem rapidamente sobre os ímpios, como um furacão; e quem dela escapará?
“O açoite do Senhor passará de noite e de dia e seu rumor afligirá todos os povos; sim, não cessará até que venha o Senhor.
“Porque a indignação do Senhor está acesa contra as abominações deles e todas as suas obras iníquas”.[34]

O versículo 16 descreve a única fonte de segurança segura: “Portanto assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse”. A frase final significa “aquele que crer não devefugir em pânico”. Esta profecia é citada no Novo Testamento, em relação ao ministério mortal da Segunda Vinda de Jesus Cristo,[35] que metaforicamente é a pedra angular para um alicerce seguro.

Jacó, o irmão de Néfi no Livro de Mórmon, explica:

“E agora eu, Jacó, sou guiado pelo Espírito a profetizar, pois percebo, pela orientação do Espírito que está em mim, que, por causa dos tropeços dos judeus, eles rejeitarão a pedra sobre a qual poderiam edificar e ter fundamento seguro.
“Mas eis que, de acordo com as escrituras, essa pedra virá a ser o grande e o último e o único fundamento seguro sobre o qual os judeus poderão edificar”.[36]

Jacó explica que os judeus rejeitariam o Salvador durante Seu ministério terreno. “Sião” foi usada no versículo 16 com duplo sentido—um lugar de coligação espiritual nos últimos dias, bem como um sinônimo para a antiga Jerusalém no tempo do ministério de Cristo.[37]

O simbolismo do versículo 16 nos é familiar. Paulo escreve:

“Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus;
“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;
“No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor” (ênfases adicionadas).[38]

“A principal pedra da esquina” refere-se simultaneamente a Jesus Cristo e ao princípio de revelação, já “o fundamento dos apóstolos e dos profetas” é a crença nas doutrinas de salvação ensinadas pelos apóstolos e profetas, recebidas do Senhor Altíssimo.

Os versículos 14 até 16 contêm um quiasma:

A: (14) Ouvi, pois, a palavra do Senhor, homens escarnecedores, que dominais este povo que está em Jerusalém.
B: (15) Porquanto dizeis: Fizemos aliança com a morte,
C: e com o inferno fizemos acordo;
D: quando passar o dilúvio do açoite,
D: não chegará a nós;
C: porque pusemos a mentira por nosso refúgio,
B: e debaixo da falsidade nos escondemos.
A: (16) Portanto assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse.

Ao ler este quiasma em forma reflexiva—começando pela declaração introdutória e sua reflexão e continuando desta maneira à declaração central e sua reflexão—entendemo-lo melhor: “Ouvi, pois, a palavra do Senhor, homens escarnecedores, que dominais este povo que está em Jerusalém”. A palavra do Senhor aos líderes escarnecedores é: “Portanto assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse”. Porém, os líderes de Jerusalém respondem: “Fizemos aliança com a morte; debaixo da falsidade nos escondemos; com o inferno fizemos acordo; pusemos a mentira por nosso refúgio; quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós”. Líderes iníquos não dão ouvidos às palavras do Senhor, por meio da qual recebemos a salvação; e fazem exatamente o oposto, contam com mentiras, doutrinas falsas e acordos com Satanás para protegerem-se do dilúvio do açoite.

O versículo 17 estabelece a base fundamental para a sobrevivência, em contraste às mentiras dos líderes bêbados e escarnecedor de Efraim e Jerusalém: “E regrarei o juízo pela linha, e a justiça pelo prumo, e a saraiva varrerá o refúgio da mentira, e as águas cobrirão o esconderijo”. “Justiça” e “juízo” neste versículo significam “equidade”.[39] Para se fazer um julgamento apropriado é necessário a orientação do Espírito Santo. “A linha” refere-se à linha de nível usada em construções—essencial na obtenção de alicerces e paredes retos—e “prumo” refere-se a outra ferramenta de alvenaria e carpintaria, o fio de prumo, é usado para se obter uma linha vertical precisa. “Prumo” e “fio de prumo” têm a mesma raiz latina, plumbum, que significa “plúmbeo” ou chumbo, uma substância pesada da qual são feitas essas ferramentas.[40] Estas metáforas referem-se à retidão pessoal. Aqueles cujo refúgio são as mentiras e as falsidades seu esconderijo serão assolados pelo exército invasor, caracterizado aqui pela tempestade de granizo que varrerá as mentiras e uma enchente de águas que inundará o esconderijo.[41]

O versículo 18 apresenta o resultado da aliança com Satanás feita pelos líderes escarnecedores, tanto em Jerusalém quanto em Efraim: “E a vossa aliança com a morte se anulará; e o vosso acordo com o inferno não subsistirá; e, quando o dilúvio do açoite passar, então sereis por ele pisados”. Como sempre, a aliança de Satanás com esses líderes iníquos não servirá para nada e o açoite arrasador varrerá tudo, pisoteando-os.

Os versículos 15 até 18 contêm um quiasma que verifica o sentido intencionado por Isaías:

A: (15) Porquanto dizeis: Fizemos aliança com a morte, e com o inferno fizemos acordo; quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós,
B: porque pusemos a mentira por nosso refúgio, e debaixo da falsidade nos escondemos.
C: (16) Portanto assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu assentei
D: em Sião
E: uma pedra,
F:   uma pedra já provada,
G: pedra preciosa
G: de esquina,
F:   que está bem firme
E: e fundada;
D: aquele que crer não se apresse.
C: (17) E regrarei o juízo pela linha, e a justiça pelo prumo,
B: e a saraiva varrerá o refúgio da mentira, e as águas cobrirão o esconderijo.
A: (18) E a vossa aliança com a morte se anulará; e o vosso acordo com o inferno não subsistirá; e, quando o dilúvio do açoite passar, então sereis por ele pisados.

“Fizemos aliança com a morte” é complementada pela frase “a vossa aliança com a morte se anulará; e o vosso acordo com o inferno não subsistirá”, descrevendo a desaprovação do Senhor com respeito a aliança com o mal. A frase “porque pusemos a mentira por nosso refúgio, e debaixo da falsidade nos escondemos” contrasta-se com “a saraiva varrerá o refúgio da mentira, e as águas cobrirão o esconderijo”, descrevendo a futilidade de confiar em iniquidades. “Sião” equivale à “aquele que crer”, dando-nos uma definição da palavra Sião. Compare com a definição dada pelo Senhor em uma revelação moderna: “Pois isto é Sião—o puro de coração”.[42]

O versículo 19 descreve os horrores deste exuberante açoite: “Desde que comece a passar, vos arrebatará, porque manhã após manhã passará, de dia e de noite; e será que somente o ouvir tal notícia causará grande turbação”. As pessoas ficariam emocionadas somente em ouvir sobre a destruição trazidas pelo exército invasor.[43]

O versículo 20 simbolicamente descreve o desconforto dos sobreviventes: “Porque a cama será tão curta que ninguém se poderá estender nela; e o cobertor tão estreito que ninguém se poderá cobrir com ele”. O povo ficará desconfortável e destituído, quando antes desfrutava de grandes riquezas e conforto.

O versículo 21 atesta que o Senhor trará destruição sob o exército invasor: “Porque o Senhor se levantará como no monte Perazim, e se irará, como no vale de Gibeão, para fazer a sua obra, a sua estranha obra, e para executar o seu ato, o seu estranho ato”. Estes casos do Senhor destruir os exércitos invasores são uma reflexão das ocorrências no Velho Testamento nas quais Israel foi defendida contra os filisteus—a quem o Senhor entregou nas mãos do rei Davi e suas forças militares[44]—e contra os Amoritas, mandando cair grandes pedras dos céus.[45] O Senhor defenderá  os justos dos últimos dias contra o exuberante flagelo, bem como Ele defendeu Seus seguidores na antiguidade.

A frase final do versículo 21, “para fazer a sua obra, a sua estranha obra, e para executar o seu ato, o seu estranho ato” compara-se com as palavras do Senhor dadas a Joseph Smith, a qual nos dá uma explicação:

“O que vos disse precisa acontecer, para que homem algum tenha desculpa;
“Para que homens prudentes e governantes ouçam e compreendam o que nunca haviam considerado;
“Para que eu execute o meu ato, o meu estranho ato, e execute a minha obra, a minha estranha obra, para que os homens discirnam os retos dos iníquos, diz vosso Deus” (Ênfases adicionadas).[46]

No versículo 22, Isaías admoestou a audiência dos últimos dias: “Agora, pois, não mais escarneçais, para que vossos grilhões não se façam mais fortes; porque já ao Senhor DEUS dos Exércitos ouvi falar de uma destruição, e essa já está determinada sobre toda a terra”. O profeta desafia o povo a ouvir os profetas escolhidos do Senhor—e não zombar deles—a fim de receberem revelações para escaparem da servidão e destruição preditas.

Os versículos 18 até 22 contêm um quiasma:

A: (18) E a vossa aliança com a morte se anulará; e o vosso acordo com o inferno não subsistirá; e, quando o dilúvio do açoite passar, então sereis por ele pisados. (19) Desde que comece a passar, vos arrebatará, porque manhã após manhã passará, de dia e de noite;
B: e será que somente o ouvir tal notícia causará grande turbação.
C: (20) Porque a cama será tão curta que ninguém se poderá estender nela; e o cobertor tão estreito que ninguém se poderá cobrir com ele. (21) Porque o Senhor se levantará como no monte Perazim, e se irará, como no vale de Gibeão,
D: para fazer a sua obra, a sua estranha obra
D: e para executar o seu ato, o seu estranho ato.
C: (22) Agora, pois, não mais escarneçais, para que vossos grilhões não se façam mais fortes;
B: porque já ao Senhor DEUS dos Exércitos ouvi
A: falar de uma destruição, e essa já está determinada sobre toda a terra.

“O dilúvio do açoite” corresponde à “uma destruição, e essa já está determinada sobre toda a terra”, fornecendo uma explicação maior. “Será que somente o ouvir tal notícia causará grande turbação” complementa “já ao Senhor DEUS dos Exércitos ouvi”, que mostra a fonte de informações de Isaías. Aqueles que sobreviverem o decreto de destruição serão deixados em situações precárias; no entanto o Senhor protegê-los-á quando se humilharem.

Nos versículos 23 até 29, Isaías apresenta a Parábola do Agricultor para ilustrar os métodos imutáveis do Senhor para levar Sua palavra às nações e aos povos da Terra. O processo descrito metaforicamente na parábola inclui três fases—arar, semear e colher. Arar representa os meios pelos quais uma nação ou povo é compelido a preparar-se para ouvir o evangelho—uma nação pode estar sujeita à tirania, servidão, guerra, desastres naturais, ou desastres econômicos. Em seu estado humilde a nação fica mais receptiva às boas novas do evangelho, semeado entre eles pelas pessoas retas que vivem os princípios de sua religião. Primeiramente, a semeação vem de um bom exemplo; subsequentemente, de um ensinamento mais formal. Depois da semeação vem a conversão, crescimento espiritual e a salvação de almas que viveram suas vidas em retidão e estão preparados a encontrarem-se com Deus. Dependendo da natureza e caráter das pessoas—representados pelas várias plantações mencionadas—o Senhor formulou métodos específicos, tanto para plantação quanto para colheita.

O versículo 23 implora: “Inclinai os ouvidos, e ouvi a minha voz; atendei bem e ouvi o meu discurso”. Isaías implora seus ouvintes e seus leitores modernos a darem ouvidos às suas palavras.

O versículo 24 inicia a parábola: “Porventura lavra todo o dia o lavrador, para semear? Ou abre e desterroa todo o dia a sua terra?” Isaías estabelece a premissa usando umas perguntas retóricas. Preparar o campo é um pré-requisito essencial, mas o tempo dado para este passo é limitado.

O versículo 25 continua: “Não é antes assim: quando já tem nivelado a sua superfície, então espalha nela ervilhaca, e semeia cominho; ou lança nela do melhor trigo, ou cevada escolhida, ou centeio, cada qual no seu lugar? ” “Ervilhaca” é um tipo de fixação de nitrogênio das leguminosas que servem para enriquecer o solo, e “cominho” é uma erva usada como condimento. Várias plantações são feitas em lugares específicos; algumas sementes são “lançadas” indiscriminadamente, já outras são plantadas com mais cuidado. O “trigo” é o mais valioso, que é semeado com mais cuidado.

O versículo 26 continua: “O seu Deus o ensina, e o instrui acerca do que há de fazer”. O significado desta passagem é que Deus instrui Seu povo e líderes através de revelação. Conforme o período de tempo termina, outro se inicia com diferentes desafios, diferentes propósitos, diferentes instruções do Senhor. As instruções de Deus a Adão seriam suficientes para Noé? As palavras de Deus a Abraão era tudo que Moisés necessitava? Assim é conosco: Ao invés de memorizar infinitas perguntas e respostas (catecismo) ou preces, somos orientados com revelações contínuas. Nossa tarefa é a de treinar-nos a ouvir e obedecer “preceito sobre preceito, regra sobre regra”. Assim também, conforme o Senhor traz as destruições, época da semeação, e colheita nos últimos dias, Suas instruções específicas vêm para aqueles que reconhecem Sua voz e Seu método de transmissão de instruções—através de profetas vivos e de inspiração pessoal.

Os versículos 27 até 29 ilustra o cuidado do Senhor na colheita e debulhamento. O versículo 27 começa: “Porque a ervilhaca não se trilha com trilho, nem sobre o cominho passa roda de carro; mas com uma vara se sacode a ervilhaca, e o cominho com um pau”.

O versículo 28 continua: “O trigo é esmiuçado, mas não se trilha continuamente, nem se esmiúça com as rodas do seu carro, nem se quebra com os seus cavaleiros”. Há um método correto de debulhar cada tipo de grão ou semente; a duração do processo de debulhamento é cuidadosamente limitado a fim de não danificar o precioso grão. Portanto, provações e tribulações são dadas cuidadosamente de acordo com as necessidades, circunstancias e o caráter do indivíduo ou grupo.

Malaquias descreve o processo de refinamento, usando a purificação da prata como uma metáfora descritiva:

“Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá, quando ele aparecer? Porque ele será como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros.
“E assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata; então ao Senhor trarão oferta em justiça”.[47]

Somente aqueles que passaram pelo fogo purificador e foram purificados e aperfeiçoados com suas experiências serão capazes de ficar na presença do Senhor quando Ele voltara na Sua Segunda Vinda.

O versículo 29 conclui: “Até isto procede do Senhor dos Exércitos; porque é maravilhoso em conselho e grande em obra”. Aqueles que seguem as instruções contínuas do Senhor não serão feridos, apesar da colheita e debulhamento severas, ainda que sejam organizados.

Guerras devastadoras que temos testemunhados em nossos tempos, resultam no evangelho sendo pregado entre as nações afetadas. Depois de uma guerra, durante os esforços de reorganização e reconstrução, os cidadãos das terras devastadas têm a oportunidade de observar os bons exemplos dos membros da Igreja. O evangelho seria ensinado aos povos, primeiramente devagar, mas conforme o tempo fosse passando, mais e mais pessoas aceitariam ser ensinados e aceitariam a Igreja. O resultado final será uma nação, que antes era hostil, ou menos receptível, sendo ensinada o evangelho; templos por toda a Terra e os cidadãos recebendo as mesmas oportunidades e bênçãos como os membros da Igreja em terras onde a Igreja foi estabelecida há muitas gerações atrás.

Os versículos 23 até 29 contêm um quiasma:

A: (23) Inclinai os ouvidos, e ouvi a minha voz; atendei bem e ouvi o meu discurso.
B: (24) Porventura lavra todo o dia o lavrador, para semear? Ou abre e desterroa todo o dia a sua terra?
C: (25) Não é antes assim: quando já tem nivelado a sua superfície, então espalha nela ervilhaca, e semeia cominho; ou lança nela do melhor trigo, ou cevada escolhida, ou centeio, cada qual no seu lugar?
D: (26) O seu Deus o ensina,
D: De o instrui acerca do que há de fazer.
C: (27) Porque a ervilhaca não se trilha com trilho, nem sobre o cominho passa roda de carro; mas com uma vara se sacode a ervilhaca, e o cominho com um pau.
B: (28) O trigo é esmiuçado, mas não se trilha continuamente, nem se esmiúça com as rodas do seu carro, nem se quebra com os seus cavaleiros.
A: (29) Até isto procede do Senhor dos Exércitos; porque é maravilhoso em conselho e grande em obra.

“Inclinai os ouvidos, e ouvi a minha voz; atendei bem e ouvi o meu discurso” compara-se com “Até isto procede do Senhor dos Exércitos; porque é maravilhoso em conselho e grande em obra”, que descreve a fonte divina de informação de Isaías. O lado ascendente do quiasma descreve métodos de preparação do solo e semeação, já o lado descendente descreve métodos de colheita e debulhamento. As nações são cuidadosamente preparadas para receber o evangelho; a semeação e a colheita são feitas de acordo com o plano detalhado do Senhor. Profetas, por meio de orientação e instruções do Senhor, recebem informações apropriadas para suas devidas épocas, aqui comparado metaforicamente ao conhecimento e implementação da agricultura.

NOTAS

[1]. Victor L. Ludlow, Isaiah: Prophet, Seer, and Poet [Isaías: Profeta, Vidente e Poeta]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1982, p. 258-259.
[2]. Isaías 28:1, nota de rodapé da versão SUD da Bíblia de King James em inglês 1b.
[3]. Isaías 8:7; 17:12-13; 28:17; 43:2.
[4]. Ver Mapa 2, Bíblia SUD em inglês.
[5]. Ernest Klein, A Comprehensive Etymological Dictionary of the English Language [Um Dicionário Etimológico Completo do Inglês]:1971, Elsevier Publishing Company, 52 Vanderbilt Avenue, New York, NY 10017, “Mesopotamia”, p. 459-460.
[6]. Isaías 2:10-12.
[7]. Ver Isaías 1:17; 5:7; 42:4; 59:15.
[8]. Ver Isaías 5:7; 42:1; 59:8, 15.
[9]. Ver Isaías 1:17; 3:14; 4:4; 34:5.
[10]. Ver Isaías 1:17; 40:14, 27; 42:3; 59:8.
[11]. Ver Isaías 51:4; 54:17.
[12]. Ver Mateus 7:13-14; Ver também Isaías 3:12; 8:11; 26:7-8; 40:3 e comentário pertinente.
[13]. Ver Isaías 1:17; 40:14, 27; 42:3; 59:8.
[14]. Umquiasma sobreposto é também apresentado no versículo 7: Vinho/bebida forte/desencaminham/sacerdote//profeta/erram/bebida forte/vinho.
[15]. Ver Isaías 25:6-8.
[16]. O versículo 9 contém um quiasma: Ensinará ele o conhecimento/entender doutrina//desmamado/arrancado dos seios.
[17]. Mateus 11:25.
[18]. Ver Joseph Smith—História 1:15-17.
[19]. Doutrina e Convênios 19:22.
[20]. Da Versão Almeida Revisada Imprensa Bíblica. Esta versão foi utilizada devido combinar melhor com as palavras usadas em Doutrina e Convênios e no Livro de Mórmon.
[21]. D&C 98:11-12.
[22]. D&C 128:21; Ver também D&C 98:12.
[23]. D&C 50:24.
[24]. Isaías 18:2.
[25]. D&C 90:11.
[26]. 1 Coríntios 14:21; Ver também 1 Coríntios 1:26-27.
[27]. D&C 1:23.
[28]. Atos 3:19.
[29]. Donald W. Parry, Jay A. Parry e Tina M. Peterson, Understanding Isaiah [Compreendendo Isaías]: Deseret Book Company, Salt Lake City, Utah, 1998, p. 251.
[30]. Da Versão Almeida Revisada Imprensa Bíblica. Esta versão foi utilizada devido combinar melhor com as palavras usadas em Doutrina e Convênios e no Livro de Mórmon.
[31]. 2 Néfi 28:30.
[32]. D&C 5:19.
[33]. D&C 45:31-32.
[34]. D&C 97:22-24.
[35]. Ver Isaías 6:10; 7:14; 11:1; 25:9; 53:5.
[36]. Jacó 4:15-16.
[37]. Ver Isaías 3:16; 18:7; 24:23; 29:8; 30:19; 31:4, 9; 51:3.
[38]. Efésios 2:19-21.
[39]. Para referências de outros significados da palavra “juízo”, ver o versículo 6.
[40]. Klein, “plumb” [“prumo”], p. 570.
[41]. Isaías 8:7; 17:12-13; 28:2, 43:2.
[42]. Doctrina and Convênios 97:21.
[43]. D&C 5:19.
[44]. Ver 2 Samuel 5:19-20; também 1 Crônicas 14:10-11.
[45]. Ver Josué 10:8-14.
[46]. D&C 101:93-95; Ver também D&C 95:4.
[47]. Malaquias 3:2-3.